Creedence Clearwater Revisited
Abertura: Cracker Blues
Domingo, dia 25 de março no Credicard Hall em São Paulo/SP

    Em um domingo em São Paulo onde tivemos um dos maiores clássicos do Brasil no quesito futebolístico, na minha opinião do Mundo, São Paulo recebeu a última data da turnê sul-americana do Creedence Clearwater Revisited, banda está formada em 1995 por Doug Clifford ( bateria ) e Stu Cook ( baixo ), que se reuniram com amigos para ensaios e promover alguns shows, onde após um sucesso tão grande que rendeu o maravilhoso álbum Recollection e o maior sucesso comercial de reunião de se teve até hoje nesta reformulação do lendário Creedence Clearwater Revival, que já contou com John Fogerty nos vocais e Tom Fogerty na guitarra.

    A única vez que tinha visto o Creedence Clearwater Revisited foi em Jaguariúna/SP, em 2001, onde apesar de um excelente show e performance dos músicos os "agro boys" perambulando no recinto não agradaram muita gente, e muitos estavam de volta, presentes neste show para um Credicard Hall praticamente lotado, mesmo tendo tocado em São Paulo em novembro de 2010, pois a influência e importância da banda que terminou em 1972 e até hoje é nome garantido nas lendas do Rock'n'Roll com inúmeros covers de artistas do quilate de W.A.S.P., Rod Stewart, Tesla, Dr Sin, entre tantos outros.

Cracker Blues

    Para aquecimento tivemos a apresentação da banda Cracker Blues, banda formada em 2000 na cidade de São Paulo, formada por Paulo Krüger no baixo, Paulo Coruja na gaita e vocal, Larissa Di Nardo e Fernanda Tizano nos backing vocals, Jeferson na bateria e Marcelo Vera no violão, levaram ao Credicard Hall um Blues bem feito e com toques do bom e velho Rock'n'Roll, muito parecido com o Made In Brazil, ( que cobrimos no Sesc Belenzinho, veja matéria aqui ) com pitadas do bom Blues falando de bares, bebidas e mulheres, como destacando a canção Nascido Em São Paulo, onde menciona que conhecem várias cidades do Estado e que um dia vai para o Sul conhecer as mulheres de lá, ou a música, que virou minha cabeceira nesta semana.

    Velha Tatuagem, conta a história das pessoas que tatuam o nome da pessoa amada e depois terminam o relacionamento, no caso, através de um chifre. Depois terminam com digamos um Black Blues dizendo "Que o diabo lhe carregue, mas pague um bom café". A banda possuem um excelente visual, lembrando os motoqueiros estradeiros, sempre acompanhados de belas mulheres, como vimos ilustrados pelas duas vocais da banda. Muito boa a banda.

 

        A banda possui um cd lançado, Entre O México E O Inferno de 2009, que foi distribuído pela banda do palco, porém o mesmo pode ser baixado na íntegra no site oficial da banda. www.crackerblues.com.br, e curtam essa excelente banda nacional, que se mantém a chama do Blues e Rock'n'Roll vivo no Brasil.

Set List:

1 - Lágrima
2 - Bolero
3 - Tinhoso
4 - Nascido em SP
5 - Velha Tatuagem
6 - Diabo Lhe Carregue
7 - Whisky Cabron

Creedence Clearwater Revisited

   Por volta das 21 horas, já com a casa lotada, a lenda do Rock Creedence Clearwater Revisited põe o Credicard Hall todo para cantar já na primeira música com o clássico Born On The Bayou seguida por Green River e o mega hit Lodi demonstrava claramente a aula de Rock'n'Roll que veríamos nesta noite.

    Embora muitos questionem legitimidade do nome, é prazeroso ver os membros originais Doug ‘Cosmo’ Clifford na bateria e Stu Cook no baixo, acompanhados dos excepcionais Kurt Griffey na guitarra e na banda desde 2009, Steve Gunner nos teclados e violão, John Tristao no vocal e guitarra, mostram além de um excelente entrosamento, um carisma e simpatia poucas vezes visto, e o clima que eles transmitem, com certeza, relembram o auge da banda há 40 anos. E nesse clima Commotion e Who'll Stop The Rain para na sequencia vir uma versão de Suzie Q, e esta foi simplesmente matadora, sendo completada com o solo de guitarra tão perfeito quanto o gravado há mais de 40 anos.

