Them - Sweet Hollow
 12 Faixas - Empire Records ( Importado ) - 2016
   

    Um álbum sombrio, repleto de efeitos macabros, gritos, fantasmas... E com guitarras virtuosas, uma fusão entre baixo e bateria, que seguem de forma firme e com um vocal bastante dinâmico - esse é o álbum Sweet Hollow da banda Them. Formada originalmente em 2008 pelo vocalista Troy Norr "KK" Fossor, a banda fazia covers de King Diamond e Mercyful Fate na região de Nova Iorque Tri-State, Ohio e Michigan nos Estados Unidos. Porém, atualmente a formação ( e o intuito ) da banda está completamente diferente.

    Contando com músicos experientes e mega talentosos, sendo eles: Mike LePond do Symphony X no baixo, Kevin Talley do Suffocation na bateria, Markus Ullrich do Lanfear e Markus Johansson do Sylencer nas guitarras, Richie Seibel do Lanfear nos teclados e o citado Troy Norr "KK" Fossor do Coldsteel nos vocais, esse é o álbum de estréia da banda, que foi lançado em 30 de setembro de 2016 pelo selo belga Empire Records. Nessa trama musical temos a jornada de um homem, preso entre tragédias, circunstâncias infelizes e o mal supremo. Parece bem interessante, não é?! Então, vamos falar sobre ele, detalhadamente nas linhas abaixo.

    Rebirth é a primeira faixa, que já deixa claro que algo está renascendo, ou nascendo, porque além de sons sombrios e obscuros, ouvimos o choro de um bebê. Em meio a uma curta introdução temos uma mescla entre bateria e órgão dando um tom profundamente misterioso ao início desse álbum. De um extremo ao outro, Forever Burns começa vigorosa e apresenta linhas do baixo de forma bem acentuada, os vocais e os backing vocais estão em um tom agudo, bem evidenciados. A letra é bem interessante e faz você mergulhar na história. Seguimos com Down The Road To Misery e essa tem um clima medieval, como se estivéssemos agora em um castelo, ainda temos uma historinha rolando e o pano de fundo dessa trama vem ao som de riffs velozes dos guitarras Markus Ullrich e Markus Johansson, além de um vocal cadenciado, um tanto mais fechado e um backing vocal bem mais agudo. Ghost In The Graveyard parece iniciada vocalmente por fantasminhas! Sim, essa é a imagem que vem a mente assim que ela começa, através de um dedilhado em um violão acompanhado pelo baixo. O vocalista Troy Norr “KK” Fossor mantém um timbre mais "clean" em vários momentos e seu refrão é bem melancólico.

    A próxima, The Quiet Room começa ao som de um piano, bem harmonioso, mas, o que prende a atenção nessa faixa em especial é o baixo tocado por Mike LePond. Forte, como se você realmente estivesse em uma sala e as linhas do baixo batessem a porta. Meio louco isso, né? Mas, sim... é essa a descrição que cai como uma luva esta quinta faixa de Sweet Hollow. Até esse ponto do álbum estamos seguindo a trajetória do "personagem" e a cada música, o cenário muda.

    E a próxima vem com aquela pegada mais crua, arrastada, tipo a corrente no tornozelo, tentando sair do lugar. No final o pedal da bateria de Kevin Talley já fica mais evidente ganhando velocidade, embora haja um toque dramático no fim de Dead Of Night. Um freak show... esse é o clima da próxima "missão". Em FestEvil também paira um clima mais arrastado, com algumas linhas virtuosas de guitarra bem evidentes.

    Todos vivos até agora? Com certeza alguns calafrios né? Dá a impressão que vai saltar um vampiro no pescoço a qualquer momento. Esses caras do Them realmente estão caprichando no cenário sombrio. The Crimson Corpse é mais acelerada, porém, novamente, lá está o baixo marcando pesado de Mike LePond, enquanto o vocal de Troy Norr "KK" Fossor continua em sua narrativa pela trama. Um toque de peso e Metal é o que nos trás a Blood From Blood, atenção aos solos, pois, são profundos, penetrantes e enfim, uma daquelas músicas que falam por si. The Harrowing Path To Hollow tem uma bela introdução, que é calma e suave. E logo depois, uma entrada nervosa entre bateria e guitarras, além de vocais vigorosos, uma cadência moderada e o toque especial, que é breve, porém, muito bem executado solo de batera por Kevin Talley, sendo de longe a melhor do álbum.

    A penúltima faixa é a Salve e é apenas instrumental, deixa no ar aquele clima meio fúnebre e o órgão de Richie Seibel acompanha lentamente as guitarras em um clima de desfecho. When The Clock Struck Twelve apresenta um diálogo sombrio, com o baixo e a bateria fortes, tais como uma marcha ao inferno profundo. Os solos de guitarras acontecem com velocidade e caminham até o fim da jornada, que termina com um grito assustador.

    Que álbum hein! Se você gosta de uma pegada Metal, com um equilíbrio entre o obscuro e a técnica de músicos consistentes, esse trabalho foi feito para você! Claro, o foco aqui é a história, contada pelo habilidoso vocalista ( e que eu não descrevi nessa resenha apenas para que você, caro leitor(a) tenha o mesmo prazer que eu tive de descobrir e se prender à ela ), porém, a ênfase foi mesmo para a parte instrumental.

    Desempenho brilhante, pois, mesmo que não houvessem letras, o ouvinte ainda assim entenderia exatamente o conceito de Sweet Hollow. Um álbum no geral, direto, entretanto, completo. Esse não é um trabalho daqueles que você sai batendo cabeça. É para entrar na história. Então, respire fundo e mergulhe nessa doce e profunda viagem do Them.
Nota: 9,0

Sites: https://them6.bandcamp.com/ e https://www.facebook.com/thembandofficial.

Por Carol Manzatti
Novembro/2016

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