Banda ZERØ
 Sábado, dia 10 de agosto de 2013
no Bar Brahma Aeroclube em São Paulo/SP

    O ZERØ surgiu em 1983, quando Guilherme Isnard ( ex-Voluntários da Pátria ) encontra os arquitetos Fabio Golfetti e Nelson Coelho ( guitarras ), Alberto Birger ( baixo ), Claudio Souza ( bateria ) e Gilles Eduar ( sax ). Neste mesmo ano a banda faz sua estreia em Brasília e inaugura o intercâmbio do eixo SP/DF na história do Rock Brasileiro, estreitando a amizade entre Guilherme Isnard, Renato Russo, Dinho e Philippe Seabra.

    Essa formação dura dois anos, e com ela a banda lançou o compacto Heróis - 100% Paixão de 1984 pela CBS ( atual Sony Music ). A diversidade de estilos que enriquecia a sonoridade da banda, também era um foco de divergências musicais que culminou em sua dissolução. Fábio Golfetti e Cláudio Souza formaram o Violeta de Outono, Alberto Birger foi para o Nau, Gilles Eduar para o Luni e Nelson Coelho criou o Dialeto.

    Em 1985 Guilherme Isnard reestrutura a banda com Eduardo Amarante ( ex-Agentss e Azul 29 ) na guitarra, Rick Villas-Boas ( ex-Joe Euthanázia ) no baixo, Freddy Haiat ( ex-Degradée ) nos teclados e Athos Costa ( ex-Tan-Tan Club ) na bateria. 

    Essa formação lança o EP Passos no Escuro em 1986 pela EMI/Odeon. O disco teve as músicas Agora Eu Sei e Formosa executadas massivamente nas rádios de todo o Brasil, e conferiu ao grupo um disco de ouro pelas primeiras 100 mil cópias vendidas, transformando o ZERØ em uma banda reconhecida nacionalmente. Em 1987, lançaram o ano do LP Carne Humana, com os sucessos Quimeras e A Luta e o Prazer, sendo o ponto alto dessa fase são os shows de abertura dos concertos de Tina Turner, selecionados por ela, entre o elenco da gravadora. Os shows aconteceram em duas noites no estádio do Pacaembu e uma no Maracanã, para um público total de mais de 300 mil pessoas. 

    E já há alguns anos batalhando de forma independente lançaram o excelente álbum Eletro Acústico e atualmente divulgam o novo cd chamado Quinto Elemento e estreando um novo projeto de músicas dos anos 80, chamado Aeroclube, no tradicional Bar Brahma, que fica localizado dentro do Campo de Marte na Avenida Olavo Fontoura, aqui na cidade de São Paulo.

    Marcado para começar as 20:00, onde teria um jantar para as pessoas que haviam colocado o nome na lista e por volta das 21:00 quando cheguei, um sentimento de incomodo atingia a todos os demais que chegaram antecipadamente, pois no mesmo dia, um pouco antes, um evento de uma torcida organizada, havia acontecido no local, talvez escolhendo o samba enredo ou coisa do gênero e várias pessoas, inclusive, que chegaram anteriormente e por não torcer por aquela agremiação em questão, claramente estavam  incomodados e todos pedindo para liberarem o espaço do show, pois naquela altura de tempo, a banda começava a passar o som. Como o número de incomodados aumentou, a casa corretamente abriu o local do show e rapidamente todas as mesas foram ocupadas e pudemos assistir a passagem do som da banda.

    Outro detalhe importante, um jantar foi oferecido, que embora o flyer, mencionasse cortesia, havia um custo adicional no valor do ingresso e certamente foi uma das piores massas que degustei na vida, mas deixando o prato do lado ou detalhes como este e lembrando que estou aqui pelo Rock e vamos comentar a parte excelente da noite.

Pouco antes de começar o show, a banda fez um Meet & Greet atendendo a todos, e como sempre digo, os excepcionais tem uma simplicidade ímpar como a que o cantor e compositor Guilherme Isnard recebeu a todos para fotos e autógrafos respeitando e atendendo os fãs como realmente merecem serem atendidos. Parabéns a banda pela atitude.

