Monsters Of Rock - 1º Dia
Com: Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Killswith Engage, Hatebreed, Gojira e Project 46
Sábado, 19 de outubro de 2013
na Arena Anhembi em São Paulo/SP

    Em sua quinta edição, depois de 15 longos anos o festival Monsters Of Rock volta com muito mais bandas e no primeiro dia menos Heavy Metal do que em suas edições anteriores, mas nada que apagasse o brilho e a expectativa dos presentes nesse sábado. O dia lindo ( e quente ) parecia prever um dia inteiro de diversão ( e compras ) que estava por vir.

Project 46   

    Chego por volta das 13h20, mas até achar a sala de imprensa e de me perder entre os estandes, chego no meio da apresentação do Project 46, banda nacional de Metal/Hardcore, de 2008, muita ativa que já participou de vários festivais, tocou com várias bandas brasileiras, além de disponibilizar para o público seu cd completo para download. Eles foram selecionados para tocar por meio uma disputa com outras bandas nacionais para a abertura do festival ( promoção realizada pela rádio 89FM ).

    O palco enorme e alto não ajuda as baixinhas de plantão, que na sua frente do palco estava abarrotado de fãs da banda, que além de cantar junto pulavam horrores, dos lados deste palco enorme tinham telões gigantes, mas que são prejudicados pela luz do dia. O importante é o clima dos músicos Caio MacBessera nos vocais, Jean Patton e Vinicius Castellari, Rafael Yamada no baixo e Henrique Pucci com a plateia.

    A música que fez isso acontecer é Acorda Pra Vida ( do álbum Doa A Quem Doer de 2011 - leia resenha ), todos bangueiam muito, no meio da música observo um gordinho feliz sendo levado pelos braços da multidão, o telão mostra a galera e a impressão que dá, é de um mar de gente, entre nos refrãos da música todos contribuíam com "ôôôôôôô" e Caio MacBessera quer que cantemos mais alto. Ao fim ele agradece os organizadores, a rádio 89 FM e ao WikiMetal, agora imagine durante esse discurso uma saraivada de palavrões... ( ele solta a maior quantidade de palavrões por minuto deste primeiro dia de festival ). O show acaba lá pelas 13h50.

    Enquanto os músicos saem do palco, a maioria plateia só para descontrair solta um: "Ei Rock In Rio vai tomar no c....!" ( gente qual a necessidade disso? ) enquanto eu e os roadies no palco se acabam de tanto rir. Enquanto a próxima banda não vem eu saio para um role pelos estandes do evento ao som de I Don’t Wanna Grow Up dos Ramones. Já tem muita gente no local e a tarde só começou, para um lanchinho temos no cardápio desde o clássico hot-dog até fondue de chocolate... Chique demais....

    Também contamos com várias experiências legais: bandas, lugar pra tirar fotos, estande da Sky e muito mais. A galera que comanda o podcast do site WikiMetal, montou uma tenda e nos trouxe a banda Sick' Em All, banda tributo aos 30 anos do álbum Kill 'Em All do Metallica que é formada por João Marcio Hetfield ( Megaton e Attomica ) nos vocais e guitarra, Beto Richieri ( Megaton, Dotô Jeka, Luxúria ) na guitarra, Ricardo Takamatsu ( Megaton, Dotô Jeka, Desgraceira ) no baixo e
Guilherme Martin ( Megaton, Luxúria, Toy Shop e Viper ) na bateria.

    O som dos caras está ótimo e várias pessoas em volta estavam assistindo, algumas posicionadas em suas cadeiras para ouvir de camarote, e olha que parece um evento de motoclube, enquanto João Marcio Hetfield agradece quem parou para escutar a banda, ao fundo um cara solta um "Metalllll" ao estilo Detonator de ser. Mas como nem tudo são flores percebo muito tarde que o Gojira já está no palco tocando há alguns bons minutos, que me levaram a perder as canções Explosia e The Axe, ambas do L'Enfant Sauvage, triste, mas acontece às vezes em grandes festivais como este.

Gojira

   A banda de Metal Progressivo ( formada em 1996 ) chama atenção ao tocar alguns riffs em homenagem ao Sepultura, falam da influência dos caras em suas músicas e oferecem a The Heaviest Matter Of The Universe ( do terceiro álbum From Mars to Sirius de 2005 ), para a banda. Ah esses riffs e a bateria são viciantes.

    No final da música eles agradecem, falam que só estão no país há dois dias e ainda não conhecem muita coisa do Brasil, mas estão fascinados, nisso eles tocam a Love ( do álbum de estreia Terra Incognita de 2001, logo após a troca de nome, antes era Godzilla ), enquanto que o vocalista e guitarrista Joe Duplantier pede mais palmas. Aliás completam a banda os músicos Christian Andreu na guitarra, Jean-Michel Labadie no baixo e Mario Duplantier na bateria.

    São quase 15h e ainda está muito sol para ver alguma imagem nos telões, o baixista Jean-Michel Labadie alucinado gira pelo palco, alguém no palco faz o maior arremesso de garrafa d’água para a pista de todos os tempos. Joe Duplantier nos manda a poética frase: "Brazilian Metal head are nutts!" ( Sim somos! ). Mandam em seguida a Backbone ( do From Mars To Sirius) nem consegui chegar perto do palco, parece um paredão de gente.

    Acabei ficando mais atrás e do lado direito, achei meio difícil de escutar o vocalista ( a impressão que dá é de microfone baixo). As poucas vezes que se via algo no telão eram sempre close de Mario Duplantier derretendo enquanto esmerilha a bateria, todos os músicos agitam, pulam e correm pelo palco, afinal todos estão wireless ( sem cabos ) e bem à vontade aqui no Brasil.

