Nuclear Assault
Abertura: Imminent Attack e Oitão
Sábado, dia 30 de julho de 2011 no Carioca Club em São Paulo/SP

    Infelizmente eu cheguei tarde no show e perdi a apresentação da banda de abertura Oitão, pois conheço o som deles, os músicos da banda, mas nunca os vi ao vivo. Eu queria ver a performance deles e avalia-los no palco, já que nas conversas que temos por aí, o papo flui bem. E além disso queria curtir a trinca de bandas como um todo, mas sempre acontecem contratempos e as vezes a condução demora pra te levar ao local desejado, sendo assim, perdi o show do Oitão e parte do show do Imminent Attack. Pelo que eu soube o som da banda Oitão não estava dos melhores e embora o do Imminent Attack não estivesse bom o suficiente, dava para se ter uma ideia de quão ruim o som estava na apresentação do Oitão, já que algumas pessoas reclamaram que durante a apresentação do Nulcear Assault o som estava bom, mas não tão bom assim, o que de fato era verdade. Já começo a resenha dizendo que um dos pontos fracos da noite foi a mesa de som. Aconteceram outros problemas durante o show que ao pouco irei comentando.

    Pelo que vi do Imminent Attack, eles tentavam animar o público e quem estava na frente do palco agitava ao som deles bangueando, em rodas ou subindo na cabeça dos amigos. A banda teve a oportunidade de tocar dez músicas, o que foi muito bom para mostrar seu trabalho, já que a banda foi formada há sete anos com uma demo lançada em 2006. A banda, que mostra um som Thrash voltado por Crossover ( ou seria o contrário ) com influências de Suicidal Tendencies e Corrosion Of Conformity, teve boa aceitação do público e Dan Lilker, o baixista do Nuclear Assault fazia parte desse público e assistia o show deles do camarote ao lado do palco.

Nuclear Assault

    Pois bem, sem mais firulas e enrolação, eles saem do palco para que comecem os preparativos para a entrada da banda principal. Era uma pausa para o público conversar com os amigos, comprar bebida ou ver o merchandising das bandas e lá por volta das 20:45 h a banda adentra ao palco já executando Rise From The Ashes seguida por Brainwashed e o som não ajudava muito, como eu disse anteriormente, estava ruim. A banda continuou a quebradeira tocando mais três músicas, sendo a última delas o famoso clássico dos anos 80 Critical Mass do álbum Handle With Care, de 1989. Para saber, a música anterior, New Song também está no mesmo álbum, então fora duas do Handle With Care. A essa hora um grande mosh pit havia sido aberto em frente ao palco dominando uma boa parte da casa e logo perto da grande os seguranças tentavam impedir qualquer invasão de palco dos mas animados ou pegar quem fosse arremessado para frente e devia ter pelo menos quatro seguranças ali em frente.

    O ruim dos seguranças do Carioca Club é que eles não estão aptos a lidar com o público de shows de Heavy Metal, mas é claro que sempre tem gente abusada nesse público e quer fazer qualquer coisa a qualquer hora, não se contentando em apenas assistir ao show, e não quero ficar defendendo os seguranças, pois alguns deles sempre pegam palhetas e baquetas de músicos para vender aos fãs, mesmo as que caem logo na frente do palco e algum fã pede para eles pegarem, os seguranças tomam pra si e se o fã quiser tem que pagar. E se o fã reclama de algo o segurança truculento ainda se acha no direito de colocar o fã para fora da casa por causa de “insubordinação” ou por reclamar. Fala sério, né? Qualquer um detesta folgado ou quem abusa do poder.

