Viper - "Viper Day"
Abertura: FM Solo e Toyshop
Sexta, 08 de abril de 2016 no Ozzy Stage Bar
em São Paulo/SP

    São Paulo, 8 de Abril de 2016, 19:00 horas chego no Ozzy Stage Bar ( http://ozzystagebar.com.br/ ), onde daqui a pouco irá acontecer a festa em comemoração aos 31 anos de carreira de uns dos meus vocalistas preferidos... Andre Matos juntamente com a primeira banda que ele ajudou a formar... o Viper.

    Uma noite extremamente quente deliciosa, rua cheia, diversas baladas ( para todos os públicos ) e barzinhos até mesmo uma faculdade na mesma rua do bar, ando do metrô Marechal Deodoro até lá uns 10 minutos, e a na portaria encontro algumas pessoas já aguardando em fila para a festa de logo mais, alguns dos profissionais que ali trabalham também já estão do lado de fora verificando a organização.

    Entrei no bar que ainda não conhecia e já no corredor de entrada sinto a energia positiva que emana ali, fui muito bem recepcionada pelos proprietários do bar, os quais concederam minha credencial para fazer a cobertura deste evento, e também pela moça responsável pela distribuição das comandas e cadastro do público, nos apresentamos e conversamos bastante de como faço as resenhas, onde publico, etc, me deixaram a vontade para a circular pelo bar conhecer sem restrições.

O Ozzy Stage Bar

    Ouço música vozes risos diante de mim uma porta, abri e no palco estava alguns integrantes do Viper ( Guilherme Martin e Felipe Machado ) fazendo passagem de som juntamente com membros das outras bandas que iriam participar logo mais do evento, e em seguida chega Pit Passarell. Vou até lá, cumprimento a todos com acenos e sorrisos, e fico na minha andando pelo bar para conhecer.

    Começo pelo banheiro, que apesar de pequeno estava extremamente limpo ( e incrível para uma balada passou a noite inteira assim ), volto para a pista e vejo que o local consiste em um bar com balcão bem longo em madeira rústica e muito bem equipado com cadeiras altas na frente, espelhos estratégicos na parede de tijolos ao fundo, dando a sensação de profundidade, ao lado direito ( para quem está de frente ) um banheiro para portadores de necessidades especiais, ao lado esquerdo, uma espécie de mostruário em formato de armário antigo somente como exposição do Whiskey Jack Daniel's ( vários deles em várias versões e ano de lançamento ), com uma escada lateral para dar passagem ao andar de cima um mezanino charmoso, que possui uma mesa de sinuca com vista para o palco.

    As colunas de aço e paredes de tijolo aparente lembram a São Paulo industrial da década de 20, que tomava conta do bairro da Barra Funda, instalado no antigo Club CB Bar e Kia Ora Pub, que posso dizer com certeza é um Pub muito charmoso, as paredes atrás do palco e seguindo até a porta dos sanitários e saída é toda em madeira rústica, porém, decorativa, com uma enorme foto de ninguém menos que Angus Young, e alguns instrumentos musicais, como guitarra, violão, etc.

    No fundo do palco vi um enorme telão, que antes de começar a comemoração passaram vários clássicos do Metal, e durante o show ficou com símbolo do Viper o tempo todo, na lateral dessa parede em madeira ficam as mesinhas com sofás fixos e cadeiras móveis com estofados em vermelho dando um ar Vintage, as mesas são grandes cabem cinco ou mais pessoas, vão por toda lateral do palco até o banheiro deixando à frente livre um grande espaço para fazer de pista para quem gosta de ver o show em pé ou dançar.

    O palco é baixo, o que achei excelente, pois, podemos acompanhar o show de perto e ver a centímetros de nós os artistas, dá uma sensação de intimidade ficar tão pertinho, não fica impessoal, como a maioria de shows onde ficamos bem separados por correntes ou seguranças de cara feia ( nesse quesito nota 11 para o Ozzy Stage Bar ).

    Duas portas gigantes separam este ambiente da entrada principal, que consiste num corredor comprido e largo, com mais algumas mesas e cadeiras o balcão principal, onde se faz a comanda para entrar, e atrás desse balcão, um portão de acesso ao camarim com uma escada, que é bem espaçoso para os artistas e seus convidados - caso hajam - é quase do tamanho geral de toda parte de baixo da casa com dois banheiros e estava municiado de comes e bebes, enfim, uma mesa farta.

