Metallica - World Magnetic Tour
Abertura: Sepultura

Sábado, dia 30 de janeiro de 2010
no Estádio do Morumbi, São Paulo/SP
 

    O Metallica, uma das mais tradicionais e importantes bandas do heavy metal finalmente voltou ao Brasil, para dar continuidade a turnê seu mais recente disco, Death Magnetic ( lançado em 2008, que rendeu também o DVD Orgulho, Paixão e Glória, gravado no México em 2009 e recentemente lançado por aqui ). Após a passagem em Porto Alegre/RS, eis que no sábado, dia 30 de janeiro de 2010, o quarteto formado por James Hetfield ( vocais e guitarra ), Kirk Hammett ( guitarra ), Lars Ulrich ( bateria ) e Robert Trujillo ( baixo, ex-Ozzy Osbourne, Black Label Society, Suicidal Tendencies, substituindo Jason Newsted  ) vem ao Morumbi em São Paulo/SP para complementar sua passagem em solos brasileiros com duas apresentações, que ficarão marcadas como um dos melhores shows em todos os tempos.

Sepultura

    E nada mais adequado para abrir um show destes que uma das mais importantes bandas brasileiras: Sepultura - atualmente formado por Derrick Green ( vocais ), Andreas Kisser ( guitarra ), Paulo Junior ( baixo ) e Jean Dolabela ( bateria ) - que está completando 25 anos de carreira e em turnê do novo trabalho A-Lex ( álbum conceitual baseado no filme Laranja Mecânica ). Eram quase oito da noite quando os 'brazucas' subiram no palco, e altamente inspirados eles apresentam com um set list com várias músicas do novo trabalho, como as instrumentais A-Lex IV ( cheia de percussão e riffs variados na guitarra de Andreas Kisser ) e A-Lex I. Então exibiram a veia agressiva com Moloko Mesto - e a recepção da primeira vez do Sepultura no Morumbi não podia ser melhor com muitos bangeavam sem parar.

    Hora de executar um clássico para chacoalhar com os fãs: Refuse/Resist fez todos pularem ferozmente com os riffs distorcidos extraídos por Andreas Kisser em sua guitarra. Com o público ganho com a anterior, o quarteto nos brinda com Dead Embryonic Cells, uma das melhores canções gravadas pela banda, figura entre os grandes hinos do thrash metal e foi responsável por muitas rodas. O set segue com ainda mais peso nas novas Filthy Rot ( ponto para Jean e seu trabalho de percussão ) e What I Do! que garantem a agressividade do show dos brasileiros ( podemos contar com o 'predador' Derrick como um 'mezo brazuca´, pois ele está falando muitas palavras em português e bem ). A pancadaria segue com forte Convicted In Life e a furiosa We've Lost You, que provam que o Sepultura está em grande fase.

    Mas foi quando executaram os clássicos Troops Of Doom e Inner Self  ( aliás Derrick quase me assustou tirando trechos de Aquarela do Brasil antes dessa ) que o show pegou fogo mesmo, a única pena foi que, por grande parte do show, o som estava muito alto e gerando algumas distorções. Mas, isso não tirou nem o fôlego e nem a animação da banda que emenda Sepulnation - causando uma grande interação com os fãs. Enquanto tentava respirar um pouco, tivemos a rápida Slave New World, seguida da avassaladora Territory ( 'bangeada' e cantada por todos ) e a matadora Arise ( outra que figura entre as melhores da banda e que abriu outra sessão de rodas ).  

  Foi bem engraçado quando Andreas Kisser no alto de sua empolgação falou: "O São Paulo é o maior time do Brasil e o Morumbi é o melhor estádio do País", alguns gostaram, mas a maioria vaiou pela declaração, até o ( quem diria... ) palmeirense Derrick respondeu brincando: "Andreas, cala a boca", num momento bastante humorado. Mas, o vocalista agradece aos fãs ao dizer: "O Sepultura está fazendo 25 anos e isso tudo só aconteceu por causa de vocês". Para fechar esta vigorosa apresentação, eles tocam mais uma do A-Lex com Conform e inflamam de vez a galera com os toques distorcidos e pesados Roots Bloody Roots com sua grande fúria e a energia que fazem todos sacudirem bastante seus pescoços.

     Para aqueles que ainda choram a saída dos irmãos Cavalera, saibam que o quarteto está tão pesado quanto antes e que tanto Jean Dolabela quanto Derrick Green tem a atitude necessária para manter o Sepultura da forma que é necessário, ou seja, muito agressivo e no gosto dos fãs. Melhor aquecimento para o Metallica impossível, pois o Sepultura detonou 'pra valer' mesmo em uma hora de show. Que venham os próximos 25 anos!!!

