Samael e Grave
Domingo, dia 17 de junho de 2012
no Hangar 110 em São Paulo/SP

    Em uma fria noite de domingo, no Hangar 110 encerrou a turnê brasileira conjunta das bandas Grave e Samael. Após o excelente Roça 'n' Roll, em Varginha/MG chega a vez de São Paulo/SP receber ambas as bandas. As expectativas dos fãs eram altas já que, além do retorno do Grave, sempre muito solicitado em qualquer pesquisa, ainda tínhamos a estreia do Samael em terras tupiniquins.

    O público não foi dos maiores que já presenciei no Hangar, porém, com a abertura da casa no horário todos puderam - sem qualquer preocupação de perder algum trecho de show - entrar, comprar sua cerveja ou coisa do gênero e esperar pela devastação sonora que aconteceria em minutos.

 

Grave 

    A banda que abriu a noite foi o Grave e iniciando Turning Black,  a partir daí a roda se abriu, onde todos se divertiam e muito ao som da banda, que já há muito tempo não tocavam no Brasil, e assim Ola Lindgren ( guitarra e vocais ), Ronnie Bergerstål ( bateria ), Mika Lagrén ( guitarra ) e Tobias Cristiansson ( baixo ) detonaram no palco angariando inclusive novos fãs, que ali estavam pelo Samael e não conheciam a banda de Death Metal originada em Visby na Suécia, que apresentou logo após a música You'll Never See.

    Mika e Ronnie volta e meia trocavam de lado no palco agitando sem parar, mostrando todo o potencial da banda ao vivo. Antes da terceira música que seria Now And Forever, o vocalista Ola Lindgren avisa que é uma honra estar de volta ao Brasil e que o próximo retorno não demorará tanto. Não existiram tantas apresentações de uma música e outra, e o que se destacava na apresentação do Grave era a fúria que Mika Lagrén destrua sua guitarra chegando a lembrar muito Kerry King do Slayer, como deu para perceber na trinca "Deformed", "Bloodpath" e "Bullets Are Mine", que deram continuação a brilhante apresentação. Inhuman do álbum clássico Into The Grave  foi seguida por Morbid Way To Die do excelente Back To The Grave.

   Após um pequeno quase minuto de silêncio Ola Lindgren apresenta a próxima da seguinte forma: "São Paulo... Are you ready to Rise?" e que versão foi essa, sem dúvidas, Rise foi a melhor de todo o set e terminam a primeira parte do show com Black Down.

    Após um pequeno intervalo a banda já estava de volta ao palco com Mika Lagrén trajando uma camisa do Brasil e começam o bis com Day In The Morning e depois o vocalista avisa que todos conhecem a próxima música, pede calma na roda e Into The Grave soa definitiva para a plateia que estava no Hangar. Terminando o set rápido, porém perfeito, que deixou sua marca mais uma vez em terras brasileiras.

Setlist Grave:

1 - Turning Black
2 - You'll Never See
3 - Now And Forever
4 - Deformed
5 - Bloodpath
6 - Bullets Are Mine
7 - Inhuman
8 - Morbid Way To Die
9 - Rise
10 - Black Dawn
Bis
11 - Day Of Mourning
12 - Into The Grave

Samael 

    Diferente do que usualmente vemos em shows por aqui, a primeira diferença ao vermos o palco do Samael era que uma bateria ( mais parecido com um kit de percussão ) foi montada de lado, com o teclado à frente. Diferente, mas que nos trouxe um resultado muito interessante. Dessa forma, os suíços Black Metallers Xy se dividia entre a bateria e os teclados com o restante da banda à sua frente, sendo Vorph na guitarra e vocais, Makro na guitarra e Mas ( Christophe Mermod ) no baixo.