    O espaço para fumantes não foi deixado de lado, mas, é do lado de fora - separado da fila de quem chega - com um cercado e o interessante tem uma TV neste espaço com a programação do bar ( interessante ).

    A casa ainda possui sistema de ar condicionado ideal para esta noite quente como estava, e WiFi grátis para os clientes, que basta um cadastro simples de menos de cinco minutos, o charme do cardápio é um diferencial, além das bebidas já comuns, existem as próprias da casa, que são feitas com muito estilo e bom gosto, além das comidinhas com nome de cantores do Rock, Blues, etc, os 'Burgers', por exemplo: os nomes dos quatro Beatles, temos os grandes Mick Jagger, Janis Joplin, Robert Plant ( que aliás recomendo ) Jimmi Hendrix, B.B. King, e Keith Moon dando nomes a algumas delicias saborosas.

    Já na passagem de som ( a casa conta com DJ ) verifiquei a qualidade acústica nada estridente ou que ferisse os ouvidos, ou seja, alto na medida, agradável, pronto! Casa verificada, público já formando fila na porta, só falta abrir as portas e começar!

FM Solo

    A banda que abre as comemorações da noite é a FM Solo ( http://www.felipemachado.art.br/fmsolo ) com Felipe Machado subindo no palco e antes de começar o show, ele lembra de alguns ex-integrantes que passaram pelo Viper e que estão presentes na festa, relembra alguns momentos inesquecíveis, explica um pouco sobre o Viper Day ( que acontece todo 8 de abril ), como será a noite de comemoração falando do roteiro e da programação para então nos presentear com um vídeo do Yves Passarell, que como todos sabem atualmente faz parte do Capital Inicial e não pode comparecer a comemoração devido agenda.

    Depois de viajar o mundo como guitarrista do Viper, Felipe Machado lança FM Solo, seu primeiro trabalho como vocalista e compositor. O álbum foi gravado entre 2014 e 2015 no Clockwork Studios em São Paulo.

    O line up da banda conta com Felipe Machado nos vocais e guitarra ( ele também é guitarrista e co-fundador do Viper, além de jornalista e escritor ), Val Santos na guitarra ( também já tocou no Viper, primeiro como baterista, em 1988. Nos anos 1990 passou a tocar guitarra e fundou o Toyshop em 2007 ), Guilherme Martin na bateria ( Guillas ou Martin como é chamado pelos amigos ).

    Guilherme Martin foi convidado para entrar para o Viper em 1989, tornando-se um dos integrantes da considerada formação clássica da banda e está até hoje, tocou em palcos por todo o Brasil na lendária turnê do álbum Theatre Of Fate entre 1990 e 1991. Alguns anos depois, deixou o Viper para formar o Party Up, banda de Pop-Punk Rock que fez parte do cast da Banguela Records, O Party Up mudou de nome e virou o Toyshop.   

    Em 2012 foi o responsável pela organização da volta do Viper aos palcos com sua formação clássica em uma turnê que teve repercussão mundial e passou por quase todos os estados do país, além de ter agendadas apresentações na Argentina, shows de abertura da turnê do KISS no Brasil ( relembre como foram em São Paulo neste link e no Rio de Janeiro clicando aqui ) e um show histórico no Rock in Rio de 2013.

    A turnê deu origem ao cd Viper Live In São Paulo, com Rob Gutierrez no baixo ( atualmente, em paralelo ao Hollowmind, também toca baixo no projeto solo de seu amigo Felipe Machado de quem ele é fã declarado desde os primórdios do Viper ). Alegraram o público cantando “Perfect One”, “So Much To Lose”, e “Unnatural Feelings”, que a esta altura já lotava a casa aguardando ansiosos a grande atração.

Toyshop

    Porém, no palco é a vez da Toyshop ( https://www.facebook.com/bandatoyshop/?fref=ts ), banda paulistana de Rock Alternativo formada em 1993, por Val Santos ( Viper ), Gabriel Weinberg ( NLO ) e Guilherme Martin ( Viper ) originalmente chamada Party Up. A maioria das músicas compostas eram perfeitas para um vocal feminino num estilo Bubble-Gum Punk Rock, então a vocalista Natacha Cersosimo, assume os vocais.