Set List do Sepultura

A-Lex IV 
A-Lex I
Moloko Mesto
Refuse/Resist
Dead Embryonic Cells
Filthy Rot 
What I Do!
Convicted in Life
We've Lost You
Troops of Doom
Inner Self
Sepulnation
Slave New World
Territory
Arise
Conform
Roots Bloody Roots

Metallica

    Eram pouco mais de nove e meia da noite quando as luzes foram apagadas e os acordes instrumentais de The Ecstasy Of Gold de Enio Moricone surgem nos PA´s e o grande telão de alta definição no centro do palco ( além de dois outros menores nas laterais ) começam a exibir cenas do filme The Good, The Bad And The Ugly, um clássico dos famosos "bang-bang à italiana" estrelado pelo astro Clint Eastwood.

    E a vontade de ver o show  era tão grande que os 68.000 fãs presentes cantarolam os "oooo....oooo....." antes mesmo do Metallica adentrar ao palco. Essa introdução trouxe ao palco do Morumbi o tão aguardado show do Metallica no Brasil, pois a última passagem aconteceu no longínquo ano de 1999, e na turnê do controverso St. Anger a banda alegou muito cansaço e cancelou sua passagem pela América do Sul, nos deixando mais de uma década órfãos de seu metal.   

  Talvez pela falta em 2003 ou pelo fato do novo trabalho Death Magnetic ter resgatado muito das qualidades que elevaram o Metallica aos pilares sagrados do heavy/thrash metal nos anos 80 e 90, a verdade é que o show deste dia 30 de janeiro foi descomunal como vou lhes contar ao longo desta resenha. Os cabelos de Lars e James não são mais os mesmos ( ambos estão bastante curtos ), só Kirk Hammett ( com um visual à lá Jack Sparrow ) e Robert Trujillo mantém seus longos cabelos no estilo headbanger de ser, mas a pegada dos dois primeiros músicos aumentou ainda mais e mostrou que eles possuem muito potencial para massacrar com os milhares e milhares de fãs que presenciaram este show.

    A primeira da noite foi a clássica Creeping Death do Ride The Lightning ( 1984 ) - que provocou uma reação destruidora nos fãs que gritavam cada verso com a banda ( especialmente o refrão: "Die...Die... Die by my hand..." ) - sinceramente, creio que tenha sido a melhor maneira de começar o show, e assim víamos o todo tatuado James Hetfield cantar com uma grande vitalidade parecendo que a banda estava iniciando a turnê e não celebrando a 126ª apresentação só desta tour, e a afirmo, foi uma grande satisfação ouvir esta logo de cara e sentir a força precisa das guitarras de Kirk e James. Em seguida, outra do mesmo álbum, com For Whom The Bell Tolls, que realmente sacudiu o Morumbi, por onde se olhava, via-se todos pulando e cerrando os punhos no gesto mais tradicional do heavy metal ao ver os solos da dupla Hetfield/Hammett ( aliás, neste inicio de show, James usou uma Gibson preta linda, Kirk solou bravamente e sem dó, empolgando muito nós todos ). Quando a fase é boa, parece que tudo ajuda, depois de mais um mês de chuvas sem parar em São Paulo, neste sábado até a Lua deu as caras para ver o show do Metallica e com uma curta saudação, o quarteto americano emenda The Four Horsemen ( do  Kill´Em All de 1983 ), petardo que acabou com qualquer pescoço que ainda tivesse conseguido ficar parado.

    Então, James diz: “Esta noite, estou sentindo a energia", e então toca a devastadora Harvest Of Sorrow ( do And Justice For All... de 1988 ) e seu começo cadenciado e extremamente pesado que garante a empolgação em altares maiores ainda, e foi criada uma interação espetacular entre banda e platéia, pois, completávamos trechos dos versos cantados por James Hetfield, o que causou na banda uma enorme felicidade e um sentimento de energia positiva, que teve ainda um solo de Kirk Hammett que sobrou categoria e técnica por todos os lados. Para mim, foi uma excelente surpresa ouvir Fade To Black ( do Ride The Lightning ) de inicio mais lento e com James Hetfield lá no alto da plataforma tocando com um violão esta envolvente música. Outro ponto que tenho que destacar é o fato de ter assistido Kirk Hammett executando lindos fraseados de guitarra que atingem nossa mente e nos enfeitiçam. Uma pausa momentânea e James pergunta: "Vocês estão sentindo o que eu estou sentindo ?". Com a positiva resposta eufórica dos fãs ele toca a parte acelerada da música para aumentar ainda mais nossa satisfação. São em momentos como este que notamos a força que o heavy metal possui.

