Chris Cornell - Latin American Tour Acoustic 2013
Sábado, 15 de junho de 2013 no
Vivo Rio no Rio de Janeiro/RJ

    Os fãs de Chris Cornell se reuniram na noite desse sábado no Vivo Rio, para conferir a apresentação acústica com um apanhado de toda a carreira desse maravilhoso músico, mas tendo como base em seu último disco solo que é datado de 2011 e intitulado como Songbook. Mas alguns fãs mais afoitos ( como eu ), no fundo preferissem algo mais saudosista, como uma apresentação dele com o Soundgarden. Mas, pelo que foi anunciado, teríamos uma noite no mínimo interessante.

    Houve certa polemica na época em que foi anunciada a sua vinda devido aos preços um tanto alto dos ingressos, mas no final das contas um bom público compareceu a cara para conferir o show, claro com a ajuda de uma promoção de última hora. Para minha surpresa, ao entrar no Vivo Rio, vejo que o show seria com mesas e cadeiras, o cenário simples: banquinho, tapete e violões ( aliás, muitos deles ).

    Apesar de ser um show acústico, acredito que ainda sim teria algum peso e não havia problema nenhum em se ver em pé, e acho que Chris Cornell concordou comigo, pois logo de cara ele já manda a pérola, para alegria dos fãs: “Isso está parecendo o meu próprio talk show, então deixem as cadeiras de lado e se aproximem do palco”. Desespero geral na equipe de seguranças do Vivo Rio, que tentou em vão convencer as pessoas a voltarem para os seus lugares durante algum tempo e para os fãs que pagaram pelos lugares mais caros.

    Logo de cara, ele levou duas músicas do projeto Temple of the Dog, que foram a All Night Thing e Say Hello To Heaven. Em seguida, Wide Awake do álbum de 2006 Revelations do Audioslave, além da cover para ( What's So Funny 'bout ) Peace, Love and Understanding de Brinsley Schwarz mostraram que apesar de mais de vinte anos de carreira, ele continua sendo um dos melhores cantores da sua geração. E para falar a verdade, um dos poucos que realmente cantavam da leva Grunge de Seattle. E o público praticamente não cantava, talvez maravilhado com aquela apresentação única.

    Agora o show iria esquentar de verdade. Após Sunshower de sua carreira solo, finalmente vinha o momento que todos esperavam: a sequência de Call Me A Dog do Temple Of The Dog, seguida por Dandelion do Audioslave e duas do Soundgarden com Burden In My Hand e, para quebrar tudo ( apesar de ser versão unplugged ), Outshined conhecido hino da banda, onde os fãs saíram da fase contemplativa e cantaram a todos os pulmões. Nessa hora Chris Cornell cita uma história com John Travolta e Quentin Tarantino. Para completar o belo momento tivemos a simplesmente incrível Hunger Strike, também gravada nos seus tempos de Temple Of The Dog.

    Nesse momento o público já estava totalmente conectado com Chris Cornell e cantavam tanto sucessos como a solo The Keeper e a I Am The Highway do Audioslave, e apesar dele ter um leque de hits, o músico buscou mostrar coisas mais "lado B" com músicas não tão conhecidas assim como as seguintes que foram "Scar On The Sky", "When I´m Down" e "Can´t Change Me”, sendo prosseguidas por Fell On The Black Days ( essa do Soungarden ), Sweet Euphoria ( outra solo ) e Doesn´t Remind Me ( do Audioslave ), onde o público continuava hipnotizado pela potente voz de Chris Cornell. E para emocionar de vez os que ainda resistiam ao charme do vocalista, ele toca seu incrível cover do clássico A Day In Life, dos Beatles.

    Uma pequena pausa e Chris Cornell veio para o enorme e empolgante bis, que iniciou teve duas canções solo, a Scream e a Seasons, que foram continuadas com Wooden Jesus do Temple Of The Dog e então retornou ao Audioslave com Be Yourself. Depois Chris Cornell tocou a composição solo You Know My Name, que mesmo ele tendo esquecido a letra, o público carioca soube perdoar e bate palmas no final. Lógico que uma recompensa não é nada mal, que veio com Black Hole Sun do Soundgarden e Like A Stone, do Audioslave. Na parte final do bis deu tempo ainda para outra música solo, a Cleanning My Gun e dois covers, um "lado B" do Bee Gees com  To Love Somebody e a pesadérrima ( mesmo em versão acústica ) Blow Up The Outside World do Soundgarden, que encerrou esse show cheio de agradáveis surpresas, apesar dos inicialmente fãs cabreiros.

Por Camilla Marinho
Fotos: Palmer Cardoso
Agradecimentos à Bia Chacon pela atenção e credenciamento
Julho/2013

Set List
1 - All Night Thing
2 - Say Hello 2 Heaven
3 - Wide Awake
4 - (What's So Funny 'Bout) Peace, Love and Understanding
5 - Sunshower
6 - Call Me A Dog
7 - Dandelion
8 - Burden In My Hand
9 - Outshined
10 - Hunger Strike
11 - The Keeper
12 - I Am The Highway
13 - Scar On The Sky
14 - When I'm Down
15 - Can't Change Me
16 - Fell On Black Days
17 - Sweet Euphoria
18 - Doesn't Remind Me
19 - A Day In The Life

Encore:
20 - Scream
21 - Seasons
22 - Wooden Jesus
23 - Be Yourself
24 -You Know My Name
25 - Black Hole Sun
26 - Like A Stone
27 - Cleaning My Gun
28 - To Love Somebody
29 - Blow Up The Outside World