Setembro Negro Festival 
Com: Morbid Angel, Belphegor,
Ragnarok
, Nervochaos e Hellsakura
Domingo, 11 de setembro de 2011
no Carioca Club em São Paulo/SP
 

    O Setembro Negro Festival vem se mostrando melhor a cada ano, trazendo excelentes bandas para o território nacional. A Tumba Records está de parabéns pelas escolhas, organização e pontualidade. Tendo isso em mente, após a abertura do Hellsakura e o show do Raknarok ( que não vou comentar, pois ainda não estava no local ), entra em cena Belphegor com um setlist que, apesar de curto ( foram apenas oito músicas em pouco mais de 40 minutos ), mostraram excelente apuro técnico, fazendo da banda uma das melhores de metal extremo contemporâneo.

    Iniciaram com a faixa de abertura de seu novo álbum Blood Magick Necromance, já mostrando o que estava por vir. Helmuth se mostra um excelente guitarrista e vocalista ( aliás, todos os músicos estão em excelente forma ), fazendo o público presente ter orgulho do que estavam presenciando.

    Suas composições mesclando trechos ultrarrápidos a partes mais cadenciadas faz com que os músicos não se cansem e mantenham a qualidade durante todo o show. Sobre qualidade vale destacar que o som estava muito bom, pois ouvia-se perfeitamente todos os instrumentos ( considero a voz um instrumento também, visto que é um elemento adicional único, sendo o grande responsável pela  identidade das bandas ). Imagino que isso seja graças ao engenheiro de som bastante competente.

    E falo levando em conta todos os pontos da casa, já que constantemente eu ficava andando pelo local e subindo até o mezanino, onde a visão é bastante privilegiada. Voltando ao show, deram sequência com "Belphegor - Hell’s Ambassador", "Veneratio Diaboli – I Am Sin" e Impaled Upon The Tongue Of Sathan". Com pouco tempo em cima do palco, continuam com seu clima sombrio tocando Lucifer Incestus, de seu álbum de 2003 de mesmo nome.

    Logo após, tocam Rise To Fall And Fall To Rise, essa também do último álbum e encerram tocando Bondage Goat Zombie, já um clássico obrigatório no show dos caras. Essa é sua segunda passagem pelo Brasil e espero que na próxima vez tenham um show somente deles, ou que sejam os headliners, pois está mais que merecido.
 

Morbid Angel

    Depois de uma breve pausa, e um público bastante ansioso, sobe ao palco o Morbid Angel, que dispensa apresentações. Com seu mais recente trabalho muito criticado, dúvidas pairavam no ar, mas foram embora assim que iniciaram o show com Immortal Rites. Clássica. E continuaram, para acalmar os saudosistas ( eu incluso ), tocam em sequência "Fall From Grace", "Rapture""Pain Divine", "Maze Of Torment" e "Sworn To The Black". Uma após outra, a galera foi se rendendo aos monstros presentes no palco. Uma aula de composições.

    Após essas seis músicas de absoluto caos sonoro, tocaram três do último álbum ( "Existo Vulgoré", "Nevermore" e "I Am Morbid" ) e mesmo sendo mais fracas, ao vivo funcionam muito bem. A grande maioria aprovou, um ou outro com mente mais fechada que estava fazendo cara de quem está com cólica. Enfim... continuam com Angel Of Desease ( nesse som rolou um belo de um mosh ), Lord Of All Fevers And Plagues e Chapel Of Ghouls. David fala pouco com o público, mas quando o faz, mostra seu carisma característico ( aqui vale outra pausa para lembrar dos outros músicos que mostraram um ótimo entrosamento e Trey, lógico, sempre presente ). E nós respondemos, seja gritando, agradecendo ao término de cada música, ou somente de braços cruzados admirando.

    Para o terceiro ato, tocam duas músicas do Domination, voltam ao Covenant com "Blood Of My Hands", "Bill Ur-Sag" do Formulas Fatal To The Flesh e encerram com God Of Emptiness e World Of Shit ( The Promised Land ), novamente do Covenant, dando a percepção que esse álbum foi referência para a escolha do setlist.

    Muito bom, pois como citado no início do texto, o Illud Divinum Insanus decepcionou grande parte de nós, fãs, mas ao vivo eles demonstram que tem total consciência do que representam e sua importância para o desenvolvimento do Death Metal atual. E assim termina mais um Setembro Negro, nos deixando na espera por mais, pois incansáveis que somos, nunca queremos ver as luzes se acenderem.

Por Alexandre Henrique Dias
Fotos: Gil Joker
Novembro/2011

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