Soilwork - The Ride Of Majestic
13 Faixas - Shinigami Records - 2016

    Formada em Helsingborg na Suécia no ano de 1995, ainda com o nome de Inferior Breed, o Soilwork vem chamando a atenção dos headbangers do mundo inteiro desde o lançamento de Steelbath Suicide no ano de 1998 com o seu Death Metal Melódico.

    Nestes últimos anos, o sexteto atualmente formado por Björn "Speed" Strid nos vocais, Dirk Verbeuren na bateria, Sylvain Coudret e David Andersson nas guitarras, Sven Karlsson nos teclados e Markus Wibom no baixo disponibilizaram o álbum duplo e DVD ao vivo Live In The Heart Of Helsinki e o EP Beyond The Infinite ( somente para a Ásia ) junto à uma grande tour mundial, que não deixou o grupo descansar e quando parecia que eles dariam um tempo, eis que surgiram com este The Ride Majestic, o décimo de estúdio, cuja temática aborda a vida e a morte, que foi sentida pela banda ao perder familiares e um amigo do grupo Chronus.

   Sobre isso e o título do álbum, o vocalista Björn "Speed" Strid comentou: "Cada um dos integrantes da banda sofreu ume perda familiar durante a gravação do álbum. Além disso, um bom amigo nosso, de uma promissora e nova banda chamada Chronus, também faleceu do nada. Dezenove anos de idade. Absolutamente terrível. Nós pusemos este título [no álbum] para lembrar tudo o que passamos juntos e homenagear e celebrar as vidas dos que perdemos. É também um lembrete de que esta vida que estamos vivendo é, depois de tudo, uma viagem majestosa. Com sorte, essa viagem continua após a morte. A viagem majestosa é eterna. Eu acho que é o que acontece quando você perde alguém próximo, você quer que de alguma maneira eles continuem vivendo. Esta é a nossa homenagem”.

    A produção é de David Castillo junto aos membros do Soilwork e foi realizada entre fevereiro e junho de 2015 no Fascination Street Studios 2 em Orebro na Suécia. Richard Gustasson e Per Buströrm cuidaram das gravações da bateria e os vocais tiveram foram registrados e produzidos por Björn "Speed" Strid no Black Outinthered Room em Landskrona. A mixagem e a masterização são assinadas por Jens Bogren no Fascination Street Studios 2 em Orebro, Suécia. A capa que mostra o rito de passagem é de Robert Borbas do Grind Design.

    Coube à faixa título, a The Ride Majestic abrir o cd com a inclusão de dedilhados mais calmos, que dão lugar ao vigoroso Death Metal Melódico do sexteto, que está agressivo, moderno e intenso, seja nos vocais ( de versos limpos e urrados ) ou no ritmo. Mais violenta e acelerada, Alight In The Aftermath é possuidora de seus momentos melodiosos com reluzentes solos de guitarras de Sylvain Coudret e David Andersson somados a vocais sempre enfurecidos e urrados, exceção apenas ao refrão, que é cantado de forma mais limpa. Em seguida, o Soilwork apresenta uma sequencia de percussão e riffs mais introspectivos que percorrem as linhas melódicas, um tanto mais cadenciadas, que  vão se fortificando em seu decorrer e deixam claro a versatilidade de Björn "Speed" Strid ao cantar os versos de Death In General, que certamente vai te conquistar.

    Em Enemies Of Fidelity, ouvimos um andamento melodioso que ganha em peso assim que os urros de Björn "Speed" Strid  tomam conta em uma complexidade instrumental muito grande para te deixar ligado no som, que recebe depois os vocais limpos fazendo um contraste eficiente no refrão, tanto que foi escolhida como o primeiro clipe de The Ride Majestic, veja em https://www.youtube.com/watch?v=5aCvJWyeGnA.

    Para a seguinte, os suecos aceleram e trazem um ritmo melódico, que é quebrado graças às competentes modificações que servem para tornar Petrichor By Surphur disparada uma das melhores faixas de The Ride Majestic pela envolvência que tece a cada um de seus minutos, que aconselho ouvir mais vezes para absorver tudo o que o Soilwork incluiu aqui. Em The Phantom, que destaca a presença de Pascal Poulsen do Odium nos vocais junto à Björn "Speed" Strid somos expostos à uma avalanche sonora imensa e que é altamente convidativa a sair 'bangueando' logo em sua primeira audição, entretanto, o Soilwork aplicou alterações que impressionam bastante, especialmente nas suas aterrorizantes partes de vocais limpos. Na sétima, a título The Ride Majestic ( Aspire Angelic ), os suecos começam com poderosos solos de guitarras cheios de técnica e melodia, que fazem uma sustentação frenética aos sempre coléricos vocais, que em seus momentos mais limpos te levam a pensar: que sonzeira é este álbum.

    Instantes depois, mergulhamos em Whirl Of Pain, que começa mais calma nos dedilhados e vai ganhando potência, porém, de forma cadenciada evidenciando assim, a capacidade do vocalista do Soilwork em cantar cada trecho, seja calmo ou furioso, que cativa com facilidade aos fãs. Intensidade é a palavra de ordem neste The Ride Majestic, e para a nona do cd, a cadenciada e cheia de pulsação All Along Echoing Paths, eles disparam alguns trechos que são puramente de Death Metal Melódico e outros voltados ao Heavy Metal Moderno em evoluções de vocais e instrumentais que são deveras instigantes.

    Com solos de guitarras aparecendo um pouco mais em meio à um veloz caos sonoro, Shining Lights chega com um rolo compressor, que não exala raiva o tempo todo graças aos vocais limpos e ao ritmo mais melodioso em alguns breves impactantes momentos. 

    De começo sombrio e ritmo mais pesado, Father And Son, Watching The World Go Down, alterna linhas modernas nos vocais do convidado Nathan James Biggs do Sonic Syndicate em parceria com Björn "Speed" Strid em uma calcificadora base instrumental, que está dotada de longos solos de guitarras que sempre apresentam ótimas melodias sinistras, mas arrebatadoras.

    Inclusa como bônus neste The Ride Majestic, temos a eficaz e veloz Of Hollow Dreams, que possui um andamento e vocais que fazem desta um implacável Death Metal Melódico e será ideal para a abertura de rodas, graças à construção diversificada do Soilwork. O segundo bônus do cd é a faixa Ghosts And Thunder, que inicia-se de forma limpa, porém, como não poderia deixar de ser... fica tão raivosa quanto as outras mantendo intacta a habilidade do sexteto em produzir canções fascinantes para se 'banguear'. Confirme reparando em suas partes calmas e também as agressivas, que são executadas com perspicácia pela banda.

    A expressão "álbum acima da média" é a melhor definição para este The Ride Majestic, pois, o Soilwork soube como criar um grande disco, cuja absorção necessita de várias audições dado ao grau de complexidade percebido nestas treze faixas ( sendo duas inclusas como bônus exclusivos na versão da Shinigami Records ), que seguem com muito primor pelo Death Metal Melódico e o Heavy Metal Moderno, o que explica o sucesso mundial do sexteto.
Nota: 9,5.

Sites: http://www.soilwork.org/, http://www.facebook.com/soilwork
e http://www.youtube.com/user/soilwork.

Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2016

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