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An Evening
With Zakk Wylde
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E ao olhar as poucas músicas do set list ( confira mais abaixo ) você poderá imaginar que a apresentação foi curta e não tenha empolgado aos fãs, ledo engano, pois Zakk Wylde realizou um show longo e marcante, como vou detalhar nas linhas seguintes. Organizado pela Free Pass, o show que recebeu o título de An Evening With Zakk Wylde começou no horário programado ( ou seja às 19hs ) ao som de The Battle Of Evermore do Led Zeppelin como música de fundo, que serviu para a abertura das cortinas do Carioca Club, que estava com praticamente todas suas dependências tomadas pelos fãs do Black Label Society. E assim, já vimos o grandalhão e barbudo guitarrista sentado no banco ao lado de Dario Lorina empunhando seus violões para darem início a um show intimista, que fez o Carioca Club parecer um pequeno barzinho com todos sentados bebendo uma cerveja.
Sem pestanejar, Zakk Wylde começou a tocar seu violão a Losin' Your Mind de seu álbum solo Pride & Glory de 1996 e a reação de euforia dos fãs foi muito grande com vários "hey...hey..." logo nos primeiros versos da canção, que foram cantados por muitos dos presentes. E o vocalista já emocionou muito nesta primeira música da noite, que despertou-me uma grande curiosidade... como ele estava solando seu violão como se fosse uma guitarra? e aliás, quantos solos memoráveis tivemos nesta noite... E naturalmente que... para inflamar ainda mais a plateia... o que seria melhor que uma música do Black Label Society? Foi o que Zakk Wylde fez ao tocar a Suicide Messiah do cd Skullage de 2009, que foi recebida com muitas palmas e mais uma vez, através da captação de seu violão e dos pedais usados, os solos que tivemos mais lembravam uma guitarra elétrica que um violão. É Zakk Wylde não exibiu um show necessariamente acústico. E que bom... afinal, um Guitar Hero como ele tem que ser visto praticando solos invejáveis como ele realizou.
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Não sei se foi por conta do formato "quase-acústico" do show ou por Zakk Wylde estar gripado, o fato é que ele aumentou significativamente os solos de cada música, mas que isso surtiu um bem enorme em cada presente... ahhh como surtiu... pois, o guitarrista norte-americano solou com muita destreza e colocou muito 'guitarristinha' aí de bandas que 'adoram tocar milhares de notas por segundo' no chinelo, afinal, cada nota tocada por ele entra direto na alma devido a possuir toda a musicalidade Rock´n´Roll, que somente quem nasceu, cresceu e viveu o ambiente dos criadores do Rock conseguem perceber e aplicarem em sua música. Te recomendo procurar um vídeo de algum fã no Youtube deste momento para compreender o que estou falando.
Para a próxima música Zakk Wylde troca de violão, Dario Lorina vai para o piano e os fãs, assim que repararam que eles estavam tocando a balada Sold My Soul ( outra do Book Of Shadows ) ficaram eufóricos e cantaram seus versos com o norte-americano. Na hora dos solos, o duo realizou novamente um belo tanto de improvisos, com alguns prolongamentos, que trouxeram aquele ar elétrico para a apresentação nos deixando novamente sem conseguir desviar o olhar do palco para onde estava sentado Zakk Wylde com suas alucinantes viradas, que finalmente trouxeram ao ritmo mais suave da canção.
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Em seguida, hora de trocar as posições: Zakk Wylde se dirige para o piano e Dario Lorina pega o violão, entretanto, o herói da noite começa a realizar uma introdução mais longa e deveras bonita no piano para finalmente tocar a In This River do Black Label Society ( registrada no álbum Mafia de 2005 ), onde o coro de fãs presentes no Carioca Club mais uma vez participou intensamente do show e sentiu toda a suntuosidade dos solos mais energizados do violão de Dario Lorina. No término desta música, Zakk Wylde conversa rapidamente com a plateia e apresenta seu parceiro de palco, que tem seu nome gritado pelos fãs.