    Sempre muitas palmas para todas as músicas, Mario Duplantier vem até nós e em português diz obrigado, ainda pergunta se estamos prontos para mais e chama a galera no "hey hey". Joe Duplantier assume o microfone e nos conta que a próxima música tem o título em francês por eles serem de lá e fala sobre uma infância selvagem. Então, L' Enfant Sauvage ( título do cd L'Enfant Sauvage de 2012 ) não há outra descrição melhor para esse riff a não ser lindo.

    A animação da galera da pista empolga a todos, no palco uma bandeira enorme escrita Gojira em branco, sem nos dar descanso eles emendam a cadenciada Flyng Whales ( outra do From Mars To Sirius ) e fechando o set a intensa Toxit Garbage Island ( do quarto álbum The Way of All Flesh de 2008 ). Nesse meio tempo fico fascinada pelo trabalho do operador da grua, que comanda as imagens de cima da galera. Joe Duplantier grita muito obrigado, falou que foi uma honra tocar conosco, a galera que repete sem parar Gojiraaaa!

    Quando o relógio marcou 15h20, o show acabou, sem direito a encore, pois o batalhão de roadies veio para preparar o palco para o próximo pandemônio, só tocaram duas bandas e já está difícil de sair do meio da galera de perto do palco, um mar de gente e roupa preta, num momento 'cospobre' ( cosplay com sérias restrições orçamentárias ) amarra um esparadrapo no rosto em homenagem a algum integrante do Slipknot, os shows do intervalo não param e sempre tem gente em volta.

Set list do Gojira
1 - Explosia
2 - The Axe
3 - The Heaviest Matter of the Universe
4 - Love
5 - Backbone
6 - L' Enfant Sauvage
7 - Flyng Whales
8 - Toxit Garbage Island

Hatebreed

    Às 15h40 era a vez de Hatebreed subir no palco, é uma banda de Hardcore com influencias de Metal Extremo e já com seus 20 aninhos de idade, oito álbuns lançados, retorna ao Brasil pela quarta vez ( os outros shows foram nos anos de 2005, 2009 e 2012 ). Antes de começar o show, aparece no telão uma pequena entrevista de Eddie Trunk ( apresentador do programa That Metal Show ) entrevista com o vocalista Jamey Jasta, que conta estar ansioso pelo show e que podia ouvir nossos gritos de lá do hotel onde estava hospedado, quando acaba a entrevista começa uma intro da hora.

    Mal saiu do telão Jamey Jasta já chega com um "São Paulo vocês são foda!". Pedindo que coloquemos as mãos para o cima e é atendido por todos. Em troca recebemos a primeira música do set, que foi To The Threshold ( do Supremacy de 2008 ), e aí, todos pulam automaticamente, ele não aguenta nem terminar a primeira música e já tira a jaqueta, também comenta que é bom estar aqui de novo. Juntos ao vocalista Jamey Jasta estavam Frank "3 Gun" Novinec e Wayne Lozniak nas guitarras, Mike D'Antonio no baixo e Matt Byrne na bateria.

   Em seguida, uma do último álbum The Divinity Of Purpose de janeiro desse ano: Honor Never Dies que possui uma levada bem forte ao vivo, fiquei de longe, mas é muito bonito ver toda essa quantidade de fãs incondicionais se espremendo na frente do palco ( e claro, sem a famigerada pista vip fica melhor ainda ), o público responde prontamente a música, os músicos são mais intensos e se mexem menos pelo palco também, dessa vez fiquei do lado esquerdo e aqui a batera soa bem alta. Não esperam nem terminar a distorção da guitarra e já mandam a Everyone Bleeds Now ( do álbum Hatebreed de 2009), a galera mais para o fundo da uma parada pra tirar fotos e conversar.

    Assumindo o baixo essa noite é o Mike D'Antonio, baixista do Killswitch Engage, pois Chris Beattie está se recuperando de um acidente. Jamey Jasta fala que todas as bandas que tocam hoje se apoiam e também conta que é ele fala que é seu primeiro festival grande e quer saber qual dos dois lados vai fazer mais barulho ( do lado do baixista na esquerda ou do guitarrista na direita ).

    A In Ashes They Shall Reap ( outra do cd de 2009) chega para levantar até quem não é fã da banda, impossível ficar parado nessa música, que é energia pura. Jamey Jasta disse em seguida: "nós somos o Hatebreed e vocês são ótimos", comenta que o tema do novo álbum é o propósito de cada um e com um "Get up São Paulo!".

    Eles mandam a Dead Man Breathing ( do disco The Divinity Of Purpose ) e ver de dia essa multidão de gente pulando e cantando é único, quando as mãos se mexem para lá e para cá é que se tem a noção da quantidade de gente nesse espaço. No fundo do palco uma a capa do álbum Hatebeed de 2009.

    A próxima que o nosso showman Jamey Jasta manda é This Is Now ( de 2008 The Rise Of Brutality ), música para fazer roda, me lembra muito o Nu Metal, mas ainda sim a música é muito boa, toda vez que ele pede punhos ao ar ele tem! Sem tempo para respirar e a próxima Perseverance ( título do cd Perseverance de 2002 ) foi tocada, com direito a um fã saltitante cantando como se fosse uma fada, que não combina em nada com a agressividade da música, mas está valendo. Depois tocaram a Last Breath do Satisfaction Is The Death Of Desire de 1997.

    O som acaba bruscamente e Jamey Jasta diz que foi demais ( tenho a impressão de que está no fim, mas ele nos surpreende falando sobre o Sepultura e sobre como eles tocaram juntos em uma turnê pede para a lenda Andreas Kisser para tocar junto a Refuse/Resist  do Chaos A.D. de 1993 ). Bem, ninguém fica indiferente a essa música, ele pede pit e ai de quem não fizer! Me joguei no meio da galera ( nota mental: não bangear de óculos ), a pista canta e pula junto no refrão, afinal e Sepultura é Sepultura!

