Hellish Rock Part II 2013: Helloween e Gamma Ray
Sábado
, 30 de Novembro de 2013
na Fundição Progresso no Rio de Janeiro/RJ

    Os headbangers da cidade maravilhosa tiveram o prazer de rever o Helloween em apenas alguns meses após a realização do Rock In Rio e desta vez, não apenas com o Kai Hansen em uma participação especial, mas com um set completo e com o Gamma Ray inteiro realizando a abertura.

    E a Fundição Progresso recebeu dois nomes que prometiam cravar dois dos melhores shows do ano, pois simplesmente teríamos duas das maiores lendas do Heavy Metal alemão juntas novamente em mais um show da Hellish Rock Part II e a segunda passagem dos dois Power Metal's juntos em solo carioca, ou seja promessa de casa cheia com certeza.

Gamma Ray

    Com um pano de fundo que fazia referência ao último lançamento da banda, o EP Master Of Confusion ( de 2013 ), que conta com algumas faixas ao vivo, lados B e algumas músicas novas, a banda entrou no palco aos poucos ( depois das 20 horas, com um pequeno atraso, que acredito que tenha sido causado pela chuva ) sendo Michael Ehré ( substituto de Dan Zimmermann na bateria desde 2012 ) o primeiro a entrar, seguido por Dirk Schlächter no baixo e Henjo Richter na guitarra e por último, o mestre Kai Hansen.

    O Gamma Ray iniciou o seu show com Welcome ( do primeiro trabalho, o Heading For Tomorrow de 1990 ), e logo em seguida e para quebrar tudo, mandaram de cara um dos maiores clássicos da carreira com Anywhere In The Galaxy ( primeira faixa do disco Powerplant de 1999 ), que foi cantada por todos os presentes na Fundição Progresso com muita emoção.

    Acentuando ainda mais a já famosa simpatia do grande frontman Kai Hansen, que com certeza estava muito animado pela recepção da plateia carioca e já enviou na sequência outra ótima música, a Men, Martians And Machines do Somewhere Out In Space de 1997. Fato que essa noite não ia ser uma noite qualquer!

   E como o massacre alemão não podia parar, o animadíssimo Kai Hansen tocou em seguida a The Spirit, do Sign No More de 1991 e a recente Master Of Confusion, que serviram para preparar a galera para o clássico que viria em seguida, a Rebellion In Dreamland do Land Of The Free de 1995, que aliás é a minha música preferida e foi um ponto máximo de destaque do show, pois não havia uma pessoa que não estivesse cantando junto cada verso da música.

    A banda está afiadíssima, o baixista Dirk Schlächter exibiu uma pegada monstruosa de muito virtuosismo, não diferente de seus atuais companheiros, Henjo Richter e o mais novo da banda o baterista Michael Ehré, que não deixa nada a desejar se o comparamos ao antigo baterista Dan Zimmerman. O interessante era uma “dancinha” que o baixista Dirk Schlächter fazia, que era no mínimo curiosa, pra não dizer, esquisita. Mas... tá valendo ;).

    O quarteto continuou com a veloz Dethrone Tyranny do No World Order ( de 2001 ), além de duas composições do álbum To The Metal de 2012, primeiro a cadenciada Empathy e depois a Rise, um Power mais costumeiro aos compostos pelo Gamma Ray. Ambas são ótimas canções da banda e deram a deixa para o solo de guitarra de Henjo Richter, que no final teve a participação de Kai Hansen para um duelinho básico. Porém, pouco depois era hora de inflamar para valer com a próxima música do set.

   E finalmente chegamos a um dos pontos mais aguardados da noite: a execução de um dos clássicos do Helloween, ex-banda de Kai Hansen, nada mais e nada menos do que o clássico Future World ( gravada Keeper The Seven Keys 1 ), que resultou em uma grande agitação. Para fechar o set a pesadaça To The Metal do álbum homônimo de 2010, e outro clássico com a Send Me A Sign ( do Power Plant  ), onde para delírio dos fãs de Kai Hansen, o mesmo saltou da plataforma da bateria arrancando gritos do público. Enfim, tudo em casa, com um dos pais do Power Metal Alemão.

Set List do Gamma Ray

1 - Welcome
2 - Anywhere In The Galaxy
3 - Men, Martians And Machines
4 - The Spirit
5 - Master Of Confusion
6 - Rebellion In Dreamland
7 - Dethrone Tyranny
8 - Empathy
9 - Rise
10  - Future World
11 - To The Metal
Encore:
12 - Send Me A Sign

Helloween

    Aquela pausa básica para trocar os equipamentos e o público comprar uma cervejinha, já que não estava fácil para ninguém porque apesar da chuva, o tempo estava muito abafado. Finalmente chegou a hora, quando nos alto-falantes da casa entoou o clássico do AC/DC For Those About To Rock ( We Salute You ).

    Instantes depois, começa a mais que conhecida abertura com Walls Of Jericho de seu primeiro disco de mesmo nome, e já surge no palco Michael Weikath e Sascha Gerstner nas guitarras, Markus Grosskopf no baixo, Dani Löble na bateria e o vocalista Andi Deris, com uma camisa do Gene Simmons ( idêntica a usada no Rock In Rio ). E o Helloween chegou com nada mais e nada menos com a clássica Eagle Fly Free, que dispensa comentários e foi cantada por todos presentes na Fundição Progresso a plenos pulmões.

