Hypocrisy - End of Disclosure South American Tour 2014
Abertura: Torture Squad
Segunda, 21 de Abril de 2014
 no Carioca Club em São Paulo/SP

    Para sua segunda vinda ao Brasil ( o primeiro show foi em outubro de 2010 ), a banda sueca de Death Metal Melódico Hypocrisy escolhe a cidade de São Paulo para abrir a End Of Disclosure South America Tour 2014 com um 'mix' equilibrado de músicas novas e antigas. A abertura ficou a cargo da excelente banda brazuka: o Torture Squad. É... o feriado de Tiradentes não seria apenas uma data comum, mas sim uma de muito Metal, e que levou muita gente ao Carioca Club.
 

 

Torture Squad

    Diferente da primeira vez que os vi ao vivo, agora a banda Death/Thrash Metal Torture Squad é um Power Trio, formado por Castor no baixo e vocais, Amilcar Christófaro na bateria e André Evaristo na guitarras e vocais. Estranho um pouco essa pegada mais Thrash e o vocal menos agressivo de André Evaristo no início, mas logo isso passa e curtir muito o show é inevitável.

    Às 18h30, começa a intro com um discurso que lembra rádios antigas, e logo tocam a No Escape From Hell, música que abre o último trabalho dos caras e o primeiro álbum conceitual ( sobre o Ditadura/Regime Militar ) e também conta com André Evaristo assumindo os vocais: Esquadrão de Tortura de 2013, a galera que está na frente do palco canta junto, som da casa está ótimo, Castor se movimenta bem pelo palco, ao fim muitas palmas e sem tempo para delongas eles mandam a veloz e muito bem trabalhada Pull The Trigger ( do Esquadrão de Tortura ) e Castor bangeia muito, essa tem um empurra-empurra básico, todos batemos palmas e acompanhamos no "hey".

    Agora emendam a Pátria Livre, também do último cd ( que na versão de estúdio tem a participação do João Gordo nos vocais ). Essa música é o máximo, mais da metade da música é feita de um instrumental empolgante, enquanto André Evaristo pede punhos ao ar, na pista quem canta, canta a plenos pulmões, os outros tiram fotos e alguns bangeiam, além de alguns remanescentes da zoeira fazendo um empurra-empurra, Castor pede 'hey' para nós, André Evaristo canta uma parte e nós terminamos juntos o refrão "Pátria Livre!" .

    Os músicos fazem uma pequena pausa e já começamos a gritar "Torture Squad, Torture Squad", André Evaristo nos saúda com um "boa noite", ( aqui atrás, a galera fica gritando nomes de várias músicas ), ele ainda na pergunta: "Vocês estão cansados? Nós vamos agitar um pouco as coisas a próxima é a Pandemonium" ( de 2003 do cd Pandemonium ). "Pandemônio!" - grita uma a menina atrás de mim, pula e comemora mais 'loka que o batmá'. Castor agita com a gente, e todos bangeiam muito, na hora do solo, ele aponta para André Evaristo, que esmerilha a guitarra, no final muitas palmas.

    Antes da próxima música, Castor apresenta o André Evaristo para nós e já mandam a Living For The Kill ( do álbum Hellbound de 2008 - leia resenha ), mais uma paulada na orelha, e a bandeira atrás dos músicos é um dos crânios, que ilustra a capa do último álbum, André Evaristo faz caras e bocas nesse solo, o trabalho de baixo dessa música é animal, nós acompanhamos nos "hey" e André Evaristo grita: "quero ouvir! Living For The Kill!".

     Ao final da última distorção, Amilcar Christófaro começa seu solo de bateria e logo Castor se junta a ele, para André Evaristo a iniciar a Come To Torture ( do Asylum Of Shadows de 1999 ) essa traz o caos, Castor é o que mais anda pelo palco e interage com a gente. Logo vem a fumaça infame, a mina do meu lado que continua mais 'loka que o batma', xingando e pulando por eles não tocarem a música que ela queria... André Evaristo pede "vamos lá Carioca!".

 

    A galera responde com banges, Castor canta junto com a gente, ao final muitas palmas e muitos gritos de "Torture, Torture". André Evaristo apresenta Castor para nós e completa: "Aew São Paulo, obrigado por virem no lançamento do nosso novo cd, a próxima é do cd Hellbound, é a The Beast Within", galera acalma mais, mas no meio da música já estamos bangeando com o baixista, um solo lindo, André Evaristo agradece: "quero ver os pescoços quebrando aqui!".