    Jamey Jasta agradece Andreas Kisser ao som da galera gritando "Sepultura, Sepultura!" Também pergunta se estamos bem, mas que amanhã iremos acordar sem voz, ele não liga como, mas todos irão perder a voz de tanto cantar a Live for This ( também do The Rise Of Brutality ), essa mais calma, mas a parte que fica mais para frente do palco não para de agitar nem um minuto, ri muito com o backing vocal gritando "live, live", parecia que ele estava arrotando.

    Jamey Jasta pergunta se queremos mais! Sempre! O legal é mesmo com vários pontos de venda, sempre tem alguém passando com coisas para beber e comer no meio da galera, ele nos lembra que estaremos como ele amanhã sem voz, começa a intro de I Will Be Heard ( do Perseverance ), que é a favorita da galera e levaram a sério essa coisa de ficar sem voz, um grupo de amigos gritam e cantam e rodam, quem esta em volta se contagia e se junta ao grupo. 

    Apresenta toda a banda, pede para galera respirar fundo para cantar bem alto apenas duas palavras Destroy Everything ( do Supremacy ), essa música é assustadoramente legal, todos unidos pulando, no "hey hey", no refrão e nos punhos ao ar! Essa banda anima muito. No fim Jamey Jasta quer uma foto com todos para eles se lembrarem de São Paulo e do Monsters Of Rock para sempre, nos agradece e manda um "enjoy the rest of the day", mais uma banda acaba e eu saio para bater perna. Me dirijo até para onde está a  galera do WikiMetal, que está firme e forte, tocando clássicos do Metal, sério chegar à Arena Anhembi e ser recepcionado por esses caras não tem preço.

 

Set List do Hatebreed

1 - To The Threshold
2 - Honor Never Dies
3 - Everyone Bleeds Now
4 - In Ashes They Shall Reap
5 - Dead Man Breathing
6 - This Is Now
7 - Perseverance
8 - Last Breath
9 - Refuse/Resist
10 - Live For This
11 - I Will Be Heard
12 - Destroy Everything

Killswitch Engage

    Lá pelas 16h50 começa o Metalcore da banda Killswitch Engage atualmente formada por Jesse Leach nos vocais, Adam Dutkiewicz na guitarra e vocal, Joel Stroetzel na guitarra, Mike D'Antonio no baixo e Justin Foley na bateria, e essa é sua segunda aparição no Brasil de ( a primeira aconteceu em 2009 ) e chegam aterrorizando as moças da loja que eu estava comprando.

    Elas se entreolham e uma pergunta se está acontecendo um terremoto, à outra diz assustada: "dessa banda eu tenho medo". Nesse momento termino as compras rapidinho e vou correndo junto com uma galera, para chegar o mais perto possível do palco, tem várias pessoas curtindo o show sentados ou deitados no chão ao som de The New Awakening ( do cd lançado em fevereiro desse ano: Disarm The Descent ). Vejo mais um personagem para a nossa coleção de 'cospobre' da noite: dessa vez a máscara está perfeita, mas a roupa é um saco de lixo vermelho!!!

    A Bid Farewell ( do The End Of Heartache do terceiro álbum de 2007, onde quem assumia os vocais era Howard Jones ) e Fixation On The Darkness ( Alive Or Just Breathing de 2002 ) são tocadas enquanto tento atravessar a distancia dos estandes até o palco e ainda achar um lugar o mais perto possível do palco.

    A primeira metade da pista já está tomada de gente e olha que a pista é enorme, o vocalista Jesse Leach pergunta como estamos e nos conta que essa é a primeira vez vem ao Brasil com a banda ( já que ficou fora dela por 10 anos retornando em 2012 ), além de termos mulheres lindas aqui ( sim... eu sei que ele está falando de mim ), também comenta da nossa cachaça. Nisso assume o microfone o guitarrista ( parece uma versão louca do Serginho Mallandro ) Adam Dutkiewicz, que nos agradece e diz umas meia dúzias de obscenidades envolvendo as palavras "ass" e "piss", Jesse Leach tenta limpar a barra alegando que ele esta muito bêbado.

    A seguinte foi You Don't Bleed For Me ( do Disarm The Descent ) e Adam Dutkiewicz pode parecer maluco, mas toca, corre para todo lado e agita muito. Mas, a galera responde mesmo com a Vide Infra ( do primeiro álbum de 2000 Killswitch Engage ), não há quem segure! Pessoas pulando para tudo que é lado, só penso em salvar os óculos. No palco muito bangueados e guitarras e baixos sincronizados.

    Nem acaba a música e Jesse Leach já da nome a próxima música: A Tribute To The Fallen ( também do Disarm The Descent ). Jesse Leach comenta que é ótimo tocar aqui com o sol de fundo, conosco só gente bonita e pede para fazermos barulho para este lindo dia, mas pede para esperarmos um pouco que ele vai pegar uma cerveja ( ok... temos todo o tempo do mundo ), ainda fala que o lado que fizer mais barulho ganha uma cerveja.

    Mais uma do cd Disarm The Descent é a The Hell In Me que já começa destruindo tudo, os riffs são bem pesados, os vocais limpos um pouco melosos aos meus ouvidos, mas uma boa parte a minha volta canta junto. Adam Dutkiewicz vocifera mais, agora o tema é circuncisão Jesse Leach nos salva com a Rose Of Sharyn ( presente no The End Of Heartache ).

   Rodas in everywere! Observo muita gente com as costas, rostos e braços queimados do sol, todos provavelmente não arredaram o pé da pista desde o início do evento. banda Killswitch Engage são ainda mais calmos no palco que o Hatebreed ( menos o guitarra Adam Dutkiewicz, que está mais louco que o Batman, correndo, pulando e tocando ao mesmo tempo ) e Jesse Leach avisa que essa canção é Reckoning ( do quinto cd chamado também de Killswitch Engage de 2009 ), o palco esta tão 'microfonado', que dá para escutar quando alguém quebra algo lá em cima.

