Eluveitie
Abertura: Hawthorn e Opus Tenebrae
Sábado dia 29 de janeiro de 2011 no Estúdio EMME em São Paulo/SPE lá vinha mais um show onde não se sabia o que esperar em relação a quantia de ingressos vendidos, se seria cancelado, se daria um bom público e como era o local escolhido para o show, mas a coisa andou até melhor do que esperada para muitos dos shows que vem acontecendo no país. O Estúdio Emme ou Estúdio M é um local para noitadas, mais conhecidas como baladas que na frente há umas lojinhas com roupas e outros produtos mais alternativos que seguem uma tendência na moda e atrás tem o local com bar, banheiros nos fundos do salão e ao lado esquerdo do palco o que torna o acesso fácil de qualquer canto do local. O ar condicionado estava ligado e amenizava até então o calor que aplacava um pouco a antiga cidade da garoa, São Paulo.
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Cabia bem mais de mil pessoas no local de forma confortável sem se espremeram, mas cerca de mais de 500 estavam na metade do salão para frente e ocupando as laterais superiores para assistir o show de perto ou de onde poderia lhes agradar. Era possível fotografar das laterais do palco os músicos de perto e com bons closes, o que facilitou os fãs e alguns fotógrafos que estavam por ali. Além de resenhar também tirei algumas fotos acima do local da mesa de som, onde o iluminador estava, pois a produção liberou sem problema nenhum o que facilitou pelo menos um pouco minha vida para resenhar este show. Ponto para a produção. Aliás, não vi nenhum problema ocorrendo no salão exceto pela retirada de uma pessoa por um dos seguranças que era seguido de perto de uma das moças da produção que me orientou e me liberou a subir na cabine de luz para fotografar.
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Hawthorn
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Com o tempo o som melhorou um pouco e a vocalista animou o público puxando palmas da plateia que assistia atenta ao som da banda. Pelo menos algumas dezenas de pessoas resolveram ajudar na animação do show. O setlist deles foi curto com cerca de 8 músicas e no final agradeceram o público, o produtor e falaram da felicidade deles de ter vindo de Curitiba para o show e pela oportunidade. Ninguém ficou falando bobagens para a vocalista que era uma morena alta e bonita e nem gritando pra banda sair do palco. Ponto para a plateia também.
Eluveitie
Agora era só esperar pela banda principal e ver se o ar condicionado ia dar conta do calor que estava por vir. Um pouco depois da saída dos músicos paranaenses, os técnicos do Eluveitie e alguns dos músicos começam a aparecer no palco para arrumar seus instrumentos e como não havia cortina escondendo tudo, o público pode vê-los ali antes do show. A banda era simpática e acenava para os fãs, que tiravam fotos e gritavam por eles. Cerca de 15 minutos depois parecia quase tudo terminado e saíram um pouco do palco e as luzes foram apagadas deixando o público mais apreensivo para o começo do show. Poucos minutos depois lá vem o octeto apresentando seu som celta com Metal. Celta ou Gaulês? Bom, sei lá, fica sendo como Gaulês afinal eles tem uma música chamada Your Gaulish War.
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A banda abre com a música Nil, logo seguida de Bloodstained e Gray Sublime Archon tendo desde o começo a participação forte do público mostrando que aqui no Brasil sempre há agitação. A banda se surpreendeu com alguns bate-cabeças e com pessoas cantando forte e alto as letras das músicas. Nessa hora o som da banda estava bem melhor do que no começo, pois não adianta comentar, que é difícil algum som começar perfeito, mas a medida que o show foi rolando o som estava ótimo. Todos os instrumentos estavam no mesmo nível e se ouvia tanto o violino, quanto flauta e tanto a bateria quanto o baixo e guitarras.
Ah, eu penso que não era um violino que Mari tocava e sim uma rabeca. Enfim no myspace do Eluveitie está como “fiddle” e a não tão confiável Wikipédia revela que a tradução de “fiddle” é “curvo” ou seja, todos os instrumentos tocados com arco, mas o tradutor do Google diz que o resenhador está certo e é “rabeca” o nome da bagaça. Esse foi o melhor ponto técnico da noite, já que música é som e a iluminação só ajuda. Para quem mal conhecia a banda ou apreciava-os pouco e foi se divertir no show, acabou ganhando a noite, pois o som estava realmente bom, além do que os artistas no palco agitavam bastante, principalmente as duas garotas da banda.
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A quarta música do setlist foi Your Gaulish War e a banda realmente se surpreendeu com o público cantando as músicas num idioma diferente do inglês em que mais de 99% das bandas cantam e faziam bonito impressionando-os. Até a banda agitou junto com o público como se estivessem em sintonia perfeita ou tivessem ensaiado como foi o que aconteceu em Thousandfold a quinta música da noite. Chega a hora de Inis Mona e uma gaita de fole surge para que a música siga seu curso natural. A gaita foi tocada pelo músico Pade Kistler, que além disso também assovia nas músicas.
