Quem esteve no Carioca Club na quarta-feira, 26 de maio para assistir o show da banda U.F.O., certamente não se arrependeu.

    A grande banda escocesa  veio pela primeira vez ao Brasil para a alegria de muitos fãs que fizeram questão de marcar presença e que agitaram muito durante a uma hora e meia de apresentação dos senhores Phil Mogg ( vocais ), Vinnie Moore ( guitarra ), Andy Parker ( bateria ), Paul Raymond ( teclados e guitarra ) e Rob De Luca ( baixo, que já passou no Brasil este ano com o Sebastian Bach e desta vez, esteve substituindo Pete Way, que não veio em função de problemas de saúde ).

    Para muitos como eu, aquilo parecia um sonho e confesso que durante os primeiros minutos do show fiquei estática, não acreditando que uma das minhas bandas favoritas desse período da história do rock, estivesse lá realmente.

    O telão que escondia o palco ao fundo, subiu exatamente às 21h27min acompanhado por uma introdução mecânica viajante para que,  pontualmente às 21h30min a banda pisasse no palco. E eles chegaram arrebentando tudo!

    A noite começou com a clássica Let It Roll do álbum Force It ( de 1975 ) e já levou a platéia ao delírio. Phil Moog, no centro do palco, dominava a cena com sua voz marcante.

    Mother Mary foi a música seguinte, também do álbum Force It e Paul Raymond deixa os teclados para vir tocar guitarra base na linha de frente do palco pela primeira vez.

    Seguiram-se When Daylight Goes To Town ( do álbum You Are Here de 2004 ) e Out In The Streets ( Force It -  75 ) e foi essa segunda que voltou a incendiar a platéia, composta em sua grande maioria de rockeiros lá com seus 40 e poucos anos de idade. Vinnie Moore, na banda desde 2003, mandou muito bem o show inteiro apesar de que alguns clássicos perderam um pouco da magia e do feeling originais.

    Phil Moog apresenta a próxima música, The Kids que arranca gritos do público presente. No final dessa música ele agradeceu a todos em diversos idiomas na tentativa bem humorada de se fazer entender pela platéia. Tudo estava acontecendo muito rapidamente! Acho que é essa a sensação que temos ao assistir a um show majestosamente perfeito, não  é mesmo? Tudo passa rápido demais...

    I Ain't No Baby” do álbum Obsession ( 1978 ) vem logo após o comentário de Phil Moog sobre o guitarrista Vinnie Moore. Ele o apresentou como 'mucho rápido' e de fato, ele estava coberto de razão. Mais uma vez senti saudades de Michel Schenker.

    Mas quando Too Hot To Handle começou ( essa também do álbum Lights Out de 77 ), deu pra esquecer tudo. O clássico conseguiu fazer com que praticamente todos os presentes cantassem ao menos o refrão junto com a banda. Emocionante!!!. Durante o solo dessa música, Moore, Raymond e Rob De Luca, formando a linha de frente no palco, fazem um espetáculo curioso e divertido tocando seus instrumentos apoiados na nuca à la Jimi Hendrix. E o show já estava chegando ao fim...

    Para encerrar com chave de ouro, a banda começa Lights Out ( do Lights Out 1977 ), maravilhosa! No refrão, como de costume, Phil Moog canta: "...Lights Out in São Paulo..." ao invés de " in London ". E como num piscar de olhos a banda estava saindo do palco. Os gritos de " U.F.O., U.F.O., U.F.O." ecoavam no Carioca Club e alguns minutos depois a banda retorna para o tradicional bis.

     Um pouquinho de blues, leve e descontraído, abre as portas para as duas últimas músicas da noite. Rock Bottom, mais um grande clássico da banda e a maravilhosa Doctor Doctor ( ambas do álbum Phonomenon 1974 ). A banda despede-se da platéia empunhando a bandeira brasileira e deixa o palco.

    Acredito que todos saíram da casa com a melhor sensação do mundo: Puderam conferir mais um dos grandes nomes do rock nascidos nos idos de 1970. Ah, que tempo bom!!!

    Agradecimentos aos produtores do evento ( Advance Work Order Production ) que nos brindaram com essa pérola da música, nunca serão suficientes.  Meus agradecimentos especiais aos amigos Milton e Fernando que sempre nos trataram com enorme respeito e carinho. Parabéns amigos. Vocês arrebentaram!!!

Por Lourdes Azevedo
Fotos: Ronaldo Chavenco
Junho/2010

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