    O pessoal a minha volta curtem apenas com alguns bangues, pois os fãs mesmo, estão enfiados bem no meio da multidão, e por falar em meio é por lá que o som soa mais regulado e ajuda a escutar todos os instrumentos equalizados. Justin Foley faz um belo trabalho na bateria, sempre tem alguém correndo para chegar mais perto do palco, o calor finalmente diminui e começa um vento mais refrescante para a No End In Sight ( outra do novo Disarm The Descent ).

    Jesse  Leach comenta sobre deixar ou não os poderosos dizerem o que devemos fazer e que somos uma inspiração pelos protestos que fizemos por todo pais, grita "poder" para as pessoas e manda My Last Serenade ( do Alive Or Just Breathing ) essa musica é mais pesada, amigos cumprimentado os policiais, o clima de descontração é evidente.

    Jesse Leach se movimenta bastante pelo grande palco e uma boa parte da plateia 'bangueia' ao som dos caras, de onde eu estou tem uns outros treinando seus golpes ninjas... Jesse Leach provoca o publico dizendo: "Essa eu sei que vocês conhecem!" The End of Heartache ( título do cd de 2007 ) é muito empolgante e realmente uma grande maioria conhecia a letra de cor. Teve bastante gente bebendo desde cedo, então melhor ter cuidado com quem você esbarra nesse horário, e que quer “fazer” uma amizade com você. Finalmente com o sol se pondo, começo a notar um pouco as luzes do palco.

    Jesse Leach nos agradece e fala que Gojira 'foi foda' e que é uma banda muito promissora. Adam Dutkiewicz para não perder a forma fala mais alguns palavrões, mas reconhece que eles não seriam nada sem os fãs e nos agradece. Faltam apenas mais duas músicas para terminar esse set. My Curse ( do As Daylight Dies de 2006 ) vem acompanhada de palmas, ela começa com uma intro mais calma só para dar uma ênfase maior na pancadaria, vi crianças que pulam e agitam muito, essas já estão encaminhadas no bom caminho do Metal!

    A próxima é meio chatinha In Due Time ( também do Disarm The Descent ) com as músicas que eu já ouvi, acharia melhor terminar o show com uma musica mais rápida e para cima, mas nada abala um amigo com a sua dança do aviãozinho. Os músicos agradecem os fãs e saem do palco as 17h45.

    Passeando por aí acabo no estande da Nagano Drums e lá esta o baterista da banda Infant Annihilator: Aaron Kitcher testando e tocando kits de bateria, acompanhando algumas músicas extremas no MP3, tem bastante gente em volta que se empolga como se fosse um show com todos os músicos, cantam junto, 'bangueam' e comemoram a toda nova música. No estande do Rock Online dava pra tirar fotos com acessórios inusitados ( chapéus, plumas, etc ), para jogar Rocksmith, ver alguns pockets shows, além de uma campanha de marketing muito interessante, onde eles distribuíam pulseira para baixar um single digital da banda HitchHikkers.

    Na área WikiMetal o seu publico cativo já está sem camisa, fazendo roda, cantando abraçado, bebendo cerveja só faltam às motos estacionadas por perto para se tornar um verdadeiro moto clube. Volto para o meio da galera e observo um apresentador tentando gravar a cabeça do programa para o Multishow jogam uma garrafa de plástico nele. (que feio...!!!). Antes de começar a banda um organizador sempre vem e pede para assistirmos uma pequena entrevista com Eddie os membros das bandas.

Set List do Killswitch Engage

1 - The New Awakening
2 - A Bid Farewell
3 - Fixation On The Darkness
4 - You Don't Bleed For Me
5 - Vide Infra
6 - A Tribute To The Fallen
7 - The Hell In Me
8 - Rose Of Sharyn
9 - Reckoning
10 - No End In Sight
11 - My Last Serenade
12 - The End Of Heartache
13 - My Curse
14 - In Due Time

Limp Bizkit

    Pena que o som a minha volta cobre o som da entrevista da banda de Nu Metal Limp Bizkit, que estava prestes a se apresentar a partir das 18h30, e que a coisa fica séria, no palco os rostos dos membros de Fred Durst nos vocais, Wes Borland na guitarra, Sam Rivers no baixo, DJ Skeletor no DJ e John Otto na bateria e percussão em bits ( igual as imagens de jogos do nintendinho), ao som de Thieves ( cover da banda de Metal Industrial Ministry, essa música pertence ao álbum The Mind Is A Terrible Thing To Taste de 1986 ).

    Fred Durst aparece no telão vindo desde o backstage até chegar à nossa frente no palco, sim eu poderia ir para um lugar mais distante e resenhar numa boa, mas, enquanto houver pernas estarei no meio da galera. Quando entra Wes Borland eu fico sem reação, para que tantos leds? ( ele no escuro me lembra das águas vivas do canal Discovery ).

    Sem tempo para prestar atenção neste exótico guitarrista Freddy  Durst nos diz: "vocês sabem que horas são? É hora de Rollin' ( Air Raid Vehicle )", do álbum Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water de 2000, bom pelo menos começaram bem, a galera canta muito e Freddy Durst com todo seu estilo de cantar e de ser ( é praticamente um Axel Rose do Nu Metal... assista o programa Metal Evolution sobre esse estilo e entenda ) e aí noto que em um detalhe ou outro, o resto da banda também possui uns 'leds' em algum lugar.

   A Hot Dog ( também do Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water ) é a próxima recheada de 'fuck' para tudo que é lado. A galera pula e agita muito, Freddy Durst apresenta o baterista John Otto para gente. Muitas palmas ao final e Fred Durst nos pergunta como estamos nos sentindo e completa dizendo: "eu sinto vocês no meu coração e o espírito da América Latina é muito grande", é ele esta muito amável essa noite. My Generation ( outra gravada no Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water ) vem para animar ainda mais.

