Viper - To Live Again Tour 2012
Terça, dia 10 de julho de 2012 no
Teatro Rival Petrobrás no Rio de Janeiro/RJ

    Na noite de terça feira, aconteceu no Teatro Rival, uma noite histórica e nostálgica. Finalmente chegava ao Rio de Janeiro umas das tours mais bem sucedidas de todos os tempos, a To Live Again que celebra os 25 anos dos primeiros álbuns do Viper, que retornava aos palcos, executando na integra os álbuns Soldiers Of Sunrise e Theatre Of Fate.

    Casa lotada e alguns fãs atrasados tentavam desesperadamente conseguir ingressos, criavam o clima de total ansiedade para essa que seria com certeza uma noite inesquecível. Com quinze minutos de atraso, começou a intro Réquiem para aos poucos entrarem no palco os integrantes Guilherme Martin, Hugo Mariutti, Pit Passarell, Felipe Machado e finalmente André Matos, levando todos os presentes ao delírio com Knights Of Destruction e Nightmares.  

    Depois dessa sequencia matadora, André Matos se dirigiu ao público e agradeceu muito ao apoio, a presença de todos e deixou bem claro a importância dessa volta após 20 anos para todos os integrantes da banda. Nesse momento, André foi interrompido por um fã mais afoito, que pedia sem parar músicas. Rindo, ele disse para que o fã ficasse tranquilo, que rolaria a música em questão, porém. mais para o final da apresentação.

    Nisso, um empolgado e um bem alcoolizado Pit Passarell, também interrompeu André para dizer o quanto adorava o Rio e que iria morar aqui, em qualquer lugar que fosse. André aproveitou para brincar com o amigo e disse que se ele inventasse de morar aqui, ninguém nunca mais iria achá-lo. Quando ele gosta da cidade, é difícil leva-lo para casa.  

    Para dar continuidade André apresentou a música Wings Of That Evil do álbum Soldiers Of Sunrise, onde ele lembra que quem viu o Viper nas épocas do Teatro Ipanema, e achou bom, dessa vez acharia mil vezes melhor. E acredito que com toda razão, pois naquela época os recursos eram mínimos. Mas mesmo assim, a banda conseguiu fazer músicas de excelente qualidade, que tendem a ser aperfeiçoadas com a maturidade e experiência que todos têm hoje em dia. E isso foi mais que comprovado em Signs Of The Night e Killera ( Princess Of Hell )

    Após  Killera, apesar do ótimo som da casa, a galera pedia para que os vocais fossem aumentados, prontamente atendidos por André Matos, apesar do mesmo ter achado estranho, pois, esta música é instrumental. Nisso mais uma vez, Pit, com o seu divertido “estado alterado” comentou que se a Killera existisse, com certeza “pegaria a mina”, e segundo André, em um comentário bem humorado, disse que o Pit acabou com todo o climão da música, onde ele imaginava que Killera era uma princesa medieval que era salva pelo corajoso guerreiro, que no caso seria o André, e não o Pit chamado a princesa em questão para dar um role. Risos gerais.

    Uma das coisas mais bacanas desse show foi que estava nítido no rosto de todos os integrantes da banda, a felicidade que eles estavam sentindo em estar ali reunidos novamente e esse sentimento era passado em todos os momentos ao público, sendo quando falavam sobre fatos curiosos e história da banda contados de maneira bem humorada por André, os comentários divertidos de Pit e a energia dos meninos no palco. 

    Em certo momento do show, André conta que quando o Viper surgiu, todos diziam que eles eram cópia do Helloween, o que segundo ele era impossível, pois os discos e instrumentos dificilmente chegavam ao Brasil, não havia Internet e, além disso, tínhamos a ditadura. E todo esse discurso deu passagem a música Soldiers Of Sunrise e Law Of The Sword. Depois de Law Of The Sword, mais um momento divertido entre anda e público. Pit Passarel, no seu estado alcoólico feliz, finge que vai tirar a blusa que está vestindo e jogar para galera, mas André já acaba imediatamente com a alegria alheia quando diz que ele faz isso em todo o show desde 87. 

