S.O.T.O. - Divak
 13 Faixas - Shinigami Records - 2016

    Quando o sempre impressionante vocalista Jeff Scott S.O.T.O. percebeu que estava com seu lado mais pesado um tanto que perdido, por assim dizer, o ex-Yngwie Malmsteen, Talisman, Journey e outras, como sempre fez ao longo de seus mais de 30 anos de carreira se reinventou e criou a banda S.O.T.O. acompanhado do espanhol Jorge Salán ( ex-Mago de Oz ) na guitarra, David Z ( Z02 ) no baixo e os 'brazukas' BJ nos teclados e guitarra e Edu Cominatto na bateria, sendo que ambos são ex-Tempestt.

    Inclusive, a junção de músicos de diferentes partes do mundo, segundo Jeff Scott Soto foram determinantes para moldar o seu Heavy/Hard Rock moderno do projeto S.O.T.O.. Para este segundo álbum intitulado como Divak, Jeff Scott Soto cuidou da produção junto à Edu Cominatto, exceção feita apenas as músicas Freakshow de produção de Jeff Scott Soto e Tony Dickinson e Awake, que foi produzida por Jeff Scott Soto e Connor Engstrom.

   E cada um dos músicos envolvidos registraram suas partes em seus estúdios preferenciais como podemos confirmar olhando o seu ótimo encarte. A mixagem e a masterização é de John Ellis e foi realizada no Prism Sound/Dramastic Audio em Acton/Massachutes nos Estados Unidos. E tem mais brasileiro em Divak, pois, o famoso artista Gustavo Sazes desenhou a capa e os encartes.

    A abertura coube a música título do cd, a Divak, onde temos uma tensa sequencia instrumental épica e instigante, que é dotada de vários coros cinematográficos, que chamam a segunda, a pesada Weight Of The World, que é munida de uma roupagem Heavy Metal moderna e devidamente cativante com Jeff Scott Soto cantando com uma certa agressividade e conduzindo a canção a um crescente positivo em meio aos vigorosos solos de guitarras de Jorge Salán com destaque ao convidado brasileiro Leo Mancini, ex-Noturnall ( é Jeff realmente aprecia os músicos tupiniquins, que sabemos que são muito talentosos ). Em Freakshow ouvimos uma percussão robusta e um ritmo atual, que trazem outra face do 'camaleão' Jeff Scott Soto nos vocais, que sabe empregar sua voz para nos fisgar, mesmo em uma música tão diferenciada como esta, que contém um solo de guitarra de Chris Ferner, que chama bastante a nossa atenção, assim como a interpretação do vocalista, que solta até alguns guturais em suas linhas agressivos.

    Começando com um solo de guitarra de alto nível, graças a cortesia técnica de Jorge Salán, que serve para guiar o estilo mais cadenciado da música, Paranoia marca a quarta de Divak e mostra que Jeff Scott Soto está antenado ao som praticado nesta segunda década do século XXI, ao pegar suas influências e moldá-las em um vibrante Hard Rock, que contém solos de Roger Benet na guitarra junto a Jorge Salán de muita categoria, além de seu contagiante refrão.

    Os teclados de BJ assumem a evidência logo no princípio de Unblame, que após alguns momentos mais introspectivos recebem partes para 'banguear' e perceber como foram realizadas a fusão dos vocais com os demais instrumentos cravando outra reluzente composição, que recebe um formidável solo do guitarrista Jorge Sálan e do convidado Leo Mancini em veias e um refrão mais Hard Rock.

