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The Pretty
Reckless - Death By Rock
and Roll
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Em 2017, eles estavam juntos ao Soundgarden em Detroit, quando o vocalista Chris Cornell tirou sua vida após um memorável show. Esta tragédia abalou bastante o The Pretty Reckless, que se isolou por um tempo, além de cancelar a maior parte de sua turnê, situação que foi agravada onze meses depois pelo acidente fatal de moto do amigo e produtor Kato Khandwala, que levou inclusive à separação da banda e os conduziu à uma rotina de depressão e uso de drogas.
Ainda bem que em 2018, a vocalista Taylor Momsen e o guitarrista Ben Phillips voltaram a compor para canalizar este impacto em suas vidas e o resultado foi este Death By Rock and Roll, cujo single título saiu em 2019 e marcou a quinta música número #1 da banda, um feito inédito e que até então nunca atingido por nenhuma banda de Rock liderada por mulheres. Aliás, seja com a música ou com a banda, eles obtiveram muitos elogios pela CNN, Paper, Forbes, Consequence Of Sound, Loudwire, Alternative Press, Revolver e outras.
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Saibamos agora porque estamos diante de outro marcante disco do The Pretty Reckless com este Death By Rock and Roll, que começa em sua faixa título, que após alguns passos tem a sua pulsante energia sendo exibida através dos vocais de Taylor Momsen e, principalmente, dos solos feitos por Ben Phillips, que fazem desta música uma vibrante abertura e evidencia porque ela foi rapidamente ao topo das paradas. Com a presença de Kim Thayil do Soundgarden nos solos de guitarra e Matt Cameron do Pearl Jam ( e também Soundgarden ) na bateria temos a empolgante Only Love Can Save Now, que exala pesadas e distantes linhas cadenciadas muito bem vocalizadas por Taylor Momsen, sendo que os convidados citados tornam esta música ainda mais repleta de adrenalina.
A terceira é And So It Went e após alguns acordes mais obscuros, o Rock'n'Roll encorpado da banda entra em cena com Taylor Momsen junto aos demais concedendo uma intensidade musical gigantesca, mas, a musa usa sua ótima voz de forma cativante tornando a composição deveras intrigante e chamativa para participar de seu refrão, cujos solos contém o genial guitarrista Tom Morello ( Audioslave e Rage Against The Machine ). Além disso, a parte que ela canta com um coro de crianças é deveras impactante e mostra que será ainda melhor quando for exibida ao vivo.
A introspectiva 25 é a quarta do cd e o The Pretty Reckless passa uma aura sombria e viajante em seu ritmo, que salienta a atuação exuberante de Taylor Momsen, que alterna muita dramaticidade a cada verso e usa todo o potencial de sua voz ante a um logo solo feito por Ben Phillips, que modifica a dimensão para onde a canção vai... seja em suas linhas intimistas ou grandiosas. Para My Bones, a percussão feita por Jamie Perkins ganha os holofotes junto aos vocais encorpados de Taylor Momsen por meio de um andamento atraente, moderno e com uma pegada Rock Pesado que se eleva e muda positivamente em sua parte final ganhando mais velocidade e configurando esta em um distinto momento de Death By Rock And Roll, onde não posso deixar de salientar os toques do baixista Mark Damon, que também fazem a diferença.
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A penúltima é o Blues leve Rock and Roll Heaven, que é detentor de melodias e linhas admiráveis, que estão consideravelmente encantadoras, assim como seus vocais, que trazem uma letra sobre uma palavra que os americanos não conhecem em seu dicionário... saudade, ouça e sinta sua harmonia literalmente espiritual com citações diretas ao Pink Floyd e ao 'clube dos 27' de Jim Morrison, Janis Joplin e Jimi Hendrix em seus versos. Fechando a conta, o relevante Southern Rock presente na tranquila Harley Darling, que traz Isaac Phillips na gaita no princípio e um coro magnífico com Ana Lombard e Sara Hallie Richardson juntas a Taylor Momsen, que cantam os seus versos com o coração nas mãos e exalam muito 'feeling' nesta notável canção que é uma homenagem à Kato Khandawala e que você caro leitor(a) do Rock On Stage deverá cantar com o The Pretty Reckless, inclusive, reparar no motor de sua motocicleta ligado e passando claramente a sensação de sua partida para sempre, entretanto, de uma forma alegre.
"'Death By Rock And Roll' é uma espécie de grito de guerra do Rock And Roll. É nosso Rock e nosso hino. Para mim, o Rock representa liberdade, e sempre representou. O Rock é um estilo de vida, é uma mentalidade, uma religião - é tudo. Então é viver sua vida do seu jeito, viva do jeito que você quer, não deixe ninguém te dizer o contrário. É uma espécie de declaração do 'Death By Rock And Roll' - é liberdade", afirma a linda Taylor Momsen, e cá entre nós, ela está completamente correta, porque no que o Rock não significar tudo isso, não será mais Rock e não terá mais graça.
Então, trate de incluir este formidável Death By Rock'n'Roll ( que saiu no Brasil graças à parceria da Shinigami Records com a Century Media e é um dos melhores lançamentos do ano ) em sua coleção o quanto antes, pois, tenho certeza que o álbum alcançará os mesmos índices de sucesso dos anteriores ao nos brindar com doze excelentes canções de Rock'n'Roll diretas, algumas baladas outras introspectivas; porém, todas exibindo uma atuação de gala do quarteto, que merece ser absorvida com prazer a cada um dos seus 50 minutos de duração frequentemente.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2021
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