Dark Tranquility
Sábado, dia 12 de junho de 2010 no Carioca Club em São Paulo/SP

    Sem bandas de abertura e sem muito público, estimado em cerca de 300 pessoas, o show da banda atrasou menos de 20 minutos no dia dos namorados cinzentos. O produtor do show até fez uma promoção dando um ingresso de cortesia para o namorado que levasse sua namorada ( ou um outro namorado, e a garota poderia levar a namorada consequentemente, vai saber! ) ao show, pois dia 12 foi dias dos namorados.

    O Dark Tranquility ficou no local do show por volta das 17:00 horas para dar autógrafos para os fãs, que segundo eu soube, foram cerda de 15 a 20 que estiveram lá para pegar autógrafos pagando o preço módico de R$20,00, segundo me informaram. Não é nada comum no meio heavy esse tipo de coisa, pelo menos no Brasil. Se o artista vem para tarde ou noite de autógrafos e atende o público de graça, e depois fica para um pocket show com ingresso cobrado, daí é outra coisa, mas enfim, teve gente disposta a pagar para conversar com seus fãs, tirar fotos e pegar autógrafos.

 

    Devo afirmar que o Dark Tranquility não é a minha praia, embora toquem alguns riffs interessantes em músicas não tão interessantes, mas outras músicas sim, são interessantes. O som provindo de Gotemburgo, Suécia, tem seu estilo pessoal dentro dos gêneros do heavy metal como é praticamente em todos os lugares do mundo em que bandas de um país ou região de um país fazem um som com diferenças das demais regiões como é a diferençado heavy inglês para o heavy alemão e do thrash norte-americano para o thrash alemão, por exemplo. E o death metal com teclados da Suécia também soa diferente como é o caso do Dark Tranquility.

 

    A banda começou o show de forma direta, com uma pequena intro, os músicos foram entrando um a um, começado pelo baterista Anders Jivarp e terminando com o vocalista Mikael Stanne, que por sinal tem uma ótima presença de palco e é meio extravagante por assim dizer. De uma vez só as músicas At The Point Of Ignition e The Fatalist, de seu mais recente álbum We Are The Void foram executadas tendo os olhares atentos de todos. Apesar do palco um pouco alto com os retornos um pouco afastado do público, Mikael Stanne não queria nenhuma divisão e frequentemente ia para a beirada do palco cantar encarando os fãs, fazendo poses e caretas para fotos e cumprimentando todos que lhe esticavam as mãos.

    O setlist, ou melhor a escola das músicas para o repertório, foram de músicas de praticamente todos os álbuns, pois a banda prometeu esse tipo de abrangência para os fãs. A terceira música, Focus Shift, iria começar e chegou a vez de saudar o público com algumas palavras em inglês e o famoso “Hey São Paulo”, clichê em praticamente todos os shows. Mikael Stanne ficou emocionado e quando recebeu uma bandeira de alguém da platéia que era uma mistura da bandeira da Suécia e do Brasil com o nome Dark Tranquility e como não conseguiu colocar a bandeira na bateria deixou-a numa das caixas de retorno.

    Seguindo o show, tocaram de forma avassaladora as clássicas The Wonders At Your Feet e Final Resistance. Eventualmente, o som parecia saturar a voz de Mikael e ele gritava muito no microfone, mas a voz ficava baixa. Também ressalto o aumento das guitarras vez ou outra, deixado a saturação nos instrumentos. O púbico agitava como sempre, ora cantando, ora aplaudindo, e os mais explosivos abrindo uma roda que agitava a banda no palco, fazendo-os feliz com a receptividade do público brasileiro.

    Devo dizer que um dos que agitou na roda e que com o tempo, tirou a camisa pelo calor que sentia naquele dia frio ( é... no dia dos namorados choveu fino e esfriou em Sampa!!! ) e pisou no meu pé alguns minutos antes de ir para o meio do salão. Mas ele pisou, pois um amigo estabanado que veio de encontro a ele o segurou desequilibrando. O cara me pediu desculpas mas de noite fui ver como minha unha ficou, já que a dor não passava. Não sei porque num lugar grande, com espaço para todos andarem sempre acontece essas coisas. Mesmo o público vestido em sua maioria de roupa e calçados pretos é de se esperar um pisão de leve no pé uma vez ou outra, afinal, as luzes se voltam para o palco, mas isso é o de menos. Essas coisas acontecem. E lá não aconteceu briga nenhuma, apenas uns seguranças no final do show pedindo pro pessoal vestir a camisa.  

    O show segue e no telão várias imagens não param de passar até que na música Shadow In Our Blood, o clipe da mesma passou sincronizado no backdrop que foi usado como telão. Não sei se alguém reclamou dizendo que o telão podia ficar num lugar ao lado para não atrapalhar a arte do backdrop, mas, nem em show de Iron Maiden, o cara presta atenção nos Eddies que vão entrando depois que a música se inicia.

  A banda deu a costumeira pausa para o bis e nessa hora nada falhou no som do Carioca Club, e a introdução e precisão da música There In me chamou a atenção e prendeu a atenção de tantos outros. A música foi bem executada, mas era cumprida e o som saturou um pouco de novo, ou então, a perfeição do som se alterou um pouco e assim a música perdeu parte de seu brilho, mas foi algo bem interessante, um dos melhores momentos do show. The Grandest Accusation do álbum We Are The Void e Terminus Where Death Is Most Alive do álbum Fiction de 2007, foram as últimas músicas que encerraram um show muito bem conduzido e com boa receptividade dos que lá estiveram.

    A banda se despediu e prometeu que voltariam de novo para mais shows no Brasil, e enquanto as luzes se acendiam os músicos iam saudando a platéia, reverenciando-a, abaixando a cabeça e cumprimentando todos ali na beira do palco. Jogaram palhetas, baquetas e mandaram beijos. Foi uma ótima noite, mas a casa precisava ser arrumada para a programação tradicional deles, algo como pagode e forró... argh! Chega!


Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker
Junho/2010

 

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