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Infelizmente, o visto do Absu não saiu para o show de São Paulo e na véspera do mesmo foi divulgado isso para toda a imprensa e muitos fãs que souberam disso desistiram de ir ao show ou foram para reaver o dinheiro que gastaram com o ingresso. Os que queriam assistir o show tiveram parte do dinheiro do ingresso devolvido, mas desconheço qual foi a porcentagem devolvida do valor total do ingresso, mas seja como for, isso é um ponto a favor da Tumba, que além de se preocupar com as bandas e o cenário da música extrema, também pensa no público e em sua reputação. Alguns fãs ficaram do lado de fora apenas esperando o pessoal sair ou conversando com quem não entrou no show. Além do Absu, Inquisition e Wisdom, a banda carioca Enterro iria tocar também, mas, não apareceram para o show e desconheço os motivos e nem quero especular o que pode ter sido, como a falta da atração principal. Quando vi que o show do Wisdom começou tarde, comecei a pensar que iria atrapalhar as outras duas bandas e o show terminar tarde, afinal o Inquisition era a segunda atração principal da noite. Bom, seria a segunda atração principal se o Absu tivesse tocado. Explicação sobre o ocorrido feita, vamos aos shows.
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A banda se “veste” com corpse paint e o vocalista Dagon é bastante expressivo, só o jeito de tocar do baterista Incubus, que achei estranho deixando um dos braços quase o tempo todo esticado, mas enfim, cada um toca como se sente melhor e o importante é o som. Algo que chamou a atenção foi a falta de tatuagens nos braços do guitarrista, que fazia chifrinhos com as mãos e levava o punho ao ar com vontade. Ele sabia encarar o público e tinha carisma. Abriram o show com as músicas Astral Path To Supreme Majesties e Nefarious Dismal Orations, e só na terceira música Empire Of Luciferian Race, que fui reparar na voz do vocalista. Não sei se estava distraído, ainda observando o ambiente e o visual dos caras, mas nem me liguei que a voz dele lembrava um pouco a voz do vocalista da banda Master, Paul cara de bode, ou algo assim.
O Inquisition segue com Command Of The Dark Crown e depois apresentam We Summon The Winds Of Fire ( For The Burning Of All Holiness ). De fato alguns sons tem títulos longos, e às vezes, antes da música se iniciar vem um breve discurso profanador a lá Black Metal. Notei que o vocal se mexia as vezes como o Abbath, vocal do Immortal, parecendo que andava sobre um cavalo. Poucas vezes durante o show, o baterista erguia as baquetas e cruzava-as em forma de cruz invertida, coisa que nunca vi antes, mas que com certeza outras bandas fazem. A banda segue tocando Where Darkness Is Lord And Death The Beginning e Embraced By The Unholy Powers Of Death And Destruction e devo afirmar que alguns riffs dos colombianos radicados nos Estados Unidos são de matar e tem uma energia que já deixa o público animado. Eles tem boa criatividade e se fosse um quarteto, a coisa seria mais interessante.
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A banda segue na sequencia com Imperial Hymn For Our Master Satan e Crush The Jewish Prophet, duas músicas que pelo título já sabe-se bem o conteúdo. Saindo do lado mais satânico e blasfemador, eles passam para algo mais esotérico - por assim dizer - e tocam Cosmic Invocation Rites, seguida por Desolate Funeral Chant e terminando o set list de menos de uma hora de show com Ancient Monumental War Hymn. Sim, foi menos de uma hora de show, provavelmente 50 a 55 minutos e antes das 23:00 horas o Hangar 110 começou a ficar vazio. A falta do Absu deixou tristes algumas pessoas como ouvi comentarem ao final do show e terminar mais cedo também deu um pouco aquele ar de tristeza, mas, o mais importante foi que o evento ocorreu e o som, bandas e público eram de qualidade e não teve nenhuma confusão. Ponto para o nosso cenário. O Absu acabou vindo para o Brasil mas tocando em outras cidades e mencionaram que eles voltariam no segundo semestre, em Setembro, provavelmente no XI Setembro Negro. Vamos esperar!
Por Hamilton Tadeu
Fotos: Leandro Cherutti
Abril/2012