    Mais pesado do que imaginava até por saber da veia mais Hard Rock presente na carreira de Jeff Scott Soto, Divak prossegue com a Heavy Cyber Masquerede, onde o grau aplicado pela banda S.O.T.O. é sentido nos vocais de seu líder, que deixam o ouvinte focado em sua atuação, porém, também deve-se prestar uma atenção ao exuberante solo de baixo realizado por David Z. Dedicada aos animais do mundo, com arranjos e dedilhados feitos pelo produtor Conner Engstrom, a balada In My Darkest Hour traz Jeff Scott Soto cantando com emoção cada um de seus versos, que nos fascinam logo de cara. E mais uma vez, Leo Mancini participa solando com precisão e conferindo muita melodia com as notas de sua guitarra. O final desta sétima canção é mais Progressivo e a tornam um destaque de Divak

    E as linhas mais vigorosas do cd retornam com Forgotten, que passa por trechos cadenciados, pesados e por vocalizações em coro muito bem direcionadas por Jeff Scott Soto, que evidencia a sua conhecida versatilidade fluir livremente ao cantar seus versos. Quando eclodem os solos de guitarras, a hora de brilhar fica para mais um convidado, agora o Luiz Portinari antes do vocalista repetir seu eficaz refrão, que é mais grudento. Até pareceu que Sunker Punch seria mais intimista por conta de sua harmonia inicial, mas não, o que temos é um estilo melodioso e fortificado pelas linhas de guitarras do citado Luiz Portinari e Jorge Sálan, que deixam Jeff Scott Soto livre para vociferar com uma quantidade de voltagem bem grande na maior parte de seus minutos.

    Sempre seguindo com uma dosagem de potência elevada, a seguinte do cd, a Time oscila entre um Black Label Society e um Dr. Sin pela forma que é vocalizada e também pelo jeito que suas guitarras aparecem, porém, com um refrão altamente convidativo para se cantar junto. Entretanto, a maior surpresa desta décima faixa reside na virada Heavy Metal e rápida que ouvimos em sua sequencia final.

    Depois, após uma impactante evolução instrumental logo de cara temos Jeff Scott Soto cantando de forma mais calma e quase furiosa em outros, a 'polivalente' canção Misfired, que não ouso definir qual seria o seu real estilo, ouça e tente você mesmo apontar o que esta sonzeira é, cujos solos de guitarras foram executados pela dupla Jason Rufuss Sewell e de Al Pitrelli ( que já tocou no Alice Cooper, Savatage, Megadeth e outros ) atuando como convidados.   

   Sempre apresentando uma infinidade de variações em suas canções, que servem para te manter ligado em suas atividades a cada faixa, este álbum da banda S.O.T.O. chega em sua décima segunda com a Fall From Cage, que é mais cadenciada, caminha por ótimos solos de guitarras e vocais mais nervosos, mas sempre mantendo a melodia de qualidade e um ritmo de baixo e bateria ( de David Z e Edu Cominatto respectivamente ), assim como seu refrão, todos significativamente atraentes. No fim de Divak, o produtor Connor Engstrom tocou teclados e guitarras aliando sua habilidade para uma das mais pesadas - e porque não dizer - viajante composição do cd, onde contamos com vocalizações mais 'largadas' e para meu espanto: um mergulho sensacional nos teclados, que a tornam ainda mais positiva com Jeff Scott Soto cantando de forma limpa, que colabora para revigorar o prazer de ouvi-la antes de chegarmos aos seus momentos finais, que estão mais pesados.

    Divak demonstrou que S.O.T.O. é uma banda que soube como utilizar o Hard Rock e o Heavy Metal aliando-os aos conceitos modernos com um mestre como Jeff Scott Soto em seu comando para tornar a audição inquestionavelmente intrigante, interessante e plenamente satisfatória em cada um dos seus minutos. Quem esperava um Hard Rock mais tradicional como ele sempre fez ao longo da sua carreira ficará positivamente espantado, pois, temos nestas treze canções um som robusto, atual e de refrães ótimos. Mais uma vez Jeff Scott Soto ousou e se superou.
Nota: 10,0.

Sites: http://sototheband.com/site/, https://www.facebook.com/sotoofficial,
https://www.youtube.com/channel/UCwphJJatjjHhv9xvl1LaMow
e http://www.reverbnation.com/sototheBand.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2016

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