Foo Fighters - Sonic Highways World Tour
Abertura: Kaiser Chiefs e Raimundos
Sexta Feira, 23 de janeiro de 2015
no Estádio do Morumbi em São Paulo/SPGrunge o estilo que foi predominante no 'mainstream' no início dos anos 90 e que de certa forma quase varreu o Glam Rock e o Hard Rock da mídia, dando uma nova cara mais simples ao Rock’n’Roll, assim como o Punk Rock fez no final dos anos 70 para acabar com a megalomania que havia no Rock Progressivo.
Como jogada de mercado é sempre bom para a música, os ciclos que ocorrem... e que voltemos a ter nosso Rock como ponto focal neste ano de 2015 e que tenhamos mais mercado, mais opções mais qualidade e mais bandas.
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Desde o fim de sua ex-banda, o Nirvana, o então baterista Dave Grohl, que nunca mostrou sua veia compositora, se viu com uma nova banda e continuou fazendo o que mais gosta, só que desde então atuando na guitarra e vocais, mas eventualmente na bateria. Desde o lançamento do primeiro álbum em 1995 até o último, cujo título é Sonic Highways e que foi lançado ano passado ( precisamente em dezembro de 2014 ) pelo Foo Fighters, que o quinteto está alçando um sucesso cada vez maior. Lembrando que atualmente o Foo Fighters é formado por Dave Grohl na guitarra e vocal, Nate Mendel no baixo, Taylor Hawkins na bateria e backing vocals, Chris Shiflett na guitarra e backing vocals e Pat Smear na guitarra ( e nos shows ao vivo, a banda conta com o convidado Rami Jaffe nos teclados e piano ).
O Foo Fighters está na sua terceira passagem pelo Brasil, onde participou dos festivais Rock In Rio em 2001 e do Lollapalooza em 2012, mas, agora, a banda vinha para uma turnê solo passando por várias cidades, como Porto Alegre/RS, São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ e Belo Horizonte/MG para a divulgação do seu recém lançado Sonic Highways. O Estádio do Morumbi foi o lugar escolhido para receber o evento e ainda tinha a banda brasileira Raimundos e os britânicos Kaiser Chiefs, como convidados, e quem quisesse acompanhar toda a turnê deveria ter a árdua tarefa de se deslocar em uma sexta feira na cidade de São Paulo, sempre com muito trânsito e quando temos o Foo Fighters na cidade tudo conspira a favor.
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Digão volta ao microfone e elogia a cidade mais Rock de São Paulo, que no final de semana, completaria mais um aniversário e relembrando do primeiro cd tocaram a música Palhas do Coqueiro. Em seguida, hora da explosiva I Saw You Saying ( That You Say That You Saw ), que descreve um encontro com a cantora Madonna em sua letra engraçadíssima, que trouxe um dos melhores momentos da noite, pois, ao final da mesma toda a plateia estava com os braços ao alto movendo de um lado ao outro e criou uma coreografia belíssima e muito elogiada pela banda quando a música se encerrou.
Digão elogia a volta de uma rádio Rock em São Paulo, mencionando a 89FM ( sem esquecermos a KISS FM ou a Brasil 2000 via web ) e do novo cd, o Cantigas de Roda de 2014, que foi produzido por Billy Graziadei do Biohazard, apresentam a música de trabalho intitulada Gordelicia.
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Por fim eles agradecem a todos fãs presentes e terminam o set com a emblemática Me Lambe ( do cd Só no Forévis de 1999 ) e a resposta do público não poderia ter sido melhor. A escolha do Raimundos para a abertura dos shows foi correta, pois eles souberam como aquecer a multidão que estava presente no Morumbi, afinal, o quarteto demonstrou muita eficiência em seu curto set.
Set List Raimundos
1 - Eu Quero Ver O Oco
2 - Esporrei na Manivela
3 - Nega Jurema
4 - Mulher de Fases
5 - Palhas do Coqueiro
6 - I Saw You Saying ( That You Say That You Saw )
7 - Gordelícia
8 - Me Lambe
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Foo Fighters
Chegava a hora de ver pela terceira vez o Foo Fighters, sendo a primeira no Rock In Rio em 2001 quando tomaram a noite do R.E.M., a segunda no Lollapalooza, dois anos atrás e como disse no princípio desta resenha, pela primeira vez em uma turnê pelo país tocando para grandes plateias em estádios, como foi o caso dos mais de 55 mil presentes no Estádio do Morumbi, que ao apagar das luzes, por volta das 21:20hs percebemos que toda a banda já estava no palco e Dave Grohl cumprimenta o público levantando o braço para euforia dos presentes.
Assim, começaram o show com uma do Sonic Highways, justamente o primeiro e agressivo single, a Something From Nothing, onde já transformam o show histórico quando o vocalista toma um tombo no meio da música, se tornando o momento tragicômico do show, mas nada aconteceu, ele levantou sorriu e continuou normalmente com a música.
