Stratovarius - Destiny
 22 Faixas - Duplo - Shinigami Records - 1998 ( Relançamento 2016 )

   Um dos nomes que logo pensamos quando se fala de Power Metal são os finlandeses da cidade de Helsinque conhecidos por Stratovarius, que há mais de 30 anos encantam e lançam álbuns importantes que foram definidores do estilo e também responsáveis por tornarem o quinteto famoso e querido em todo o mundo. A Shinigami Records, que sempre tem colocado álbuns formidáveis no mercado brasileiro resgatou um que pode ser considerado como da chamada fase de ouro ou clássica do Stratovarius com este Destiny, que veio acrescido de três canções bônus e um cd ao vivo, o Visions Of Destiny, um 'bootleg' registrado em sua terra natal em outubro de 1999 durante a esplendorosa turnê de divulgação do cd Destiny, que saiu um ano antes em 1998.

    Este novo Destiny foi remasterizado pelo "papa" do Metal Melódico finlandês Mika Jussila no seu renomado Finnvox Studio em Helsinque. Além disso, este cd conta com uma nova e mais bonita capa desenhada por Gyula Havancsák, muitas fotos, letras das músicas e informações que os seguidores do Stratovarius adoram, que na época tinha sua formação "nota 10" com Timo Kotipelto nos vocais, Timo Tolkki na guitarra, Jari Kainulainen no baixo, Jens Johansson nos teclados e Jörg Michael na bateria. Nesta resenha você saberá porque Destiny alavancou a primeira posição nos rankings da Finlândia nas linhas abaixo.

    Lançado no final de setembro de 1988, Destiny é o sétimo álbum de estúdio do Stratovarius e é aberto com sua épica faixa título, que traz aquele clima positivo, pesado e acelerado com vocalizações esplêndidas de Timo Kotipelto, que te empolga a cantar seu refrão com ele. Delicie-se também com cada solo de Timo Tolkki em sua guitarra e também na fusão perfeita de baixo, teclados e bateria neste emblemático épico chamado Destiny, que passa seu contagiante astral e te deixa animado. Em seguida temos S.O.S. com Jens Johansson direcionando com seus teclados por onde este vibrante Power Metal seguirá e sentimos sua força, velocidade e porque não dizer... agressividade fluírem de forma magnífica na condução do Stratovarius em cada linha instrumental e de vocais. Com um solo forte e rápido de Timo Tolkki, que é acompanhado pelos demais, No Turnning Back é aquele típico Power Metal veloz, que é vocalizado por Timo Kotipelto de forma exuberante te conquistando na hora, seja por conta da maestria dos toques do baterista Jörg Michael ou ainda pela atuação de Jens Johansson nos teclados.

    Na sequencia deste já clássico Destiny, temos todo o 'feeling' de 4.000 Rainy Nights, que apresenta um longo solo de guitarra de Timo Tolkki e prossegue tal qual uma balada, que te captura de vez no refrão, que fica na cabeça com facilidade e você sairá cantando em poucas audições. Além de flertar com a música clássica Rebel é encorpada e acelerada como devem ser os Power Metal do Stratovarius, onde Timo Kotipelto alcança notas altas com sua vigorosa voz e a banda pode colocar melodias impactantes. Em Years Go By sentimos toda a emoção dos vocais de Timo Kotipelto e do piano de Jens Johansson em uma balada sintomática, que pega no coração ao acompanhar sua letra. Quando é chegada a hora dos solos de Timo Tolkki na guitarra nota-se que eles adicionaram mais potência e já saiba... você deverá fechar os olhos para sentir sua saborosa eletricidade.

    Playing With Fire é a sétima de Destiny e aparece com linhas instrumentais excelentes, especialmente, nos teclados de Jens Johansson, e assim que Timo Kotipelto começa a cantar temos o ambiente animado da canção, cujo refrão será memorizado logo em sua primeira audição. Para Venus In The Morning recebemos os belos dedilhados no violão feitos por Timo Tolkki e toda a leveza dos vocais de Timo Kotipelto em uma canção que vai crescendo de forma esbelta e durante os seus solos de guitarra sentimos sua aura clássica se evidenciar, nos emocionar e trazer os trechos mais pesados e melódicos da canção para depois terminar aos dedilhados de seu princípio com toda a sua melancolia.

    A última do tracklist original de Destiny é a memorável Anthem Of The World, onde suas linhas clássicas contrastam com os solos melódicos crescentes, que dão corpo à esta linda canção vocalizada com perfeição por Timo Kotipelto e nos inspirando a cantar seus versos com ele enquanto podemos também deliciar com a harmonia acelerada executada pelos outros quatro músicos através de variações instrumentais soberbas.