    Os caras que levam as bebidas para cima e para baixo estão tão perdidos entre as rodas quanto eu... Qualquer lugar que eu vá perto sempre tem perto uma roda, as vozes das pessoas cobrem o som da banda. Galera fã canta todas do início ao fim, o trampo de batera é ótimo, e ainda ganho um banho de cerveja grátis.


 

 

    Na Livin' It Up ( também do Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water ) Fred Durst começa recitando a musica, o trabalho no baixo é da hora, ele nos lembra que ainda veremos essa noite o Korn e o Slipknot, tem gente que curte o som até de costas para o palco ( numa conversa com os amigos, pois o som aqui no meio da multidão é baixo e dá para conversar de boa sem precisar gritar ), apagam as luzes, para vermos melhor os "leds boys", principalmente Wes Borland, que brilha intensamente.

    Freddy Durst: obrigada pela festa, fala algo, mas é difícil de entender e escutar daqui. Essa é a tão esperada My Way ( do citado Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water ), que para se ter uma ideia, o povo comemora essa música mais do que se fosse um gol do próprio time: pulos, empurra empurra, e claro, muitas palmas, alguns 'aew', respondendo outros 'aew', Fred Durst - o sentimental - diz que esta tudo lindo. Nunca saberei se quebrou alguma coisa outra coisa no palco ou foi alguma introdução mais maluca, tão calminha e de repente tudo fica insano, ao fim Freddy Durst - o sentimental - diz que esta tudo lindo.

    Wes Borland faz a intro da música Sweet Child O´Mine ( do Guns´n´Roses ) mas o Fred Durst não curte, então ele toca Smells Like Teen Spirit ( cover da banda de grunge Nirvana mas só tocam uma parte da musica, do álbum Nevermind de 1991 ) e aí a galera se anima, mas no meio Fred Durst se enrola com a letra e novamente grita corta ( parece o teste de fidelidade do João Kleber! ) para ele se lembrar o refrão que todo mundo sabe, não satisfeito ainda pede para parar um pouco ( Wes Borland para tirar um sarro faz uns riffs de Iron Maiden ) e diz: "eu quero me divertir e vocês? E você? E você? O que você o que quer ouvir?"

    Aí ele fala: "que alguém... Lá embaixo... Quer ouvir Rage Against The Machine" e eles tocam a Killing In The Name" ( cover da banda de rap Metal Rage Against The Machine e gravada originalmente no primeiro cd deles de 1992, com o mesmo nome da banda). E desta vez na integra... Ok!!! eu curti muito, ao lado fazem a roda da morte! Não posso pular junto, porque as calças caem ( comprei tanto, mas devia ter comprado um cinto isso sim! ) ate o DJ Skeletor canta a plenos pulmões essa ( a cara dele de satisfação no telão é ótima ) essa é impossível de ficar parado.

    Fred Durst todo maroto, desce do palco para cumprimentar a galera na pista e dar um trampinho para os seguranças lá de baixo e já que esta lá mesmo, se pendura e fica em pé na grade com o pessoal puxando de um lado, os seguranças do outro e ele se equilibrando no meio. Esse cara não existe... Aproveita esse cabo de guerra para cantar a Eat You Alive ( do cd de 2008, o Results May Vary) ela só é tocada até o refrão, porque Fred Durst safadinho que ver algumas garotas no ar,   ou seja, levantar as meninas nos ombros e obstruir minha visão!

   

    Então ele toca na integra a Faith ( presente no álbum Three Dollar Bill, Yall$ de 1997 é um cover do cantor George Michael gravada por ele no seu disco de estreia, o Faith de 1987 ) e só depois do meio da música que ele vai subindo novamente para o palco, sempre cumprimentando os corajosos da grade, já no palco, ele pergunta: "estão gostando? Bom por incrível que pareça eu estou!". No intervalo só para o DJ Skeletor e ele toca um 'dancezinho' para galera ( o swida o body, pow pow pow ) enquanto a banda aproveita esse intervalo, dois ativistas dos anos 90 dançam sensualmente o ritmo das discotecas... impagável!

    Só a intro é tocada no baixo e a galera começa a sofrer ( ai, ai, ai... ) é uma das mais famosas deles e tem aquele toque do filme Missão Impossível é a Take A Look Around ( sucesso do álbum Chocolate Starfish And The Hot Dog Flavored Water ) e esse é o estilo Limp Bizkit, com sons eletrônicos que lembram jogos antigos.

    A galera roda a nossa volta devagar, só para quando chegar o refrão pular violentamente, tem tanta gente nesse meio que parece uma roda da morte, também tem um momento em que soa uma sirene e Fredy Durst pede para abaixarmos e todos da pista agacham ( ok não absolutamente todos, tinha eu e meia dúzia que ficou boiando de pé ) para a Break Stuff ( do Significant Other, cd de 1999 ).

    Ao final todos com punhos no ar e o vocalista Fredy Durst nos cumprimenta e avisa que nos veremos logo, ele anuncia: "Limp Bizkit is in the house". Stayin' Alive ( o conhecido cover dos Bee Gees que faz parte do compilado Saturday Night Fever: The Original Movie Sound Track de 1977 ) e eles saem com uma dancinha ao som de Dancin Days quando o show acaba às 19h30.

    Vale dizer que este realmente me surpreendeu, já que eu não curto esse tipo de som e mesmo assim agitei como todos, ao final me fica a sensação de que não importa se gosta do estilo, você irá se divertir de qualquer jeito.

