The Iron Maidens
Abertura: Metal Attack
Sábado, dia
18 de junho de 2011 no Estúdio Emme em São Paulo/SP 

    O show ainda teria a participação da banda Children Of The Beast, que toca covers do Iron Maiden e é a banda tributo mais famosa do Brasil, mas por algum motivo eles foram tirados do set do show. Tem gente que até achou isso apropriado, pois uma banda cover de Iron Maiden abrir para outra banda cover ficaria estranho, mas para os fãs poderia ser algo bom em dose dupla. Ops... banda tributo abrir para outra banda tributo, antes que comece uma discussão sobre isso.

 

Metal Attack

     A abertura do show se deu com a banda Metal Attack, banda que toca covers de bandas dos anos 70 e 80 focando nos sons famosos dessas bandas dos anos 80. Tanto W.A.S.P.  e Accept quanto Judas Priest e Quiet Riot, o quarteto formado por Fabio Macarrão ( vocais e criador e apresentador do programa Sleevers ), André Curci ( guitarrista das bandas Threat e Musica Diablo ), Nonô ( bateria ), Carlos Freitas ( baixo ) não fizeram feio, afinal são mais de 20 anos de Rock´n´Roll na veia desses quatro. O set deles empolga, e muito. Fabio Macarrão está sempre com boné, falando muito, se comunicando bem com a plateia e até dizendo que queriam dar uma calcinha aberta na parte de trás para as garotas da banda The Iron Maidens, mas elas não queriam ou não deram bola. Agora se foi papo ou ousadia do Macarrão mesmo eu não sei, mas como conheço-o imagino que possa ter falado mesmo. A performance deles ficou meia crua ou simplória demais se comparada a banda principal que tinha luzes no palco mais atraentes, mas como Rock tem que ser algo direto e contagiante, o Metal Attack não ficou devendo nada e o público cantou várias músicas junto com eles.

The Iron Maidens

     Uma pausa de quase meia hora se faz para o palco ser aprontado para as meninas e a guitarrista Courtney Cox, a bonitona do grupo foi ajustar sua guitarra e pedais em frente ao palco enquanto a baterista Linda “Nikki McBurrain” McDonald ia montando sua bateria e a guitarrista Courtney “Adriana Smith” Cox ajustava os pedais de sua guitarra e os cabos ali na frente do palco chamando a atenção dos marmanjos, já que é a mais atraente da banda, tanto é que dias antes ela deu uma entrevista para a Playboy brasileira.

 

    E lá foram elas pra trás do palco trocar de roupa e pegar o set list, onde eu vi a vocalista descendente de russos Kirsten “Bruce Chickinson” Rosenberg escrevendo algumas palavras em português e nomes de algumas pessoas que elas queriam agradecer. Sei que ela escreveu no set list pois acabei indo no backstage antes do show e conversei com os managers da banda e algumas delas.

 

    Quanto a Kirsten ser russa, ela me disse isso depois do show ( quando todas foram tirar fotos com os fãs e dar autógrafos ) pois falava bem alto e agitava as mãos no meio do show de um jeito bem efusivo. Daí eu perguntei ao tour manager se ela era descendente de italianos, pois falava que nem italiana. Ele riu e disse que não sabia.

 

     Bom, deixemos esse papo extra-show para lá e falemos do começo, com Aces High. Confesso que essa música é a melhor música do Iron Maiden para mim e sempre observo os covers dela que tem por aí, ainda mais no segundo refrão quando se grita e canta o título da música com aquele agudo a lá Bruce Dickinson, mas a Kirsten fez algo muito breve e sem muita potência, que me deixou com um pé atrás sobre o que seria o resto do show, mas na sequência vieram Two Minutes To Midnight e Wasted Years e essas estavam muito boas, tanto é que nesta última um Eddie robótico com sobretudo entra no palco para animar o show. Mas era um Eddie de estatura mediana para alta, nada gigantesco que passasse os 3 metros de altura. Não animou muito a galera mas prendeu a atenção de praticamente todos.

 

     Depois desses três sons dos discos Powerslave e Somewhere In Time, a banda volta um pouco mais no tempo, no álbum imediatamente anterior ao Powerslave, o Piece Of Mind e tocam duas músicas Die With Your Boots On e Flight Of Icarus, intercaladas por The Wicker Man do álbum Brave New World. A essa hora as meninas já tinham tomado a atenção de todos ali, que a cada clássico executado vibravam cada vez mais. As guitarristas subiam nos P.A.s, solavam olhando para guitarra e para galera e Kirsten mimetizava da melhor forma os trejeitos de Bruce Dickinson no palco, calçando um tênis cano alto. Tinham me dito há anos que ela era a versão feminina de Bruce Dickinson e de fato é. Até o cabelo cortado igual ao de Bruce dos anos 80 fazia ela lembrar o piloto do Ed Force One.

    As músicas Killers e Caught Somewhere In Time vem a seguir para animar o povo e creio que como eu, a maioria apreciou mais a primeira e prestou atenção na segunda, afinal faltava algo ali em Caught Somewhere In Time que para mim eram as guitarras sintetizadas, pois a base da música ficou mais instrumental e de um jeito difícil de entender o que era. O timbre da base deve ter sido o problema, mas não afetou a performance delas.

