Blaze Bayley - Promise And Terror Part II - Tour 2011
Abertura: Seventh Seal
Sexta, dia 21 de janeiro de 2011 no Blackmore Rock Bar em São Paulo/SP

    E lá vem o Messiah de novo e lá vou eu resenhar de novo o show do distinto cavalheiro que sempre se mantém próximo aos fãs. Levei alguns cd's do Blaze Bayley para ver se vendia no local e não é que vendi os poucos que tinha ali, na verdade 3 deles e ainda um outro de outra banda. Vendi tudo na fila lá fora, claro, sabendo que não fica nada bem e ético vender coisas dentro de estabelecimentos sem a autorização do mesmo. Parece frescura do jeito que descrevo ou formalidade demais, mas é verdade. As coisas são assim.

    O show foi marcado para as 22:00 horas, segundo alguns acham que iria ser ainda mais quem não sabe como funciona esses horários que são por volta da meia noite, ou seja, ia rolar até umas 3:30 h da madrugada com certeza. As 22:00 o bar foi aberto mas os fãs faziam fila para esperar entrar e tomar um lugar no pequeno bar que cabe cerca de 350 pessoas para ser chamado de lotado. Lá dentro a banda de Blaze, a saber: Blaze Bayley nos vocais, Nico Bermudez  e Jay Walsh nas guitarras, David Bermudez no baixo e Claudio Tirincanti na bateria. E eles estavam se preparando para passar o som e isso era mais de 23:00 horas.

    Felizmente eu consegui entrar rápido, pegar a bar vazio e dar um olá para o Blaze e rapidamente que disse que falaria comigo após o show. E não só comigo, mas com os demais fãs que quisessem conversar com ele, pegar autógrafos e fotos, como foi no ano passado em todas as cidades do Brasil, imagino eu. Segundo eu soube em outros shows pelo país ele fez a mesma coisa, atendendo os fãs para tentar descansar no final. Nem imagino o que se passa na cabeça de alguém que já tocou no Iron Maiden para dezenas de milhares de pessoas durante meses e acabar tocando para poucas centenas aqui e ali pelo mundo afora. Não sei se ele se desanima muito, aceita sua condição atual ou se mantém forte devido a sua repudia por gravadoras grandes que ele afirma que roubam os artistas, coisa que ele enfatiza em seu discurso no shows.

Seventh Seal

    A fila vai diminuindo, o pessoal entrando e eu lá fora conversando com o fotógrafo dessa resenha e outros conhecidos esperando pelo show do Seventh Seal, mas o que não sabia era que Blaze e a banda estavam circulando pelo bar e falando já com o público, coisa que vou comentar como eu soube ou penso que foi no final da resenha. A banda Seventh Seal sobe ao palco para passar o som depois do Blaze e logo se espera que entrem, afinal, já passada da meia noite e meia, mas a banda demora um pouco mais e entram no palco quase a uma da manhã. Nessa hora eu estava na porta do bar mas ouvia o som pesado da banda, porém abafado devido a porta fechada e a lei do silêncio em algumas ruas de Sampa. Então resolvi entrar e acompanhar o som deles que parecia faltar algo, ou não sei se o som estava bom mesmo. 

    É um quinteto que tem um vocalista com voz potente. Você olha para ele de perto e é baixo e magro com um cabelo liso comprido, mas não longo ( na altura do pescoço ) caído sob um parte do rosto e não dá muita bola para o que o rapaz pode fazer em cima do palco. O som ficou um pouco embolado e lembrei-me da abertura do Seventh Seal para o Circle II Circle em 2008 onde os músicos falavam entre si no microfone sobre algo da banda e que era para a platéia ouvir, mas o som estava abafado e baixo e imaginei o que iria acontecer de ruim com a banda quando vi uma certa demora no palco para a continuação do show deles e eis que a corda mais fina da guitarra do guitarrista Tiago Claro se quebra e ele não tinha nem uma corda para trocar e nem outra guitarra. Daí eles levaram o resto do show com uma guitarra e Tiago fazendo backing vocais num outro microfone agitando a cabeleira e brincando de air guitar. Depois do final do show perguntei para ele que guitarrista era esse que não tinha corda de reserva e ele disse que até tinha a corda mas iria demorar para trocar e preferiu agir assim para que o show não atrasasse mais ainda. Legal se ele pensa assim. Ponto para o cara!