    Eles trazem uma dobradinha do álbum Esquadrão de Tortura, primeiro vem a bela Nothing To Declare ( também do Esquadrão de Tortura ), agora a fumaça cega tudo não dá para ver nem a cara dos músicos...

    Os 'roadies' ninjas aproveitam os momentos de calma para arrumar os mics mesmo em meio a fumaça, na parte calma da música, muitos gritam "Torture Squad, Torture Squad", não tem como não curtir, a próxima é a funesta Fear To The World ( uma letra que concordo totalmente ), André Evaristo e Castor tocam na ponta do palco, o povo está cada vez mais animado, André Evaristo agradece a produtora e os amigos, pela oportunidade de hoje e nos agradece porque sem nós, eles não estaríamos aqui, completa dizendo: "Obrigado pelo apoio comparecendo aos shows!".


 

     Eles tocam a minha amada Chaos Corporation ( do Hellbound ), me esquece nessa música, a pessoa que grita, pula e bangeia mais 'loka que o batmá... Sou eu!'. A última do set é a Horror And Torture ( outra do Pandemonium com a participação do Marcus D’Ângelo, do Claustrofobia no cd ) e Castor canta, André Evaristo e seus riffs ligeiros, trabalho de bateria incrível, no final Amilcar Christófaro vem até a frente e agradece a todos pela oportunidade, os músicos tiram foto com a gente, eles nos cumprimentam e saem, mas não sem antes Amilcar Christófaro vir com suas mil baquetas ( mentira eram 4 no máximo ) para o público.

    O show acaba às 19h40, em minutos arrumam o palco e colocam duas bandeiras no palco com o tema do último álbum do Hypocrisy, a bateria está em cima de uma base com o nome da banda e para finalizar a decoração uma bandeira gigante atrás, também com o tema do último cd.

Set List do Torture Squad

1 - No Escape From Hell
2 - Pull The Trigger
3 - Pátria Livre
4 - Pandemonium
5 - Living For The Kill
6 - Come To Torture
7 - The Beast Within
8 - Nothing To Declare
9 - Fear To The World
10 - Chaos Corporation
11 - Horror And Torture

Hypocrisy

    Às 20h20 começa uma intro que lembra uma trilha de filme medieval e todos já começam a gritar "Hypocrisy, Hypocrisy!!!". Nem bem os músicos sobem no palco, o caos começa e já me arrependo de estar aqui no meio da 'muvuca' com meu caderninho, eles abrem o set com a viciante End Of Disclosure, título do último álbum de 2013, o End Of Disclosure, que possui um vídeo clipe muito bem trabalhado, com fotografia e efeitos visuais bem legais! Vale a pena conferir.

    Todos cantam apaixonadamente, os músicos todos se movimentam bem no palco e bangeiam muito, um cara de pelo menos dois metros de altura e de largura, começa um empurra-empurra bem do meu lado, nisso, um rapaz que está na minha frente perde o celular, perco um bom tempo ajudando e vasculhando o chão para tentar ajudar, mas não acho nada, uma pena.

    Voltando para o show... Eles já emendam mais uma do último álbum, a brutal Tales Of Thy Spineless. À minha volta, todos no "hey...hey", os guitarristas Peter Tägtgren e Tomas Elofsson tocam bem concentrados enquanto que o baixista Mikael Hedlund bangeia sem parar.

    Só a introdução da Fractured Millennium ( do Hypocrisy, sexto álbum de 1999 ) já mata alguns do coração. O guitarrista Tomas Elofsson pede 'hey', o vocalista Peter Tägtgren vem com um 'iaaah!'. Eu quase caio por causa dos empurra-empurra à minha volta, também levo um pisão no pé e só observo o cara 'mais loko que o batmá' do meu lado - eu atraio essas pessoas não é possível! Convido a todos que fiquem sempre na frente do palco para que possam sentir para sentir toda essa emoção.

    A próxima enlouquece muitos, pois foi a Killing Art do Abducted de 1996 e abre rodas 'in everywhere!' Durante a música Peter Tägtgren grita "São Paulo!". E gritamos de volta: "This is War!" Muitos banges, altos 'screams', que lembram muito o Black Metal. E observei os músicos passeando bastante por todo palco.

    Muitos aplausos ao final das músicas, continuamos o coro 'Hypocrisy, Hypocrisy!' e o frontman Peter Tägtgren avisa: "São Paulo é ótimo estar de volta novamente, vocês estão tendo uma boa noite? Estão se divertindo com as músicas antigas e novas? Vamos trazer mais uma nova pra vocês!".

