Sodom - Decision Day
 11 Faixas - Shinigami Records - 2017 / 2016

    Em seu 15º álbum de estúdio, os alemães de Gelsenkirchen, que estão no comando do Sodom resolveram abordar em sua temática o conhecidíssimo Dia D ( 06 de junho de 1944 ) quando os aliados realizaram uma das maiores operações de guerra para retomar a Europa da Alemanha Nazista na II Grande Guerra Mundial na frente da Normandia na França. O nome do cd não poderia ser mais adequado que Decision Day, entretanto, não se trata de um álbum conceitual, porém, seus temas de guerra e violência sejam abrangentes nas onze faixas do cd.

    Decision Day conta com o mentor e líder Tom Angelripper no baixo e vocais, Bernemann na guitarra e é o segundo álbum com a presença de Markus "Makka" Freiwald na bateria, cujos processos de gravações e mixagem ficaram ao cargo do produtor Cornelius "Corny" Rambadt ( que é o engenheiro do projeto paralelo de Tom Angelripper, o Onkel Tom ) e sua masterização é de Dennis Koehne ( que trabalhou com Caliban, Exumer, Lacuna Coil, Orden Ogan, Tristania ) e foi realizada no Flying Pigs Studio.

    Para a capa e encartes de Decision Day, que no Brasil saiu em 'digipack' triplo, eles escolheram o mestre Joe Pentagno, que foi o principal desenhista das melhores capas do Motörhead e também contribuiu para o Pink Floyd e Led Zeppelin e aqui exibiu um soldado como se fosse um morto vivo sangrando e com ódio em meio a muitas chamas e neste tema escolhido pelo Sodom... - melhor impossível - em uma das melhores capas da banda e deste ano. Mas, enfim, vamos aos detalhes das onze faixas do cd.

    Na abertura temos In Retribution, que após um solo mais leve e crescente, o Thrash Metal acelerado e caótico eclode com raiva penetrando com seu ritmo infernal em nossas mentes nos levando a desejar a socar o ar, afinal, é Sodom disparando sua implacável fúria novamente. Em Rolling Thunder, o incansável Power Trio alemão começa com solos de guitarras que nos levam para uma esmagadora e densa composição, que é vociferada com ira por Tom Angelripper e para minha surpresa.. temos um trecho com dedilhados mais calmos, porém, sombrios e que chamam o andamento matador do início novamente te convocando para abrir uma roda e berrar seu título com ele. A terceira é o Thrash Metal vigoroso que empresta seu nome ao disco, estou falando da contagiante pedrada Decision Day com vocais raivosos, ritmo avassalador, solos de guitarra proeminentes e a junção de baixo com a bateria que está simplesmente aniquiladora.

    Relembrando do controverso Imperador Romano, a quarta faixa foi nomeada como Caligula e o Sodom continua sua colérica destruição sonora, que apesar da fortificada e acelerada base Thrash Metal de vocais insanos, pode-se perceber também que alguns flertes com o Heavy Metal foram aplicados. Entretanto, o seu estilo é para agitar sem parar durante sua execução.

    Na seguinte, a Who Is God?, o trio apresenta um início instrumental robusto, que nos leva à um Thrash Metal devastador em seu andamento instrumental, onde a violência nos vocais de Tom Angelripper dominam tornando esta música uma das mais vorazes de Decision Day, ouça e confirme.

    De toques mais fortes no baixo, que são seguidos por um ritmo mais cadenciado e de muita força, Strange Lost World marca a sexta do cd e em sua audição você percebe como esta canção vai inflamando e te dispõe a expelir seu ódio junto aos rancorosos vocais de Tom Angelripper, além de poder saborear os reluzentes solos de Bernemann na sua guitarra.

    Depois chega a hora do baterista Markus "Makka" Freiwald convocar com seus toques rápidos e furtivos para curtimos a veloz e dilacerante Vaginal Born Evil, que ao vivo com certeza será responsável por insanas rodas, onde mais uma vez seus polêmicos versos são vocalizados furiosamente por Tom Angelripper e seu refrão ficará na sua cabeça pela forma que é berrado.

   A explosiva Belligerance chega dominando o ambiente com um ritmo acelerado, que depois segue por uma linha cadenciada com vocalizações brutais na mais violenta das faixas de Decision Day, que além do clima tétrico, solos eficazes de guitarra, ela conta com surpreendentes dedilhados fortes no violão e acredito que eles tenham feito aqui um resgate dos Thrashs mais crus cravados na longa história do Sodom. E quando parece que acabou, a música volta ainda mais estranguladora em seus instantes finais.

    Sem parar e tão impiedosa quanto as demais, o Thrash Metal contido em Blood Lions desfere em suas poderosas porradas sonoras de forma rápida e sem dó, além de uma fusão de vocais, baixo, bateria e guitarra violentamente marcante, que martelam para valer o ouvinte inspirando a socar o ar, abrir roda e banguear com muita garra.

    Sacred Warpath começa com um urro forte e caminha por uma linha aniquiladora que te inspira a socar o ar com muita força. Todavia, o que chama mais a atenção são os breves dedilhados que antecedem o solo formidável de guitarra feito por Bernemann, antes de seu final estremecedor vocalizado com imensa cólera por Tom Angelripper tornando esta faixa quase um Death Metal, sendo que seus versos e ritmo também ficarão na sua mente. Na última de Decision Day, o Sodom ataca com um sinistro princípio, que nos traz a hecatombe sonora chamada Refused To Die que é disparada a mais obscura do cd com vocais e toques nos instrumentos consideravelmente macabros.

    Em um tempo que todos os grandes nomes do Thrash Metal mundial estão colocando excelentes álbuns no mercado, o Sodom não poderia ficar de fora e este Decision Day é um de seus mais viscerais e esmagadores registros, que deixam claro que o seu poderio bélico que já dura 36 anos continua inabalável e tem muito mais para nos oferecer. E a sempre atenta Shinigami Records colocou em seu catálogo este novo trabalho de um dos pilares do Big Four germânico, sendo assim, nem pense em deixar de conferir.
Nota: 9,5.

Sites: http://www.sodomized.info/.

Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2017

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