Circle II Circle -  Brazilian Tour 2011
Sábado, dia 12 de fevereiro de 2011 no Hangar 110 em São Paulo/SP

      Não haveria banda de abertura e cheguei tarde para o show, mas na hora de ver a banda e queria falar com eles na entrada para não ter que esperar na hora da saída e ir embora logo, mas como as leis de Murphy acompanham habitualmente, não é que a banda chega assim que fui ao banheiro e por pouco não falo com eles e saio mais cedo? Bom, paciência. Andei por ali, vi se via algum conhecido(a) e vi poucos(as) no começo e no final do show. Eu já havia visto Circle II Circle anteriormente e curti o show, mais pelas músicas do Savatage do que da própria banda. Como alguns setlists de artistas se repetem, você acaba deixando de lado a banda se não é uma de suas preferidas, mas como sabia da qualidade do som deles, resolvi ir no show e me surpreendi com a quantidade de pessoas ali e pela qualidade sonora apresentada pela banda, que estava diferente em sua formação de três anos atrás pra cá.

      Agora, como um quarteto e não mais um quinteto a banda veio divulgando seu mais novo cd, Consequence Of Power, e logo de cara mandam três músicas desse cd, começando com a homônima pesada Consequence Of Power, seguida por Symptoms Of FateTake Back Yesterday. Zak Stevens, como é de se esperar saúda a plateia e causa alvoroço desde que aparece no palco. O som estava bom, logo de cara, mas foi melhorando aos poucos e hora piorava, mas tudo bem, isso eventualmente acontece quando se tem problemas na mesa de som.

    A banda é educadíssima e Zak está sempre apontando para os fãs, coisa que deixa o artista mais próximo do público. Nessa hora, uma garota já tinha subido ao palco para abraçar Zak e no decorrer do shows outras meninas e uns rapaze fizeram o mesmo, mas nenhum segurança ou roadie agrediu-os, apenas pediram para sair de lá. Ainda bem, pois já aconteceu de um ou outro afoito acabar enrolando seu cabelo no instrumento do músico ou desplugar algum fio que corta o som do instrumento, mas lá não teve nenhum estabanado como esse.

      Chega o momento da quarta música, um clássico do Savatage e do Heavy Metal, Edge Of Thorns, música da época em que Zak cantava no Savatage, que para um som tão aguardado e previsto para o final do show acabou sendo realizado no começo. A introdução de teclado ( ou piano se você preferir ) foi em playback mas a música é claro fez o público cantar junto e pular de alegria. Depois desse som eles apresentaram Out Of NowhereSoul Breaker, músicas do CIIC que prepararam a galera do local para mais outro clássico do Savatage: Taunting Cobras. A música alegrou a todos ali presentes e a essa hora, Zak já pronunciava o seu famoso “Do caralho” e falou para o público que aprendeu outra expressão, a saber: “muito foda”.

      A banda ainda toca mais três músicas de sua autoria que são AnathemaEpisodes Of Mania do último álbum e Watching In Silence que é do primeiro disco do CIIC e já é tratada como clássica pelos fãs. Durante o show Zak falou sobre a banda Soulspell e deu a entender que os músicos dessa banda brasileira poderiam estar ali ou que teria um show deles em breve e Zak estava divulgando o show deles, mas na verdade é que alguns dos músicos do Soulspell foram convidados para tocar músicas do Savatage com o CIIC, afinal Zak também participou do segundo e mais novo trabalho do Soulspell lançado no ano passado. Para quem não sabe, Souspell é uma banda nacional de Opera Metal sendo que nesse último álbum intitulado The Labyrinth Of Truths conta com a participação de Zak Stevens na música Into The Arc Of Time fazendo um dueto com ninguém mais, ninguém menos que Jon Oliva o lendário líder do Savatage. Sim, grandes nomes abrilhantando bandas nacionais, coisa que acontece com uma certa freqüência. O último trabalho do Soulspell ainda tem mais gente de brilho internacional, mas você te quem adquirir o cd para comprovar. Papo vai, papo vem, os músicos do CIIC saem do palco com exceção de Zak e eis que vem o pessoal do Soulspell para cantar.

      Leandro Caçoilo da banda cover Columbia Rock e ex-Eterna começa a puxar o som de The Wake Of Magellan, música do Savatage que não era apresentada em shows há mais de 10 anos, desde que Zak ainda fazia parte do Savatage. Depois eles executam Into The Arc Of Time, do referido Soulspell, também com participação da vocalista Daisa Munhoz ( da banda Vandroya e do Soulspell ) e por último, para encerrar essa participação especial Gutter Ballet, outro clássico do Savatage que não tinha Zak nos vocais, e que foi cantada pelo tecladista Mauricio Del Bianco que manda muito bem nos vocais, focando nele toda a atenção do público. Fim de papo e o Soulspell se retira do palco sob aplausos e gritos da plateia.

      Se o povo estava agitado e gritando com os clássicos do Savatage com ou sem Zak nos vocais, ou tanto tocadas com o CIIC quanto o Soulspell, a banda que era a atração da noite acabaria agitando os fãs encerrando o show com mais quatro sons do Savatage. “Conversation Piece”, “He Carves His Stone”, ”Lights Out” e a bela e famosa “Anymore” encerram a primeira parte do show antes do bis. E lá vem os quatro músicos a frente do palco junto com Zak, que são Paul Michael "Mitch" Stewart ( baixo ), Rollie Feldmann ( guitarra - e que lembra um ator de filmes de artes marciais dos anos 80 e 90 que sempre fazia o vilão ) e o cabeludo Johnny Osborn ( bateria - que disse ser chamado de Bob de vez me quando, pois seu cabelo solto lembra o do personagem Syd Show Bob dos Simpsons ).

      Pausa para o bis e logo depois o senhor Baquetas Show Bob vem fazer um solo de bateria ora interessante, ora enfadonho sem nada novo sob o sol, sendo que ao final do solo Zak pega as baquetas e senta-se a bateria, chamando a atenção para si e causando curiosidade com o que iria fazer, mas os demais músicos ficam por ali, apenas o batera fica de canto e o baixista Mitch Stewart assume os vocais para cantar o clássico do AC/DC T.N.T. que fecha o show com chave de ouro. Ficou bem interessante. Ah, o detalhe é que Zak toca bateria mesmo e foi ele que gravou a bateria de todas as músicas do cd Watching In Silence.

      E lá se vão os músicos por alguns minutos para chegarem aos poucos e tirarem fotos com a plateia, autografar e conversar com os demais. Foi um show tranquilo, interessante e com mais público do que aconteceu há três anos. O merchandising da banda ainda estava sendo comercializado e o transporte público ainda estava rodando por lá. Mais uma missão cumprida e Zak Stevens e Cia já sabem que aqui eles tem público cativo e voltarão mais vezes. Pois bem, estamos esperando.

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 Fotos e texto: Hamilton Tadeu
Março/2011

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