    E The Eye ( do novo End Of Disclosure ) foi mais uma que o povo vibra, essa tem uma pegada quase Thrash e um desses vários gritos foi o meu. Enquanto isso, observo como o trabalho fotógrafo é osso, que o diga nossa amiga, que teve que defender seus equipamentos com unhas e dentes e ainda bater fotos no meio da galera, entre câmeras, braços e celulares. Tomas Elofsson dá um bonito tropicão no P.A., mas não perde o ritmo. Essa música é gritada a plenos pulmões por muitos.

    Quebrando tudo chega a Valley Of The Damned ( do A Taste Of Extreme Divinity de 2009 ) e os músicos 'bangeam' muito e andam até bem perto de nós, do meu lado tentam levantar uma mina nas costas, mas não dura nem cinco minutos, também ninguém ia querer deixar de ver a banda, porque teria uma garota no pescoço de alguém. Lá para trás a coisa já ficou mais séria e já temos alguns rapazes sem camisa.

    Sem tempo para respirar eles mandam a Fire In The Sky ( do Into The Abyss, álbum do ano de 2000 ) e essa já começa no caos, mais empurra-empurra para todo lado ( é hoje que eu saio em pedaços do Carioca... ), Peter Tägtgren nos convida para pular e o povo não se faz de rogado e acompanha, mais 'heys!'. No palco, as luzes acompanham o ritmo da música, os três músicos também balançam a cabeça sincronizados com a música, toda vez que um deles chega perto da ponta do palco é um motivo a mais para que todos se apertam mais para frente, e os músicos chegam perto toda hora, logo... haja costas para aguentar a pressão.

    Agora, eles arrebentam emendando três músicas de tirar o fôlego... Começam com a rápida e obscura: Pleasure Of Molestation e logo vem a pesada e com o nome mais legal dos caras: Osculum Obscenum ( as duas do álbum Osculum Obscenum de 1993 ) e fecham com a arrepiante Penetralia ( do debut de 1992: Penetralia ), pense em um som bom... Mas bom demais! Ninguém fica parado, cantando, pulando e ( para falar a verdade ) enlouquecendo.

    Num respiro das músicas o vocalista Peter Tägtgren grita "C’mon São Paulo! Let’s Go Fucking Crazy!". E aponta orgulhoso para nós, afinal, nosso coral está afinado ( em um estilo peculiar, mas ainda sim afinado ), eles 'bangeiam' muito, estão bem concentrados na 'fodacidade' das músicas.

    "Pessoal obrigado! Agora vamos de Buried ( do Abducted )..." Sim, o que faltava para completar minha experiência nessa pista apaixonada? Durante uma roda me jogarem para o outro lado da pista! E dá-lhe fumaça pra tudo que é lado! Essa, tem uma pegada mais Metal e é bem gostosa de ouvir. Toda música tem roda ou empurra-empurra ou pessoas pulando aleatoriamente... Bom é assim que eu gosto.

    A próxima intro vem para acalmar ( ligeiramente ) o clima, a melódica Elastic Inverted Visions ( do Hypocrisy ) mistura o vocal gritado e limpo de Peter Tägtgren, que fica muito bom, tanto que todos acompanham no refrão e o baixista Mikael Hedlund canta junto com a gente. Nesse momento, vi um vislumbre do cabelo de Reidar "Horgh" Horghagen, o baterista, que este tempo todo está encoberto pela famigerada fumaça. Eles sérios, concentrados no clima épico de nossas palmas ( e um cara do meu lado com protetor auricular, eu penso... Meu tira isso... mas, vai saber né? ). Esse é o tipo de show para assistir ( e anotar ) do mezanino... mas sou muito tr00! ( E também já não tem mais como sair daqui ).  

    44 Double Zero ( do End Of Disclosure ) e seu refrão 'chiclete' vem para ser cantada por todos no palco, pista e mezanino ( e vamos para o meu segundo bloquinho de anotações da noite... A bateria do meu celular não aguentou a energia desse show e já acabou ). O guitarrista Tomas Elofsson não satisfeito, faz sinais pedindo mais roda... Ele quer porque não está aqui embaixo espremido, só pode!!! Só resta a Peter Tägtgren um: "lets go people!"

