Moonspell - Alpha Mundi World Tour
Domingo, dia 16 de dezembro de 2012 no Inferno Club em São Paulo/SPMúsicos apaixonados e fãs dedicados, o que pode ser melhor para fechar
o meu ano de shows 2012 do que essa noite fantástica?
Chego às 18h na frente do Inferno Club, a fila na porta já estava grande, fui para o fim da fila junto com a galera da van, conversando o tempo passou bem rápido e lá para as 19h20 já estávamos todos dentro da casa. O Inferno Club é uma casa pequena, mas também aconchegante o porém fica por conta do palco que é o menor que eu já vi. Essa noite não terá banda de abertura e já pelas 20h a ansiedade do pessoal é palpável e não demora muito para gritarem o nome da banda.
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Essa é a quarta vez que os portugueses tocam por aqui ( as outras foram nos anos de 1998, 2004 e 2009 ). Meia hora depois sobem ao palco Aires Pereira no baixo, Mike Gaspar na bateria, Pedro Paixão na guitarra e teclados, Ricardo Amorim na guitarra, Fernando Ribeiro nos vocais para mais um show da turnê pela América Latina Alpha Mundi World Tour para divulgar o cd duplo Alpha Noir / Ômega White lançado dia 27 de Abril de 2012.
Entram com a intro de Axis Mundi ( Alpha Noir ) e Fernando Ribeiro sobe ao palco mascarado ( parecia um elmo de gladiador ), é a primeira e também a que eu mais gosto do deste cd, a noite promete! A minha volta todos cantam junto à música inteira. A próxima é Alpha Noir ( título do cd Alpha Noir ) e galera acompanha no "hey, hey", punhos ao ar, os músicos bangueiam bastante mesmo no pequeno palco.
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Ao fim da música Fernando Ribeiro disse que os amigos dele falam que o seu sotaque de português brasileiro parece de 'viado', é um fanfarrão. Também diz que a noite está apenas começando, quando se preparam para tocar um ser humano ao meu lado grita... "Vai Corínthians!" Com tanta coisa para gritar, mas ok deve ser a emoção ( N.E.: o Corínthians sagrou-se Campeão Mundial de Clubes da Fifa no domingo de manhã ). Finisterra ( do cd Memorial de 2006 ) é matadora, todos cantam, filmam e bangueiam em um Inferno Club lotado.
Antes da quarta música ele diz que a noite é nossa e o pessoal se anima na intro da Night Eternal ( título do álbum Night Eternal de 2008 ). O baixista Aires Pereira bangueia o tempo inteiro e também é o que mais vai ate o público ( Fernando Ribeiro não vale, pois ele esta tão na frente do palco que se pisar errado cai nos braços da galera ) os efeitos do teclado são ótimos.
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Na pausa Fernando Ribeiro comenta dos 20 anos de banda e nos chama para uma viagem ao passado com Opium ( do cd Irreligious de 1996 ) amei o som da bateria dessa música ao vivo, já emendam com a Awake ( também do Irreligious ) e para meu espanto só agora o pessoal sai do transe e aplaude a banda, Fernando Ribeiro responde com um obrigado São Paulo.
Ele lembra que as músicas do Moonspell não são apenas agressivas e pesadas, mas também fala sobre pureza, essa é sobre uma flor, eles tocam a belíssima Scorpion Flower ( do Night Eternal de 2008 ), o pessoal canta tão alto que até cobre o vocal, solo lindo e para ajudar o clima mais calmo e soturno eles emendam a Nocturna ( do Darkness And Hope - 2001 ), que também possui uma pegada mais lenta, mas nem por isso o pessoal deixa de acompanhar.
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Fernando Ribeiro é um ótimo frontman, sempre agradece a oportunidade de estar conosco, além de ser bem espirituoso. Ele fala que em 97 ou 98 foi o primeiro show no Brasil e pergunta quem foi nesse dia e apenas uns cinco levantam a mão e ele zoa claro. E nesse show pediram esta música e eles não a tocaram por causa da falta de tempo, mas que hoje estamos indo em direção ao abismo, então tocam Abysmo ( do álbum Sin/Pecado de 1998 ) - gente amo essa música ( ok essa e várias outras dos caras ) - mas nessa em particular me esquece.
Notei que pessoal não cantou essa música e nem agitou tanto ( tudo bem! Eu estava agitando e cantando por eles... ), mas banguearam e participaram dos “hey, hey” conduzidos por Fernando Ribeiro, algumas dancinhas do Pedro Paixão são hilárias.
Ao fim, Fernando Ribeiro conta que tem fãs que estão os shows acompanhando desde Porto Alegre/RS e então eles deram um upgrade no set list. Em seguida tocam White Skies ( do cd bônus Omega White, que vem junto do Alpha Noir na edição de comemoração dos 20 anos da banda ), também pede para a galera assistir o clip dessa música por que tem uma portuguesa sem bigodes... Em lugar nenhum... É um safadinho!