    Depois desse mergulho em alguns dos melhores álbuns de heavy metal dos anos 80 ( e indiscutivelmente, entre os melhores de todos os tempos ), eles saem do palco por alguns curtos instantes e ao voltarem é chegada a hora de exibir algumas faixas do álbum Death Magnetic, a primeira delas foi a arrasadora That Was Just Your Life com Robert Trujillo fazendo evoluções no baixo que mostram porque ele encaixou-se perfeitamente na banda e substituiu com competência Jason Newsted e o lendário Cliff Burton. A pegada de bateria e guitarras desta esteve mais forte que no estúdio e a forma que James Hetfield vocalizou ao vivo nos fez curtir assim como fizemos com as mais antigas. Eles seguem com a excelente The End Of The Line dotada de uma introdução rápida que mostra para as novas gerações de bangers porque uma banda como o Metallica consegue lotar as dependências do Morumbi, e além de lembrar do passado, está música mostrou que a força do Metallica irá se perpetuar por muito mais tempo, aliás, o riff de guitarra e os repiques nos pratos de Lars foram sensacionais e no final, Kirk Hammett solou bravamente sua guitarra. Quando os primeiros riffs de The Day That Never Comes começaram, os fãs mostraram que a conheciam muito bem, cantam em uníssono com James Hetfield este que pode ser considerado como um novo hit da banda, inclusive percebeu-se também o vigoroso trabalho instrumental, que fazem dela um grande heavy metal.

    A paulada seguinte foi dedicada aos amigos brasileiros do Sepultura, pois James Hetfield avisou: “É um prazer estar aqui e tocar com nossos amigos do Sepultura. Eu dedico essa música ao Sepultura, porque eles sabem, assim como nós sabemos, que o Brasil gosta de peso!". Ele estava falando de Sad But True ( do Black Album ) apresentada em execução matadora que fez a galera pular e explodir de contentamento a cada um dos solos precisos de Kirk Hammett e das pancadas poderosas da bateria de Lars Ulrich. E não deu outra, novamente cantamos com toda intensidade com o Metallica. Antes da próxima, James nos pergunta com uma calma bastante impressionante se conhecemos o novo cd ( o Death Magnetic ), se gostamos dele e então pega o microfone e profetiza: “Esta é uma música dedicada à família do Metallica no Brasil. Vocês, que ficaram ao nosso lado nos piores e também nos melhores momentos, como este. O que não nos mata, nos torna mais forte”. Em se tratando em tudo que nós headbangers temos que passar, isso é uma grande verdade, e assim tivemos a cadenciada Broken, Beat & Scarred ( também do Death Magnetic ), que manteve o poderio de ataque em alta do show.

    Eu disse ataque? Após uma breve pausa, para o inicio de One ( uma das mais aguardadas e presente no álbum And Justice For All... ) o Metallica enviou-nos todo seu arsenal de guerra ao som de helicópteros e metralhadoras aliados com altas labaredas de fogo no palco, além de fogos de artifício, luzes e pequenas explosões que trouxeram o clima beligerante para dentro do Morumbi. A resposta da plateia não poderia ser outra senão cantar com plena força cada verso pronunciado por James Hetfield e assim, participar de um êxtase coletivo inesquecível, marcando um momento pesado e único neste show.

    Não é preciso falar que as rodas apareceram por todos os lados, pois, para onde se olhava via-se muitos fãs se "confraternizando" em muitas delas. Então com a "cabeça de ponte" consolidada, o Metallica invadiu e aniquilou todos os espaços ao disparar Master Of Puppets ( do álbum homônimo ), uma das mais pesadas e rápidas que eles gravaram, momento que será lembrado como um dos melhores do show ( que solos de guitarras!!! ), afinal, os fãs  encontravam-se em estado de empolgação altíssima e correspondem dividindo o refrão " Obey Your Master.. Master..." com James. Em todo momento eles trocavam de posição o que facilitou para muitos poderem vê-los por todos os lados do palco. Sem descanso, a 'batalha' continua com a matadora Blackned ( And Justice For All... ) onde novamente as altas chamas eram acesas a cada 'fire' gritado por James Hetfield ( e faço uma pausa para ressaltar como ele solou sua guitarra Flying V ). Não posso me esquecer do calor causado pelas labaredas sentido por boa parte da pista VIP e a vibrante resposta da galera, que será levada para casa pelo quarteto e lembrada com carinho.

    Para os sobreviventes desta trinca - que arrebentou com o pescoço de muita gente -  James deixa Kirk Hammett realizando solos com timbres mais suaves e cheios de blues ( me lembraram até Stevie Ray Vaughan ) que prenunciavam que teríamos uma diminuída do ritmo forte do show e a balada Nothing Else Matters ( do Black Album ) veio à tona para emocionar muitas pessoas com o comprometimento que a banda aplicou nesta música.  Mas, o show é de heavy metal e ao final de Nothing Else Matters James Hetfield vai aumentando a potência da distorção em sua guitarra, em poucos instantes começavam aparecer as notas da furiosa Enter Sandman - e foi a vez de Lars Ulrich metralhar ainda mais impiedosamente sua bateria, e se não bastasse, para um sentirmos um prazer ainda maior, vários efeitos pirotécnicos são vistos novamente. Neste momento não tinha como não bangear sem parar, e percebi muitos também acompanhando nas palmas esta que finalizou esta primeira parte do show. O quarteto agradece, e por alguns instantes Kirk deixa sua guitarra de lado, pega seu smarfone e filma os fãs no estádio. É... emocionamos mesmo os caras...!!!