    Mas, para compensar Pit faz uma verdadeira declaração ao público: Ele diz que é nascido em outro país ( Pit é argentino ), criado em outro estado, mas que é amado em todos os lugares, por cada fã do Viper, e que ele ama cada um deles". A próxima música tem muita, mas muita história. Segundo André, essa seria a primeira música feita por Pit Passarel, quando eram pirralhos e nem sabiam tocar e escrever, a música Heavy Rock, apelidada carinhosamente de H.R.. Feita somente com três acordes, fazia parte da demo do Viper lançada em 85. E segundo André, na época era muito difícil conseguir gravar e comprar instrumentos por causa da ditadura. Então, acontece uma pausa no show onde passa um vídeo com declarações dos integrantes, ex-integrantes e pessoas próximas à banda e também o fatídico incêndio no show do Colégio Rio Branco, em 1987. 

    Nesse momento iniciaria a segunda parte do show, com a execução do álbum Theatre Of Fate ( e que André faz questão de comentar que este álbum também teria um apelido super carinhoso: O homem sem pinto ).  Começaria mais uma parte mágica do show, com André ao teclado, executando Illusions, sendo seguida por At Least A Chance.

    Mais dois clássicos levam todos a loucura, com uma só voz cantando as letras: To Live Again e Cry From The Edge. Quando os fãs já estavam mais felizes do que crianças no parquinho, finalmente chega o grande e mais esperado momento: Living For The Night! Essa música, André só teve o trabalho de segurar o microfone. Cada pessoa presente cantou cada palavra da letra como se tivessem ensaiado todos juntos para isso. Foi de emocionar.

    No meio da música mais uma pausa para histórias do Viper, mas após alguns minutos, onde André iria apresentar a banda, se dá conta que Pit sumiu do palco há algum tempo. Após todos aguardarem enquanto os roadies davam conta do paradeiro dele, Pit finalmente retorna e mais bêbado ainda pelo que parece, troca de posição com André, que assume o baixo ( detalhe que com uma corda arrebentada ) e apresenta os membros da banda, só com um detalhe: ao apresentar Felipe Machado, ele esquece o nome do amigo, e na cara de pau pergunta ao mesmo sem pudores e continua como se nada tivesse acontecido. Detalhe: apresenta a todos em inglês.

    Definitivamente Pit Passarel é uma figura. Depois de desse momento de descontração hilário, Pit é ovacionado pelos fãs que gritavam sem parar "Pit, Pit,Pit!" , que segundo André, se tornará um clássico, pois é o único lugar da tour que não grita o famoso "Olê...Olê...Olê...Olê..., Piteeee...Piteeee...!!!".

    André fez questão de frisar que dentro da cabeça do Pit existe um cérebro e que este era um dos maiores responsáveis pelo Metal brasileiro. E em seguida eles tocam a música título Theatre Of Fate, realmente um dos clássicos do Metal no Brasil! Momento de comoção geral, apesar de esse sentimento ter acontecido acredito que o show todo, pois, foi uma volta ao tempo. Agora mais um momento lindo com a perfeição de André aos teclados, que para o deleite de todos, tocou a belíssima Moonlight Sonata ao vivo.

    Umas das muitas músicas que eu nunca achei que veria sendo executada ao vivo. Mais um momento ouça seu clássico ao vivo, com Prelude To Oblivion, com direito até a roda aberta pelos fãs, deixando boquiabertos os funcionários do Teatro Rival, acostumados à calmaria de seus habituais shows de MPB.

    Mais uma pausa, com  cara de final, apesar de que sabemos que a banda sempre volta né? E volta com Pit Passarel, para fugir a regra dos dois primeiros discos e levar Rebel Maniac, clássico do Viper, já da fase de Pit como vocalista, após a saída de André. Pit Passarel mais uma vez dá um show, com sua performance alcoólica animadíssima.

    E para encerrar esse show, que definitivamente foi um dos grandes marcos na vida de muitos dos presentes naquela casa lotada, We Are The Champions, que eu acredito que seja a música tema do Viper daqui para frente, caso eles resolvam levar a frente a volta da banda, pois tem tudo para dar certo e serem grandes novamente. Aliás, novamente não, pois essa turnê só comprova que eles sempre foram e sempre serão grandes. Longa vida ao Viper!

 

Texto: Camilla Marinho
Fotos: Palmer Cardoso
Agradecimentos para Gustavo Garcia
da Overload Records ( www.overload.com.br ) pela atenção e credenciamento
Julho/2012

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