Uganga - Lançamento do cd Opressor
Puxadinho da Praça na Vila Madalena em São Paulo/SP
Segunda, 10 de Novembro de 2014

    Uma banda de respeito vinda das "Gerais", com duas décadas de batalha no Underground brasileiro... o Uganga trouxe o seu quinto lançamento: o álbum Opressor com produção de Gustavo Vazquez. A banda atualmente formada por Manu "Joker" Henriques nos vocais, Christian Franco e Thiago Soraggi nas guitarras, Rapahael "Ras" Franco no baixo e Marco Henriques na bateria - conforme palavras da banda - alcançaram sua maioridade musical, principalmente pela formação estar junta há mais de dez anos e depois da tour europeia, que resultou no cd Euro Caos Ao Vivo ( confira resenha ).

 

     O site Rock On Stage foi convidado para a audição e lançamento do cd Opressor, num evento fechado para jornalistas e alguns fãs da banda, que compareceram em grande número no Puxadinho da Praça na Vila Madalena, uma casa noturna tradicional para lançamentos e eventos culturais na cidade de São Paulo, no dia 10 de novembro. Antes da audição do cd tivemos a apresentação do vídeo da faixa Guerra, que seria lançado dias depois, com imagens da última turnê europeia da banda. Após a audição, eles receberam alguns jornalistas para a coletiva de imprensa, e em breve, vocês verão nossa entrevista exclusiva com a banda.

Comentários da Audição

    Abrindo o cd a porrada Guerra na melhor mistura de Thrash Metal e Hardcore, que é uma característica e pilar do som do Uganga, seguida por O Campo, primeiro single do cd, e com um refrão bem melódico contrastante com parte da letra declamada, o que com mais audições do mesmo vemos nessa técnica uma constante do Uganga ao mesclar riffs fortes e bateria extremamente agressiva de Marco Henriques. Veredas com um forte riff feito em cavalgada e que marca bem o ritmo da faixa feito pelos guitarristas Christian Franco e Thiago Soraggi em ótimas variações.

    O destaque foi a quarta, que é a faixa título, a Opressor e como a banda canta em português, inclusive o refrão, com o nome do disco deve ganhar muita força ao vivo. A paulada Moleque de Pedra é uma pancada pura terminando com uma narrativa crítica, porém, bem realista ao que acontece no Brasil. Casa, a seguinte é outra faixa com refrão forte e grande quebra de ritmo, que mescla o Thrash e o Hardcore e para quem gosta de ambos, como é o caso de nós do Brasil, a mistura então vira um prato cheio a fazer a roda na sala de sua casa, com a namorada, cachorro,  gato, etc...

    Depois temos L.F.T., uma vinheta que antecede a Modus Vivendi, que apresenta um refrão forte, é mais cadenciada e possui muitas quebras de andamento, depois chega a vez de Nas Entranhas do Sol, que é um bom Hardcore, com linhas clássicas bastante fortes e que também - como quase em todas as faixas deste álbum Opressor - possui suas quebras de ritmo 'Sabbathianas' com grandes dosagens de força e com letras cantadas com primor por Manu "Joker" Henriques e que são de fácil assimilação no direcionamento da banda e a interpretação livre para qualquer faixa. Aos Pés da Grande Árvore manteve as características do som do Uganga com as constantes quebras de ritmo, mas tive a impressão dela ser uma faixa mais direta.

    Noite ganha em adrenalina com riffs de grande capacidade e um refrão em coral, que recebe uma agressividade muito grande, entretanto, termina em batuques e grilos cantando, que poderiam ter sido descartados, mas o que vale é a visão artística dos músicos e muitos gostarão. Com a introdução de baixo, riffs de guitarras e uma bela pegada de bateria, o Uganga denota um Thrash bem "Old School" e aí entrega a faixa,  o cover do Vulcano para a Who Are The True, que foi a escolhida para homenagear uma das lendas do Metal Nacional.

    Guerreiro, que termina o cd, inicia-se com dedilhados na guitarra, sendo uma declamação de um poema, onde muitos "haters" irão torcer o nariz, mas a faixa fica coesa e perfeita com belas viradas de bateria e solos dedilhados na guitarra. Em suma, um disco que surpreendeu e muito agradando aos ouvintes mais exigentes.

    Muito bacana um evento onde a imprensa pode ter suas primeiras impressões de um lançamento e fazer isso junto à banda, poder trocar uma primeira opinião com um colega ou mesmo com um dos músicos. Que a Som do Darma possa realizar mais eventos como este, pois não são muitas bandas brasileiras que contam com ótimas oportunidades de divulgação de seus trabalhos. E pode ficar de olho no Uganga, pois Opressor é mais um dos seus discos que garantirão uma grande repercussão.

Texto: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Eliton Tomasi e Susi dos Santos
pela atenção e credenciamento
Janeiro/2015

 

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