    Para o bis, James fez questão de avisar: "Este é o momento do show em que escolhemos uma banda que nós gostamos para prestar tributo. E a escolhida desta noite é o Queen", aliás para quem não sabe, o Queen foi muito pesado também a ponto de ser considerado heavy metal. E a versão mais Thrash do Metallica para Stone Cold Crazy arrebatou ainda mais os fãs que não se cansavam de agitar. Em seguida uma surpresa, Motorbreath do Kill´Em All, mais thrash impossível, e além da pegada imposta pela banda, ver e sentir a força das guitarras em ocasiões assim é tudo que nós sempre queremos.

    E intencional ou não, os quatro despedem-se dos fãs, a multidão começa a pedir incessatemente Seek And Destroy, ao voltar, o Metallica brincou conosco, tanto que o vocalista diz: "Vocês querem mais uma? Ok, São Paulo, nós vamos tocar mais uma porque vocês fizeram por merecer...".  Então, mostrando muita emoção, James ( representando a banda ) literalmente declarou seu amor pelo Brasil e pela sua imensa legião de fãs. E manda ligar os refletores do estádio e completa: "Vocês viram esses feiosos a noite inteira, agora é a nossa vez de ver vocês”. Te garanto leitor(a) que eles ficaram felizes com a expressão de alegria que viram em nossos rostos. Para complementar ainda diz em bom português: "Estão comigo!!! Estão comigo.... Seek and Destoy". Narrar a felicidade sentida ao ouvir este clássico do metal é bem difícil, pois bangeei e muito, mas atentando para o lado mais técnico desta resenha, posso dizer que viam-se riffs pesados como deveriam ser, empolgação ao máximo, uma pegada que nos deixou todos de punhos cerrados e fez surgirem rodas enormes por todos os lados. Com as luzes do estádio acesas eram exibidos os rostos dos fãs no telão agitando muito e ficando maravilhados ao se verem lá. Valeu Metallica por fechar este show de forma tão brilhante com um som que é a pura essência do thrash metal. E James encerra com mais uma declaração de amor ao dizer: " Metallica ama vocês São Paulo!!!".

    E você acha que foi só caro leitor(a)? Antes de saírem em definitivo do palco o vocalista se enrola em uma bandeira do Brasil, e juntos com seus companheiros de banda é ovacionado pela platéia que grita o tradicional: "Olê...olê...olê..Metallica...Olê...olê...olê..Metallica!!!!". Nesse ínterim, Kirk e Robert fazem uma verdadeira chuva de palhetas para os fãs nunca vista antes em solo brasileiro ( e como eles arremessaram longe essas palhetas ). Foi  praticamente um show à parte esses minutos de agradecimentos, consolidando uma paixão mutua entre os fãs e a banda, além de marcar a coroação de um dos shows que entrou para a lista dos melhores deste ano. Aliás, que começo de temporada!!! Sim, tivemos o Deicide e o Master aportando por aqui, mas este retorno do Metallica no Brasil provou que mesmo após 11 anos sem uma passagem na 'terrinha', o apetite e a potência para nos energizar à enésima potência e realizar as duas horas mais animadas deste começo de ano com o melhor do thrash metal não está nem um pouco abalado. Nos agradecimentos finais Lars Ulrich avisa: “Não é necessário esperar mais 11 “fucking” anos para voltar pra cá, não é?”. É claro que não Lars. Que o retorno aconteça logo, se for com um ótimo álbum como é o caso de Death Magnetic melhor, senão, sem problemas, mas aí tocando só as antigas, só peço para não demorem tanto. Metallica Rules Again My Friends!!!

Por Fernando R. R. Júnior
Fotos: Marcelo Rossi
Agradecimentos especiais a Karine Serezuella
 e equipe do Editor Web www.editorweb.com.br

Fevereiro/2010

Set list do Metallica

Creeping Death
For Whom the Bell Tolls
The Four Horsemen
Harvester of Sorrow
Fade to Black
That Was Just Your Life
The End of The Line
The Day That Never Comes
Sad But True
Broken, Beat & Scarred
One
Master of Puppets
Blackened
Nothing Else Matters
Enter Sandman

Bis
Stone Cold Crazy (cover do Queen)
Motorbreath
Seek and Destroy

 

 Galeria de Fotos do Metallica e do Sepultura

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