    Passeando encontrei um ônibus da Tagima recheado de guitarras e violões de várias cores, modelos, uma bateria ao fundo, o único porém fica por conta do calor infernal lá dentro o que impossibilitava de se demorar olhando cada peça. A banda no estande do Wiki Metal se volta para os clássicos do Rock, agora é a vez de tocar KISS, nisso aproveitei para tomar um shot de Jagermeister ( vem num tubinho de ensaio, é a mistura de várias ervas, frutas e raízes, um tipo de licor que não se bebe como licor ) muito gostosa, mas fiquei grogue na hora.

Set list do Limp Bizkit
1 - Thieves
2 - Rollin' ( Air Raid Vehicle )
3 - Hot Dog
4 - My Generation
5 - Livin' It Up
6 - My Way
7 - Smells Like Teen Spirit
8 - Killing In The Name
9 - Eat You Alive / May Way
10  Faith
11 - Take A Look Around
12 - Break Stuff
13 - Stayin' Alive

Korn

    Nem me atrevi a ficar passeando por muito tempo, pois queria tentar chegar o mais perto possível do palco. Às 20h10 começa a entrevista com os integrantes do Korn, a saber: Jonathan Davis nos vocais e gaita de fole, James Shaffer "Munky" e Brian "Head" Welch nas guitarras e vocais, Reginald Arvizu "Fieldy" no baixo e Ray Luzier na bateria, mas não conseguimos ouvir nada, pois não tinha som e tocava alto a intro de alguma música. Logo, os músicos estão todos no palco e sem delongas eles tocam a Blind ( primeira música do primeiro álbum Korn de 1994 ), certeza que eu entrei sem querer num campo minado, qualquer lugar que eu fuja de uma roda aparece outra. Me sinto em um campo de batalha...

    A próxima é Twist ( do disco Life Is Peachy de 1996 ) todos acompanham no "ôôôôô" e então ouvimos "São Paulo o que vocês acham disso?" Diz um Jonathan Davis com um enorme sorriso no rosto. Sem descanso, seguem com a Falling Away From Me ( do Issues de 1999) e Jonathan Davis está mais magro que das outras vezes que o vi ( pela TV, claro ), também parece mais feliz, a voz da galera cobre os músicos ( tudo bem, que desde que lotou a frente, o som ficou mais baixo a minha volta). 

    Uma pequena pausa próxima que é Love & Meth ( The Paradigm Shift de outubro desse ano ), essa por ser mais nova a galera não cantava junto, mas todos escutam atentamente. Muitos sorrisos e todos se movimentam bem pelo palco, com o seus jeitos característicos do estilo Nu Metal, deve estar um calor enorme lá em cima, pois todos já tiraram seus casacos.

    Mais uma que não agitou tanto ( falo mais sobre o pessoal que está comigo, afinal, os fãs que conseguiram chegar mais perto do palco devem estar alucinados ) Narcissistic Cannibal ( do cd The Path Of Totality de 2011 ), essas músicas mais novas funcionam bem ao vivo, mas, o público está mais contemplativo, bom compensamos com muitas palmas. Sintetizadores fazem a intro de Coming Undone ( do disco de 2005, o See You On The Other Side ) e essa é um sucesso, eu adoro essa música e junto com todos cantamos a plenos pulmões. Nem bem terminamos a nossa cantoria e eles emendam a Prey For Me ( do The Paradigm Shift ), a galera acalma novamente é hora de sacar as câmeras do bolso para tirar fotos, eu e uma turma pequena só cantávamos o refrão.

    Jonathan Davis traz uma gaita de fole para animar de vez a nossa noite, em resposta o povo enlouquece. Ele pede mais palmas ( afinal, quantas gaitas de fole se veem por aí? ) provoca e quer mais barulho! Nos trazem um dueto com as Shoots And Ladders ( Korn ) e a Somebody Someone ( Korn ), antes de tocar esta última Jonathan Davis provoca: "Porque vocês estão quietos? Eu conheço vocês São Paulo!" Ele quer nossos punhos ao ar. Então o povo se tocou e destruiu tudo na Somebody.

    A próxima é a Never Never ( também do The Paradigm Shift ), mesmo essa sendo nova a galera recebe muito bem, é mais uma que eu gosto muito, mas do lado que eu me posicionei, os sintetizadores soaram baixos. Os músicos não falam muito entre as canções, acredito que seja pelo tempo curto dos shows, logo começa a Here To Stay ( do cd Untouchables de 2002 ), o que continua com a sensação de altos e baixos nesse show, pois as pessoas se voltam, mais para conversas e fotos.

    Jonathan Davis avisa que não veio de tão longe para ouvir só isso e manda todos mostrarem o dedo do meio e gritar "Fuck That!" Nós obedecemos e começa a Y'All Want A Single ( do Take A Look In The Mirror de 2003), essa é uma música muito divertida, não tem como ficar curtindo parado no lugar, e lá quase se foram meu bloco de anotação e canetas no meio do povo, mas, valeu a pena me juntar nos pulos com todo mundo, os músicos saem do palco para o 'encore' e voltam com nada mais nada menos que Derrick Green e Andreas Kisser tocando junto com toda a banda Roots Bloody Roots ( cover da banda Sepultura gravado no Roots de 1996 ) e eles zeram a vida, fizemos um pandemônio no Monsters.

    Nessa abandonei a escrita e me joguei no meio da galera, cantando, ou melhor... Gritando muito! Jonathan Davis agradece essa participação, mais que especial dos músicos que se despedem do palco. Got The Life ( do Follow the Leader de 1998 ), vem para recuperarmos o fôlego, no palco o clima de descontração é total e com outra deste álbum, a Freak On A Leash, o negócio volta a ferver, mas, o momento que eu mais espero é quando na música Jonathan Davis começa a jogar umas sílabas aleatórias e o pessoal tenta acompanhar, é engraçado demais!


    Jonathan Davis diz: "obrigado e amo muito vocês" e completa: "é uma noite ótima", nos dá um "tchau" e chama todos músicos para virem a frente nos cumprimentar, o show acaba às 21h20, mas a distorção fica. Só quando penso em dar uma última volta, penso que nunca vou conseguir achar a saída desse mundaréu de gente.

