Evergrey - Glorious Collision Tour
Sexta, dia 29 de julho de 2011 no Carioca Club em São Paulo/SP 

    O Evergrey não vinha ao Brasil há mais de dois anos e no ano passado a banda quase acabou, mas os fãs da banda acabaram se alegrando ao saber que as atividades e turnês do Evergrey iriam continuar e se alegraram ainda mais ao saber que eles tocariam aqui novamente, depois do lançamento do álbum Glorious Collision, lançado neste ano de 2011. Era uma boa sexta-feira de inverno, e o que se entende por isso é algo como um tempo agradável nas ruas sem precisar vestir casacos grossos ou agasalhos de manga cumprida. O clima estava bom e dentro do Carioca Club iria melhorar ainda mais, pois o show estava marcado para começar cedo já que a casa seguiria com sua programação habitual depois das 23:00 horas, que é de samba, pagode, axé e afins.

    Cerca de 400 pessoas estavam dentro do local do show, que cabia cerca de 1.000 pessoas e não havia nenhum aperto e nem empurra-empurra. Com um pequeno atraso de 20 minutos, começava-se a ouvir a introdução do show e aos poucos os músicos foram entrando no palco e recepcionando a plateia com olhares e gestos com a cabeça. Confesso que o Evergrey não me atrai muito, mas o show estava tranquilo para se prestar atenção e ouvir.

    Aliás, ouvir até demais, pois o som deles estava muito alto, até parecia que queriam competir com o Manowar em se tratando de volume. Isso era fato, pois algumas pessoas tapavam os ouvidos para suportar melhor a pancadaria ou filtrar o som. Apesar desse pequeno probleminha, o setlist agradou aos fãs que começou com a música Leave It Behind Us, que agradou os fãs logo de cara. Fãs estes que cantavam, acompanhavam a música e faziam chifrinhos com as mãos mostrando que estavam ali curtindo e dando uma força pra banda, que ao decorrer do show se mostrou simpática. Notava-se que alguns músicos haviam bebido demais e estavam um pouco alegres, mas ainda bem que não deram nenhum vexame.

     A banda nem parou e emendaram duas músicas: Monday Morning Apocalypse e As I Lie Here Bleeding. A segunda música, de 2006 que é faixa título, tem elementos que chamam a atenção e empolgam o público e a segunda é um clássico da banda do álbum Recreation Day lançado em 2003. Seguem logo com Masterplan do álbum In The Search Of Truth, lançado em 2001 e que proporcionou uma interessante interação entre a banda e o público. Nota-se que as músicas seguem ordem cronológica ao contrário, ou seja, de 2011 para 2001, mas não que isso importe muito, é apenas uma observação simples.

    Depois de quatro sons é hora do vocalista e guitarrista Tom S. Englund se comunicar com a plateia e até falar que aprendeu um palavrão naquela noite. E lá vai ele soltar um palavrão que acabou arrancando gargalhadas de algumas pessoas da plateia e sorrisos de outros. Tom tinha bebido um pouco, mas sua sobriedade era maior que seu álcool no sangue e daí ele chamou a banda para mais outro som rapidinho. Segue a dobradinha com Rulers Of The MindMark Of The Triangle, ambas do álbum In The Search Of Truth e logo depois a música Wrong que tem um video-clipe que foi dirigido pelo próprio Tom.

    Sem parar, seguem com a música Blinded muito bem tocada pelo novo guitarrista Marcus Jidell, que substituiu Henrik Danhage, demitido em 2010. Marcus sempre recebeu críticas de fãs e imprensa que diziam que ele não estava a altura de Henrik, o que mostrou ser uma inverdade conforme a competência e bom gosto do rapaz ao compor e solar.

    A banda tem ótimo entrosamento e mesmo os músicos já tendo tocados em bandas diferentes, eles soam de forma coesa a começar pelo baixista barbudo Johan Niemann ( ex-Therion e Mind’s Eye ) que ficava bem de frente para os fãs prestando atenção neles e fazendo poses para os fotógrafos junto com Jidell, e o jovem baterista Hannes Van Dahl, indicado por Snowy Shaw, músico multi-instrumentista que já tocou no Therion, Dimmu Borgir, Mercyful Fate, King Diamong, Dream Evil e também é designer e fotógrafo. De fato, Hannes manda bem nas baquetas e o som da bateria estava ótimo para variar, já que por si só é um instrumento com boa acústica. Para completar o quinteto, ainda há o tecladista Rikard Zander.

    O show segue com as músicas Solitude Within, que apesar do título é bem agressiva e logo a seguir vem no mesmo clima a pesada Nosferatu, as duas do álbum Solitude, Dominance, Tragedy, que é o segundo álbum da banda. Chega a hora de dar um tempo na agitação e o tecladista Rikard Zander dá os primeiros acordes da balada I’m Sorry, mostrando que o vocalista Tom S. Englund sabe controlar bem sua voz e cantar passando a emoção que a música conota. Ao final dela o público aplaudiu com entusiasmo e o vocalista agradeceu sorrindo. Tocam então a música Frozen do último álbum e encerra-se assim a primeira parte do show, antes do bis.

    A banda volta tocando When The Walls Go Down que em sua performance esperada entre teclado e bateria e a linha vocal de Tom fazem um dos maiores sucessos da banda e realmente anima para os momentos antes do gran finale. Em seguida Recreation DayBroken Wings e ao final desta última ele oferece um brinde a plateia com uma garrafa de Jack Daniels e joga umas palhetas para os fãs que eram totalmente brancas e sem logotipo ou assinatura de Tom, coisa que colecionadores de palhetas não gostam muito.

    Tom anuncia o último som do setlist A Touch Of Blessing, provavelmente a música mais conhecida do Evergrey aqui no Brasil e de fato animou até a mim, que não sou fã da banda mas gosto muito dessa música. Ah, um detalhe que esqueci de mencionar foi que no meio do show o tecladista tentou tocar algo parecido com uma bossa-nova ou algum ritmo brasileiro e foi imediatamente vaiado pelo público e para surpresa dos músicos, afinal eles acham que na terra do samba, todos teriam que gostar do ritmo brasileiro exportado pro mundo todo, mas não.

    Então Tom pediu para não tocasse mais nada desse 'fucking samba' e que o show continuasse e continuou como você leu acima. Por falar em continuar, a balada com o Evergrey iria continuar no Blackmore Rock Bar, tradicional bar de São Paulo, aonde ocorreria o show da banda Pastore e um cover de Deep Purple que você lê aqui no Rock On Stage. O Evergrey  foi ao bar ficou no andar de cima e conversou com todos os fãs que queriam mostrando muita simpatia.

Texto: Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker
Agradecimentos a Tiago - Seven Stars Management
http://sevenstarsmanagement.com/
Outubro/2011

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