Blaze Bayley

    Depois de um tempinho é a vez do tão aguardado frontman entrar no palco sob altos urros e assovios. Mãos foram ao ar a medida que ele ia para a beira do palco e os primeiros acordes eram tocados. Blaze encara a plateia, bom, mais observa do que encara. Parece que ele ia se preparar para um combate sonoro a favor dos fãs e não contra eles. Fiquei vendo ele enrolar o fio do microfone na mão como se fosse um lutador de boxe e colocar a bandagem em suas mãos antes de vestir a luva de boxe, e assim, Blaze foi prendendo o microfone na mão dando a entender que agora era a hora do show e ninguém iria tirar o microfone dali, da mão dele. Ele estava preparado para a batalha.

    Blackmailer foi a primeira música onde a galeria foi agitando, prestando atenção e se familiarizando com a performance. O som da casa não estava bom ainda, mas a banda experiente como é, sabia disso e os fãs poucos se importavam. Em seguida, vieram as ótimas Smile Back At DeathFaceless sendo bem agitadas pelo baterista, que naquela noite foi o músico que mais agitou ali no palco em seu instrumento, pois tinha hora que ele parecia que iria cansar, afinal, emendariam música atrás de música em certos momentos, mas o homem das baquetas, Claudio Tirincanti suou a camisa e todo o resto de sua roupa ali na parte de trás do palco, sendo elogiando por alguns fãs no final do show.

    Blaze saudou o pessoal logo nessas três músicas e mandou mais do seu som. Logo vieram “Waiting for My Life To Begin”, “City Of Bones” e “Voices From The Past” e ao final dela, Blaze começou a discursar sobre a banda repetindo de novo o falatório do ano passado sobre suas ideias, os fãs, falta de grana para gravar o cd e falou contra as gravadoras grandes como Sony, Warner e BMG. A música Surrounded By Sadness foi o primeiro momento alto do show, em que Blaze a cantava com emoção - e sua voz estava melhor do que nunca - e cumprimentava todos a beira do palco, coisa que se repetiu mais vezes durante o show. Os guitarristas Jay Walsh e Nicolas Bermudez e o baixista colombiano David Bermudez, irmão deste último guitarrista, agitavam bem, mas David se sobressaía e tinha uma presença de palco forte.

    O show seguiu com “The Trace Of Things That Have No Words”, “Letting Go Of The World 10” e “Confortable In Darkness”, sendo bem interpretadas e alterando o clima do pessoal que ora agitava mais, ora agitava menos. Daí veio um som esperado ou nem tanto assim para os desavisados do salão, a música Futureal cover do Iron Maiden da época em que Blaze fez parte da banda. Foi daí que a primeira roda do show se abriu, coisa que era de certa forma previsível por causa de um cidadão que já vi em outros shows que começou a agitar ali no meio nas outras vezes. Pois bem, cerca de 20 pessoas estavam ali se acotovelando e pulando um contra o outro durante a execução da música que parecia um Thrash Metal avassalador daqueles das bandas da Bay Area ( lê-se Exodus, Forbidden, Testament, etc ).

    A roda se repetiria outras vezes com mais ou menos intensidade. Logo depois vem Launch que chega até a lembrar a época de Blaze no Iron MaidenBlood And Belief foi a seguinte e o público ainda esperava pelos clássicos dele na "Donzela de Ferro". Outro breve discurso que foi emendado com The Clansman, cantada em uníssono pelo público e Blaze recebeu muitas palmas e o famoso “ôlê, olê, olê, olêêê...Blaze, Blazeeeee!!!” e ele agradeceu emocianado acenando para todos e fazendo gestos de obrigado, amizade do coração ( batendo no peito ) e força ( apartando suas mãos acima da testa ). O Messiah estava feliz.