     Sobre esse show só posso lamentar por ser um lugar tão grande e alguns detalhes de som serem perdidos por eu não conseguir ficar no meio do palco ( o meio estava tomado pela armação em que fica o som e a iluminação ), pois eles tocaram muitas das músicas que eu gosto, o show apesar de curto, com músicas de várias fases do grupo, foi muito divertido e enérgico, espero que voltem para um novo show em um lugar menor.

 

Set List do Korn
1 - Blind
2 - Twist
3 - Falling Away From Me
4 - Love & Meth
5 - Narcissistic Cannibal
6 - Coming Undone
7 - Prey For Me
8 - Shoots And Ladders/ Somebody Someone
9 - Never Never
10 - Here To Stay
11 - Y'All Want A Single
Encore:
12 - Roots Bloody Roots
13 - Got The Life
14 - Freak On A Leash

 

Slipknot

    Dessa vez eu não entrei no meio da galera, fiquei bem no final da pista e longe da multidão, se eu fosse um pouco mais para trás e estaria entre os estandes ( e isso é quase na entrada ). Às 21h50 tem um lençol gigante cobrindo o palco, tocando a intro de Get Behind Me Satan And Push ( da cantora de country Billie Jo Spears do ano de 1968 do álbum The Voice Of Billie Jo Spears ) vemos só os contornos dos músicos. E aí, do nada cai o lençol e começa o show da banda Slipknot, formada por Corey Taylor nos vocais, Mick Thomson e Welch James Root nas guitarras, Donnie Steele no baixo, Joey Jordison na bateria, Chris Fehn e Shawn Crahan na percussão/vocal, Craig Jones no sampler/teclado e Sid Wilson na parte de DJ. E a galera delira! Alguém grita: isso é um sonho, eu já me apaixono de cara pela percussão giratória.

    Corey Taylor inicia com um "São Paulo!" E começam a Disasterpiece ( do álbum Iowa de 2001). Todos os nove músicos de macacão branco e respectivas máscaras ( quase um time de futebol ). Já na Liberate ( do primeiro cd de 1999: Slipknot ) é um show de acrobacias nas percussões com Chris Fehn e Shawn Crahan, que também cantam e 'bangueam' de corpo inteiro. Corey Taylor quer que pulemos e quando vê todos da pista pulando juntos solta um "Oh my god!".

    Antes de começar a próxima ele nos provoca com um: "vocês querem mais?" E tocam uma versão bem acelerada de Wait And Bleed ( também do primeiro cd ), o som das caixas está bem alto, chega a ponto de estourar em alguns momentos, um cara que não liga para as caixas sai rodando, rodando... No chão ( peão do baú style ). Mais uma do álbum Slipknot com a Get This que chega para deixar mais alucinados os fãs da banda, no palco tantas luzes piscando rápido, que devia ter aqueles avisos para pessoas sensíveis. Não há muito papo entre as músicas, mas entre um silêncio e outro aparece um ruído. Corey Taylor empolgado diz "obrigado São Paulo! Faz muito tempo que nos vemos, como estão? Nós temos muitas coisas boas pra vocês hoje!".

    Ele continua e inflama os fãs ao dizer: "Vocês estão prontos para o inferno?", que enlouquece a todos quando começa a Before I Forget do cd Vol. 3: ( The Subliminal Verses ) de 2004 e nós todos agitamos no refrão, cantamos tão alto que o som cobre os dos músicos, nem precisa pedir que já começamos o "hey, hey", enquanto Craig Jones arrasa no sampler.

    Na Eyeless ( também do álbum Slipknot ) Shawn Crachan está muito empolgado, ele pula de um lado para o outro, canta, se joga no chão e toca na outra percussão, eu que já estou mais para lá, do que para cá, admiro quem ainda consegue agitar e pular alto. Sem tempo a perder vem a The Blister Exists, que também faz parte do Vol. 3: ( The Subliminal Verses ) e no meio da música Corey Taylor fala umas coisas que não dá para entender, o pessoal dá uma leve acalmada e noto alguns fumantes perto de mim, faz tanto tempo que não vejo fumantes num show que já tinha esquecido como era.

    No fim Corey Taylor nos pergunta: "vocês conseguem sentir isso? estão se divertindo hoje? Conta que é um privilégio para todas as bandas que estiveram aqui, vocês são a cola que mantém o Slipknot" ( isso foi muito fofo! ), e para não ficarmos mimados eles tocam a Dead Memories ( do All Hope Is Gone ). E vai o Chris Fehn andar na grade. São tantos músicos que um ou outro pode se dar a liberdade de fazer o que quiser no palco, sem prejudicar o andamento das músicas.

    Em seguida, vem a Sulfur ( outra do All Hope Is Gone de 2008 ). Mesmo essa sendo mais balada o batera Joey Jordison sempre se supera, muito bom. Enquanto isso amigos se abraçam, muitos conversam, outros apenas sorriem. Corey Taylor continua com a frase que repetiu a noite toda: "the fucking fists in the fucking air!!!" Ele quer ver os punhos para o ar... Sempre! Mesmo nas músicas 'baladinhas'... Mais dancinhas e dessa vez é uma dança sensual, com direito a mão passando no corpo e dedinho na boca... Eee manguaça! Nessa o povo sossega novamente, pelo menos aqui no fundo.

    Agora é a vez Left Behind ( do Iowa ), essa o povo tem na ponta da língua e canta a plenos pulmões. Nisso só consigo pensar: 'quero uma percussão giratória também!'. Eles aumentam bem a velocidade ao vivo. Para a Gently ( outra do Iowa ), há todo um trabalho no palco, descem bolhinhas de sabão nos músicos ( mais parece neve ) uma parte da galera vai deixando a frente e indo embora, parece que aumentaram ainda mais o volume do vocal.