    Mal termina a distorção da última música e Peter Tägtgren anuncia a apocalíptica War-Path ( do cd Virus de 2005 ) e essa chega para matar, na paradinha, o vocalista vem pedir palmas e 'heys!' E nós bem... já vamos acompanhando sem demora.

    Uma pausa e Reidar "Horgh" Horghagen ( conseguimos vê-lo agora ) começa a música sozinho, tocando bateria de leve, Tomas Elofsson e Mikael Hedlund entram na música também e Peter Tägtgren tem que correr para não perder o tempo do seu 'iaaah!' na The Final Chapter ( título do cd The Final Chapter de 1997 ) e nesse o clima Dark ele pede: "São Paulo scream for me!" ( Bom se é grito que ele quer... ) "Now I scream for you, linda essa música... obrigado a todos mesmo por terem vindo, we love you! Good night!", e eles fazem uma pausa, logo começa os gritos de "olê...olê...olê..." no mezanino, gritos de músicas e tudo mais.

    E nem cinco minutos passam e já tem uma nova intro, a ansiedade é palpável, Peter Tägtgren volta com a bandeira do Brasil nas costas e a deixa na bateria. Roswell 47 ( do Abducted ) 'caralho fdp', quer que mostremos as mãos, 'caralho', e se espreme mais gente na frente do palco, todos querem ficar o mais perto de Peter Tägtgren possível. ( E lá vou eu riscar mais um inocente bloquinho com a minha caneta, quando me empolgo nos 'heys' ), o Mikael Hedlund  não para de bangear um instante sequer e quase para o fim da música surge um momento polêmico, do meu lado um 'cabra macho' pergunta: Ei aquilo foi um beijo? E me ficou a dúvida, teria havido um selinho entre Tomas e Peter? ( Música de suspense )... Mas depois de ver vídeos de outros ângulos, consultado especialistas e quase usando bordões de futebol para ilustrar o caso... concluo que no máximo foi uma cabeçada amiga. Voltando para o show... ao final os músicos batem palmas para nós.

    Peter Tägtgren anuncia Adjusting The Sun ( outra do The Final Chapter ), e meu... que riffs são esses? Sério essa é a minha favorita da noite. Agora são todos engolidos pelo fogo criado pela fumaça, a casa está cheia, tanto pista como mezanino, Peter Tägtgren e Tomas Elofsson se juntam para essa música ter seu 'solinho na velocidade da luz', bem.... impossível é ficar parado. Nova pausa e nos gritamos mais nomes de músicas.

    Então Peter Tägtgren disse: "thank you so much é muito bom estar aqui de novo, e ver vocês de novo, temos a última música para vocês! Essa é Eraser" ( do cd The Arrival de 2004 ) e mais gritos e mais pulos, "are you ready?" - complementou o vocalista. É um negócio bem difícil de cantar e todos cantam assim mesmo, em alguns poucos momentos, a voz da galera a minha volta encobre a voz de Peter Tägtgren, que nem volta para o microfone e canta conosco o refrão, emocionante a paixão desses músicos e de seus fãs.   

    Em seu término, eles agradecem, dão palhetas, tiram fotos com a gente e a bandeira do Brasil, batem palmas e vem até a ponta do palco para nos cumprimentar e saem, muitos fãs ainda ficam um bom tempo em frente ao palco esperando uma volta, uma palheta perdida, um set rasgado...

    Num acesso de inspiração, um dos caras ainda sobe no palco atrás dos músicos, ele quer entregar não sei o que... e eis que surge o segurança da casa ( que lembra o apresentador Yudi na época de Playstation! Playstation! ), que consegue convencê-lo a descer numa boa. A única coisa que me passa na cabeça ( tanto a frase como o filme descrevem bem ) para ilustrar esse show: Uma Noite Alucinante.

Texto: Érika Alves de Almeida
Fotos: Érika Beganskas
Agradecimentos ao Costábile Salzano Jr. da The Ultimate Music pela atenção e credenciamento
Julho/2014


Set List Hypocrisy

1 - End Of Disclosure
2 - Tales Of Thy Spineless
3 - Fractured Millennium
4 - Killing Art
5 - The Eye
6 - Valley Of The Damned
7 - Fire In The Sky
8 - Pleasure Of Molestation / Osculum Obscenum / Penetralia
9 - Buried
10 - Elastic Inverted Visions
11 - 44 Double Zero
12 - War-Path
13 - The Final Chapter
Bis:
14 - Roswell 47
15 - Adjusting The Sun
16 - Eraser

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