    Mas fora isso o som rolava ainda com um certo problema pois durante a música Critical Mass a guitarra do guitarrista Scott Harrington deu um problema, mais precisamente com as cordas e o Nuclear seguiu seu show sem ele, que tentava afinar o instrumento e acertá-lo para continuar o show, o que é estranho para uma banda famosa como o Nuclear Assault passar por uma situação dessas, sem uma guitarra reserva. Outra coisa estranha em Scott é o calçado dele nesse show, um simples chinelo, estilo Havaiana, o que gerou posteriormente comentários em rede sociais tirando um barato dele da maioria dos fãs, enquanto alguns poucos rebatiam os comentários dizendo que um headbanger de verdade não liga para isso, coisa que eu também penso. Na verdade Scott foge um pouco do padrão de músico de Heavy Metal e desde 2002 está no lugar do guitarrista Anthony Bramante, que fazia parte da formação clássica da banda e vai ver que é por isso que alguns fãs não dão muito crédito para ele, cobrando assim uma melhor postura. Bom, por mim, se o som sai direito, o que importa é a música. Ah, Scott tem o cabelo curto, assim como o vocalista e guitarrista baixinho ( e cheinho ) John Connelly, que não lembra em nada o frontman que ele era nos anos 80.

    Deixando para trás qualquer comentário fashion ou desnecessário a banda tomava de assalto todo o local e mandaram bem numa música instrumental, coisa rara para uma banda nesse estilo. A saber a música era Game Over, do álbum homônimo de estreia da banda, lançado a exatos 25 anos. Durante a música, uma garota conseguiu subir ao palco pelo lado direito e um segurança foi atrás dela, que foi até o lado esquerdo aonde estava o Dan Lilker e trombou com ele de leve, pois tentava se desvencilhar do segurança. A garota, escorregadia então correu para a beira do palco e se atirou na plateia, mas foi puxada pelos seguranças e retirada da casa. Isso é fácil de achar em vídeo no Youtube aos 7:10 minutos de exibição do vídeo que tem quase 11 minutos de duração. Tal atitude revoltou algumas pessoas ali na frente que xingaram os seguranças, que queria remover os “malcriados” do local por reclamar, como citei acima.

    O show continua sem mais problemas com a plateia e seguem tocando o set list com as músicas “Butt Fuck”, ”Justice”, “Sin”, "Betrayal”, “Price Of Freedom” e “Wake Up”, sendo que essa última foi bastante agitada por boa parte do público. Se com a plateia e os seguranças não havia mais problemas graves, agora o problema era no palco e durante a música When Freedom Dies John Connelly teve problemas com sua guitarra e o jeito foi seguir cantando enquanto o roadie arrumava o instrumento. Connelly, nessa hora deve ter pensado em sua outra guitarra, que está com ele há mais de 20 anos e que a usou para gravar todos os clipes da banda, pois ela tinha sido extraviada no aeroporto e se estivesse lá o show seria um pouco melhor. Que zica hein? Era a maldição das seis cordas naquele dia. Pelo menos a voz dele não tinha sumido, mas mesmo estando legal, é Dan Lilker que assumiria os vocais dali em diante tocando “My America“, “Hang The Pope” e “Lesbians“.

    Com a guitarra pronta para outra Conelly volta aos vocais, a banda toca "Great Depression”, “Trail Of Tears” e encerram o show com “Technology”, tudo isso em uma hora de show ou um pouco mais. O show termina e em menos de dez minutos os seguranças começam a varrer o povo para fora da casa já que haveria programação da própria casa ali, mas, apesar de estar nervoso com o extravio de sua guitarra, John Connelly atendeu dezenas de fãs do lado de fora do Carioca Club, praticamente encurralado num carro. Já vi isso acontecer várias vezes e o músico evitar os fãs pois parece que querem pegar um pedaço dele, mas Connelly estavam bem humorado. Fim do dia e no mais o saldo até que foi positivo, apesar do som não estar com a qualidade que o Nuclear Assault merece e que os fãs deveriam ter para curtir suas músicas, pois se a pessoa não se importa com isso e quer e se contenta em ver a banda, que fique na entrada ou na saída esperando por eles ou vá vê-los no hotel, mas um show bom, tem que ter um bom som. Mas parece que do jeito que falo não estava tão bom. Sim, estava, mas poderia estar melhor.

Texto e Fotos: Hamilton Tadeu
Agradecimentos à Ataque Frontal

Outubro/2011

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