    Na próxima, a Pulse Of The Maggots  gravada no cd Vol. 3: ( The Subliminal Verses ) noto que os macacões que eram brancos, estão manchados de vermelho, que gente mais louca que o Batman, não perturba ninguém. A grande maioria que agita nesse show é a galera mais nova ( ok... que se eu tivesse vindo só a noite teria muito mais gás pra agitar ).

    "Vocês ainda estão conosco meus amigos? Alguém tem o álbum Iwoa? Obrigado por terem comprado o nosso álbum...", agradecem tocando uma deste disco, a Everything Ends e a galera que estava indo embora, volta para conferir essa música, pois são muito bom esses riffs e o trabalho na bateria nem se fala, o narigudo Chris Fehn se joga da carona da percussão, ao fim, mais palmas. Corey Taylor provoca: "é desse jeito que vocês gostam? If you give 555 I give you 666?" ( sim... esperei por esse momento desde que eles pisaram no palco!). Então, The Heretic Anthem ( do Iowa ), que é uma das minhas favoritas foi tocada e ela até me dá uma animada sobrenatural tanto que agito com todos, eles adicionam mais sons nessa música, além de deixar mais rápida que na versão de estúdio.

    Corey Taylor quer palmas e todos respondem... e então ele diz: "acho que já é hora do Psychosocial" e durante essa composição gravada no All Hope Is Gone passa a impressão de que aumentaram mais esse som. Vários grupos de amigos sorrindo e fazendo 'air percussion' ( isso existe? Bom agora existe ), estamos espalhados em todos os lugares, ocupando todos os espaços, até em cima da barraca de bebidas. A mudança de temperatura entre o dia e a noite é enorme eu tive que vestir jaqueta e cachecol.

    Corey Taylor empolgado nos saúda: "São Paulo vocês são melhores que os melhores e se minha memória estiver certa tocamos aqui em 2005 e tínhamos três álbuns, agora vocês vão me ajudar a tocar uma música para Paul Gray" ( o primeiro baixista da banda que morreu em 2010 ), a música é Duality presente no Vol. 3: ( The Subliminal Verses ), os telões mostram a galera cantando a capela a intro dessa música, muitos impressionam Corey Taylor com rodas e pulos, ele nos agradece e fala que isso significa muito para eles, continua dizendo que também espera que nós tenhamos nos divertido como eles e promete que nos veremos de novo.

    Para finalizar, pergunta se estamos prontos para voltar na história com o Slipknot, uma menina ao meu lado diz que a próxima será a Spit It Out ( do cd Slipknot ) e ela acerta! Ele diz para aproveitarmos porque essa é a última, um solinho básico de percussão com Chris Fehn e Shawn Crachan, Corey Taylor diz: "vocês sabem o que eu quero agora e faz sinais para que abaixemos, estão 90% da pista abaixados, na hora de pular temos até fogo no palco", e então pulamos insanamente e os músicos também, ele nos mandam um muito obrigado e todos saem do palco.

    Fica um silêncio cheio de expectativas, enquanto uma boa parte se vira para ir embora, às 23h20 eles voltam para o 'encore' e a galera agita com mais sangue nos olhos a 742617000027 ( do álbum Slipknot ) cantada a três vozes no palco e por milhares na pista, essa é tão antiga que eu nem lembrava mais, mas a escutei muito na época. Corey Taylor enfatiza: "meus amigos, minha família, em nome do Slipknot muito obrigado por nunca nos deixarem para baixo, quero muito barulho para todas as bandas dessa noite" e nós respondemos a altura com muito barulho.

    Nos trazem as três últimas músicas da noite, primeiro a (Sic) outra do álbum Slipknot e depois as destruidoras People = Shit do Iwoa e Surfacing do Slipknot. Corey Taylor pede para colocarmos o dedo do meio para o ar, sem pensar duas vezes lá estão nossas mãos para o alto, vibramos com mais fogo saindo do palco, faíscas que caem do teto e com a bateria que levanta e gira até quase ficar de ponta cabeça e o baterista Joey Jordison não para de tocar independente de onde a bateria está.

    Todos aproveitam esse último fôlego para cantar, pular e girar... Sério tem muita gente que curte simplesmente girar a lá peão do baú. Bem, o final do show acontece às 23h30, os músicos se despedem do palco jogando palhetas, baquetas, até a baqueta que os percussionistas usam, o povo se retira em massa, resultado, demora uns bons 30 minutos conseguir chegar na saída. Enquanto os caras do Korn são dramáticos, os do Limp Bizkit são performáticos, já o Slipknot é dramático e performático.

    Foi um show e tanto, com ares de espetáculo, mas, estranhei bastante as músicas mais aceleradas ao vivo e relembrei muitas outras que não escutava há anos, essa foi uma noite especial que reuniu gerações e estilos, além de uma ode a banda Sepultura que foi mencionada por quase todas as bandas da noite. Parabéns a XYZ Live pelo evento que reuniu 30 mil presentes em seu primeiro dia e que venham mais edições em breve.

 

Por Erika Alves de Almeida
Fotos: Stephan Solon - XYZ Live
Agradecimentos a Denise Catto Joia e a Midiorama
pela atenção e credenciamento
Janeiro/2014

Set List do Slipknot
1 -  Get Behind Me Satan And Push
2 - Disasterpiece
3 - Liberate
4 - Wait And Bleed
5 - Get This
6 - Before I Forget
7 - Eyeless
8 - The Blister Exists
9 - Dead Memories
10 - Sulfur
11 - Left Behind
12 - Gently
13 - Pulse Of The Maggots
14 - Everything Ends
15 - The Heretic Anthem
16 - Psychosocial
17 - Duality
18 - Spit It Out
Encore:
19 - 742617000027
20 - (sic)
21 - People = Shit
22 - Surfacing

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