We Butter The Bread With Butter - Das Album
13 Faixas - Shinigami Records/Valhall Music/AFM Records - 2022

    Muitas bandas querem fugir da mesmice e para isso fazem misturas, adições e junções ao seu Heavy Metal com outros estilos que em muitos casos dão certo e em outros não. Os alemães do We Butter The Bread With Butter ( ou WBTBWB ) da capital Berlin fundaram a banda em 2007 e que optaram por unir Death Metal com Electrocore chegaram ao seu sexto álbum de estúdio, que foi nomeado como Das Album ( ou simplesmente O Álbum ) e cujas letras são em seu idioma natal. Este disco marca o retorno de Tobias "Tobi" Schultka ( vocais, bateria e sintetizadores ) à banda depois de onze anos de ausência, novamente com o parceiro Marcel Neumann ( guitarra e baixo ).

    A mixagem e a masterização foi realizada por Christoph Wieczorek ( Annisokay, Emil Bulls e outros ). A capa é tão simples quanto o nome do álbum e mostra uma torrada saindo da torradeira em um fundo rosa ( vai entender ). Aliás, nomes estranhos e bastante humor é bem uma característica desses alemães, pois, We Butter The Bread With Butter significa 'nós passamos manteiga no pão com manteiga'.

    A faixa Das Album Intro abre o cd em um tom melancólico e sinistro de ares cinematográficos, que se ligam na agressiva Dreh Auf! com uma linhagem Metalcore com vocais agressivos, que ficam bastante esquisitos quando suas experimentações eletrônicas aparecem. Aparentemente mais acelerada e consideravelmente pesada, 20 Km/h demonstra como a junção de Death e Electrocore fica bizarra, e de certa forma maçante de se ouvir. A quarta do cd recebeu o título de N!CE e nota-se até uma certa melancolia em um andamento Deathcore relativamente cadenciado de vocais urrados e estranhos resultando em uma agressividade sem sentido.

    Depois é a vez de Schreibwarenfachverkäufer, que está mais para um Death Metal visceral de vocais rasgados e urrados com momentos eletrônicos, porém, faltou melodia na música para deixá-la vibrante, pois, o que temos é um caos totalmente cru e sem definir para onde vai. Para Läuft, o We Butter The Bread With Butter retornou ao Deathcore bem ríspido com a adição de partes eletrônicas deixando a composição desinteressante ( que parecem que deu um defeito no seu aparelho ). Mergulhando até demais em sua linhagem eletrônica e só quebrando isso através dos vocais urrados ( e até vomitados ) e de algumas partes instrumentais, Jump'n'Run marca a sétima de Das Album e também não empolga. Com um toque que lembra o nosso berimbau e um estilo eletrônico com o seu título sendo repetido muitas vezes, Sprich Sie Einfach An continua o cd, porém, ele não desce.

 

    Possuidora da fúria comum ao Deathcore, Meine Finger Sind Zu Klein desvia menos do caminho e é muito áspera tanto em seu ritmo quanto em seus vocais ríspidos e mesmo sendo um pouco melhor que as demais está longe de conquistar o ouvinte. Exibindo zumbidos que parecem de mosquitos em um formato raivoso com pitadas eletrônicas e vocais coléricos unidos à partes limpas e melodiosas... assim é a confusa Piks Mich.

    Na canção seguinte até nutria alguma esperança de salvação de Das Album, afinal, se música possui um nome tão importante no estilo como Metal deveria se tratar de um Heavy Metal ou o lado Electrocore da banda ficar em um segundo plano ou mesmo nem aparecer... ledo engano, pois nesta décima primeira de Das Album temos outra voltada ao lado eletrônico do duo, que ao que tudo indica também enfatizou a parte Deathcore.

 

    A penúltima é a Angriff Der Dönerteller, que contém muitos urros em um padrão apocalíptico Death junto a trechos eletrônicos que só agradarão aos que são muitos... muitos mesmo... fãs dos alemães. Encerrando Das Album temos Letzter Song, onde sente-se seus ares Deathcore entremeados com um tom melancólico e até que viajante na mais audível destas treze composições do cd.

    Embora existam  na Alemanha muitas bandas de excelente qualidade, que são históricas e que capturaram os seus ouvintes facilmente... este não é o caso do We Butter The Bread With Butter, que deixou sua mistura de Deathcore, Metalcore e Electrocore irritante e repetitiva através de combinações que nem sempre funcionam e salvo para quem gosta bastante mesmo de sonoridades assim... temos aqui um álbum de difícil digestão. E eu que achava que o St. Anger do Metallica era difícil de ouvir...
Nota: 2,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2024

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