The Resistance - Coup de Grâce
 13 Faixas - Shinigami Records - 2016

    O quinteto sueco The Resistence teve origem na cidade de Estocolmo no ano de 2011 quando o guitarrista Jesper Strömblad, que foi membro fundador do In Flames ( e o responsável pelas composições da banda até sua saída em 2010 )  decidiu montar um novo projeto com ex-membros do Soilwork, Grave e The Haunted com a ideia de tocarem um Death Metal Old School e pitadas de Thrash e Hardcore.

    O primeiro EP foi lançado em 2013 com o nome de Scars e o primeiro cd recebeu o título de Torture Tactics, sendo disponibilizado em 2015. Coup de Grâce, que é o alvo desta resenha foi disponibilizado em 2016 e marcou o último registro da banda, pois, eles anunciaram encerraram suas atividades pouco depois do lançamento do novo trabalho.

    O line-up final do The Resistance contou com o líder Jesper Strömblad ao lado dos músicos Glenn Ljungström na guitarra ( ex-In Flames ), Marco Aro nos vocais, Chris Barkensjö ( ex-Kaamos ) e o novo baixista Rob Hakemo ( ex-M.A.N. ) e para a produção de Coup de Grâce, além dos citados músicos tivemos a importante participação de Jocke "The Wizard" Skog, sendo que este assina também os  processos de mixagem e masterização. A capa que está devidamente sombria, nos mostra um rosto bastante deteriorado é um desenho da artista Michaela Barkensjö da Sinners Art. E em Coup de Grâce, os suecos decidiram metralhar com treze 'estraçalhadores' e brutais composições, que são voltadas ao Death Metal mais extremo, que lhes foi possível produzir. Vamos à elas a partir de agora.

    Em ritmo de marcha para uma implacável batalha, a instrumental Death March abre o cd com uma atmosfera bélica, que se conecta a I Welcome Death, canção que traz um andamento denso, acelerado, extremo e urrado sempre com muita fúria por Marcos Aro nos conduzindo à ótimas variações gravada com primor por Jocke "The Wizard" Skog. Com um estilo mais Punk/Hardcore, o esmagamento sueco prossegue com a furiosa Smallest Creep, que é notadamente mais crua e deveras violenta, sendo que o ritmo das guitarras é sempre intenso e em seu solo de baixo do novo membro Rob Hakemo aliados aos vocais urrados... sinto que serão do gosto dos fãs do Sepultura.

    Depois eles metem o pé no acelerador 'com vontade' em Violator, que entra com seu andamento cheio de raiva e com vocais expelindo um ódio incansavelmente a cada instante, que assim como a anterior dão vontade de sair 'batendo a cabeça' na roda.

    E o terremoto sonoro do The Resistence neste Coup de Grâce torna-se mais enraivecido na urrada Felony, que realmente veio para não deixar nada em pé, mesmo quando seus trechos mais cadenciados ( e trabalhados com muita habilidade ) aparecem. Para Deathblow temos uma canção mais cadenciada, que basicamente convoca o ouvinte para 'banguear' em sua execução devido a cólera que recebemos dos vocais de Marco Aro.  Em Resolution, eles já começam disparando sua insanidade sonora aos 'quatro ventos' em uma faixa tão veloz que acredito que é para explodir com tudo e fazer o fã arrebentar a sua cabeça de tanto 'banguear', porém, sempre com uma apurada habilidade em cada parte ouvida na bateria, guitarras e baixo. A linhagem exterminadora de Coup de Grâce continua com a irada World Order, que não para de desferir porradas e urros em nenhum de seus minutos.

    Não tem jeito!!! O rolo compressor do The Resistence não para por nada e em Enslavement, ele parece estar ainda mais violento pelo ritmo extremo e exponencialmente urrado nos vocais de Marco Aro. Após uma introdução esquisita, a devastação deste cd nos apresenta The Art Of Murder, que conta com toda a fúria dos vocais e como todo o peso avassalador oriundo de suas linhas instrumentais para te colocar abaixo. Sem pausar e sempre 'martelante', o quinteto outra vez despeja sua ira incontrolável com For The Venom, que é lotada de peso em sua bateria, assim como nos seus constantes solos de guitarras e claro, nos seus vocais guturais. Com uma evolução marcante do baterista Chris Barkensjö, a implacável The Drowning não chega a diferir das demais, mas segue detonando brutalidade sem fim em todos os cantos, seja nos vocais ou na sua aniquiladora parte instrumental. Para o final do álbum, o The Resistence escolheu a 'sangue no zoio' As It All Came Down, que assim como suas predecessoras é um caos totalmente enfurecido em cada segundo.

     Que a Escandinávia já foi local de nascimento das mais extremas bandas do mundo todo fã de Metal já está cansado de saber, mas após ouvir este petardo chamado Coup de Grâce, posso certificar que o The Resistence poderia reivindicar o seu posto entre elas, sendo que o melhor é que eles não baixam o seu duro e consistente Death Metal por nenhum momento, ou seja, neste lançamento da Shinigami Records no Brasil é colocar para rodar, ouvir e bater a cabeça... sem parar. Entretanto, não teremos um sucessor de Coup de Grâce e por conta disso podemos considerar que este álbum se torne um 'cult', já que o The Resistence decidiu parar.
Nota: 8,5.

Sites: http://www.theresistance-swe.com.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2017

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