    Ao apresentar a banda a pista de dança, que antes era tomada por pessoas dançando ao estilo "passinho" tão comum nos anos 80, a banda sobe ao palco já com a última faixa do LP Carne Humana e toda a plateia já foi para a frente do palco ver além do vocalista Guilherme Isnard, também Freddy Haiat nos teclados, Rick Villas-Boas no baixo e Malcolm Oakley na bateria. Inclusive ZERØ contou nesta data com o convidado Alex Haiat da banda Metrô e Paris Le Rock na guitarra, começar a destruir o Campo de Marte, como dizemos quando um show é bom executando a música A Luta e o Prazer. Depois Guilher Isnard apresenta um dos grandes sucessos da banda e do mesmo álbum Carne Humana, era a vez do hit Formosa, com todo o Bar Brahma cantando em uníssono o trecho "..e qualquer corpo possa ser o seu...", nesse momento já tínhamos de volta toda a magia dos anos 80 e tão escasso nas musicas atuais.

    Guilherme Isnard então anuncia que a próxima música não é do Capital Inicial e sim de um músico chamado Francisco José Zambianchi, mais conhecido como Kiko Zambiachi claro, numa versão que além de nostálgica, Primeiros Erros fez todos dançarem. A sequencia um momento especial, pois convidam ao palco a filha do baixista Rick Villas-Boas, que se chama Sophie para cantar o maior sucesso da banda Metro, a canção Tudo Pode Mudar fazendo assim a estreia da nova vocalista brasileira nos palcos, cantando muito bem com participação de todos.

    A lembrança da constantes viagens a Brasília, lembraram a banda Legião Urbana e executaram Eu Sei, música da banda brasiliense. A sequencia não poderia ser melhor ao tocarem o primeiro compacto de 1985 com as faixas Heróis e 100% Paixão, sendo essas mais diretas que os clássicos do ZERØ, porém tão empolgantes quanto todo o set.     

    Ao final deste primeiro set, a banda pede um intervalo e avisa a todos que terá um segundo set, que estariam do lado na área de merchandising e pede a todos que colaborem com a banda independente, mostrando a muitos músicos atuais a importância de se ficar próximo aos fãs.

    Voltando ao segundo set, o ZERØ  começou com Centúrias, prosseguiu com o hit Agora Eu Sei, que em sua versão ao vivo, me relembrou os grandes momentos vividos, anos atrás nos tempos da balada Tape no Ourinhense na cidade que esse humilde redator lhes escreve. Continuaram essa segunda parte do show mais clássicos como "Me Chama", "Dia Eterno", "Até Quando Esperar", "Os Olhos Falam" e "Quimeras". Para o bis tivemos Formosa e Agora Eu Sei.

    Lembro de inúmeros críticos musicais execravam bandas dos anos 80 e enalteciam as bandas dos anos 70 e hoje vejo todas praticamente no mesmo escalão e com importância distinta claro, e estamos falando de uma banda que lotou o Cine Joia em dezembro, e tem uma importância monstro no chamado Pop Rock brasileiro e merece o conceito máximo sempre de todos que aprecia boa música e estarão tocando em breve num festival dedicado anos 80 com Plebe Rude, Uns e Outros etc.. 

    Um evento que literalmente começou com o pé esquerdo, a banda ZERØ fez um show impecável, e como eu acho interessante ver grandes bandas em palcos ditos como simples, onde ali sim, podemos ver todo talento, individual como músicos e ver o conjunto funcionando como banda e certamente o ZERØ fez isso com um show digno de uma banda que merece todo o Sucesso que possui.

    Agradecimento a banda ZERØ pela simpatia ao atender nossa equipe. Não estávamos credenciados, porém o show foi tão surpreendente que mereceu fotos e resenha.

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agosto/2013

 

Clique aqui e confira um álbum com 35 fotos da banda ZERØ no
Bar Brahma Aeroclube em São Paulo/SP

Set List 1
1 - A Luta e o Prazer
2 - Formosa
3 - Primeiros Erros
4 - Tudo Pode mudar
5 - Eu Sei
6 - Heróis
7 - 100% Paixão

 Set List 2

1 - Centúrias
2 - Agora Eu Sei
3 - Me Chama
4 - Dia Eterno
5 - Até Quando Esperar
6 - Os Olhos Falam
7 - Quimeras
Bis:
8 - Formosa
9 - Agora Eu Sei