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Antes de começar as músicas ele sempre fala que faremos uma viagem para o tema de cada música, não é diferente com a Wolfshade ( A Werewolf Masquerade ) do cd Wolfheart, essa o pessoal interagiu bastante, mas não cantaram tanto, engraçado como eles decoram mais o álbum novo que os antigos, geralmente os outros shows que eu vou sempre acontece o contrário.
Aires Pereira se posiciona a frente do palco e toca um solo em seu baixo de cinco cordas, essa é a intro de Lickanthrope ( do Alpha Noir ), os músicos Aires Pereira e Pedro Paixo iniciam uma dança coreografada, enquanto que o Ricardo Amorim continua próximo à parede bangueando o tempo inteiro, ele é sempre muito concentrado nos solos de guitarra. E o povo se enfia na minha frente cada vez mais atrás de uma foto ou um pedaço de vídeo para recordarem esse show memorável.
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E a próxima música é totalmente em português, Fernando Ribeiro declama os versos de Em Nome Do Medo ( do Alpha Noir ), que mesmo sendo do álbum mais recente da banda, a galera sabe de cor, adorei a forma como Mike Gaspar tocou sua batera nessa música, todos acompanham ( não é uma galera de pular, mas interage sempre com Fernando Ribeiro ).
Na Vampiria ( do Wolfheart de 1995 ), os músicos já estão muito à vontade, mesmo num palco tão pequeno, pois a descontração é grande e os sorrisos imperam no palco, no fim, ele pede que nós gritemos junto com ele e todos respondem, então, ele brinca falando que ninguém conhece a próxima música: An Erotic Alchemy ( do Wolfheart ), nesse momento a energia da câmera acabou, do celular também, mas a gente é mais forte e continuamos a banguear e cantar a plenos pulmões os refrões das músicas.
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Fernando Ribeiro agradece a quem é de São Paulo e também quem vem de mais longe para vê-los e diz que todos merecem uma canção sobre uma lenda portuguesa, eis que tocam a Trebaruna ( do Wolfheart ) e todos acompanham essa música, que mais parece um chamado para a guerra, para uma deusa das batalhas. O cara do meu lado vai ficar rouco de tão alto que canta, todos estão unidos no "ôôôôôô" e nas palmas.
Antes de tocar a próxima do set, Fernando Ribeiro conta que este é o momento de dizer que é a ultima música, para depois voltarem do bis, mas que será bem rápido já que eles não têm camarim, apenas um quarto escuro. Todos riem claro.
A próxima é um dos hinos da banda: Alma Mater ( outra do Wolfheart ), no refrão a casa vem a baixo com a energia da plateia e do palco. Todos vêm um pouco para frente do palco e Pedro Paixão até arrisca uma língua de fora para nós, enquanto isso Fernando Ribeiro bebe água e dá uma cusparada de costas, a menina da minha frente fica exultante de alegria quando vê que um pingo caiu na sua franja... Ok!!! são fãs... não é?!
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Eles saem do palco, a iluminação é muito bem trabalhada, no palco duas bandeiras com ilustrações do último cd, mas a que está perto do batera fica muito encoberta, ainda teve muita fumaça, para alegria dos fotógrafos e do meu nariz. No encore eles vem com a Everything Invaded ( do álbum The Antidote de 2003 ), todos parecem renovados e bangueiam muito, eu penso que é melhor aproveitar agora, vai que seja a última música da noite, palmas no ritmo da música, solo de guitarra e dancinha sincronizada de músicos, tudo junto e ao mesmo tempo nessa música, uma experiência bem divertida.
Fernando Ribeiro empolgado pede a todos para fazerem 'chifrinhos' e chamar Mephisto ( do Irreligious ), olha pela empolgação da galera e por estarmos no Inferno Club talvez ele até tenha realmente passado por ali para tomar alguma coisa. Todos cantam forte o refrão e com muitos punhos ao ar.
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No final, Fernando Ribeiro agradece a todos que encheram a casa neste fim turnê da América Latina, também agradece toda equipe técnica que viajou com eles de Portugal ate lá, o pessoal da Dark Dimensions, aos verdadeiros fãs de Moonspell e para finalizar diz que todos estamos unidos pelo feitiço da lua cheia, muitos sorrisos no palco para essa música que além de ser um hino da banda, sempre fecha os shows com chave de ouro, Full Moon Madness ( do Irreligious ) na hora solo os músicos apontam para um acanhado Ricardo Amorim, que continua seus solos com a mesma concentração de sempre, Fernando Ribeiro pega duas baquetas e toca bateria junto com Mike Gaspar, muitas, mas muitas palmas, eles vem para frente pegar nas mãos estendidas, e jogar umas águas e baquetas.
Um show que me surpreendeu, pois achava que o foco da noite seria apenas para o álbum novo, enquanto que na verdade fizeram um set equilibrado, para novos e antigos fãs.
Texto Erika Alves de Almeida
Fotos: Cyntia Marangon e Erika Alves de Almeida
Agradecimentos à Costabile Salzano Júnior
e a Dark Dimensions pela atenção e credenciamento
Dezembro/2012
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