BMW Jazz Festival 2013
Com: James Farm, Esperanza Spalding, Pat Metheny
08, 09 e 10 de junho no Vivo Rio no Rio de Janeiro/RJ
 

    Após uma edição de estreia de sucesso em 2012, o BMW Jazz Festival retorna a São Paulo e ao Rio de Janeiro, realizado graças ao diretor presidente do BMW Group Brasil, Henning Dornbusch que é conhecedor e apaixonado pelo estilo musical.

    De acordo com a BMW do Brasil, o estilo tem incrível aceitação junto aos amantes da boa música: “É extremamente gratificante poder resgatar a cultura do Jazz e contribuir para o seu fortalecimento no país. Temos certeza de que esta segunda edição do festival será novamente um sucesso tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.” Com certeza, os artistas selecionados é o item mais interessante, com diversos estilos das vertentes do Jazz.

08 de Junho de 2013, Vivo Rio/ MAM no Rio de Janeiro/RJ

    No primeiro dia de evento do BMW Jazz Festival foi escalado James Farm e Esperanza Spalding. Logo depois da entrada, o público pode conhecer o novo BMW Serie 6 Gran Coupé, uma espécie de showroom do automóvel, atraindo a curiosidade dos que aguardavam o início do show. O público era composto por um público refinado e moderno ao mesmo tempo, com pessoas de todas as idades; quem estava ali sabia a que veio.

    Às 21h, começou o show do quarteto James Farm, composta por Joshua Redman ( sax e compositor ), Aaron Parks ( piano ), Matt Penman ( contrabaixo ) e Eric Harland ( bateria ). Cada integrante tem suas carreiras formadas no Jazz, e juntos, formaram o grupo americano James Farm em 2009, com a proposta de um som improvisado, com base em canção de melodias fortes e ritmo flutuantes. “Fazer novas conexões musicais para os tempos em que vivemos, e novos ritmos para o que nos acerca agora”, propõem.

 Em Two Steps, com um fraseado bem marcante, deixou as pessoas em êxtase, praticamente curtindo todos os minutos da música. Em Chronos, o público chegou a prender a respiração pra ouvi-la até o final; era de um clima mais denso e envolvente.

    Poderíamos destacar todos os músicos, mas todos foram surpreendidos com um solo instigante e agressivo do baterista Eric Harland, que já deixava o público de queixo caído, e por várias vezes, largava a baqueta da mão esquerda para tocar outros instrumentos, como pandeiro, com muito vigor e habilidades que um baterista de Jazz poderia nos oferecer.

    Não podemos deixar de comentar sobre os incríveis solos de Joshua Redman no sax, que hora se elevava ganhando um destaque contagiante, hora se misturava ao som do contrabaixo de Matt Penman e piano de Aaron Parks, totalmente em sintonia, sem comentar sobre o corpo de Joshua Redman, que se movia conforme o som do seu sax.

    Depois de um tempo do solo do baterista, o baixo entra no ritmo, seguido por sax, e por fim o piano cantante de Aaron Parks. Era possível escutar todos os instrumentos separadamente dentro da música. Faltou fôlego pra sentir tudo que quarteto passou através de seu som, com direito a aplausos de pé.

    Após 1h20 de show, o James Farm se despede do público e agradece, arrancando aplausos de pé. Logo depois, acontece o intervalo. Em pouco tempo, o quarteto que acabara de se apresentar, já estavam no Hall do Vivo Rio para dar autógrafos e tirar fotos, recebendo cumprimentos pelo show. Durante o intervalo, o grupo deu autógrafos e tirou fotos com fãs no lobby; muito cumprimentados.

    Às 22h30, começou o show de Esperanza Spalding, lançando seu quarto álbum Radio Music Society. Nascida na cidade americana de Oregon, Esperanza Spalding teve as dificuldades financeiras que um músico em ascensão poderia passar, e apesar de ser musicista desde nova, pensou em abandonar a carreira. No entanto, a cantora e contra-baixista ganhou bolsas de estudo por excelência musical, e foi contratada pela Berklee College of Music, e se tornou a mais nova instrutora da instituição.


