Virgin Steele
Sábado, dia 25 de junho de 2011 no Manifesto Rock Bar em São Paulo/SP

    Esse era outro show que começaria cedo, afinal teria programação na casa, depois do show. A casa ficou cheia, mas não lotada e bem mais que duzentas pessoas estavam ali para ver o quinteto desfalcado Virgin Steele, pois o guitarrista Edward Pursino não estava ali, sendo que quem assumiu as seis cordas foi o baixista Josh Block, que por usa vez não teve quem tocasse as quatro cordas em seu lugar, ficando apenas, guitarra, teclado, bateria e voz, e que voz. Voz do vocalista David DeFeis, o único integrante das antigas ali no palco, pessoa que era muito esperada pelos fãs. DeFeis é magro, trincado e lembra muito o Steve Vai e o jeito de cantar um pouco o estilo de Eric Adams do Manowar.

    Aliás, o som estava embolado demais no começo e a voz dele era o que mais se sobressaía ainda mais quando a voz dava lugar aos gritos agudos característicos do vocalista. Deve ter sido o show que mais gritos agudos já deram em São Paulo. Em certos momentos até que era interessante, mas chegou uma hora que aquilo saturou. Ah, não era seis cordas e sim sete. Uma guitarra de sete cordas. O cara manda bem, mas os fãs queriam ver Pursino por lá.

 

    Não sei se era meu sono no dia ou se as duas primeiras músicas eram longas, mas acabei indo pra outro lado do bar aonde o som chegava um pouco mais baixo e tentei descansar prestando atenção no som e de fato o povo se animou e os instrumentos ficaram um pouco melhores, mas a voz sobrepunha-se a tudo. Chegou uma hora que o vocal ainda parecia mais alto. Bom, são detalhes técnicos e minha impressão da coisa. O show começou com “By The Hammer Of Zeus”, “Immortal I Stand (The Birth Of Adam)”, “Wine Of Violence” e “The Orpheus Taboo”. Entre a segunda e terceira música DeFeis saudou a todos e tentou sentir a alegria e energia do público.

    O show foi prosseguindo com músicas como “Bonedust”, “In Triumph/Return Of The King”, “Dont Say Goodbye” e “The Black Light Bacchanalia” aonde a voz já se mesclava com os instrumentos fazendo algo um pouco mais embolado, mas até que audível. Quando o agudo de DeFeis era lançado pelo vocalista aí sim, ele se sobressaia a todos os instrumentos. Penso que muitos que ali estavam fazia uma leve careta de tão alto que era aquilo e se o cara não estava exagerando demais.

    Logo depois veio o medley de “Dominion Day/Sword Of The Gods” e logo a seguir um de guitarra que quebrou de certa forma o clima da performance pra lá de aguda e semi-embolada da banda. O público curtiu esse solinho e notava-se que o baterista era alguém com vontade de tocar, sentando a mão em sua bateria agitando como ninguém ali em cima, ninguém mesmo. A banda prosseguiu com sons mais clássicos logo sapecaram “Noble Savage” uma das músicas que mais agitou o público. Logo em seguida a agitação continuaria com “Defiance” e “Kingdom Of The Fearless (The Destruction Of Troy)” que foram cantadas em uníssono pelo público empolgado e várias vezes DeFeis estendia o microfone para o animadíssimo público cantar junto.

    Daí deu-se uma pausa para a volta ao palco e no encore, que por sinal foi longo. Tocaram uma versão acústica de “Victory Is Mine”, que foi algo inesperado para uma boa parte do público e que deve ter emocionado várias pessoas ali. Mas, o que pode ter causado outro tipo de emoção, no caso, decepção, foi apenas um trecho da música Emalaiath que um dos melhores sons da banda. “Kingdom Of The Fearless”, “Veni, Vidi, Vici” e a poderosa Invictus, bem na praia do Manowar, entre outras. Aliás, esta última foi a derradeira música do show, cantada no segundo encore. DeFeis não sabia que o álbum Invictus era o mais conhecido no Brasil e se impressionou ao ver o público reagindo as músicas deste álbum.

    A banda se entusiasmou com os brasileiros e prometeram voltar ao Brasil com um setlist especial e claro com Edward Pursino na guitarra. Infelizmente não consegui identificar o nome da tecladista que usou o teclado para fazer os graves do baixo, mas depois do show, no Meet and Greet com a banda, notei que ela era muito simpática assim como todos da banda. Uma fila com mais de 50 fãs esperavam pela banda, que atendeu ao público no andar de cima. Alguns músicos de bandas nacionais estavam lá como Vitor e Amilcar do Torture Squad, Mario Pastore que está divulgando seu primeiro cd solo, e Didi e William da banda Subtera, sendo que estes dois estavam acompanhando a banda, cuidando da segurança e do som. O show já havia terminado e o público que estava no show acabou se misturando um pouco com o público que entrava para a programação do bar com bandas covers, que pelo jeito seria de Hard Rock devido ao visual das pessoas ali presente.

    Foi um bom show apesar da banda estar desfalcada e ter problemas no som, mas os fãs não ligaram muito e teve um ou outro que estavam ali que reclamaram ou zoaram dos agudos de DeFeis, afinal saturou um pouco, mas se é o estilo do cara, então deixa para lá. O impressionante foi que ele faz tudo igualzinho aos álbuns quando o que se esperaria era ele não soltar a voz. Esse manda bem e quando a banda retornar cumprindo o que prometeu, o público então vai delirar, ainda mais se o som estiver redondinho. Que venham de novo!

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Lauro Capellari
Rock On Line www.rockonline.com.br
Outubro/2011

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