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Eu não sabia que a banda Kob 82 iria abrir o show ou nem me toquei nessa parada, mas o que fiquei sabendo é que a banda “principal” da noite, o D.O.A. com mais de 30 anos de história, veio para o Brasil com um bom esforço do Jefferson, baixista da banda Agrotóxico, Flicts e Olho Seco, e também proprietário do selo alternativo Red Star Recordings, que lança bandas como como Agrotóxico, Lobotomia, Ação Direta, Atroz, D.O.A., dentre outras, afinal fazer uma turnê pelo Brasil com uma banda underground, que apesar de ser longeva poderia não dar um bom resultado e lucro. Ah, isso não faz o agitador do show ficar milionário e ele não quer trazer uma banda por causa da cena, portanto a logística da coisa deu certo para que a banda viesse tocar em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. O país anda tendo uma enxurrada de shows de bandas de Heavy Metal, mas para o cenário Punk a coisa anda diferente e como os públicos são diferentes, não tem porque dizer que não há dinheiro para todos os shows, pois isso é o de menos e fica inapropriado relevar isso numa resenha como esta, afinal as pessoas tem outras prioridades e outros gastos. Não sei como foram os shows em Curitiba e Rio de Janeiro, mas o de Sampa foi bem agitado.
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Deixei entre aspas a palavra ‘principal’ referente a banda D.O.A. e depois vou ressaltar o porque disso, mas falemos primeiro da banda Agrotóxico pois perdi o show do Kob 82, que tocou para uma casa quase vazia, com poucas dezenas de pessoas. Pelo que eu soube, apesar do pouco público a banda não decepcionou e o público curtiu-os. Fora do Hangar 110 pelo que se tem notícia já havia pessoas bebendo no bar que fica quase em frente da casa por volta das 17:00 horas, cerca de três horas antes do show começar, mas deveriam estar ali para ver o Olho Seco e o D.O.A. e quem sabe até o Agrotóxico, que tem um público cativo e é um dos grandes nomes do Hardcore nacional.
Agrotóxico
Bem depois das 20:00 horas entra o Agrotóxico mandando seu Hardcore acompanhado de muita agitação, moshes e stage dives. Num momento em que alguém tentava subir no palco o guitarrista do Agrotóxico empurrou a pessoa de volta para o chão e ele de novo investiu e subiu no palco para fazer seu showzinho à parte e pular de volta no meio do agito. A banda agita muito no palco e com três vocalistas, dentre os quatro membros da banda, o show se torna mais interessante e agitado. Sobra gás pra todo mundo. Além de Jefferson a banda conta com Arthur ( guitarra e vocal ), Marcos ( guitarra e vocal ) e Pedro ( bateria ), que com exceção de Arthur e Pedro também compõe o Olho Seco.
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Olho Seco
A espera para o Olho Seco nem foi tão grande, apenas o baterista André teve que se ajustar na bateria enquanto Jefferson e Marcos ficavam por ali tomando um fôlego e ajudando os equipamentos e eis que quando as cortinas se abrem o público começa a vibrar, algumas pessoas vão mais perto do palco e outros começam a abrir espaço para o agito que iria se seguir. O Olho Seco abre com Me Tirem Deste Inferno o que faz a casa estremecer. Depois seguem com Olho De Gato e Muito Obrigado. Fabião já começava a se comunicar com a plateia, mas muito brevemente, sem muita falação e discurso, afinal isto é Olho Seco.
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O show segue na mesma cadência até que a sétima música vem para arrebentar o lugar, afinal era o clássico da banda Botas, Fuzis, Capacetes, que praticamente fez do Hangar 110 um campo de batalha. Ah, não vamos exagerar, mas que o público tomou boa parte do Hangar 110 agitando, isto tomou. Ao todo menos de 250 pessoas estavam por ali. A esta hora, de tanto subirem no palco e ficarem passando a mão nos P.A. os set lists que estavam no palco, já tinham sido arrancados pelos presentes e parcialmente rasgados, o que dificultou de tirar uma boa foto deles para a resenha.
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D.O.A.
O show continua por mais umas músicas até que vem outro clássico: Que Vergonha, e algumas depois, Sinto que foi seguida de mais quatro sons eles encerram a apresentação com Isto É Olho Seco, totalizando ao todo 19 músicas em cerca de 45 a 50 minutos. A banda sai do palco ovacionada e o público parece que estava satisfeito e creio que algumas pessoas começaram a sair, pois quando o D.O.A. entrou parece que havia mais espaço para andar. Ou era impressão devido a agitação geral do público no lugar? Não sei, mas a banda “principal” foi ofuscada pelo Olho Seco. O público agitou durante o show do D.O.A., mas bem menos do que durante o show do Olho Seco.
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A banda, que foi fundada em 1978 pelo canadense Joey ‘Shithead’ Keithley ( vocal e guitarra ), oriundo da banda The Skulls, e eles entraram no palco seguros de si e prontos para agitar um bom show. Dan Yaremko ( baixo ) e Jesse Pinner ( bateria ) completam a banda, que é um trio. Os três começam a tocar animados e Joey tinha andado pelo Hangar durante os shows do Agrotóxico e do Olho Seco e tirado fotos com fãs, mas apesar disso, o povo não agitou tanto quanto devia ou se esperava. O som até que estava bom, mas para mim algumas coisas que Joey falava ao microfone ficaram inaudíveis e tive que perguntar para um ou outro o que ele tinha falado. Ficou um pouco grave, mas entender uma banda em português e outra em inglês com o microfone não tão bom, creio que vence o português. Isso não foi um ponto negativo, pois Joey falava pouco mesmo e agitava muito quase sempre parado no seu lugar de frente para o microfone.
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