    O primeiro bônus desta reedição é Cold Winter Nights ( presente apenas na versão europeia de Destiny ) e começa célere e melódica como o esperado através de um ritmo Power Metal com a marca dos finlandeses, que conta com solos marcantes de guitarra e teclados na cortesia de Timo Tolkki e Jens Johansson, respectivamente. Já o segundo bônus saiu apenas no Japão e chama-se Dream With Me, que entra aos dedilhados que estão dispostos a nos emocionar na leveza do sempre versátil Timo Kotipelto em mais uma balada Heavy de alto poder de te satisfazer à maneira que vai ganhando mais peso da combinação dos solos de Timo Tolkki e da bateria de Jörg Michael para terminar de forma excelente. Encerrando o cd temos o terceiro bônus com uma versão do sucesso Blackout do Scorpions, que ficou sensacional no estilo aplicado pelo Stratovarius, que saiu anteriormente na versão americana de Destiny.

    Para conferir e relembrar de como era a pegada do Stratovarius ao vivo temos como extra o cd Visions Of Destiny, que é aberto com Destiny, que está obviamente um pouco mais rápida e pesada comparando-se com sua versão de estúdio, porém, com o mesmo grau de intensidade que já reparamos com o aditivo da frenética participação dos fãs, que aplaudem bastante.

    Logo após este começo caloroso, o quinteto emenda o hino Paradise do Visions de 1997, anunciado em finlandês e trazendo toda a garra Power Metal do Stratovarius em sua terra natal e com sua formação clássica levando aos fãs a cantarem seu refrão em plena alegria. Ovacionados, eles retribuem em 'aceleração plena' com a Speed Of Light ( do Episode de 1996 ), que ficou também mais potente que no estúdio e contou com solos de teclados e de guitarra com soberba técnica para fã nenhum desaprovar.

    Em mais uma que funcionou muito bem ao vivo do álbum Destiny, o sempre animado Timo Kotipelto canta a S.O.S. com direito a repiques excelentes de bateria feitos por Jörg Michael. Ainda do então disco novo, nas palmas a grandiosa Anthem Of The World, que teve sua adrenalina aumentada neste show em uma interpretação repleta de qualidade pelo quinteto, que a deixou bem mais pulsante em uma nova comparação com sua contraparte de estúdio. Hoje estas canções são clássicos comprovados da banda, mas, nesta época eram sucessos de um ou dois anos atrás e Forever Free do Visions foi a próxima do show e contou com toda a voltagem de seu ritmo veloz, devidamente infectante e característico realizado com habilidade pelo Stratovarius, que teve seu título gritado pelos fãs no momento em que o vocalista provavelmente mirou seu microfone para a plateia.

    E não posso deixar de comentar da sinfonia esplendida, que os outros quatro músicos fizeram em seus instrumentos, sempre de forma eficaz que fizeram de Forever Free um grande momento do show, que só não foi maior que o posterior, pois ao percebemos os conhecidos toques de teclados de Jens Johansson para a sempre acelerada melodia presente em Black Diamond, outra do Visions, tenha a certeza que vai te envolver  como fez a todos os presentes, onde podemos notar claramente que além dos vocais de Timo Kotipelto se destacarem, podemos apreciar também como Timo Tolkki sola e faz sua guitarra "conversar" com os teclados tocados primorosamente por Jens Johansson até chegarem em um final explosivo.

    Entretanto, isso não foi tudo, pois, na continuação do show em um ritmo Rock'n'Roll e com um solo de Timo Tolkki em sua guitarra notamos a banda adentrar mais no Visions com The Kiss Of Judas com toda a eficiência de Timo Kotipelto ao cantar seus versos de um jeito que só não é maior que o brilho contido nos solos de guitarra.

    Outra que não deixa ninguém parado até hoje é a Distant Skies do Fourth Dimension de 1995 e com seu lado melódico se evidenciando mais à frente e naturalmente levando a plateia se agitar toda. A última deste segundo cd é a sensibilizante balada Forever  ( do Episode ) com Timo Tolkki nos dedilhados e Timo Kotipelto produzindo uma enorme emoção com seus vocais, que são divididos com os presentes, principalmente nos momentos onde os "ôôôôôôô" tomam conta da canção.

    Se em sua versão original Destiny já era considerado um álbum indispensável aos fãs do Power Metal e do Stratovarius, esta reedição remasterizada, com uma nova arte de capa e com o cd Visions Of Destiny então se tornou um item que devemos adquirir o quanto antes e pode-se escolher a versão em 'digipack' ou a com capa em acrílico. Enfim, quer saber como o Stratovarius chegou ao topo do Power Metal Melódico? Ouça este álbum e descubra!!!
Nota: 10,0.

Sites: http://www.stratovarius.com, https://www.facebook.com/stratovarius/
e https://twitter.com/strato_official.

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2017

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