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Do álbum Echoes, Silence, Patience & Grace de 2007 veio a segunda canção da noite, a The Pretender, onde o vocalista pedia para todos cantarem e sempre foi muito bem atendido. O estilo frenético do vocalista e guitarrista, que se mexia bastante ao cantar foi contagiante e assim, com muitos solos de guitarras, o Foo Fighters começou a mostrar as diferenças que os americanos possuem quando estão no palco com ótimos prolongamentos. Sem pausar, hora do sucesso Learn To Fly, do álbum There Is Nothing Left To Lose de 1999, que levou a galera ao delírio, e assim que reconheceram a música, o pessoal da arquibancada acompanhava a mesma por aplausos, porém, quem estava na área Vip não acompanhou, entretanto, claro todos cantaram, já que se trata de um dos maiores hits do Foo Fighters que foi executado muito, seja nas FM´s ou nos programas de videoclipes. Inteligentemente, eles deixaram a plateia cantar alguns trechos em um alongamento mais calmo, que foi utilizado exatamente para isso ( a participação dos fãs ) e depois retomaram o ritmo mais acelerado da canção.
E o Foo Fighters seguiu com mais outra detonadora composição direto, sem falar com os fãs, uma que ferveu o caldeirão que se transformou o Morumbi, a Breakout ( outro hit do There Is Nothing Left To Lose que foi sucesso do filme Eu, Eu Mesmo e Irene ), que o país tomou conhecimento por sua versão ao vivo no show do Rock In Rio de 2001. Depois, durante os solos de guitarras, a banda dá um "stop" e o Morumbi inteiro canta sozinho o refrão, para Dave Grohl fazer uma verdadeira Jam com o baterista Taylor Hawkins, em um tom mais Blues e que levou o vocalista à passarela para finalizar a canção. E isso empolga e faz a diferença de um show de Rock.
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A pouco conhecida Arlandria, do álbum Wasting Light de 2011, cantada por muitos, mas que não trouxe a mesma empolgação que das anteriores - talvez por seu ritmo mais introspectivo - em comparação com as outras, que são ferrenhas frequentadoras das rádios. Mas, Dave Grohl fez o povo bradar uns 'heys' duelando com eles em meio aos seus breves solos durante o seu prolongamento, e com seu carisma habitual e sempre brincando com a galera, pedindo sempre que a plateia gritasse, ele diz: "Vocês são barulhentos e gosto demais disso, mas poupem a voz, que teremos ainda muitas músicas essa noite, e quero vocês cantando em todas".
E já emendam outro grande sucesso, a My Hero do The Colour And The Shape de 1997, com a sua introdução pela bateria, que por ser muito conhecida causou uma enorme recepção do público e foi muito bem executada nesta noite levando muita emoção com seus solos de guitarras, teclados e a 'martelante' bateria, que assim como as anteriores teve seu momento para que os fãs cantassem o refrão quando eles mais uma vez promoveram um alongamento, que teve direito a solos mais pesados bem diferentes do ritmo da música.
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Dave Grohl sempre carismático, brinca dizendo que a chuva parou também para assistir ao show, pergunta quem esteve no Foo Fighters dois anos atrás no Lollapalloza e completa dizendo que este show é para você que está vendo a banda pela primeira vez e também pergunta quem quer música do primeiro, segundo terceiro, e assim por diante até chegar no último álbum, o aclamado Sonic Highways e a próxima seria deste. E o vocalista relembra que este último álbum foi gravado em várias cidades dos Estados Unidos. Então, fala que a música foi gravada na cidade que ele mais gosta e finalmente anuncia a Congregation, que levou um Rock´n´Roll contagiante aos milhares de presentes.
Homenagem ao Rush?
Um pequeno duelo de guitarra entre Dave Grohl e Chris Shiflett foi a introdução para a pesada Walk, não um cover do Pantera, e sim a música do álbum Wasting Light, que teve seus versos cantados por muitos fãs e o que chamou a atenção foi a roupagem Hard Rock com influência dos teclados de Rami Jaffe entre os solos de guitarras, que trouxeram uma aura setentista ao show, coisa intrínseca na cultura americana. Dave Grohl pede a acender a luz e apresenta a banda, primeiro foi Chris Shiflett, que emendou um breve solo de guitarra aos gritos de "Chris...Chris..." devidamente acompanhado pela banda. Depois Dave Grohl apresenta o baixista Nate Mendel que caminha por uma linha de Blues e segue apresentando o baterista Taylor Hawkins, que simplesmente executou as batidas de Tom Sawyer do Rush, que foram também utilizadas quando Rami Jaffe as tocou no teclado ao ser apresentado.
