Symfonia
Abertura: Tierramystica
Quarta, dia 3 de Agosto de 2011
no Blackmore Rock Bar em São Paulo/SP
 

    Esse show havia sido marcado para acontecer um dia antes no Carioca Club, mas foi mudado para o Blackmore Rock Bar em cima da hora. Algumas pessoas chegaram a ir no Carioca Club no dia anterior e foram avisados que o local do show havia sido mudado para o Blackmore, no dia seguinte. Até que ficou melhor, pois havia pouco público, e todos couberam tranquilamente no bar.

Tierramystica

    Achando que ia chegar tarde para o show, eis que me deparo com uma fila enorme para adentrar ao show, ou seja, atrasou um pouco. A banda Tierramystica ainda estava se preparando no palco para passar o som e imaginei que isso iria demorar mais uma meia hora ou quarenta minutos, o que não aconteceu. Consegui entrar no bar vazio e ver os gaúchos se preparando, e olha que tem muita gente na banda e até instrumentos incomuns dentro do Rock e Metal, mas apenas duas ou três músicas foram o suficiente para a banda acertar a mesa de som. E lá pensava eu que o som deles estava limpo na passagem de som, mas poderia ficar uma porcaria na hora do show em si, o que não aconteceu.

    Parece que em certos locais não existe mais essa coisa de banda de abertura não ter a potência e qualidade de som que a banda de abertura terá e tudo ser igual. A banda tocou bem mais de quarenta minutos e os músicos do Symfonia nem haviam chegados ao bar. O Tierramystica mistura ritmos folclóricos peruanos usando flautas pan e outros instrumentos de sopro, mas não seguem a linha do Tuatha de Danann, por exemplo por usar coisas fora do comum no Rock habitual. O som agradou bastante os presentes, embora algumas pessoas queriam ficar lá fora no frio esperando a banda principal do que assistir a banda nacional de abertura, mas isso acontece! Deixa pra lá.

 

    Lá para o meio do show, o Tierramystica resolveu tocar a música Fear Of The Dark, um cover do Iron Maiden e foi nessa hora que resolvi olhar para trás e vi Timo Tolkki, André Matos e Cia. chegando ao bar e subindo as escadas para ir ao camarim. Notei que Timo e o  estreante baterista Alex Landenburg se detiveram por alguns segundos no mezanino do bar para prestar atenção na banda e Alex arregalou as sobrancelhas de um jeito engraçado enquanto Timo fechava um pouco suas pálpebras tentando prestar a atenção em todos.

    O pessoal do Symfonia voltou minutos depois e ficou assistindo o show dos gaúchos com muita atenção e o vocalista principal, Gui Antonioli ( sim, a banda tem mais de um vocalista ) avisou os presentes que o Symfonia já estava ali e dei um tchau para a banda, que respondeu prontamente a ele e fazendo com que quase todos voltassem seus olhos para cima e sorrissem.

Symfonia

     A hora esperada estava chegando. E por falar em hora, não é que eles demoraram uma hora para entrar no palco? Os shows que o André Matos fazia com o Shaman, geralmente demoravam um pouco mais que o esperado e com o Angra também tem a mesma enrolação. Acho que Timo aderiu ao costume e fizeram o mesmo. Passado cerca de 45 a 50 minutos de espera, eis que toca a introdução do show que tem nada mais nada menos do que 15 minutos, por isso que demorou uma hora. Ao final da intro entra o quinteto, com André Matos adentrando o palco por último e já agitando o público.

    Eu tinha ouvido In Paradisum que é o cd de estreia dos experientes músicos do Symfonia dias antes e lido resenhas sobre esse álbum de estreia e concordo com o que uma pessoa escreveu sobre o cd, que há muito Stratovarius no disco e pouco André Matos. De fato ao ouvir o cd nota-se as mesmas linhas e riffs do Stratovarius e em certos momentos André Matos canta igual ao Timo Kotipelto. O show começa com Come By The Hills, um dos destaques do álbum de estreia e depois Forevermore, também do mesmo álbum.

    Depois vem o primeiro cover da noite com a famosa 4th Reich do álbum Dreamscape do Stratovarius e André fala que essa música tinha Timo nos vocais e o pessoal sacou que era algo do primeiro cd do Stratovarius. O vocalista brasileiro ainda acrescentou que eles não queriam viver do passado e de tudo que fizeram e sim prestar um tributo as bandas. Mas seja como for, era esperado ouvir músicas das ex-bandas dos integrantes do Symfonia.

    Eles tocam mais duas músicas do álbum de estreia intituladas Rhapsody In Black e Santiago sendo esta última bem na linha Metal Melódica, com a bateria bem rápida e agudos o tempo todos, bem típicos do estilo. É hora de outro cover e eis que escolhem a música Last Night On Earth do projeto Revolution Renaissance, que no original foi gravada pelo maravilhoso e icônico Michael Kinske ( ex-Helloween ), seguida pela música Lasting Child que fechava o álbum Angels Cry do Angra, música que nunca foi tocada antes e que vi pessoas falando comigo depois que se sentiram ótimas ao ouvir esse som, afinal era esperado um cover do Angra, mas não este. Mais rápido do que uma bala entra a rápida e famosa Stratosphere, outro cover do Stratovarius, e claro, era hora de agitar muito e o povo se animou.

    Era hora de algo mais emocional e menos pauleira no show e André anuncia Don´t Let Me Go, que foi tocada por uma guitarra acústica que acabou dando um probleminha no final e criando um chiado e quase uma microfonia, o que tirou a magia da música. Depois vem a faixa título In Paradisum seguida por um solo de bateria que animou algumas pessoas. In Paradisum, tem cerca de dez minutos de duração e foi uma verdadeira epopeia de tão pesada e fiel ao álbum que ficou e com uma intensidade notável. Timo voltava com uma cerveja nas mãos e sorria para todos e falou um pouco com o público e como André estava ainda nos camarins, ele acabou gritando André viado” em bom português arrancando risos da plateia. André não ouviu ou se ouviu nem se esquentou.

    “Fields Of Avalon, a música que abre o In Paradisum, encerra a primeira parte do show e logo depois vem a breve pausa para o bis e bem breve, pois já passava de meia noite e meia e muita gente queria ir embora ou ficaria sem condução. A primeira das três ultimas músicas é Dreamspace, do álbum homônimo do Stratovarius, que praticamente nunca era tocada ao vivo pela banda original, depois vem I Did It My Way também do projeto Revolution Renaissance e antes de encerrar a noite com Pilgrim Road do Symfonia, André apresenta a banda que também conta com Jari Kainulainen no baixo e Mikko Härkin nos teclados. André prometeu que o Symfonia voltaria ao Brasil em breve, apesar de poucos pagantes na noite, mas havia lembrado no meio do show que eles já tocaram em algumas casas de shows pequenas como o Blackmore Rock Bar e sentiam-se bem ali. Ótimo saber disso, mas a banda bem que merecia mais gente ali.

    Vamos esperar e desejar sucesso a todos, pois estão fazendo um bom trabalho. Alguns fãs ainda ficaram no bar esperando os músicos para conseguir autógrafos ou fotos, mas entre os cinco, os que mais demoraram a dar as caras foram André e Timo, sendo que com este último eu consegui conversar indo até o camarim e não esperando aonde estavam os fãs, afinal já era mais de 1:20 h da manhã.
 

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Juliana Ornellas
Outubro/2011

Voltar para Shows