    Em seguida The BraveWatching The Night Sky foram apresentadas ao público, que já estava na mão de Blaze para que então Madness And Sorrow viesse com energia e ferocidade fazendo a platéia agitar com muito bate-cabeça atitude aprovada por Blaze. Depois The Man Would Not Die do álbum homônimo não poderia faltar na performance dele e ele até enrolou o restante do cabo do microfone em seu pescoço. Não! Ele não iria se enforcar, afinal ele é o homem que não deveria morrer. E de fato, aquele que estava mais vivo do que nunca tocou as músicas “Robot”, “Samurai” e para a surpresa de muitos veio logo a seguir “10th Dimension”.

    O público sabia que teria que vir mais Iron Maiden por aí e depois seria só alegria e bate papo com a banda e a dobradinha que encerrou o show foi com Sign Of The CrossMan On The Edge. A primeira música não tinha sido apresentada nessa parte da turnê e Blaze resolveu registrar toda a agitação frenética do público filmando eles de cima do palco. Alegre, feliz, contente e ciente de que vale a pena seguir em frente, ele encerra o show com a supracitada que foi single e vídeo-clipe do primeiro trabalho dele no Iron Maiden, o X-Factor.

    Bom, terminado o show, a turma sai do palco, dá um tempo no camarim e logo os músicos vão descendo, sendo os guitarristas e o baixista, que vão tirando fotos com a plateia e dando autógrafos e logo chega Blaze para fazer o mesmo e conversar mais com os fãs do que eles conversavam com os demais, afinal ele era a estrela. O baterista que se manteve afastado recolhendo seus pertences de palco e até perguntei para ele sorrindo “Não tem roadie pra te ajudar?” e ele riu dizendo que não e ele tinha que fazer quase tudo sozinho, mas alguém o ajudaria. É, banda independente tem isso.

    Blaze falou com todos que queria, inclusive comigo e me afastei um pouco para depois ir no camarim ver se falava ainda com ele e vi o Tiago Claro, do Seventh Seal ali com ele, sorrindo e outro cara ao lado do Blaze com um crachá do evento e notei que Blaze estava descalço, com os pés brancos e com aquele bronze londrino e notei o cara falando com o Blaze que parecia estar um pouco cheio de ficar ouvindo elogios do cara que quase o abraçava e daí falei para o Blaze “Ah, está sem sapatos para relaxar, hein?”, mas a medida que o outro cara falava com ele, Blaze parecia se chatear e olhou para mim dizendo: “Eu preciso trocar de roupa aqui e não para de vir gente. Conversei com as pessoas antes e depois do show e preciso de um tempo para mim. Isso é muito rude, muito, muito rude!” e daí o povo entendeu que era para sair da sala.

    Tiago pensou que não iria ter seu autógrafo, afinal, ele ficou cuidando dos preparativos para sua banda e saiu do camarim, mas depois que Blaze se trocou e estava renovado chamou-o para uma foto e lá vai o Tiago super-feliz tirar foto com o Messiah. Ambos se cumprimentaram, Tiago ficou feliz e foi embora assim como eu. Blaze foi simpático como sempre, e atencioso e fica o registro aqui do que aconteceu, do que vi e o que achei necessário falar. Os fãs e companheiros de música torcem para que Blaze sempre continue assim e consiga um sucesso maior do que ele tem agora e ele merece! SUCESSO BLAZE!

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Marcos Cesar Almeida
Fevereiro/2011

Set List Blaze Bayley

1 - Blackmailer
2 - Smile Back At Death
3 - Faceless
4 - Waiting For My Life To Begin
5 - City Of Bones
6 - Voices From The Past
7 - Surrounded By Sadness
8 - The Trace Of Things That Have No Words
9 - Letting Go Of The World
10 - Comfortable In Darkness
11 - Futureal ( Iron Maiden cover )
12 - The Launch
13 - Blood And Belief
14 - The Clansman ( Iron Maiden cover )
15 - The Brave
16 - Watching The Night Sky
17 - Madness And Sorrow
18 - The Man Who Would Not Die
19 - Robot
20 - Samurai
21 - The Tenth Dimension
22 - Sign Of The Cross ( Iron Maiden cover )
23 - Man On The Edge ( Iron Maiden cover )

 

 

 

Galeria de Fotos do
Blaze Bayley e do Seventh Seal

 

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