    A intro foi Invictus e a primeira música Luxferre foi uma bela surpresa, pois, quem esperava um som tipo "dance" do Samael bailou feio, tudo que foi apresentado foi exatamente ao contrário, e se parássemos para pensar... já prevíamos isso pelo nome da primeira música, onde ainda mostra se influência de seu Black Metal vindo da Bíblia, o nome e letra desta claramente se referem a Lúcifer, que do latim seria Lucem Ferre, modificando um pouco o nome valorizando a letra X. 

 

    Foi uma paulada no 'pé da oreia', um telefonema na linguagem UFC, um show espetacular, com movimentação, interação e o principal... um baita show de Heavy Metal, sinto pelos "true" que gostam mais do inicio da carreira do Samael e que não quiseram ir pela mudança no som. Foi realmente uma insanidade extrema. 

    Antes de Rain Vorph solta a frase que ganharia todo o público "Finally in Brazil..." e pela energia que recebida pelos fãs avisou que e não esperará mais vinte e cinco anos para voltar. E assim tivemos a primeira do Ceremony Of Opposites, de 1994, com Baphomet's Throne seguida por Of War, do último cd Lux Mundi  ( de 2011 ) e a música título deste álbum também foi apresentada fazendo juntas, a alegria dos fãs de longa data, que talvez não esperassem que elas fossem tocadas. 

 

    Os músicos não param um momento, como se estivesse num palco de arena, uma coisa impressionante, imaginei eles em um palco maior, embora as luzes e som estivessem perfeitos, após Reign Of Light, Vorph pede permissão para tocar a música mais pesada que o Samael gravou e o clássico Into The Pentagram foi executado perfeitamente, mesmo sem a tradicional bateria que conhecemos para o estilo. 

    Um detalhe que aconteceu ao meu lado nesse momento, estava o pessoal do Grave recebendo a todos e tirando fotos da apresentação do Samael em seus celulares ( interessante quando isso acontece, não é mesmo? ). Outras duas do Ceremony Of Opposites vieram na sequencia, sendo elas Flagelation e Black Trip. Depois tivemos Souls Invictus e Shining Kingdom, que continuam com o belíssimo show dos suíços e a primeira parte é encerrada com uma trinca incontestável, "In The Deep", "The Truth Is Marching On" e "Infra Galaxia".

 

    Durante o bis, uma das cordas do baixo de Mas arrebentou, porém, ele continuou 'sentando o braço' do mesmo jeito, e, mesmo quando foi oferecido outro instrumento no lugar, ele manteve-se firme e forte com a mesma garra naquele baixo com uma corda a menos. O bis trouxe o mega clássico Ceremony Of Opposites seguido por Antigod e finalizando com My Saviour. 

    O Samael agradece a todos e após os shows, ambas as bandas receberam os fãs para um Meet and Greet. Vale destacar que as apresentações começaram nos horários previstos e com isso acabaram cedo, facilitando a todos que necessitavam de transporte público para retornarem para a casa calmamente e comentando sobre o baita show que presenciaram. Uma aula de Rock, que se tivéssemos menos radicalismo teríamos mais gente prestigiando o grande espetáculo que tivemos.

 

Texto: Marcos César de Almeida
Fotos: Erika
Beganskas e Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Tiago Claro da TC7 Produções
 pela atenção e credenciamento
Julho/2012

 

Setlist Samael
1 - Invictus
2 - Luxferre
3 - Rain
4 - Baphomet's Throne
5 - Of War
6 - Slavocracy
7 - Reign Of Light
8 -  Into The Pentagram
9 - Flagellation
10 - Black Trip
11 - Soul Invictus
12 - Shining Kingdom
13 - In The Deep
14 - The Truth Is Marching On
15 - Infra Galaxia
Bis
16 - Ceremony Of Opposites
17 - Antigod
18 - My Saviour

Clique aqui ou na foto ao lado e
confira uma galeria de fotos dos shows
do Samael e do Grave no Hangar 110 em São Paulo/SP

Clique aqui e confira uma galeria de fotos dos shows do Samael e do Grave no Hangar 110 em São Paulo/SP

Voltar para Shows