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Dave Grohl avisa que é bem difícil tirar essa música, mas Pat Smear meio que discorda e toca mais um trecho. E acabou ficando bem engraçado como se cada um continuasse a parte do outro, e Dave Grohl diz que agora iniciaria outra música e seria o solo dele, porém, o Foo Figthers ataca com o hino War Pigs, do Black Sabbath, que em sua metade é parada e o vocalista informa que farão o que quiser, e que agora viria Taylor Hawkins cantando uma música do Foo Fighters e seria a um tanto que Grunge, a Cold Day In The Sun do álbum In Your Honor de 2005 e o baterista o fez muito bem levando ótimas dosagens de adrenalina aos fãs. Muito bacana foram os solos de guitarras, teclados e bateria cravando o final desta música.
Uma música que me lembrou muito Nirvana, principalmente pelo refrão e por ser um dos primeiros singles, que foi gravado no seu primeiro cd de 1995 foi a colérica I'll Stick Around, que foi tocada com toda a agressividade que contém em sua versão de estúdio, arrisco a dizer que até maior que no disco.
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"Vamos aí" disse Dave Grohl e começando outro hit dos primeiros discos da banda Monkey Wrench do The Colour And The Shape, que levou uma linhagem mais Rock´n´Roll ao show da banda e que logicamente agradou bastante. No meio da canção tivemos mais uma das Jams com guitarras e bateria definindo a essência do estilo. Todas as luzes do palco eram vermelhas e a arquibancada surpreende, com todos ligando os flashs dos celulares, que deu um belíssimo visual, entretanto, a banda esticou um pouco demais a Jam, e a galera, que provavelmente não estava preparada para isso, não agitou tanto, mas muitos gritaram o nome da banda e o Foo Fighters percebeu isso e retornou com as linhas agressivas para então finalizarem a Monkey Wrench.
Na sequencia do show tivemos a Skin And Bones, do EP Five Songs And A Cover de 2005, que iniciou nos dedilhados no violão de Dave Grohl, que caminhou por toda a passarela e pede para ver o povo lá de trás. Esta ele cantou com as luzes acessas e sozinho na voz e violão em um momento muito introspectivo do show. Nisso, um Rami Jaffe aparece com um acordeão e o acompanha. Foi um belo momento, mas que também dispersou muita gente.
Ainda conversando com a plateia, o agora muito comunicativo Dave Grohl dedilha algumas notas e alguém jogou uma bandeira do Brasil para ele, que disse que o país possui três coisas maravilhosas, que em nenhum outro lugar tem, ele fala que nossa bandeira é belíssima, que adora a camisa da seleção de futebol e lembra que as mulheres brasileiras são as mais belas do mundo.
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Prosseguindo com os dedilhados ele fala que fará algo especial nunca feito em outro show do Foo Fighters, chama um fã ao palco, pergunta seu nome que era Vinicius e em seguida a Monica, que subiu na sequencia, desta forma foi realizado um pedido de casamento ao microfone diante do Morumbi com um apadrinhamento simplesmente de um romântico Dave Grohl. Assim, o vocalista lembra que se quiser pedir alguém casamento é só vir a um show do Foo Fighters e fazer isso na frente de 60 mil pessoas. E após este trecho muito emocionante ele finalmente introduziu a Wheels ( que saiu no Greatest Hits de 2009 ) enrolado na bandeira brasileira, que fez muitos acompanharem com ele seus versos.
Stage B
A parte acústica terminava e ele já empunhando uma guitarra pede que todos cantem a Time Like These, hit radiofônico do cd One By One de 2002, começando bem calma, em uma versão diferente, mas, quando a mesma explode na velocidade que a conhecemos, os demais membros do Foo Fighters surgem no meio da passarela, que recebeu o título de Stage B, e surpreende assim os milhares de presentes, pois eles a tocaram de forma incendiária, com direito também a suas Jams, aumentando nossa alegria.
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Sem falar nada, o Foo Fighters coloca 'fogo na casa' com os covers ( ou Jams como queiram ), que estão executando nesta turnê e a primeira foi a insana a Detroit Rock City do KISS, com participação do público nos "ôôôôôô" tradicionais. E a versão do Foo Fighters ficou muito boa, não destoando dos companheiros nova-iorquinos que a criaram em 1976. Este Stage-B lembrou muito tamanho de um palco de um pequeno clube e talvez tenha sido uma forma da banda relembrar de quando eles começaram e tocavam em lugares menores, com a ideia de trazer este clima quase intimista para um grande estádio.
E em seguida o baterista Taylor Hawkins reassume os vocais para a versão de um dos maiores clássicos do Rock dos anos 70, a Stay With Me do The Faces, e ele cantou muito bem, até fazendo a voz rouca de Rod Stewart, de forma que o Morumbi não vai esquecer, afinal, foi a primeira vez nesta turnê que esta música foi tocada em um clima puramente Rock´n´Roll gostoso de se estar presente.
