Coal Chamber

Sábado, dia 08 de setembro de 2012
 no Cine Jóia em São Paulo/SP

 

    O show foi maravilho, mas o que me surpreendeu mesmo foi a belíssima casa de shows que é o Cine Jóia. Chegamos cedo ao local às 21h e assim que pude fui visitar o banheiro ( viajem longa sabecomoé! ) um banheiro lindo, espaçoso e todo detalhado, a pista tem um formato de triângulo ( a parte mais estreita fica com o palco ) e tudo é cheio de detalhes ( as paredes, o balcão, a área de fumantes, a área vip, a iluminação, etc ). Olha.... só indo lá e conferindo com os próprios olhos.

 

    Bom voltando ao que eu vim fazer, a maior parte do publico é adolescentes e garotos de vinte e poucos, estilosos e vão chegando aos poucos. Essa noite não tem banda de abertura e está programada para acabar antes da meia noite, por causa da censura livre ( gente tenho que contar! Quem era maior de idade usava uma pulseira branca para poder comprar bebidas alcoólicas e quem colocava eram bombeiros, na minha vez ele ficou na dúvida: "mas você já é de maior?" Nossa... não existe nada que uma mulher ame mais do que dizerem que ela tem cara de novinha... ) voltando de novo, começa uma música e a iluminação muda, pensei que era alguma abertura para a banda, que nada é o vídeo de apresentação da casa, projetado nas paredes e com edição em 3D, pareciam que o revestimento da parede caia realmente, aparece um boneco animado entre eles é o máximo.

    Depois do vídeo fica na parede o nome projetado da banda e às 22h com a pista lotada os músicos do Coal Chamber ( banda de New Metal de muito sucesso nos anos 90, começaram em 1994 até o término da banda em 2003, em 2011 voltam a fazer shows e excursionar pelo mundo com a seguinte formação Chela Rhea Harper no baixo, Mikey "Bug" na bateria, Meegs Rascon na guitarra e Dez Farfara nos vocais ) sobem no palco ao som da música tema do Michael Myers do filme Halloween e com os gritos da plateia, o som da guitarra de Meegs Rascon e vem aquela tensão e Dez Fafara faz Puh! Eles tocam Loco ( do primeiro álbum Coal Chamber de 1997 ), todos cantando dançando e pulando logo de cara, acho que eles achavam esse show tão improvável de acontecer quanto eu e então aproveitam o máximo, apesar do som sair um pouco embolado.   

    E sem delongas eles emendam a Big Truck ( do cd Coal Chamber ), gente não acreditei, tem noção de quanto escutei essa música momento nostalgia total, Meegs Rascon  e a baixista Chela Rhea ( é a única que não faz parte da formação original, mas apesar de um pouco tímida fez um ótimo papel no lugar de Rayna Foss-Rose e de Nadja Peulen ) agitam muito no palco e durante a música o show é projetados nas paredes, junto com vários efeitos de edição ( sim... ainda estou babando com o Cine Jóia ), o pessoal não para um minuto e Dez Farfara comanda muito bem o público.

     Antes de começar a próxima música Dez Farfara pede para o pessoal se afastar, porque ele quer uma roda bem grande no meio, fala também que vem de muito longe e estão felizes com o que viram aqui e tocam a Fiend ( Dark Days terceiro álbum de 2002 ), o povo se acalma ( leia-se pararam de pular um pouco ), uma grande parte aproveita esse momento para sacar sua câmera e registrar um pedaço desse momento memorável enquanto cantam a música do início ao fim. Dez Farfara saca um megafone do nada e começam a Rowboat ( outra do álbum Dark Days ) e  noto que todos usam algo fluorescente ( cordas, microfone, roupa... etc ), que fica bem interessante no palco, no meio da música um roadie aparece para dar um jeito no megafone de Dez Farfara, que muito fanfarrão zoa com o boné do roadie, que sai sorrindo do palco, ao fim de todas as músicas sempre muitas palmas.

 

    A próxima música faz parte da trilha sonora do filme Resident Evil de 2002 ( amo essa franquia desde sempre! ), Meegs Rascon não para de rodar ( parece o Peão do Baú do Silvio Santos ), no fim ele tenta falar em espanhol com a gente, mas aí que eu não entendo nada mesmo. Quando Dez Farfara começa a cantar "tic, tic, tic, tac" e os outros instrumentos se juntaram a voz ficou muito ruim e ele mandou parar tudo, falou que não tem pressa para arrumar e de quebra pergunta se é a nossa primeira vez ( claro né! É a primeira vez que os caras aparecem no Brasil! ), não satisfeito pede para o pessoal fazer muito barulho e depois de muitos gritos e assovios ele fica satisfeito e nos agradece e com vocês Clock ( do álbum Coal Chamber ), só para vocês terem uma ideia até o momento todas as músicas foram cantadas pelos fãs do início ao fim, somado aos pulos e rodas o público está de parabéns ( mas, também vamos falar sério a grande maioria é de novinhos cheio de fôlego! ).

