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Worselder -
Paradigms Lost
10 Faixas - Sliptrick Records - 2017 - Importado
O cenário francês
do Heavy Metal é bastante desconhecido para nós aqui do Brasil, porém, isso não significa
que tenhamos bandas de alta capacidade neste país. Um exemplo claro é o Worselder,
banda de Heavy Metal Moderno formada em 2008, que no ano de 2010
lançou o seu primeiro álbum intitulado como Where We Come From
e depois em
2014 o EP MMXIV. Estes trabalhos renderam convites para abrirem shows do
Firewind, Dagoba, Black Bom A, Huntres, além de
apresentações como headliner. No
final de 2015, o quinteto francês composto por Guillaume Granier nos vocais,
Yoric Oliveras e Jérémie Delattre nas guitarras, Michel Marcq na bateria e
Yannick Fernandez no baixo, começou a trabalhar em seu segundo álbum de
estúdio, que recebeu o nome de Paradigms Lost e foi lançado em 2017 pela
Sliptrick Records.
As gravações aconteceram no
Le Sas e
foram realizadas por Elise Aranguren e os membros do Worselder enquanto que
a mixagem e a
masterização ficaram a cargo de Bruno Varéa ( que já trabalhou com o
Dagoba,
Blazing War Machine e Lenny Kravitz ) no Upload Studio
em Montpellier na
França.
Na capa temos um homem gritando e seu desenho é assinada por Emma Morison.
Em sua temática, Paradigms Lost percorre temas políticos e considerações
financeiras, religião e perdas humanas.
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Com toques
fortificados no baixo de Yannick Fernandez, que trazem as guitarras de
Yoric
Oliveras e Jérémie Delattre podemos ouvir o
Thrash Metal de ares mais modernos e cadenciados do Worselder chegando com a
música Infighting, sendo que suas vocalizações feitas por
Guillaume Granier estão raivosas e é
bastante interessante ressaltar a evolução instrumental intricada que é
feita pelos franceses com direito a momentos mais calmos e com dedilhados,
além de destacar vocais mais suaves na presença da convidada Judith Maassen
em algumas partes. Na faixa título, a Paradigms
Lost, ouvimos corvos e o crepitar do fogo para que pouco depois seu peso
chegar firme atravessando os momentos diversos e inesperados, como Prog
Metal e Thrash Metal ante a vocalizações melodiosas nos levando para
alternações intrigantes e surpreendentes, que mesclam agressividade com
longos solos de guitarras e até alguns guturais chegando ao New Metal. Com um começo envolvente
nas linhas exibidas pelo baterista Michel Marcq e em seus
subsequentes solos de
guitarras, Seeds Of Rebellion é a terceira do cd e te captura por conta da
forma pesada e variada que é exibida lembrando um pouco do Slipknot, porém,
com mais melodia e sem tanta fúria como os norte-americanos, entretanto, sempre com muita técnica que
são percebidas a cada instrumento.
Em Idols, o
Worselder dispara um
eficaz ritmo instrumental para que seus vocais prossigam com seu estilo
encorpado de seu Heavy Metal Moderno, onde notamos até alguns vocais
melodiosos. E um fato tenho que salientar, o quinteto soube
misturar muitas estilos e manter a música interessante a cada um de seus
quase cinco
minutos. Para acalmar um pouco recebemos os dedilhados de The Sickening, que
logo cede o lugar para os riffs feitos por Yoric Oliveras e Jérémie Delattre, aos toques de bateria
de Michel Marcq, ao baixo tocado por Yannick Fernandez e por fim, aos vocais de
Guillaume Granier em um
andamento cadenciado de bastante harmonia através de um empolgante
Heavy Metal de padrão mais tradicional. Os solos de guitarras presentes em
Severed eclodem devidamente pesados em um andamento cadenciado e junto a
vocais agressivos flertando com o Groove Metal e cativando o ouvinte também
por apresentar suas influências calcadas no Pantera. Muito bacana é que o
Worselder deixou a música fluir e soube como encerrá-la corretamente.
De ares mais densos, porém, sem
distanciar de seu estilo Groove/Heavy Metal Moderno, My Consuming Grief é a
sétima de Paradigms Lost sendo devidamente embasada na
eletricidade de seus solos de guitarra e nos seus vocais, que estão
notadamente passando muita emoção até que o ciclo de fúria e a
adição de outros elementos aumentem a variedade sonora deste disco. O
início criativo de Home Of The Grave, que chega nos toques de guitarra e
nos seus vocais, ambos passando linhas melódicas ganham força e concedem à
música uma sequência mais colérica que se aproxima dos guturais através de
modificações que estão repletas de habilidade feitas pela banda.
Em The Haven, o
Worselder mergulha em seu vórtice mais melódico, porém, as
alternações executadas também direcionam a música para outro caminho não
imaginado pelo ouvinte, mas que será apreciado pelos fãs. Por fim, os
franceses nos mostram Land Of Plenty ao som de sirenes de ambulância e de
polícia em um formato religioso e até cinematográfico, que introduz
aos dedilhados e aos repiques feitos pelo baterista Michel Marcq nesta derradeira
canção, que é possuidora de consideráveis inclusões de peso, vocais irados
ante a linhas melódicas feitas pelos guitarristas, que seguem por partes
cadenciadas e sempre exalando muita cólera em seu estilo de final dos
tempos.
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Realmente, concordo
com o que está escrito no Bandcamp da banda: eles fizeram do
Metal Tradicional e o Hardcore dos anos 90 trombar com o Stoner e o Thrash
Metal atuais de forma que um álbum como este Paradigm Lost
do Worselder
comprovou que
devemos olhar ( e principalmente ouvir ) com mais atenção as bandas francesas, pois,
no caso deste
exemplo específico, posso afirmar seguramente suas dez canções refletem essa
mistura citada anteriormente, pois, percebemos seu foco para o que temos
chamado de Heavy Metal Moderno, entretanto, o quinteto não se deu por
satisfeito e soube muito bem como ajustar competência seus pontos Prog Metal, Groove,
New Metal e Thrash mantendo o disco relevante em cada um de seus cinquenta e
três minutos. Acredito que fãs de nomes como Pantera, System Of a
Down e Slipkont encontrem claros elementos deles neste trabalho e
provavelmente vão gostar facilmente.
Nota: 9,0.