Joe Lynn Turner - The Blood Red Sky Tour
Sexta, dia 28 de maio de 2010 no Blackmore Rock Bar em São Paulo/SP

    Presenciar um nome lendário do hard rock que já passou por bandas como Deep Purple, Yngwie Malmsteen e Rainbow, é sempre muito satisfatório e te dá a impressão de mais um show visto na vida, e mais um passo no rock´n´roll.

    Esperava-se claro que Joe fosse tocar os covers das bandas por onde ele andou e outros mais e uma homenagem a Ronnie James Dio que faleceu dias antes. A saber, Man On The Silver Mountain, mas antes ele tocou músicas da fase dele como I Surrender e Street Of Dreams, deixando a platéia mais do que animada e preparada para a avalanche de clássicos que viria por aí.

    O bar estava cheio, com mais de 200 pessoas seguramente, entre elas, músicos de bandas como Torture Squad e King Bird, fora os convidados que apareceriam no final do show. O povo cantou muito, levantou as mãos, agitou com a cabeça, mas nada de empurrões, rodas abertas e coisas comuns em um show de thrash.

    Joe, em seus quase 60 anos de vida, manda bem e aparentemente está em forma física, embora usar uma camisa apertada acabava salientando uma leve barriguinha e o início de pneuzinhos, coisa que demorei para ver, pois estava da parte do meio do bar para trás. Mas, o que importa é o som dele, sua performance e as músicas que ele tocou, cantou e encantou. Joe fez homenagens a Dio com a participação grande da platéia que correspondeu com muitos aplausos.

    Vieram os covers, misturados com músicas próprias e hora ou outra, clássicos emendados um no outro como “Stargazer”, “Long Live Rock´n´Roll”, depois as clássicas do Deep Purple como Highway Star”e Burn, mas durante Long Live Rock And Roll ele colocou o microfone dentro da calça, mas bem no meio da calça mesmo, na parte da frente claro fazendo um volume considerável dentro de sua calça, mas quanto ao cheiro do microfone depois eu não sei. Ele tem a estrutura óssea que lembra Mike Jagger e o brasileiro Serguei e eventualmente tem os trejeitos dos dois, então imagine a cena como deveria ser. Algumas pessoas sorriram e riram durante essa parte.

   Veio outro clássico do Purple logo depois, Black Night e ao final da música agradecimentos para a platéia e o famoso “olê, olê, olê...” por pouco tempo soltado por alguns animados fãs, mas que não foi seguido pelo resto do bar.

    Joe Lynn Turner e seus músicos saem do palco um pouco e logo voltam para que um solo de guitarra e teclado anime a platéia por 2 minutos para a introdução de Gates Of Babylon do Rainbow, que realmente mexeu mais com a platéia.Mas lembre-se que esse “mexer com a platéia” e deixá-los animados e não que fez com que pulassem e agitassem, afinal se algo mexe contigo, isso pode ter a ver com a atenção que aquilo te desperta, ou a emoção ou sensação que aquilo te dá. Alguém legendário cantando um clássico sempre ajuda a pontuar mais um show desse porte. No meio do solo, Joe incitou a platéia e gritar junto com a música de forma cadenciada até o retorno da letra e refrão.

   Ele toca mais uma música e logo depois dela menciona o nome de Ronnie James Dio,  e a platéia grita “Dio, Dio, Dio...!” correspondendo com a homenagem de Joe e a lembrança que ele deixou, mas ainda se comunica com a platéia um pouco preparando-os para mais uma música do Deep Purple, da época de David Coverdale, tocando os acordes iniciais de Mistreated, ou então nem foi isso, e sim o guitarrista se animou um pouco tocando de forma discreta, o dedilhado inicial que logo foi substituído pela inigualável introdução de Smoke On The Water que teve a participação do ex-baterista do Golpe de Estado, Paulo Zinner. Sim, Paulo não faz mais parte de uma das maiores bandas de rock pesado de São Paulo e do Brasil assim como o vocalista Kiko. Fernando Piu, ex-guitarrista da banda Virus, uma das pioneiras do heavy metal nacional surgida em 1982.

    Paulo mandou bem na bateria e logo o baterista da banda de Joe Lynn Turner se juntou a ele e a bateria foi tocada a quatro mãos pelo menos ( não sei como ficou a divisão dos pés para os bumbos ), mas o baterista de Joe, Garry King, encostou-se numa caixa de som e solava um surdo, um tomtom e um ou dois pratos. Parecia uma confusão ver aquilo achando que um iria “desafinar” o outro, mas a música ficou legal e com outra cara. Paulo não mostrou desconforto achando que o gringo queria roubar a cena, mas o público gostou de ver o palco poluído de gente animada e disposta a tocar.

    O show termina e todos saem do palco e muitos que esperavam ou acreditavam que veriam JLT andando pelo bar, se decepcionaram, e eu fui um deles, pois assim que ele viu a Heloisa Vidal, da Brasil Music Press, que ajudava na divulgação do show, pediu para ela que ele queria ir embora dizendo “Quero ir embora, me tire daqui agora!” e se o cara quer ir, que vá. Ele não falou isso de forma deseducada como alguns poderiam interpretar, mas, ele não quis ficar no bar. Aliás, não fui o único a não ver o legendário Joe Lynn Turner, como também não vi nenhum dos músicos que vieram com ele andando pelo bar depois do show, apenas os brasileiros que o acompanhavam que eram Betovani na guitarra e Bruno Sá nos teclados. Por sinal Bruno tinha a foto de Dona Clotilde, conhecida também como a "Bruxa do 71", da série Chaves.

    Se o show teve um mix de clássicos de bandas mais do que clássicas, mais do que apenas um set de apenas trabalhos próprios do artista, pouco importa para uma crítica como essa ou para quem foi lá assisti-lo sabendo que ele certamente faria um show quase de covers, mas o que causou na platéia e o resultado foi bem satisfatório. Vale ressaltar que o show foi mais aconchegante por vê-lo há poucos metros de distância e pelo calor gerado pela animação do pessoal do que ficar a dezenas de metros do palco esticando o pescoço.

    Valeu a pena, mesmo para os mais exigentes, agora para os 'reclamões', que organizem seus próprios shows ou que contratem os gringos para cantar para você em suas festas. Esse foi um show para grandes fãs e admiradores! E tenho dito!

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker e Alan Lee
Junho/2010

 

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