Rage
domingo, dia 19 de junho de 2011 no Carioca Club em São Paulo/SP

    Esse show começou na hora mesmo e se atrasou 10 minutos para começar foi muito. Cinco minutos de atraso até posso acreditar mais dez, não. Os produtores do show acertaram ao fazer o show mais cedo, pois às 21:15 horas, todos estavam na rua esperando pela banda, comendo ou já pegando o caminho de casa. E o trio alemão escolheu um ótimo setlist e animou muito a plateia dominando bem o palco do Carioca Club. Além do mais a qualidade do som estava excelente, o que fez jus a ótima performance de palco da banda. Bom, esse foi um resumo breve do que aconteceu no show, mas vamos ao show de fato.

    Mais de 500 pessoas estavam ali no Carioca Club curtindo o som do Rage que foi tocando clássicos logo no começo do show e embora fossem apenas três pessoas no palco, a movimentação do baixista e vocalista Peavy Wagner e do guitarrista Victor Smolski eram excelentes. Do jeito que estava o lugar, parecia que a banda estava mais próxima dos fãs do que realmente estava.

 

    Bandas europeias, principalmente as alemãs ou as de Black Metal são frias ou agem com um pouco de frieza e de simpatia, mas o gigante Peavey, com seus quase dois metros de altura, abriu largos sorrisos de vez em quando e agradecia o público direto. Eles começaram o show com músicas do último álbum de 2010 Strings To A Web, que foram “The Edge Of Darkness”, “Hunter And Prey” e “Into The Light”, sendo que logo depois da primeira, intercalaram com Soundchaser. Para um começo de show, o som estava muito bom, pois geralmente ainda se fazem alguns ajustes, embora passem o som antes do show começar e do público entrar.

     Os fãs ali presentes gritavam direto o nome dos músicos e vibravam praticamente em todas as músicas sendo ovacionados quase o tempo todo. Notava-se claramente a felicidade dos músicos e eles reparavam na alegria da plateia. O baterista André Hilgers também não ficou atrás, mostrando uma habilidade incrível cheia de energia e num breve solo de bateria tirou uma música do Angra da fase do Aquiles Priester, já que Aquiles estava na plateia e claro que gostou, mas o público não se interessou muito, mas apesar disso foi aplaudido.

 

    O show segue numa pauleira só com a qualidade de som melhorando a cada música. Tocam Empty Hollow e na sequencia vem "Higher Than The Sky”, “Set This World On Fire”, “War Of Worlds”, “Straight To Hell”, “Black In Mind”, “Solitary Man”, “Don’t Fear The Winter” e “Down”, faltando muitos sons antigos, já que a banda tocou mais músicas lançadas depois do ano 2000 ao invés de fazer uma geral em seus 27 anos de carreira, e olha que tem muita coisa por aí. Mas era um show empolgante e nada cansativo que poderia durar mais tempo, afinal era domingo e começou cedo. Eles saem do palco e todos ali permanecem em seus lugares, ninguém vai pra porta afinal era o breve descanso para o bis. Quem saiu do lugar é porque foi comprar bebida ou ir ao banheiro, mas isso não conta para a figura de linguagem da ocasião.

    Voltam do bis para mais um bis e Andre começa a tocar Run To The Hills e para logo a seguir, e daí faz uma outra introdução, de Painkiller do Judas Priest e o povo fica eufórico. Victor brinca com a plateia e com o baterista fazendo sinal de que ainda não estava bom e pediu outro solo para o baterista e daí ele começa tocando We´Re Not Gonna Take It do Twisted Sister e a galera começa a cantar a música e quando ia entrar a guitarra ele encerra as batidas.

 

    Vitor toca o comecinho de Breaking The Law do Judas Priest e também três ou quatro acordes de Smoke On The Water  do Deep Purple que tem um dos riffs mais conhecidos do Heavy Rock, mas eles pegam sério mesmo tocando inteira a Highway To Hell do AC/DC, que encerra o show com a banda saudando os que estavam ali na frente, cumprimentando todo o público e o baterista deu sua camisa suada para uma fã que a vestiu imediatamente e lá fora ela estava toda emocionada dizendo “nossa, olha a camiseta que ele me deu, tá toda suada, cheira aqui”. Bom, é pra rir né? Esse tipo de maluquice emocional de fãs me lembra o filme The Running Man do Schawarzenegger, onde um dos competidores que iria caçar o Arnold vai entrar no lugar do show e esmurra um fã, que caindo com o nariz sangrando diz algo como: “Ele me tocou, ele me tocou”. É estranho, mas também é engraçado e fica sendo mais uma das cenas inusitadas que as vezes reparo em shows, seja antes, durante ou depois do show. Se o Rage voltar ao Brasil com outro setlist, mas com a mesma qualidade de som desse dia, será algo memorável.

 

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker

Agosto/2011

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