The Chemical Brothers - Born In The Echoes
 15 Faixas - Virgin/EMI Records - 2016

    O duo inglês da cidade de Manchester The Chemical Brothers composto por Tom Rowlands e Ed Simons  transita principalmente pelas variações da música eletrônica como Techno, Dance Alternativo, Big Beat entre outros desde quando surgiram em 1991 ainda com o nome de The Dust Brothers. A virada para o nome The Chemical Brothers aconteceu com a dupla alcançando mais fama no cenário pela remixagem de Wonderwall do Oasis e pela produção de um álbum do Beastie Brothers, que garantiu um contrato com a Virgin Records que lançou o primeiro de seus álbuns, o Exit Planet Dust em 1995.

    Em 2015, eles disponibilizaram seu nono registro de estúdio com o título de Born In The Echoes, que foi gravado e mixado por Steve Dub Jones e Tom Rowlands no Audio Reserch em Sussex na Inglaterra. A masterização ficou por conta de Mike Marsh no The Exchange Mike Marsh Mastering em Devon na Inglaterra. A capa que é de certa forma simples e embalada em um 'digipack' é um desenho do Fabric Design Circa 1843 The National Archives. Começa aqui uma das resenhas de um álbum completamente diferente do que costumeiramente você lê aqui no Rock On Stage, mas, de curioso que sou segui em frente e enfrentei o desafio, mesmo o som não sendo o que ouço no meu dia a dia.

    Sometimes I Feel So Deserted abre Born In The Echoes com batidas eletrônicas características e constantes um tanto que viajantes, que trazem os vocais mais agudos em uma atmosfera Pop dançante e com vários crescentes instrumentais, onde consegue-se imaginar seus lasers passando por cima da sua cabeça em uma pista de dança. A segunda chama-se simplesmente Go e o estilo mais Drumbass com misturas de Pop/Rap na participação do Rapper Q-Tip aparecem mais convidando, de certa forma, para dançar sua cara eletrônica.

    Na presença da cantora Annie Erin Clark ( ou St. Vincent ) com vozes sintetizadas Under Neon Nights prossegue o clima de festa proposto pelo The Chemical Brothers e mostra em seus ritmos eletrônicos, um tanto que 'computadorizados', alguns flertes com a música oriental e árabe. Para EML Ritual recebemos uma sequencia repetitiva de vocais distantes do convidado Ali Love, porém, sintetizados, além de versos mais estranhos, que percorrem caminhos introspectivos até que se tornam mais 'na cara' próximo de sua parte final. Que curte um som industrial nos moldes da trilha sonora de um Matrix, vai apreciar esta faixa.

    E por falar em máquinas é o que se sente ao ouvir I´ll See You There com a percussão mais às claras, pois, as distorções mais fortes são o que teremos em evidência nesta quinta canção de Born In The Echoes, onde o baixo e a bateria ( seja extraídos através de sintetizadores ou não )  ressoam com força marcando uma participação do poeta canadense Bill Bissett. A bizarra ( ao menos para mim ) Just Bang com suas sempre repetitivas batidas eletrônicas continua o cd e provavelmente só deverá agradar aos fãs de EDM e Dance.

    Em Reflexion, eles mostraram seus sequenciadores produzindo os seus ritmos com repetições curiosamente com linhas mais melodiosas e viajantes, por incrível que pareça. Dependendo da balada que você estiver... esta faixa pode até cair bem. Entretanto, o que é interessante neste cd do The Chemical Brothers é o fato que eles realizam várias viagens eletrônicas em suas canções e com Taste Of Honey, onde percebemos vocais femininos, isso novamente acontece. Porém, são aplicados efeitos que mais parecem um Atari ( lembram do antigo video-game ) quando apresentava um defeito no 'cartucho'.

    Na faixa título, a Born In The Echoes, os vocais da cantora Indie Cate Le Bon aparecem de forma intimista e distantes em uma batida Techno constante, que também possui momentos para que sejam disparados os lasers ( nas pistas de dança ). Radiate vai se elevando em um espaço animado e com vocalizações que passam muita emoção, que tornaram esta a melhor música do cd em um astral positivo, que ganha mais energia e exibe suas viagens. No encerramento de Born In The Echoes temos a faixa Wide Open, que conta com a participação do cantor Pop Beck lembra das canções Pop/Eletrônicas dos anos 80 e é bastante acessível para as FM´s.

    Para quem curte Rock e Heavy Metal ( a grande imensa maioria dos leitores do Rock On Stage ) e todas suas subdivisões já aviso: passe longe deste Born In The Echoes, porém, se você caro leitor(a) estiver acostumado com estilos como Eletrônico, EDM, Pop, House, Industrial poderá apreciar algumas viagens, poderá reparar em momentos intimistas e se expor até a um Pop inspirado nos antigos hits dos anos 80, ou seja, para ouvir as onze músicas deste álbum do The Chemical Brothers será necessário no mínimo ter a mente bem aberta.
Nota: 6,5.

Sites: http://www.thechemicalbrothers.com/.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2016

Voltar para Resenhas