Sober Truth - Psychosis
11 Faixas - Tarktart Records - Importado - 2019

    O Sober Truth é um quarteto alemão de Progressive Groove Metal que teve sua formação na cidade de Bonn no ano de 2007, que tem como principal característica a mudança constante em sua visão musical resultando em uma evolução sonora que mistura Rock Progressivo com Heavy Metal, Groove Metal e Thrash Metal. Nestes doze anos de banda, o Sober Truth, cujo atual line up é composto por Torsten Schramm nos vocais e guitarra, Jules Rockwell no baixo, Aaron Vogelsburg na guitarra e Samir Al Ban na bateria, já lançaram quatro álbuns e um EP, sendo eles Riven ( 2008 ), Outta Hell ( 2009 ), News Slavery World ( EP - 2014 ) Locust - Lunatic Asylium e o recente Psychosis, que será o assunto desta resenha.

    Além disso, os alemães já realizaram mais de 250 shows sendo que em alguns deles foram ao lado de nomes como o Sodom, Crematory, The Sorrow, Die Apokalyptischen. A produção ficou para o vocalista e guitarrista Torsten Schramm enquanto que a mixagem e a masterização é assinada por Michael "Freio" Hass e foi realizada no Big Easy Studio. Já a capa toda avermelhada com um soldado portando uma máscara protetora contra gases tóxicos é de Sandra Näselmann e Lilli Lost, além disso, Pyschosis está embalado em digipack triplo. Sobre a parte lírica, a banda comenta: "o que vemos no ser humano diante de nós, ele nos mostra sua verdade ou uma máscara? a tristeza interior o acerta, imperceptivelmente, cruelmente, rasgando-o e assustando sua psique. Todo mundo conhece o sentimento de impotência, no punho tímido, depois com força inundando nossa consciência, imparável e sem piedade. A onda diminui, deixando para trás um corpo trêmulo e nu, o pior ainda está por vir: medo... "

    E complementam: "Com títulos como 'Akardos ( Heartless )','Solitude' e especialmente a faixa-título'Psychosis', entramos em um universo pessoal de tristeza, solidão, dúvida que muitas pessoas conhecem. 'Psychosis' desperta talvez uma verdade que reprimimos... mas também esperança, poder e confiança. O Sober Truth nos leva a uma montanha-russa mental que permite que a última pista seja lançada de forma agradável. Estamos mudando todos os dias, todas as nossas vidas. O novo álbum começa onde nós começamos a reprimir. 'Psychosis' olha para nossa pysche marcada e conta nossa história".

    E é com uma elaborada linha instrumental que a história do cd Pyschosis começa a ser contada com a canção Solitude, onde os vocais agressivos de Torsten Schramm se misturam a robustos riffs voltados ao Thrash Metal se aproximando a um Death Metal com direito a alguns urros e tudo exibido em um ritmo instrumental empolgante. A baixista Jules Rockwell mostra sua técnica no princípio de Akardos com ótimos toques, que no momento que entram os demais instrumentos percebe-se como a canção se torna mais furiosa e estridente, especialmente nos vocais, porém, o que chama a atenção mesmo é a virada ocorrida no meio da música através de linhas progressivas e consideravelmente pesadas.

    Com as guitarras de Torsten Schramm e Aaron Vogelsberg se destacando mais temos a pedrada Dark Valley, onde o timbre dos vocais lembra da banda também alemão Rage, só que deveras mais encorpado e tanto no ritmo quanto no que acontece em seguida percebe-se flertes direcionados ao Death Metal, porém, sempre com modificações instrumentais instigantes. Em Ode To Really, o Sober Truth exibe uma linhagem épica e beligerante nesta curta canção instrumental, que introduz e se liga aos riffs melódicos presentes em Riven, a quinta de Psychosis, que é alinhada a um Thrash Metal com diminuições de andamento em que destacam-se as partes melodiosas, mas sempre embasadas por vocais coléricos e não posso deixar de ressaltar os seus esbeltos solos de guitarras.

     Para Horizon, os alemães já te capturam graças a harmonia feita pela dupla de guitarristas e também pelos toques feitos pelo baterista Sami Al Baw, que liberam o vocalista Torsten Schramm para despejar sua raiva ao cantar os seus versos, que novamente oscilam do Thrash ao Death/Black Metal Melódico.

    Depois temos a caótica Utopia, que é bastante Groove Metal, ou seja, muito irada nos vocais e não totalmente crua como se esperaria porque o quarteto optou por fazer sua mistura instrumental com bases melódicas aqui ou ali, inclusive, como pode-se notar no solo de baixo e nas suas aproximações com o Industrial. Em Sober ( Re-arranged ), eles disparam um Thrash Metal rápido, contagiante e que é dotado de momentos melódicos e contratempos inesperados na bateria, que deixam a música desafiadora.

     A instrumental Dying Dreams alterna ares viajantes e sinos, que pouco depois fazem eclodir os seus dedilhados em um estilo devidamente mais lento e sombrio, que chegam na faixa título Psychosis a maneira que seus versos são cantados percebemos uma elevação que culmina em um ódio muito grande e sabiamente a banda mergulha em partes calmas, que dividem as atenções com as robustas, entretanto, a cada nova volta, mais brutais, insanas e violentas, que trazem um final devastador à esta décima canção do disco, onde vocais agressivos, urros e a pegada Industrial se mistura com as linhas melódicas envolvendo bastante o ouvinte. Com gaita, violões, percussão em Collapse Unplugged, o Sober Truth finaliza Psychosis de forma acústica como o título da música sugere, porém, não menos agressiva.

    Se misturar estilos como Thrash, Death, Groove, Industrial, Rock Progressivo, Gothic em um mesmo caldeirão e em alguns momentos lembrar de nomes como o Rage e o Rammstain te agradam, então, vale conhecer esta intrigante banda alemã Sober Truth e seu mais novo álbum intitulado como Psychosis.
Nota: 8,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2020

Site Oficial: http://sober-truth.com/        
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