    Em seguida a fortíssima Hey Tonight e a excelente Long As I Can See The Light ( que não foi tocada em Jaguariúna ) e uma das minhas preferidas da banda, no melhor estilo "love moments", para na depois incendiarem o Credicard Hall mais uma vez mais com Down On The Corner e Lookin' Out My Back Door. Porém, foi durante a espetacular I Heard It Through The Gravepine, que tivemos todos os solos de baixo, teclados e guitarras, sem os músicos serem monótonos, mas destacando-se Stu Cook, que durante seu solo citou o riff do hino do Deep Purple Smoke On The Water fazendo todos aplaudirem a homenagem de um deus do Rock a outros deuses do Rock.

    Neste momento foi realizada a apresentação da banda onde todos são ovacionados e eles detalharam o apelido do vocalista,  chamando-o de John "Bulldog" Tristao, e ao checar as fotos tiradas no show, vejo que existe um bulldog na guitarra que o cantor empunhava durante a apresentação. E o show continua com mais clássicas, e assim, Midnight Special abre para as pesadas Bad Moon Rising, seguida pelo hino Proud Mary para então todos os presentes serem agraciados com o riff inicial de Fortunate Son, que é conhecida por muitos por estar na trilha sonora do filme Forrest Gump é cantado em uníssono, terminando a primeira parte do show.

    Após um breve intervalo, a banda volta para cantar a mundialmente conhecida por gerações e tocada em todas as rádios que conhecemos, o mega hit Have You Ever Seen The Rain, e como praticamente nem é preciso mencionar nesta resenha, a reação da plateia foi cantar a plenos pulmões por todos e é claro que a última música do set seria a Travellin' Band e a mesma terminava uma estrondosa apresentação.

    Segundos após a banda sair do palco reparei que as luzes não acenderam, e pensei: "opa, teremos mais um bis!!!", e ao olhar novamente ao palco, lá estavam os cinco integrantes do Creedence Clearwater Revisited no palco e a eletrizante Molina seguida de Up Around The Band encerram com chave de ouro uma apresentação a ser lembrada na escolha dos melhores do ano, com certeza.

    Belíssima apresentação, não deixando pedra sobre pedra, de uma banda com senhores de quase 70 anos, com canções que forma compostas há mais de 40 anos e que tocam em todos os lugares, dos mais variados estilos, mas que são cantadas por todos mostrando que a obra do Creedence Clearwater ( seja o Revival ou o Revisited ) o não soa datada em nenhum momento.

    Enfim, só uma lenda do Rock desse porte é capaz de fazer esse humilde jornalista ser capaz de dormir em paz, após ouvir na radio seu time perder em um dia que infelizmente será lembrado pela violência extracampo das torcidas. Que o Creedence Clearwater Revisited nos brinde com muitos outros concertos pelo Brasil e que essa não seja a famigerada Farewell Tour. Saúde e vigor a Doug ‘Cosmo’ Clifford, Stu Cook, Kurt Griffey, Steve Gunner e John Tristao, que vocês mantenham a lenda viva no palco por muito mais tempo.

Texto e Fotos Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Henrique Sarcinella e T4F
pela atenção e credenciamento
Março/2012

Setlist
1. Born On The Bayou
2. Green River
3. Lodi
4. Commotion
5. Who'll Stop The Rain
6. Suzie Q
7. Hey Tonight
8. Long As I Can See The Light
9. Down On The Corner
10. Lookin' Out My Back Door
11. I Heard It Through The Gravepine
12. Midnight Special
13. Bad Moon Rising
14. Proud Mary
15. Fortunate Son
Bis 1
16. Have You Ever Seen The Rain
17. Travelin' Band
Bis 2
18. Molina
19. Up Around The Bend