Immortal
Terça, dia 18 de Outubro no Carioca Club em São Paulo/SP

    Uma terça-feira histórica, é como tem que ser definido o primeiro show do Immortal no Brasil, fãs de todo o país, músicos habilidosos e som perfeito. Chego às 19h na porta do Carioca Club e a fila para entrar é grande, a ansiedade de todos transparece nas conversas da fila, pessoas de longe, horas ou dias de viagem, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Curitiba, etc.

    Às 21h o telão é levantado, mas só meia hora depois de muito nervosismo, empurra empurra e com a casa lotada, começa a intro de All Shall Fall ( álbum All Shall Fall - 2009 ) e simplesmente uma massa de pessoas, me empurra na direção do palco ( eu estava muito perto ), mas não aguentei a pressão e sai do meio da multidão do jeito que deu, pois era impossível para uma garota baixinha, continuar lá no meio; já ao lado do palco, noto que as pessoas estão vidradas, para não perder um minuto sequer do show, quando finalmente entram Abbath e Apollyon todos enlouquecem e pulam muito. O palco simples com iluminação que acompanha o ritmo das músicas se encaixa perfeitamente ao estilo da banda, o único porém, é o excesso de fumaça ( não se via o baterista Horgh ) e muita luz branca na plateia.

    Também do cd de 2009, a música The Rise Of Darkness, por ser mais cadenciada, sossega um pouco o público que acompanha o ritmo da música com punhos ao ar, Abbath mostra seu carisma e energia únicos, o palco é dele e apenas dele, mas Apollyon que não passeia tanto pelo palco, compensa bangueando muito em todas as músicas.

    A banda trouxe músicas antigas para o set, a grande maioria veio do álbum Sons Of Northern Darkness de 2002, são elas, a própria Sons Of Northern Darkness, que eles tocam ao vivo com a qualidade de cd, e a plateia canta tão alto que cobre os vocais de Abbath durante o refrão o solo é matador, depois In My Kingdom Cold nos primeiros acordes dessa música, me deram a impressão de levar um soco, riffs magníficos somados a Abbath e suas dancinhas de caranguejo... Passam uma impressão de que eles devem se divertir muito nos bastidores.

    A empolgante Tyrants, com seus belos riffs que acompanhamos no "hey hey", Abbath ( sempre ele ) vai para parte mais baixa do palco senta e do nada, cai para trás com as pernas para cima, hilário! Não contente, ainda agachado pede silêncio, para depois levantar com as mãos para o alto e a galera berrar junto com ele, um verdadeiro fanfarrão. Pensa que acabou? Depois das brincadeiras eles retomam a música do ponto que pararam, depois emendam a bela Beyond The North Waves, onde o pessoal aproveita para acalmar, tirar fotos e curtir o momento.

    Já as Damned In Black e Triumph ( ambas do Damned In Black - 2000 ), possuem uma composição melódica belíssima, que contrasta com o calor absurdo que fez no Carioca Club com dedilhados rápidos, riffs mais compassados e efeitos de eco na música, todos bangueam e cantam do inicio ao fim, uma outra parte da plateia mantém uma cara concentrada, realmente absorvendo cada detalhe da movimentação dos músicos e das músicas. Me pergunto como só três pessoas conseguem um som único e tão pesado?

    The Call Of The Wintermoon ( Diabolical Fullmoon Mysticism - 1992 ) surpreende alguns presentes por ser do primeiro álbum da banda, mas a música possui um ótimo arranjo, e mesmo não tão conhecida é muito aplaudida no fim.

    Ainda na década de 90 eles tocam Battles In The North, título do cd 1995, com seus arranjos rápidos e vocal matador, que arrancam gritos do pessoal ( houve uma leve microfonia que foi resolvida na hora ) e finalmente tocam a minha favorita Blashyrkh ( Mighty Ravendark ), momento que só aparecem as sombras das mãos e baquetas do baterista Horgh ( não queria usar palavras de feias mas só posso descrever essa musica como foda! Sem mais ), e depois que ela infelizmente acaba, eles fazem uma pequena pausa para o encore.

     Abbath volta ao palco com um "boa noite" e diz que tem sido um prazer tocar para nós e já emendam a Withstand The Fall Of Time ( At The Heart Of Winter - 1999 ), que mostra toda a técnica e potência do baterista das sombras, a tremenda One By One ( do Sons Of Northern Darkness ), música que tremeu as estruturas do Carioca Club e fecham a noite com chave de ouro com a poderosa The Sun No Longer Rises ( do álbum Pure Holocaust - 1993 ) nessa música eles mostram suas habilidades técnicas e a velocidade dos dedilhados. E acaba o show, e todos os músicos vão para frente do palco ( finalmente, o baterista sair da penumbra ), cumprimentam os que estão perto da grade. A energia do show era tanta que eu fui trabalhar no dia seguinte como se ao invés de um curtir um show,  tivesse tomado energéticos, uma boa parte do público ( eu no meio ) não quis deixar a frente do palco mesmo com as luzes acesas... Foi como se eles pudessem voltar a qualquer minuto, demorou um pouco pra perceber que realmente acabou. Mas, Abbath avisou que vão voltar, então preparem-se.

Por Erikalk
Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos Júlio Viseu e equipe
da Rádio Corsário pelo credenciamento
Novembro/2011

Galeria de Fotos do Immortal

Set List do Immortal
01 – All Shall Fall - ( All Shall Fall - 2009 )
02 – Sons Of Northern Darkness  - ( Sons Of Northern Darkness - 2002
03 – The Rise Of Darkness - ( All Shall Fall - 2009 )
04 – Damned In Black - ( Damned In Black - 2000)
05 – Triumph - ( Damned In Black - 2000 )
06 – In My Kingdom Cold - ( Sons Of Northern Darkness - 2002
07 - Tyrants - ( Sons of Northern Darkness - 2002
08 – The Call Of The Wintermoon - ( Diabolical Fullmoon Mysticism - 1992 )
09 – Beyond The North Waves - ( Sons of Northern Darkness - 2002
10 - Battles In The North - ( Battles In The North - 1995 )
11 – Blashyrkh (Mighty Ravendark) - ( Battles In The North - 1995 )
Encore:

12 – Withstand The Fall Of Time - ( At The Heart Of Winter - 1999 )

13 – One By One ( Sons Of Northern Darkness - 2002
14 – The Sun No Longer Rises ( Pure Holocaust - 1993 )

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