    O show começa com sua banda composta por onze músicos, entre pianista, guitarrista, baterista, cantor, sax, trompetista, etc; - praticamente uma orquestra - e logo depois, entra Esperanza Spalding acompanhando-os com seu baixo, e os apresenta cantando. No seu primeiro diálogo com o público, a cantora pergunta “Tudo bem?”, e em seguida para a banda, tudo em português. “Estou muito feliz de estar aqui no Brasil” – diz Esperanza Spalding.

 Sua voz parecia o som de um instrumento, alternando incrivelmente suave entre tons agudos e graves. Já na segunda música, Esperanza Spalding troca o baixo elétrico pelo contra-baixo, e inicia a canção dizendo que está triste. “I´m Sad” – pois se tratava de uma música triste e meio ‘blue’, com um clima de mulher com coração partido num bar.

    Esperanza Spalding era simpatia, estilo, beleza, talento e acima de tudo, cativante. Cantava perfeitamente, enquanto tocava seu baixo ou contra baixo com incrível habilidade, provocando muitos elogios de seus fãs, como um sonoro: “maravilhosa!!” da plateia. Sua performance era simplesmente encantadora.   

Chamou a atenção também, sua trompetista, uma moça jovem, loira, que cantava junto com Esperanza Spalding, que inclusive, a acompanhou num dueto de som corporal, através de gestos manuais ( palmas, estalar de dedos, etc ). Foram vários momentos como este, que deixava o público com ouvidos em estado de alerta total, pra apreciar com proveito. Principalmente o belo corista da banda, que parecia cantar com a alma, despertando os sentidos de todos.

   Era uma banda super harmoniosa com a apresentação de Esperanza Spalding, que liderava a apresentação como personagem principal, com músicos incrivelmente habilidosos. Só o pianista tinha dois teclados e um piano de cauda. Foram várias as canções que despertou os fãs, que já conheciam suas músicas, principalmente a I Know You Know, antes do bis.

    A banda sai, e retorna com baterista, guitarrista e Esperanza Spalding, finalizando com uma última canção, bem conhecida pela plateia. “Estou muito feliz por ter vindo, muito obrigada” – diz Esperanza Spalding, e finaliza ao som da banda, pedindo ao público para cantar junto, mesmo que não soubessem bem a letra, com um encerramento muito bonito.

    No dia seguinte (09 de junho, domingo), a apresentação ficou por conta de Brad Mehldau Trio, Joe Lovano & Dave Douglas Quintet, com participação de Lawrence Fields, Linda Oh e Matt Wilson, entretanto, neste dia os empresários dos músicos não autorizaram a imprensa realizar a cobertura e portanto, não pude acompanhar os shows para contar-lhes como foram.

10 de Junho de 2013, Vivo Rio/ MAM no Rio de Janeiro/RJ

    No último dia ( 10 de junho, segunda – feira ), se apresentou Pat Metheny, com seu álbum Unity Band, acompanhado dos músicos Chris Potter ( sax e clarineta ), Antonio Sanchez ( bateria ) e Ben Williams ( baixo ).

 

  Compositor de todas as músicas de seu álbum, Pat Metheny entrou sozinho no palco, com seu violão, introduzindo uma melodia calma, com elevações de notas no fraseado. Somente na segunda canção os músicos entraram, e depois, Pat Metheny com sua guitarra. Sua apresentação foi marcada por muitos aplausos; a banda de Pat Metheny seguia uma linha progressiva de violão e guitarra indo do suave ao explosivo. Era certo o ecoar de aplausos vibrantes após cada solo.

    Pat Metheny não é de muitas palavras, e mesmo assim, tanto ele quanto seus músicos arrancaram aplausos severos de um público bastante interessado, mostrando uma virtuosidade sonora impressionante. Puramente acústico, ou na guitarra elétrica, fortemente intenso ou profundamente contemplativo, composição dedicada ou total improviso; a sensibilidade de Pat Metheny para seu trabalho é reconhecido por décadas, dignos de encerrar o festival de Jazz da BMW. Inclusive, Pat Metheny prestou aconselhamento à carismática Esperanza Spalding em sua carreira.

Texto: Chan Wa
Fotos: Diego Cabral
Agradecimentos Bia Chacon do Grupo Tom Brasil
e a equipe do BMW Jazz Festival
pela atenção e credenciamento
Junho/2013

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 no Vivo Rio no Rio de Janeiro/RJ

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