    Na pausa durante a música ele pede para galera pular bem alto e todos respondem prontamente ( sim... eu era uma deles ), no fim Meegs Rascon fica tirando uns sons muito loucos com uma guitarra, que tem um tablete no meio com cordas virtuais, todos acompanham com palmas, foi algo mais para divertido do que para musical, mas, ainda sim muito divertido. As próximas Drove ( do Dark Days ) e a Not Living ( do Chamber Music, o segundo álbum de 1999 ) que fazem a pista ferver literalmente, pois além do calor enorme quem via de cima, haviam várias pessoas pulando intercaladamente ( parecia que estava borbulhando mesmo ), e no meio as pessoas faziam rodas enormes, não umas contras as outras, mas, todas no mesmo sentindo pareciam um vórtex lindo mesmo e bastante cansativo.

    Dark Days ( título do cd Dark Days ) tem um baixo bem marcado e a bateria forte de Mikey "Bug"  Bug, tem um peso muito bom, enquanto isso nas paredes eram projetadas caveirinhas rodando ( tema da capa do álbum ), bem eu adorei. Dez Farfara começa a contar uma história de quando ensaiavam no estúdio sentiam sempre um cheiro muito estranho e descobriram um corpo enterrado lá dentro, e daí surge a ideia da próxima música I ( mais uma Coal Chamber ) e gente... eu já estava num estado lastimável, suada, descabelada, pulando e quando essa começa, me esquece... em vez de prestar atenção eu estava cantando a plenos pulmões. Dez Farfara nos agradece por essa noite e emenda a No Home ( do Chamber Music ) e se abre um vortex tão grande, mas tão grande, que quem estava filmando, pulando de boa ou só passando por ali era obrigado a pular junto e seguir a direção da galera.

    Na Watershed ( do Dark Days ) Meegs Rascon  aproveita para usar e abusar de sons e solinhos na sua guitarra, bom ele já tem uma cara de cientista maluco, só que é com experimentos musicais e nem tem paradinha para a Oddity ( do álbum Coal Chamber ) e o pessoal já devia estar sentindo que estávamos perto do fim do show, pois começaram a se empolgar mais ainda com punhos e... pernas?! Ao ar, mosh e cantando: "This is the way it's got to be..." Dez Farfara pede para acenderem a luz do palco, é... eles querem ver a gente levantando os braços e enquanto saem do palco os roadies vem tirar fotos e filmar a galera, mas ninguém está satisfeito e começam a gritar "The roof the roof the roof is on fire!".

    Eles voltam para o encore com a Intro de Maricon Puto ( do CD Coal Chamber ), mas, eles só sobem no meio da música, Dez Farfara presentea a banda e eles tocam a tão pedida pela plateia Sway ( do Coal Chamber - e tenho que dizer: gente não sou só eu, mas esse primeiro álbum é muito bom, tanto que são as músicas que mais agitam o povo ). Ela pede novamente que façamos mais uma roda e dessa vez quase que chega até mim e olha que eu estava bem no fim da pista! Dez Farfara também pede que coloquemos as mãos para cima e todos respondem com palmas, a alegria e satisfação dos músicos é imensa e a nossa também, por fim o Meegs Rascon  se livra da guitarra e se joga ao público. Dez Farfara, Chela e Mikey "Bug"  se abraçam e se despedem de nós e tenho certeza que mesmo com os projetos paralelos que eles tenham, a força que possuem nos shows como Coal Chamber é irresistível e tomara que eles continuem juntos por muito mais tempo!

 

Texto e fotos: Erika Alves de Almeida
Agradecimentos à Juliana Negri e a Negri Concerts
pela atenção e credenciamento
Novembro/2012

Set List

01 - Loco
02 - Big Truck
03 - Fiend
04 - Rowboat
05 - Something Told Me
06 - Clock
07 - Drove
08 - Not Living
09 - Dark Days

10 - I

11 - No Home

12 - Watershed
13 - Oddity

Encore:
14 - Maricon Puto
15 - Sway

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