   Sobem ao palco Nando Machado no baixo, Paulo Senoni na guitarra ( como convidados da Toyshop, que não estava com sua formação original ), Natacha Cersosimo nos vocais ( vale lembrar ou avisar para quem não sabe a linda vocalista é namorada do Martin ), Val Santos na guitarra e Guilherme Martin na bateria em seus lugares.

    Eles embalam os fãs tocando “Running Out”, “Tomorrow”, “Nothing I Can Do” e “Let’s Go Dance”. Empolgante ver a reação do público, a troca de energia todo mundo cantando e dançando junto, a banda definitivamente levanta a galera.

    O baixista e vocalista Pit Passarell sobe ao palco sempre muito divertido e animado manda o refrão de USA For África - We Are The World à capela, enquanto a galera se organiza, fazendo a passagem dos instrumentos para apresentação, porém, todos acabam entrando na brincadeira e fazendo o coro. Ele inclusive faz também um breve discurso da importância da data: a comemoração de 30 anos de uma certa banda, a amizade e cumplicidade entre eles.

    No palco permanecem Guillas na bateria, Diego Bortot ( Damata Rock ) na guitarra, Rob Gutierrez assume o baixo e Pit  Passarell, os vocais atacando de guitarrista, e dão início a Veloset, e em seguida, Algum Dia e Revolução na Cidade ( três canções cantadas em português ) e mantém a empolgação do público.

    Hugo Mariutti sobe ao palco, Rob Gutierrez permanece no baixo, Guilherme Martin vai para a bateria e Felipe Machado assume a guitarra, já os vocais ficam por conta de Hugo Mariutti e assim, eles mandam There Is A Light That Never Goes Out do The Smiths, numa versão cover menos depressiva e bem alegre ( sim... isso foi possível ), Pit Passarell volta a assumir os vocais para Oito de Abril, Renato Graccia ( compositor e baterista, que já fez parte do Viper ) sobe ao palco para fazer o backing vocal, juntos levando o público cantar o animado refrão.

Viper

    Cássio Audi ( primeiro baterista do Viper ) é convidado a se dirigir ao palco e assume a bateria, estando Hugo Mariutti na guitarra, Pit Passarell no baixo, Felipe Machado na guitarra e enfim, Andre Matos chega para abrilhantar a noite e mandar a Soldiers Of Sunrise ( título do álbum de 1987 ), fazendo a galera delirar e esquentar o ambiente, que a essa altura já fervia e no solo de batidas marcantes e guitarras estridentes, não ficou por menos, a reação do público não deixou a desejar, a alegria dos integrantes é evidente e contagiante e emendam Signs Of The Night ( outra do Soldiers Of Sunrise ), cujos agudos não faltaram, nem as famosas 'bangueadas' de cabelo, poses, caras e bocas de Andre Matos, nem mesmo um pequeno incidente com ele enrolando os cabos no microfone e quase caindo, fazendo o microfone soltar da base e ficando só com a parte de cima, sem sair o som, nada disso tirou o brilho da apresentação, afinal, foram uns segundos que nada interferiram na performance.

    Renato Graccia assume a bateria substituindo Cássio Audi, para execução de Dead Ligth ( essa do Evolution de 1992 ), que foi emocionante, Andre Matos passa microfone a Ricardo Bocci ( ex-aluno seu de canto e ex-vocalista do Viper ) e Guilherme Martin volta a bateria para a Wings Of The Evil ( também do Soldiers Of Sunrise ). Nesta, Andre Matos e Ricardo Bocci dividem os vocais e foi simplesmente lindo de se ouvir o casamento das vozes. Ricardo Bocci se emociona agradece a oportunidade de voltar ao palco em companhia dos amigos.

    Em momentos de descontração e também para a banda dar uma respirada, confraternizar entre si e interagir com o público Pit Passarell sugere a Breaking The Law do Judas Priest sendo prontamente por Andre Matos - para minha alegria e de todos ali, que foram ao delírio com aqueles gritos agudos impecáveis do refrão e muitas 'bangueadas' extras da sua cabelereira. Depois, Val Santos volta ao palco e podemos ouvir claramente o som de uma guitarra extra. A brincadeira acaba e voltam ao set com músicas do Viper e executam Knights Of Destruction ( do Soldiers Of Sunrise ), mas, dessa vez somente a banda está no palco, sem os convidados.