 

     Uma quadra de sons clássicos da era Bruce e Di Anno vem a seguir para levantar novamente a galera do Estúdio Emme, que embora fossem poucos ( menos de 300 pessoas ) ajudaram o lugar a ficar o ideal para um ótimo show. As músicas eram “Wrathchild”, “22 Acacia Avenue”, “The Trooper” e “The Number Of The Beast” sendo que nesta última alguém se vestiu de Diabo e entrou no palco circulando e tentando as moças que ali tocavam. A fantasia era igual a do clipe da banda.

 

    As garotas começaram a beber vinho entre uma música e outra e Courtney chegou a brindar a plateia do canto dela mostrando a taça e um tempo depois tirando sua jaqueta para deixar apenas o seu bustiê com seu generoso decote. Quando ela se virou de costas para a plateia e começou a tirar uma parte da jaqueta, os homens ali na frente do palco começaram a gritar e assoviar. Ela girou a cabeça para eles tirando a outra parte da jaqueta e sorrindo e voltou para o seu posto.

     Courtney e Satomi Suzuki, as duas guitarristas agitaram muito ali no palco. A sociedade e as pessoas tem uma visão e estereótipos que quando são quebrados chamam a atenção, pois Courtney é esbelta, bonita, com seios grandes, mas não gigantes, um cabelo legal, sorriso bonito e fica pulando com sua guitarra, dando alavancadas, fazendo caretas e colocando os pés nos P.A.s no melhor estilo Heavy Metal, impressionando e surpreendendo os menos avisados. E para surpresa de todos ali a música The Tropper é executada praticamente igual a banda original faz, e não é que Kirsten pega a bandeira do Brasil e fica agitando-a durante o show como manda o protocolo do Maiden em seus shows.

     Até que foi legal, mas ela não me parecia muito natural em seus movimentos, algo mecânico, assim como a introdução da música e o final dela que são iguais e pareceu ser feito de forma automática, rápida e sem emoção. Pelo menos não senti isso ao ouvir a introdução e o final de The Trooper. Essa mesma forma automática me pareceu no solo de baixo da música seguinte Phantom Of The Opera em que apenas o baixo faz sua ponte para o solo seguinte.

    Wanda “Steph Harris” Ortiz, que é baixinha e fica pequena perto do baixo, que tem o braço longo, se posiciona especialmente no palco para fazer tal solo e atrai todos os olhares pra ela, até das companheiras de palco. Essa postura dela ficou um tanto estranha e para mim soou como: “Olha gente, agora é a minha vez de aparecer”, mas pelo menos o som do baixo estava perfeito, embora cristalino demais para o trecho da música, na minha opinião.

    A banda dá um tempinho e emendam duas músicas do álbum Seventh Son Of A Seventh Son que são Moonchild e The Evil That Men Do. O começo de Moonchild não teve a narração que começa com “Seven deadly sins... seven ways to win...” e sim com Courtney tentando tirar um som de sua guitarra, que muitos ficaram sem saber o que era até que ela começou a fazer uma variação do que fazia que começou a soar familiar e daí veio os acordes da música em si.

 

    Nessa hora resolvi ir para frente do palco e senti uma energia a mais nelas e parecia que eu estava na frente do Bruce Dickinson tamanha era a imitação da Courtney devido a sua presença de palco. Ela mesma narra um trecho de Shakespeare para falar da The Evil That Man Do e em partes da música como “living on the razor´s edge/ balancing on the ledge” ela se equilibra num PA, igual Bruce faz durante a música. Ficou bem interessante.

 

     Kirsten pergunta se todos querem mais uma e para encerrar a noite, elas tocam Run To The Hills que numa voz feminina ficou muito boa. Algumas músicas com um vocal feminino ficaram interessante na interpretação de Kirsten e outras ela interpretava tal e qual Bruce ou Paul. Ah, ainda teve um outro Eddie no final que era um pobre coitado sem pescoço, ficando a cabeça do cara que vestia o boneco abaixo da cabeça do Eddie.

 

    Esse pelo menos poderiam dar uma reformadinha para deixar mais legal. Na verdade acho que dois Eddies e o Diabo sejam o suficiente para o show delas, mas que o Eddie entrasse no meio do show para o final e não logo na terceira música como foi nesse show. Isso daria uma surpresa inesperada.

     Terminando o trabalho em cima do palco, elas foram para o fundo da casa de shows perto de um dos bares e da entrada do corredor dos banheiros para atender ao público, que parecia afoito para vê-las não como se fossem os próprios integrantes do Iron, mas sim ex-integrantes como Clive Burr, Blaze ou Dennis Straton, por exemplo. Não vou falar do Paul Di Anno pois esse é fácil de achar quando vem ao Brasil. O show valeu e se vierem de novo, espero que pelo menos o dobro de pessoas apareçam para prestigiá-las. É isso aí. Up the Irons!

 

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Luciano Piantonni
Agradecimentos à Costabile Salzano Júnior
Agosto/2011

 

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