Hora de surpresas
E uma grande surpresa ocorre com Taylor Hawkins ficando de pé com o meio pedestal, assim como Freddy Mercury fazia, inclusive imitando alguns gestos do maior frontman da história do Rock, pois, ele perguntou se gostamos de Queen, e outra surpresa acontece com o incrível Dave Grohl assumindo a bateria e tocando muito, com garra, vigor, se relembrando dos tempos que era o homem das baquetas do Nirvana. Desta maneira o Foo Fighters mandou sua eletrizante versão de Tie Your Mother Down. Dave Grohl elogia o companheiro Taylor Hawkins e avisa que irá tocar mais alguns Rocks para a gente e assim, solicita que todos participem de outra do Queen, já descoberta por muitos graças aos seus repiques de bateria e os inesquecíveis toques feitos no baixo de Nate Mendel... Under Pressure, que foi cantada com primor por Taylor Hawkins e Dave Grohl levando muitos fãs mais velhos ao delírio.
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Sem parar
Depois de mais de duas horas de show, seria a vez que eles sairiam do palco para o bis, mas Dave Grohl avisa que em show de Foo Fighters eles não saem e voltam... e sim tocam direto o máximo possível. E com os demais já de volta ao palco principal, Dave Grohl pergunta se queremos uma canção do Foo Fighters e com a resposta positiva obtida vai ao palco principal para tocar a All My Life, do cd One By One, em uma versão deveras pesada, que sacudiu o Morumbi.
E mesmo com o grande tempo que o Foo Fighters estava no palco, todos os músicos ainda pareciam inteiros e prontos para cantarem bem alto e então aos dedilhados mais leves foi iniciada a These Days, outro hit nas FM's de todo o mundo gravado no álbum Wasting Light, mas nem só de calma viveu esta canção, pois eles aplicaram seus riffs mais pesados e poderosos.
E estes solos executados com muita habilidade pela trinca de guitarristas do Foo Fighters vão nos conduzindo para a última que tocaram do Sonic Highways, com a Outside, que deixou claro que por mais trabalho que tenha dado para ser gravado, o novo álbum é muito bom. Obviamente que eles fizeram alguns prolongamentos mais Rock´n´Roll nesta antepenúltima música do set também, afinal, esta foi uma característica que permeou o show deles e da maioria das bandas americanas que se apresentam por aqui.
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Com um singelo "Thank You" e uma pergunta se queremos que seja tocada mais uma canção, o vocalista conclui que por ele tocava a noite inteira e aos berros mais fortes chega a hora do grande sucesso Best Of You do In Your Honor, que seja pela interpretação da banda ou pela euforia vista no público caracterizou uma grande versão ao vivo da canção. Foi especial ver todas aquelas milhares de vozes cantando os "ôôôôôôô" quando eles fizeram algumas notas a mais nas guitarras. Num ponto eles param tudo e ficam olhando os fãs para então, aos gritos de "uhhh Foo Fighters!!!" terminarem com toda aquela forma cheia de adrenalina que este clássico de sua carreira possui.
Antes de anunciar a última, com os fãs ainda gritando os "ôôôôôôô" Dave Grohl faz várias caretas, nos agradece e lembra que a banda está completando vinte anos e que alguns shows são especiais... ou muito bons para relembrar ou ruins para esquecer e aquele tinha sido muito bom por dois motivos, primeiro pelo tombo e segundo pela multidão cantando muito todas as músicas. Inclusive, fala que as músicas acabaram para que o pessoal parasse de cantar os "ôôôôôôô" da anterior que não gosta de dizer "goodbye" e que se nós estivermos no show mais uma vez eles também voltarão. E os primeiros acordes já entregam que a Everlong do The Colour And The Shape iria finalizar o show com toda aquela sua magia contagiante de maneira fenomenal.
Com um "Thank You for one beatiful night", muitos beijos, palhetas jogadas aos fãs e aquela tradicional reunião dos músicos no centro do palco para a despedida final, o Foo Fighters encerra seu show de quase três horas do mais puro Rock´n´Roll. Foi a abertura dos grandes shows em arena deste ano de 2015 e em tempos que estão faltando grandes nomes para renovar o cenário quando as lendárias bandas pararem suas atividades ficou a certeza que o Foo Fighters está capacitado para segurar a bandeira e realizar shows eletrizantes como este. Que eles possam voltar mais vezes ao Brasil.
Texto: Marcos César de Almeida
Fotos: Marcelo Rossi - T4F ( Foo Fighters e Kaiser Chiefs ) e Camila Cara ( Raimundos )
Agradecimentos à Tatiana Ito e a equipe da T4F
pela atenção e credenciamento
Fevereiro/2015
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Set List do Foo Fighters |
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