    To Live Again do Theatre Of Fate ( de 1989 ) é a próxima, e então, a clássica deste álbum esperada pela maioria ( me incluindo ) Living For The Night, o coro de abertura juntamente com todos ali presentes levam Andre Matos dar um lindo sorriso de contentamento e agradecimento, pois, é nítida a alegria estampada em seu rosto.

    Ricardo Bocci sobe ao palco para mais uma vez dividir os vocais e Natacha Cersosimo também trazendo charme a apresentação com sua doce voz, quando saio do devaneio que essa música me transporta e reparo que Val Santos está de volta ao palco juntamente com ele o Rob Gutierrez, sendo que Val Santos apresenta a banda ao público, enquanto a melodia é executada pela banda, Nando Machado também está de volta carregando Pit Passarell nas costas.

    O palco está tomado por todos que fizeram essa noite ser tão inesquecível, fazendo uma grande farra comemorando acima de tudo a amizade e parceria ente eles, a música volta a ser executada e é finalizada cantada por todos que estão no palco ou fora dele num grande coro, sinto que o show ou melhor a festa de comemoração está chegando afim.

    Então Pit Passarell assume os vocais em Rebel Maniac ( do Evolution ) dividindo o microfone com Andre Matos, Rob Gutierrez permanece no baixo, Val Santos retorna e também faz coro assumindo um microfone, Nando Machado é chamado e assume o baixo, Andre Matos vai parar na guitarra, Hugo Mariutti, Rob Gutierrez e Val Santos vão aos vocais para finalizarem o show com H.R. ( do Soldiers Of Sunrise ). O palco está tomado por todos que fizeram deste evento único memorável, ao finalizar a música Felipe Machado agradece convidando já para o próximo #viperday, Pit Passarell convida alguns fãs para subirem no palco representando a galera presente e faz um agradecimento geral pela presença dos fãs, que diga-se de passagem lotaram o Ozzy Stage Bar.

    Ele declara seu amor ao público e a banda e pelo que faz, e assim, a noite se encerra, não vou dizer com um show e sim com espetáculo de simpatia alegria e amor pelo que o Viper de modo geral faz. É nítido o entrosamento da banda, contagiante e sempre faço questão de ressaltar... o quanto sou bem recebida e tratada por todos os integrantes. Ao final do show fui ao camarim cumprimentá-los e agradecer a grandiosa noite.

    Deixo aqui ressalvado meus agradecimentos especiais aos donos do Ozzy Stage Bar Maira e André... sem vocês essa matéria não seria possível, obrigada pelo credenciamento, a todos que trabalham na casa, pela simpatia e educação com a qual fui tratada, a humildade de todos e o carinho de como fui recebida, certamente, é um lugar que voltarei e recomendo para quem não conhece ir até lá conferir, vale muito apena, eu virei fã, aos Integrantes do Viper ( Andre, Hugo, Pit, Felipe e Guilherme ), ao Toyshop, ( na pessoa da Natacha Cersosimo, que me passou pessoalmente o set list da banda e à Val Santos ), ao FM Solo ( especificamente Rob Gutierrez ), e ao Diogo Bortot, e consequentemente, para as pessoas que estão sempre por perto proporcionando uma noite agradável, divertida, alegre, animada e inesquecível: Mara Marly, Marina Leite, Alessandra Martins, Priscila Queiroz, Yves Taba, e claro, não podia deixar de agradecer Fernando R. R. Júnior, por mais uma vez me conceder espaço para a publicação desta matéria.

Texto: Julianna Jordão
Fotos: Alessandra M. Martins
Agradecimentos à Mayra e André do Ozzy Stage Bar
pela atenção e credenciamento

Maio/2016

 

Set List do Viper

1 - Soldiers Of Sunrise
2 - Signs Of The Night
3 - Dead Light
4 - Wings Of The Evil
5 - Breaking The Law
6 - Knights Of Destruction
7 - To Live Again
8 - Living For The Night
9 - Rebel Maniac
10 - H.R.

 

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