Van Canto - Voices Of Fire
 13 Faixas - Shinigami Records - 2016

   Completando 10 anos de atividades, os alemães do Van Canto causaram uma surpresa em 2006 por tocar Heavy/Power Metal à Capella, apenas com vocais e bateria, que até então mesclavam em seus cinco álbuns anteriores alguns covers entre suas composições próprias.

    Neste novo trabalho intitulado como Voices Of Fire temos uma Metal Opera que foi baseada na novela Feuerstimmen do escritor alemão Christoph Hardebusch, na verdade Ross Thompson ( alto rakkatakka vocals ), Dennis "Sly" Schunke e Inga Scharf ( lead vocals ), Stefan Schmidt ( baixo rakkatakka vocals ) e Jan Moritz ( vocais de baixo ) e Bastian Emig ( bateria e percussão ) trabalharam junto com o escritor, sendo que as músicas do Van Canto tanto influenciaram quanto serviram de influências para o romance épico escrito por ele, que inclusive recebeu a participação dos corais do London Metro Voices e do coral infantil Chorakademie Dortmund para aumentar o estilo cinematográfico das músicas e todas as narrações da história presentes no cd contaram com o anão Gimli da trilogia O Senhor dos Anéis, o ator John Rhys-Davies.

    E como já seria o esperado, a história aqui trata sobre batalhas épicas, dragões, heróis, donzelas, enfim, tudo que a capa e as ilustrações do encarte, que foram desenvolvidas pelo brasileiro Osmar Arroyo refletem ao observá-las de perto e que é muito apreciado pelos fãs de Rhapsody, por exemplo. Voices Of Fire, o sexto álbum da carreira do Van Canto foi escrito e produzido entre julho e 2014 a janeiro de 2016 ao comando Stefan Schmidt em vários de estúdios até por conta da sua grandiosidade. A masterização foi realizada em conjunto por Juergen Lusky, Stefan Schmidt e Bastian Emig no Hofa Studios.

    No melhor estilo de filme épico, Prologo abre o cd com narrações que introduzem o cenário ( em nossas cabeças ) que a banda desejou criar durante a audição de Voices Of Fire para que em seguida Clashings On Armour Plates traga o Power Metal Melódico do sexteto e já saia contagiando o ouvinte. O fato de que tudo que estamos escutando é extraído apenas dos vocais dos integrantes produz um chame extra ao cd e neste caso uma emocionante canção de batalha. Em uma nova sequencia de narrações, porém, mais curtas, chegamos a Dragonwake, que apresenta um andamento cadenciado e a vocalista Inga Scharf com sua bela voz mais lírica conduzindo a magia desta faixa, que permite uma ótima variação de ritmos através de seus minutos, com excelentes melodias vocais, que contaram com a participação do citado London Metro Voices.

    A cada canção uma nova narração para aprofundar no conceito do álbum e em Time And Time Again, o Van Canto promove uma melodia mais animada, além de traçar um convite para pegar o encarte do cd e acompanhar a sua letra.

    All My Life nos mostra logo após as suas narrativas um estilo mais sinfônico muito gostoso de se apreciar, que é ambientado pelos vocais de Inga Scharf e com providenciais intervenções dos outros músicos da banda elevando a categoria desta quinta faixa do cd, cujo refrão se fixarão facilmente na cabeça. O narrador John Rhys-Davies traz Battleday´s Dawn, que é um mergulho mais profundo no lado Power Metal, mais rápido e deveras infectante, seja em sua letra ou em seu andamento.

     Mais pesada e destacando o seu começo os vocais de Jan Moritz simulando os toques de baixo, Firevows ( Join The Journey ) recebe também uma interessante melodia e tem sua letra dividida por Dennis "Sly" Schunke e Inga Scharf formidavelmente. E o narrador, que parece um mago, apresenta mais um capítulo da história com The Oracle, a oitava de Voices Of Fire, onde sua linhagem mais sinfônica fica mais evidente ao receber a vocalista do Van Canto encantando ( perdoe o trocadilho ) em sua atuação tal qual uma elfa, onde você deverá se atentar aos trechos mais acelerados com vocais em coro e sentir o seu brilho.

 

    Em The Betrayal, o sexteto apresentou uma composição que me lembrou do Epica por conta da sua condução de vocais, onde vemos alguns mais agressivos e evidenciam a amável voz de Inga Scharf com direito à muita percussão realizada com habilidade por Bastian Emig, que também concederam à música muito mais classe. A seguinte é We Are One, que é possuidora de um ambiente de combate e procede uma imersão no Metal Sinfônico levando os seguidores curtirem imediatamente.

    Após uma empolgante narração de John Rhys-Davies, o Van Canto exibe a divertida The Bardcall, cujo andamento é possuidor de um imenso poder para conquistar o fã, seja por conta de seu jeito medieval, onde aconselho a reparar nos vocais em coro e no solo de guitarra emulado nos vocais de Ross Thompson, que são encerrados com mais um trecho da história narrada pelo ator famoso.

    Próximo ao fim temos To Catharsis, que é pesada e cheia de vocais líricos ante a uma atmosfera que mescla Power Metal mais rápido e Symphonic Metal a la Epica em uma perfeita simetria através de evoluções bastante impactantes. No encerramento de Voices Of Fire temos a narração presente em Epilogue terminando o conto épico do Van Canto.

    O maior destaque do cd reside no fato que exceção feita à bateria, todos os demais instrumentos são emulados com as vozes dos músicos e ainda assim por várias vezes você pensa que algum deles tocou uma guitarra, um baixo ou mesmo um teclado, mas não tudo foi realizado com a voz e em um disco totalmente voltado ao Power Metal Sinfônico, que pode e deve te surpreender.
Nota: 8,5.

Sites: www.vancanto.de e https://www.facebook.com/vancantoband.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2016

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