Suicide Silence
9 Faixas - Shinigami Records - 2017

    O quinteto Suicide Silence teve origem em 2002 na cidade de Riverside no sul da Califórnia nos Estados Unidos e sua ideia é a de enviar um som pesado e acelerado ao máximo com algumas breves paradas, que diminuem sua velocidade intensa nos padrões do Deathcore.

    Este lançamento autointitulado marca o quinto álbum da banda, o segundo sem o vocalista e fundador Micth Lucker ( falecido em decorrência de um acidente de moto ), o primeiro sem nenhuma composição dele e também o primeiro com alguns vocais limpos nas músicas entre os rasgados e furiosos, o que causou estranheza em muitos fãs levando alguns a realizarem um abaixo-assinado para que o álbum não fosse lançado, entretanto, ele está aí e vamos aos seus detalhes.

    O line up responsável por este trabalho é o seguinte: Hernan "Eddie" Hermida nos vocais, Chris Garza e Mark Heylmun nas guitarras, Alex Lopez na bateria e Dan Kenny no baixo e as suas gravações aconteceram em Venice na Calinfórnia ( E.U.A. ) no Blackout Chamber com o produtor Ross Robinson ( Slipknot, Korn, At The Drive In, Sepultura, Glass Jan e From First To Last ), sua mixagem é assinada por Joe Barresi ( Tool, Queens Of The Stone Age, Slipknot, Fu Manchu, Kyuss e Bad Religion ) e a masterização é assinada por Dave Collins ( Metallica, Bruce Dickinson, Neurosis, Sepultura ). A capa é mais básica e mostra apenas o logo da banda e seus integrantes com uma foto tirada por Dan Karr em um design elaborado pelo brasileiro Marcelo Vasco ( Slayer, Borknagar, Torture Squad, Dimmu Borgir, Brujeria, Testament, Kreator e muitos outras),  enquanto que no encarte temos fotos de vários lugares visitados pela banda.

    E é com riffs distorcidos que o álbum começa, que pouco depois dão lugar a urros furiosos e um ritmo pesado em que o baixo de Dan Kenny aparece bastante nesta primeira faixa chamada Doris, que conta com breques climatizados em seu andamento destacando a participação de Jose Mangin nos vocais com Hernan "Eddie" Hermida, que emite alguns que são totalmente dilacerantes. Mais robusta e consideravelmente carregada em seus primeiros instantes, Silence segue o cd de uma forma mais lenta e deveras agonizante, onde os vocais raivosos de Hernan "Eddie" Hermida nos conduzem para um final simplesmente monstruoso e assustador. A crua e insípida Listen traz o convidado Steve Krolikowski do Repeater junto a Hernan "Eddie" Hermida em alternações típicas de New Metal, que culminam em um ritmo caótico e de vocais urrados, que evidenciam algumas insanas viagens em seu término.

    De dedilhados mais calmos em uma linhagem de vocais distantes e lamuriantes, Dying In a Red Room é a enigmática quarta música do cd, que em seu decorrer ganha mais energia até se tornar tão desesperadora quanto as demais. Em Hold Me Up Hold Me Down, o Suicide Silence desfere uma de suas mais coléricas canções deste álbum e também a mais rústica em sua construção instrumental, que possui até alguns 'pig squeeals' em seus fulminantes urros. Eles até ultrapassam os limites do Nu Metal - por assim dizer - para garantirem a aspereza de cada uma de suas canções, e em Run, que inicia-se esmagadora, os vocais limpos contrastam com isso até se modificarem para um estilo mais experimental notadamente desejado pelo quinteto e sempre exalando um ambiente voltado a uma devastação sonora que é urrada incansavelmente.

    Na sétima que é a The Zero, o Suicide Silence começa mais lento com um estilo quase que Gótico para então nos mostrar o seu formato denso e repleto de urros transbordando fúria, que ocupa os espaços da música alternando partes assim com outras percebidas em seu início entre os solos distorcidos da dupla de guitarristas Chris Garza e Mark Heylmun. Conformity apresenta linhas calmas e melancólicas em seus dedilhados e vocais limpos, que produzem uma surpresa ao se comparar com as demais. Isso confere uma aura depressiva à canção, que mais ao final é incorporada por caprichosos e pesados solos de guitarras transformando-a na melhor do álbum em um clima totalmente Doom Metal.

    Sentiu falta da pancadaria ouvida nas anteriores? Calma!!! Porque para fechar o cd, o Suicide Silence escolheu a mais aniquiladora de todas com a Don't Be Careful You Might Hurt Youself, que é a mais veloz do disco, possuidora de urros matadores, enfim é para bater a cabeça o tempo inteiro, porém, o quinteto americano ousou novamente e efetuou quebras em seu vigoroso ritmo, que termina com assovios sombrios.

    Pelo jeito que o Suicide Silence conduziu as músicas deste cd mesclando seu Nu/New Metal com Death, Doom, Gothic e Thrash Metal, sempre deixando evidente as características como rudeza, fúria, ódio e distorções o tempo todo, fatos que fazem sua audição ser realizada em várias sessões para se acostumar com suas canções para que com o tempo possam cair no gosto dos fãs ( o que será difícil ). E a escolha dos produtores foi deveras acertada, pois, apesar de bastante diferenciado o que temos aqui, ela deixou tudo convincentemente claro. Indicado para dias que tudo deu errado e você está explodindo de raiva.
Nota: 7,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2018

 

 

 

 

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