Sem levantar do piano, ele continua o show com a Scars, canção do último cd de estúdio do Black Label Society, o Catacombs Of The Black Vatican de 2014, que assim como nas anteriores também passou toda sua nobreza fascinante, que resultaram em muitos aplausos. Ainda neste disco e no piano, eles apresentaram mais uma com a Empty Promises, que conferiu um clima mais melancólico ao show e exibiu toda sua potência nos solos de Dario Lorina, que também usou e abusou do recurso de 'transformar seu violão em uma guitarra'.
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Zakk Wylde, além de ser um espetacular guitarrista, provou também ser um baita pianista, porém, na continuação do show em meio a sons de chuva, Zakk Wylde foi ao seu banquinho para realizar uma 'enormidade gigante' de solos no seu violão, onde ele literalmente nos enfeitiçou e foi seguindo nesse ritmo quase tecnicamente ao infinito, deixando sua mente e violão caminharem para níveis extra dimensionais por vários minutos até que finalmente ouvimos os versos de Throwin' It All Away, outra do álbum solo Pride & Glory. Depois, Dario Lorina se junta a Zakk Wylde com outro violão para que fossemos expostos às primeiras notas de um dos grandes hits do Black Label Society, que intitula o álbum de 2003, a The Blessed Hellride, que foi um dos pontos altos do show e fez todos cantarem com muita força seus versos. E como não poderia deixar de ser, a dupla nos mostrou outra magnífica sucessão de solos em seus violões eletrificados, que ao terminarem garantiram muitos aplausos dos presentes no Carioca Club.
Zakk Wylde faz apenas uma saudação com a cabeça e segue o show com My Dying Time do Catacombs Of The Black Vatican, onde após cantar um seus versos, Zakk Wylde começa a viajar nos solos e vai cada vez mais longe, solando com muita astúcia a cada instante ante a base de Dario Lorina no piano. Muitos dizem que isso é maçante, mas não os presentes no Carioca Club nesta noite, que ficaram quietos olhando como o americano solava seu violão desta forma brilhante, intensa e sem parar... parando somente para terminar a música em linhas um tanto que melancólicas, logo após quase dez vigorosos minutos de solos.
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Mais uma vez Dario Lorina vai ao piano para nos enviar a última da noite, embora não tínhamos reparado nisso, pois, a energia do show fazia parecer que teríamos ainda mais duas horas de show. Então, de forma bem introspectiva Stillborn ( do The Blessed Hellride ) começou ser tocada aos dedilhados provocando uma imensa participação dos fãs junto a Zakk Wylde, que mais uma vez recebera outra 'tantada' de solos 'guitarristicos' em seu violão, que levaram nosso 'anti-herói' se levantar e se dirigir mais à frente do palco andando de um lado para outro levando todos à um êxtase coletivo, afinal, ele solou de forma praticamente absurda e terminou a Stillborn, e também seu grande show.
Antes de se despedir saudou a plateia, bateu no peito e nos agradeceu, mas fez algo marcante tanto para que assiste quanto para quem exibiu por várias músicas uma guitarra: autografou o instrumento do fã e passou para que Dario Lorina também autografasse... o que resultou em uma tonelada de aplausos e gritos de euforia de "Zakk... Zakk". Ficou a impressão que por conta da catarse despertada teríamos mais uma música, porém, as cortinas do Carioca Club se fecharam de vez e o show realmente se encerrou às 21hs.
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O único fato que deixou tanto eu e os colegas da imprensa um tanto que chateados foi quando ficamos sabendo que o Tour Manager de Zakk Wylde não permitiu que os fotógrafos credenciados para o evento trabalhassem nas três primeiras músicas do show, como é o padrão, sendo que a equipe da produtora Free Pass tentou interceder à nosso favor e modificar isso, mas não obteve sucesso, e por conta disso, temos apenas estas poucas fotos do show cedidas pela produção brasileira. Entretanto, Zakk Wylde deixou claro que pode retornar ao Brasil quando quiser para shows acústicos sozinho ou elétricos com o Black Label Society, pois seu carisma e capacidade no palco garantem a certeza de uma grande apresentação.
Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: Edu Lawless da Free Pass
Agradecimentos à Heloísa Vidal e Suellen Rodrigues
da Free Pass pela atenção e credenciamento
Agosto/2015
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