Hammerhead Blues

    Por volta das 18h30 subiu ao palco a primeira atração, o Power Trio paulistano Hammerhead Blues, banda fundada em 2014 por Luiz Felipe Cardim ( guitarra ), Otavio Cintra ( baixo e vocal ) e William Paiva ( bateria), que no início de 2017 lançaram seu primeiro EP auto intitulado contendo quatro músicas e produzido pelo próprio baterista.

    Mesmo sendo uma banda relativamente nova e com apenas um EP, o Hammerhead Blues fez um show para ninguém botar defeito, executaram suas músicas tão bem quanto no disco e prenderam o público que já tomava metade da casa.

    O som altamente influenciado pelo Rock Psicodélico setentista também traz uma pegada Stoner, onde vale destacar o guitarrista Luiz Felipe Cardim, que deu um show à parte, bem ovacionado pelo público, que ficava atento aos seus solos, os vocais também foram muito executados por Otavio Cintra que consegue manter a afinação de sua voz, mesmo sendo também o baixista da banda, e quanto ao baterista, o rapaz deu um show de técnica e 'feeling', não há dúvidas de que vimos três grandes músicos ali no palco do Clash Club dando seu melhor.

Saturndust

    Em seguida, hora dos veteranos do Saturndust, banda também paulistana fundada em 2010, que conta com Felipe Dalam ( guitarra e vocal ), Guilherme Cabral ( baixo ) e Douglas Oliveira ( bateria ), que trazem na bagagem dois singles, o Mardi Gras e o Sons of Water ambos lançados em 2010 e seu debut Saturndust lançado em 2015 e produzido por Gabriel Zander e o próprio Saturndust.

    A banda que até um tempo atrás estava em estúdio, está prestes a lançar seu segundo disco e se preparando para embarcar para Los Angeles nos Estados Unidos da América em agosto, onde vão tocar no festival Psycho Las Vegas ao lado de grandes nomes como por exemplo, King Diamond, Carcass, Swans, Neurosis e Gojira.

    Dessa vez a apresentação girou em torno de material novo, o show teve início com a inédita Negative Paralell Dimensional emendando com a também inédita RLC, que mesmo com alguns problemas de som, eles conseguiram mostrar o que vem por aí. Até é bem interessante citar que a sonoridade tem caminhado por outros rumos, uma pegada mais atmosférica e Progressiva, ora lenta e com algumas quebras com direito a 'blast-beats' e guturais. Em seguida a já clássica All Transmissions Have Been Lost, canção do primeiro disco.

    Para fechar Time Lapse Of Existence, mais uma inédita que também irá compor o novo disco, música essa que me fez sentir como se estivesse em um show do Sunn O))) nas profundezas de algum planeta macabro.

    Sempre bom prestigiar o Saturndust ao vivo, com certeza uma das melhores representantes do estilo em nosso país.

Setlist do Saturndust

1 - Negative Parallel Dimensional
2 - RLC
3 - All Transmissions Have Been Lost
4 - Time Lapse Of Existence

Samsara Blues Experiment

    O Samsara Blues Experiment foi fundado em Berlim na Alemanha, no ano de 2007 pelo guitarrista e vocalista Christian Peters após deixar sua antiga banda, o Terraplane, o line-up ainda conta com Hans Eiselt ( baixo ) e Thomas Vedder ( bateria ). Com dez anos de estrada, três discos de estúdio lançados e um novo álbum a caminho, esta é a primeira turnê sul-americana da banda, que passou ainda pelo Chile, Argentina e fez cinco shows só no Brasil, cuja a sonoridade é uma mistura de Stoner, Folk, Ragga e Blues.

    Exatamente no horário previsto e de casa cheia, os alemães pisaram no palco, sem muito papo e delongas, ajustaram seus próprios instrumentos e iniciaram com a clássica Singata ( Mystic Queen ) do primeiro disco Long Distance Trip lançado em 2010, logo após tocaram a Into The Black do segundo disco, o Revelation & Mistery lançado em 2011. Como já citado, a banda não é de muito papo, a interação com o público era quase nula, mas mesmo assim... foram bem ovacionados e seguiram com Hangin' The Wire, composição do segundo disco Revelation & Mistery.

    Durante a primeira parte do set o público ficou quase que estático enquanto o Samsara Blues Experiment executava as músicas de forma excepcional, e depois rolaram For The Lost Souls do Long Distance Trip, Glorious e Oue do ( ambas do vindouro One With The Universe ) e Shringara do terceiro disco Waiting For The Flood lançado em 2013, que traz influências de Música Indiana.

    Depois de uma pequena pausa e retomaram com mais uma inédita com o nome de Vipassana, que fará parte também do quarto e novo disco, o citado One With The Universe, que sairá em maio deste ano. Com um set bem equilibrado executando músicas de todos os discos, o Power Trio Samsara Blues Experiment fez a alegria dos fãs ao tocar quase na íntegra o primeiro disco Long Distance Trip, que provavelmente é o favorito de muitos. E desta maneira, fecharam a primeira parte do set com Center Of The Sun, que é outra deste mesmo trabalho.

    Uma pausa para um rápido descanso e voltaram com um bis de mais duas músicas, ambas do primeiro disco, sendo elas Army Of Ignorance ( do Long Distance Trip ) que deixaram os fãs enlouquecidos e para fechar grandiosamente tivemos a Double Freedom. Após as duas, os integrantes do Samara Blues Experiment se despediram do público rapidamente e saíram do palco. Parabéns à Abraxas pela produção do evento que seguiu à risca todos os horários, isso sem contar que a casa estava com o som muito bom e todos os shows foram sensacionais.

Texto: Fábio Braga
Fotos: Nicollas Loos - www.loos-photo.com ( Samara Blues Experimente e Hammerhead Blues )
Leandro Almeida - www.onstage.mus.br ( Saturndust ).
Agradecimentos à Erick Tedesco e a Abraxas Produtora
pela atenção e credenciamento
Abril/2017

Setlist do Samsara Blues Experiment

1 - Singata ( Mystic Queen )
2 - Into The Black
3 - Hangin’ On The Wire
4 - For The Lost Souls
5 - Glorious
6 - Oue
7 - Shringara
8 - Vipassana
9 - Center Of The Sun

Encore:
10 - Army Of Ignorance
11 - Double Freedom