Jamiroquai
Quinta-feira, dia 07 de fevereiro de 2013
no Credicard Hall em São Paulo/SP

    Praticamente dois anos desde a última apresentação da banda no Rock In Rio 2011, Jamiroquai volta ao Brasil para duas apresentações, sendo uma em São Paulo no Credicard Hall e outra na ilha da magia, também conhecida como Florianópolis. O nome Jamiroquai é resultado do nome da tribo Iroquoi de nativos norte-americanos, com os quais o vocal Jay Kay diz se identificar filosoficamente, combinando à expressão 'Jam', de Jam Session, daí o nome propriamente dito da banda.

    Jamiroquai é talvez o maior representante do cenário Acid Jazz, movimento londrino dos anos 90, e já venderam mais de 35 milhões de álbuns em todo mundo mostrando o tanto que a banda é importante tanto tecnicamente quanto comercialmente, que como banda estreante, assinando um belíssimo contrato com a Sony Music para oito álbuns, isso na década de 90. O Jamiroquai tem em sua formação, Jason Kay nos vocais, Rob Harris na guitarra, Derrick McKenzie na bateria, Paul Turner no baixo, Sola Akingbola na percussão, Matt Johnson no teclado e nos vocais de apoio, três belas garotas, Lorraine McIntosh, Hazel Fernandez, Sam Smith.

    O show começou com um atraso considerável em se tratando da pontualidade do Credicard Hall, cerca de 45 minutos, porém logo aos primeiros passos da banda no palco ao invés do cocar tradicional, o cantor Jay Kay estava lá com seu chapéu, começando com Twenty Zero One do álbum A Funk Odyseey de 2001, na mesma pegada que vemos no clip com o vocalista Jay Kay fazendo tudo exatamente como faz no clip.

    Em seguida, sem delongas tocaram a faixa All Right, sucesso absoluto do álbum Travelling Without Moving de 1996 e a plateia cantava todas as músicas de maneira plena, claramente agradando a todos da banda com o feed back que vinha da plateia fazendo ao invés do show, digamos uma grande balada onde todos dançaram animadamente. Depois foi a vez de Use The Force ( Travelling Without Moving ) e pude perceber como a iluminação do palco impressionava muito fato que deixou nosso fotógrafo extremamente feliz, já que em alguns concertos a iluminação não era igual aquela e fica difícil representar como foi o show, ou era o palco, que claramente não ocorreu nesse caso.

    Simpático ao extremo o vocalista Jay Kay foi perfeito durante toda a apresentação e na segunda do álbum Travelling Without Moving  ( seriam deste disco no set list ), High Times, também do mesmo álbum foi seguida por Little L do álbum A Funk Odyssey.

    Nesse ponto do espetáculo era visível que não estávamos com uma banda de Pop no palco tão conhecida por seus belos vídeos clips de sucesso mundial e sim uma belíssima banda de Jazz com pequenos solos entre as canções mostrando toda a técnica da banda, algo que chega a impressionar de tão Jazz que foi o show, simplesmente maravilhoso para quem aprecia o gênero sem se prender a rótulos, os sucessos comerciais estavam lá sim, mas com uma roupagem completamente diferente. Mas acha que a plateia se importou com isso? Claro que não...

 

    A próxima seria do álbum de 1999 Syncronized, a música seria Canned Heat, também perfeita com um belo solo de baixo, para na sequencia vir duas do álbum Dynamite, Hot Tequila Brown e Talullah.

    Space Cowboy hit de 1994 marcou presença e cantada de maneira belíssima pela plateia, e a essa altura Jay Kay já estava com um agasalho esportivo com o escrito Brasil nas costas e andava com uma bandeira de um lado a outro mostrando sua paixão a nosso país.

    Main Vein veio perfeita seguida por Revolution 1993, única do álbum Emergency On Planet Earth de 1993, que até pensei que teria mais canções deste cd no set list, ledo engano. Mas eles prosseguiram com a fantástica Cosmic Girl, foi seguida pela canção que dá ao nome ao disco que teve cinco canções nesse set list, o dançante álbum Traveling Without Moving.

 

    Love Foolosophy e Deeper Underground, sendo a primeira do álbum A Funk Odyssey e a segunda do  Syncronized terminaram a primeira parte do show, que com uma volta bem rápida ao palco terminou o concerto com White Knuckle Ride com quase duas horas de espetáculo.

    Um show maravilhoso que talvez quem se importava com o Pop dançante tenha se decepcionado, mas para alguns fãs de Jazz, foi uma bela surpresa com músicos muito competentes que fizeram um Credicard Hall bem cheio dançar o tempo todo e com uma 'vibe' extremamente positiva.

    Sem contar que a banda teve a ousadia de deixar de fora "Virtual Insanity" para certamente deixar aquele gostinho de quero mais a seu público, para que voltem numa próxima apresentação. Para amantes de Jazz, perfeito.

Texto: Sílvia Pedroni
Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos a Tatiana Ito e a equipe
da T4F pela atenção e credenciamento
Março/2013

 

Set List

1 - Twenty Zero One
2 - Alright
3 - Use the Force
4 - High Times
5 - Little L
6 - Canned Heat
7 - Hot Tequila Brown
8 - Talullah
9 - Space Cowboy
10 - Main Vein
11 - Revolution 1993
12 - Cosmic Girl
13 - Travelling Without Moving
14 - Love Foolosophy
15 - Deeper Underground
Bis:
16 - White Knuckle Ride