A banda tem mais de 30 anos de estrada, e é formada por Steve Hogarth ( vocais ), Steve Rothery ( guitarra ), Pete Trewavas ( baixo ), Ian Mosley ( bateria ), e Mark Kelly ( teclados ), e seu show mais memorável no Brasil foi o primeiro, em 1990 no extinto festival Hollywood Rock, em que consagrou o vocalista Steve Hogarth na substituição de “Fish” Derek. Não é possível imaginar a magnitude de Marillion no Brasil, sem ver o quanto o Vivo Rio estava recheado de fãs de várias idades - entre fã clubes, fãs de outras cidades e locais - e o quanto cada um deles estavam ansiosos, a ponto de chegar de manhã no local, uniformizados com a camisa da banda.

Anxtron

    A banda de abertura foi Anxtron, formada por Eduardo Marcolino ( guitarra ), Gabriel Aquino ( teclados ), Rafael Marcolino ( bateria ) e GG Souza ( baixo ), surpreendeu o público com um instrumental Progressivo de qualidade, ganhando aplausos e elogios dos fãs de Marillion, que assistiam atentamente ao show deles. “O som é muito bom, e deveriam existir mais bandas de qualidade como essa.” - diz um fã de Marillion, que assim como eu pode ouvir as poucas, mas ótimas músicas que os cariocas apresentaram no seu show no Vivo Rio, cujo set list foi o seguinte: "1037","Ant Attack", "Skycraper", "Anoitecendo no Deserto/The Oasis" e "Polvo Rapaz". A banda estará lançando seu álbum Brainstorm e mais músicas podem ser conferidas no Myspace oficial ( http://www.myspace.com/anxtron ). 

Marillion

    Finalmente havia chegado o grande momento, e o grupo entra, iniciando o show com Splintering Heart do Holiday In Eden ( de 1991 ) e mesmo com alguns problemas técnicos da casa de show após algumas canções, não impediram que Marillion fizesse um mega espetáculo; era só observar a euforia do público. Steve Hogarth dizia frases inteiras em português ao público, e mantinha um fôlego invejável durante o show. Deram sequencia com Slàinte Mhath do Clutching At Straws ( de 1987 ) e antes de executarem You're Gone do Marbles, o vocalista disse: “Nós esperamos muito tempo para voltar, aceitem nosso pedido de desculpas”.

   E era com um setlist variado, que misturava canções do novo álbum e com sucessos que fizeram história ao longo da carreira de Marillion, que o show acontecia, tanto que a próxima foi anunciada pelo vocalista da seguinte forma: “Essa é uma música que lançamos na semana passada ou retrasada, algo assim”, assim, a recente Sounds That Can't Be Made - faixa título do atual álbum - foi tocada e o grupo estava surpreendido com a participação e agito de seus fãs, especialmente ao cantar Beautiful ( do Afraid Of Sunlight de 1995 ), em que o publico cantou com Steve Hogarth em coro e bom tom, numa ótima sintonia. Em seguida tocaram mais uma desse álbum com Power e mantiveram o clima positivo com Fantastic Place, outra do Marbles ( lançado em 2004 e que teve mais canções no show ).

    A participação dos fãs presentes no Vivo Rio aumentou novamente quando o Marillion executou a conhecidíssima e inesquecível Kayleigh do Misplaced Childhood ( de 1985 ). No final desta, toda a plateia do Vivo Rio começou a cantar o outro sucesso deste disco, a Lavender, que foi a canção seguinte do set que foi tocada em um momento em que o som havia falhado devido aos problemas técnicos, e então, Pete Trewavas ressaltou que o público pedia Lavender, detalhe... esta não estava previamente programada e foi um belo presente ao público carioca. Aparentemente, quem manda aqui ( no show )  não é o setlist e sim os fãs, pois logo em seguida, a banda adiantou a música Easter ( do Seasons End de 1989 ), que estava destinada ao encerramento do show. Não é necessário dizer se o público curtiu, certo?

   Obviamente é impossível não comentar sobre o desempenho de Steve Hogarth no palco, com interpretações vigorosas e bastante empolgado; um verdadeiro showman à parte. E isso sem esquecer de mencionar que no canto esquerdo do palco, estava Steve Rothery, sempre quieto e de olhos fechados, executava seus solos belíssimos de guitarra perfeitamente. Do lado direito, estavam Pete Trewavas no baixo, muito animado e surpreso com a euforia dos fãs, e Mark Kelly envolvendo todos no vibrante som do seu teclado, em sintonia com o baterista Ian Mosley. E foi desta maneira que eles nos enviaram as músicas The Great Escape do álbum Brave de 1994 e Afraid Of Sunlight, que intitula o cd de 1995.

    O setlist encerrou com uma das melhores canções do Marillion: a Neverland ( mais uma do Marbles ), em um dos melhores 10 minutos do Rock Progressivo que pude assistir. E era a hora do bis, em que o grupo deixou o palco, mas foi chamado de volta pelos fãs ( e incessantemente ), retornando para mais uma música do Marbles: a The Invisible Man, e fecham, esplendidamente com a Sugar Mice, que foi gravada no Clutching At Straws de 1987 e foi sem sombra de dúvidas outro hit muito adorado. Um encerramento excelente de um show magnífico de duas horas no Rio de Janeiro que deixou saudades em cada um dos dois mil fãs presentes.

Texto: Chan Suan
Fotos: Roberto Vianna - Vivo Rio e Juliana Volpe
Agradecimentos especiais para Felipe Gomes do Vivo Rio
 pela atenção e credenciamento.
Dezembro/2012

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