Pade fez aquela média com o povo e se apresentou vestindo uma camisa da seleção canarinho. Antes da próxima música, Slanias Song, as duas integrantes da banda, Meri e Anna foram a frente do palco ensinar a plateia a cantar o refrão da música com muita paciência e não é que o povo pegou rapidinho a letra, afinal, muita gente estava animada pelo show e nessas horas o raciocínio pode funcionar melhor quando sua participação ajuda a embelezar a parada. Eu fiquei quieto no meu canto assim como outros tantos que estavam perto de mim. Aliás teve gente que ficou sentada ou sentado quase o show todo.
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Devido a atenção do público e o interesse da banda pelos brasileiros, os fãs estavam tomados por uma euforia e ansiedade e esperavam por mais músicas e mais participações. Vem então a música Omnos, cantada por uma das meninas, não a violinista. Em Isara o público começou a subir no palco para os famosos stage dives e a banda nem se importou, mas os seguranças começaram a vir para a frente do palco para impedir que subissem, deixando a situação tensa para uns e menos visibilidade para outros.
Seguem com Quoth The Raven e penso que foi nessa em que o vocalista Chrigel Glanzmann pede para que se abra um circulo no meio da casa de show para que então comece o agito e lá vem a massa de headbangers se empurrando sendo assistidos pelos seguranças que não sabiam ao certo se era uma briga ou se algum deles se aproveitaria da situação para agredir algum “companheiro” ou subir no palco, mas não rolou nenhum problema. Durante as músicas Song Of Life e Kingdom Come Undone a agitação continuou e Chrigel pede a tal de muralha onde uma parte do público colide com a outra. A banda ficou satisfeita com a performance do público a o retorno que eles davam. As duas integrantes eram só sorrisos, impressionadas com a agitação dos brazucas.
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A pancadaria dá um tempo e as músicas (Do)minion e AnDro ( esta última instrumental ) encerram a parte do show antes do famoso bis, mas o público não queriam que se ausentassem e pediram por mais. Eles titubearam, olharam para o público mas resolveram sair um pouco. Como as luzes não se acenderam, minutos depois lá estão todos de volta tocando Primordial Breath e chegando ao final com Tagernako, do single homônimo. Meri e Anna nos momentos finais do show se entreolhavam quando não estavam tocando seus instrumentos e agitavam a cabeleira de forma sincronizada, mostrando que era tudo coreografado e notei que a plateia começou a ficar eufórica pela agitação das duas, afinal com cabelo comprido parece que a coisa fica mais agitada, mais “animal”.
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Eles saem do palco mas alguns deles voltam logo depois pois estavam pegando e guardando seus instrumentos, pedais e apetrechos nos cases e acenando para parte do público que tentava alguma foto com eles ou autógrafos. Tive a oportunidade de falar com quase todos os oito no camarim e foram super-simpáticos e atenciosos. O que mais lamento foi a música Brictom não ter sido incluída no setlist. Anna, além de cantar e tocar flauta também toca realejo e percebi que ela girava uma manivela mas não pressionava nenhuma corda ou botão de seu realejo e no camarim descobri que era programado com um software, sendo assim a moça só tinha que girar a manivela do instrumento para simular que tocava ou tocar na hora programada assim que ela girava.
Não entendi bem como o instrumento “fake” funcionava, mas assim não vale né! Há Há! Mais uma banda que tem integrantes que parecem gostar muito de se entreter com a televisão e gostam do desenho Family Guy ( A Família da Pesada ), além do que Anna gosta também de Battlestar Galactica. Tendo a oportunidade de conversar com os músicos por aí, descobri que Blaze Bayley gosta de quadrinhos na linha Marvel e DC, que David Vincent do Morbid Angel gosta de Jornada nas Estrelas e que o pessoal do Eluveitie curte desenhos animados.
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Com cerca de 3 flautistas na banda ( e penso que mais do que três integrantes sabem tocar flauta ) em certos momentos Glanzmann cantava e tocava, saindo do instrumento direto para a voz e vice-versa, o que me fazia pensar porque algum outro não tocava flauta e deixava ele cantando apenas. Glanzmann também toca algo parecido com um alaúde. Bom, cada um conduz sua banda e sua performance, mas que o show foi interessante isso foi.
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No meio do show mostraram a bandeira da Suíça e alguém jogou a bandeira do Brasil para o palco, que foi colocada no captador do baixo do baixista Kay Brem que seguiu tocando com a bandeira ali no baixo dele por um bom tempo. Não sei se se eles estranharam o verão brasileiro e a reação do público brasileiro, mas que os branquelos celtas estavam coradinhos de tanto agitar e tocar, isso estavam. Ah, e o ar condicionado no meio do show não fez diferença nenhuma e ar frio por ali no meio do salão não se via, só se a pessoa estivesse lá atrás, perto do banheiro. Provavelmente eles voltarão ao Brasil, afinal, o público foi receptivo e a banda se enturmou legal e a coisa esquentou. Uma grande e proveitosa noite para os que estavam ali. Alguns ainda saíram durante os shows de bandas nacionais, outros foram comer, outros para casa e os de fora de Sampa que vieram assistir o show ou tocar, retornaram para suas casas satisfeitos.
Texto e Fotos Hamilton Tadeu
Fevereiro/2011
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