    Desde metade dos anos 1990 que o Helloween é figura carimbada nos palcos brasileiros, mas esse ano a banda se superou com dois giros pelo país no período de um mês, sendo um na edição do festival Rock in Rio, como disse anteriormente, e outro logo em seguida hoje na Fundição Progresso para um show somente seu, de headliner e sem dividir o espaço com as outras atrações presentes do Palco Sunset. Promessa feita, promessa cumprida, com a banda fazendo alegria do público com seu Power Metal.

  Para não deixar a peteca cair, duas músicas do álbum novo, primeiro a hit Nabatea e em seguida a título Straight Out Of Hell, que na minha opinião obtiveram uma bela reação no público, apesar as duas serem músicas recém saídas do forno, mas ainda assim mostraram que são capazes de compor boas canções e percebi que os presentes na Fundição Progresso as conheciam bem.

    Andi Deris e seus comparsas continuaram com a estilosa Where The Sinners Go, de seu penúltimo disco 7 Sinners do ano de 2010 e depois divulgaram mais do novo álbum com a ótima Waiting For The Thunder. O Helloween soube montar bem seu setlist, abrangendo várias fases de sua carreira, mantendo o show coeso e apresentando boas novas músicas.

     Outra que foi muito bem recebida pelos fãs e teve a honra de encerrar a primeira parte do show com muita adrenalina foi a Hell Was Made In Heaven, do disco Rabbit Don’t Come Easy ( de 2003 ), sempre avisada por Andi Deris que é uma de suas favoritas. Depois, Dani Löble realizou um solo de bateria meio bizarro, que não empolgou nem um pouco a galera.

 

  

    Quando Markus Grosskopf, Michael Weikath, Sascha Gerstner e Andi Deris voltam ao palco, a banda se prepara para mais clássicos e agora era a vez de I’m Alive do Keeper The Seven Keys I, que deixa os fãs mais antigos extasiados.

    O set prossegue com Where The Rain Grows, do excelente álbum Master Of The Rings de 1994 e Live Now!, também do álbum novo onde podemos destacar o sempre competente guitarrista Michael Weikath, com solos com solos incríveis de muita velocidade e precisão, mas claro, não podemos esquecer do baixista Markus Grosskopf e de seu carisma, que não diferente de seu companheiro mandou muito bem, inclusive nessa hora roubou uma máscara de unicórnio e enfiou na cabeça, divertindo o resto da banda. E no final uma brincadeira de Andi Deris dividindo a plateia numa disputa de que lado cantava mais alto o refrão, que sempre acaba agradando que assiste e quem participa.

    Depois de tanto Metal na cabeça, um momento mais calmo com a balada If I Could Fly ( do The Dark Ride 2000 ), mas não se enganem que o descanso duraria pouco.... ela foi logo seguida da eletrizante Power, do The Time Of The Oath de 1996, que encerraria a segunda parte do show. Mas, ainda faltava algo e o gostinho de 'quero mais' e sabiamente fizeram a galera gritar e pedir o bis.

    Porém, a banda não estava para brincadeiras e ainda tinham muitas cartas na manga e o bis mesclou novamente varias épocas com a poderosa Are You Metal? do 7 Sinners  e mais um clássico da era “Keepers” com a sensacional Dr. Stein ( esta do "II" ). Mas, com certeza o melhor ainda estava por vir!

    A festa estava se aproximando do fim, mas eles tinham preparado algo que com certeza podemos chamar de “ Grand Finale”, um medley com a antológico com Halloween, seguida pela maravilhosa How Many Tears e fechando com Heavy Metal ( Is The Law ), com direito a Andi Deris emocionado, afinal estava dividindo os vocais com ninguém menos que o mestre Kai Hansen e lógico, emocionando a todos os presentes ali. Gente... vocês tem noção que no mesmo palco estavam o pai e a mãe do Power Metal Alemão: Kai e Weike!!! E para fechar com chave de ouro, I Want Out, com a participação também de Henjo Richter.

    As vaciladas da noite ficaram por conta do desnecessário solo de bateria Dani Löble, já citado anteriormente e os problemas técnicos com a guitarra de Sascha Gerstner, que gerou visível irritação do músico, levando-o abandonar o palco por diversas vezes.

    Porém, mesmo assim a Fundição Progresso assistiu uma linda noite de celebração dos pilares sagrados do Heavy Metal Melódico Alemão! Quem viu, vi! Se você não foi, sinto muitíssimo por você!

    Quem foi simplesmente não esquecerá jamais essa incrível e porque não dizer histórica, noite da Hellish Rock Tour Part 2! Sai da Fundição Progresso feliz e ao som de A Tale That Wasn't Right tocada nos P.A.s durante os agradecimentos desta constelação germânica no palco e devidamente realizada pelo vibrante espetáculo que presenciei.

Texto: Camila Marinho
Fotos: Palmer Cardoso
Agradecimentos a Heloísa Vidal, Free Pass Entretenimento
e a equipe da Fundição Progresso
pela atenção e credenciamento
Fevereiro/2014

 

Set List do Helloween

1 - Walls Of Jericho
2 - Eagle Fly Free
3 - Nabataea
4 - Straight Out Of Hell
5 - Where The Sinners Go
6 - Waiting For The Thunder
7 - Hell Was Made In Heaven
8 - Drum Solo
9 - I'm Alive
10 - Where The Rain Grows
11 - Live Now!
12 - If I Could Fly
13 - Power
Encore:
14 - Are You Metal?
15 - Dr. Stein
Encore 2:
16 - Halloween / How Many Tears / Heavy Metal (Is The Law)
17 - I Want Out
18 - A Tale That Wasn't Right (Unarmed Version)

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