Benediction - South American Slaughter Tour 2010
Abertura: The Order e Nervochaos
Quinta, dia 11 de  março de 2010 no Inferno Club em São Paulo/SP 

    O que se esperar de uma banda famosa do Death Metal que em seus 20 anos de carreira nunca veio tocar aqui? Bom, esperava-se um bom show e um público agitado e fiel ao estilo, mas não foi bem isso que aconteceu, pois a casa não encheu e deve ter ficado com cerca de um terço de sua capacidade máxima, dando no máximo umas 180 pessoas na noite. Bom, afinal era quinta-feira e isso afasta muitas pessoas que tem que levantar cedo para estudar ou trabalhar e podem perder a condução. Uma pessoa do público com bem mais de 30 anos e que deve ter começado a ouvir Heavy Metal antes do Benediction surgir na face da Terra reclamou para seu amigo dizendo: “Os caras nunca vieram pra cá e quando vem tem só isso de público”. Mas esse pouco público não deixou a experiente banda chateada e desanimada, pois eles se divertiam no palco também, mas falaremos disso depois, pois primeiro vamos as bandas de abertura!

The Order e Nervochaos

    O Nervochaos foi colocado de última hora e ao chegar no local do show peguei o final da apresentação dele, afinal eu conhecia o guitarrista do The Order e não conseguia localizá-lo em cima do palco onde o quarteto se encontrava e também pensei: “Mas o The Order não é um trio?! Ué!”. No final dos acordes eu vi o Edu Lane na bateria e perguntei se o The Order já havia tocado e me disserem que ainda não e “aquela” era a primeira banda, que por sinal foi colocada de última hora segundo a mesma pessoa me disse e que citei no início do parágrafo. Em menos de 20 minutos o The Order começa o seu setlist agressivo com muitos olhares voltados para eles e alguns poucos começando a chegar mais perto do palco para agitar. Eu ouvi as duas primeiras músicas e depois conversei um pouco com dois músicos do Benediction e fui ver o finalzinho do show em que o The Order já estava familiarizado com o palco e o público com a banda, que ficou feliz por estar ali mostrando as caras e ainda por cima agradando muitas pessoas presentes no local.

Benediction  

   Então mais uma pausa para os roadies arrumarem o palco para o Benediction e o público resolve passear pra tomar cerveja, olhar os cd´s e camisetas a venda e conversar mais “calmamente” sem tanto “barulho”. O quinteto de Birmingham que está divulgando a South American Slaughter Tour 2010 com alguns shows no Brasil, sobre ao palco tirando gritos da platéia que já começa criando uma roda em frente ao palco e o vocalista, nada ranzinza e chato, acaba se alegrando com aquilo e pede uma roda maior conforme o show avança na noite. Eles deixam pessoas subirem no palco e dar quantos stage dives quiserem e pedem mais. Um ou outro sobe, mas nem todos acabam sendo segurados quando caem na platéia, mas também aparentemente não se machucam, afinal é só diversão. O show começa com The Gray Man logo seguida de Controlopolis. A agitação continua e Nigthfear é tocada para um público mais do que aquecido. O vocalista Dave Hunt se comunicava bem com a platéia e até bem demais chagando em dado momento a gritar "Scream For Me Brazil!!!"  igual ao seu conterrâneo do Iron Maiden faz e o público respondeu como um grito na devida proporção ao que Bruce Dickinson faz nos shows do Iron Maiden, aumentando a atenção de todos para o que viria a seguir. Seria um cover do Iron Maiden? Nada disso, apenas um entrosamento com a platéia.

    A banda segue tocando músicas como “Shadow World”, “They Must Die Screaming”, “Unfound Mortality” e “Burying The Hatchet” entre outras. No final do show, Dave começa a falar pausadamente com a platéia que estava atenta para aquele momento e presta atenção no que ele diz. Algumas pessoas dizem brincando que se você falar pausadamente com algum estrangeiro, seja de que nacionalidade ele for, a pessoa vai acabar te entendendo. Não foi bem por aí, mas muitos entenderam o que Dave queria falar que foi mais ou menos o seguinte: “Não sei o quanto vocês estão me entendendo e se me entendem bem, mas nos shows pela Europa não costumamos sair do palco e ir para o backstage e voltar 5 ou 10 minutos depois.... Achamos isso uma besteira. Então, vocês querem que a gente saia do palco e volte para tocar apenas mais uma música ou ficamos aqui e tocamos duas músicas? O que vocês querem?”. Bom, nem precisa dizer que a platéia ganhou no grito. Se voltassem para o camarim e retornassem ao palco para apenas uma música ou se ficassem e tocassem mais duas, muitas pessoas iriam ficar o mesmo tempo na casa de show e sairiam no mesmo horário, mas a diversão fica boa quando o público sempre ganha mais e daí foram eles tocando mais duas músicas, e fim de show. Ainda atenderam parte do público ali, tiraram fotos, deram algumas palhetas não personalizadas e quem queria ir embora ou tinha que sair correndo, foi.

    Para uma banda com 20 anos de estrada, mereciam coisa maior e mais empolgante, mas mesmo para um público pequeno, a energia e empolgação divertiram esses ingleses, de uma das bandas pioneiras no estilo. Apesar de ser clichê o final dessa resenha, que não demorem mais 20 anos pra voltarem, ok!


Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker
Abril/2010

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