Viper - Viper Day 2017
Abertura: Skyscraper
Manifesto Rock Bar - São Paulo/SP
Sábado, 8 de abril de 2017

 Há três anos oficialmente, todo dia 08 de abril é dia de que?
"
Viper Day"

    Uma vez por ano nesta data fãs, amigos e a banda comemoram o aniversário do seu primeiro show, em função do show que aconteceu nos anos 80 no Lira Paulistana. Porém, não se trata de um show, mas, de uma festa na qual o Viper convida os amigos que contribuíram de alguma forma com a banda, seja por influências, ex-integrantes, histórias e etc. E o tema deste ano foi comemoração os 25 anos do disco Evolution.

    Infelizmente, é impossível reunir todos que já passaram pela banda, e lá se vão 32 anos de Viper. Foram mais de 20 músicos celebrando a obra prima chamada Evolution, e eu mais uma vez estive por lá para prestigiar, comemorar, curtir e contar para vocês como foi o Viper Day 2017. A abertura do espetáculo ficou a cargo da Skyscraper, banda paulistana de Power Metal, que foi bastante conhecida nos anos 90 e que há vinte anos andava afastada dos palcos. Para conhecer a banda acesse: https://www.facebook.com/skyscraperbanda/?fref=ts #recomendo.

Skyscraper

    Pontualmente à meia-noite, após introdução, Ivan Martins ( vocal - nota pessoal: diga-se de passagem, canta muito ), Marcos "Naza" ( ex-Twilight ) e Flávio Souza Jr. ( guitarras ), Eduga Gioielli ( baixo ) e Fábio Elsas ( bateria e ex-Henceforth, banda essa que já teve Dani Matos nos vocais, irmão de Andre Matos um dos fundadores e principais vocais ao lado de Pit Passarell no Viper. Além de já ter tocado com o  Wardeath e Firebox ) vão aos seus postos no palco.

    Eles iniciaram com a melódica Happier Than I Am do T.V.Lization de 2003. O riff pesado e o andamento cadenciado inicial que vieram a seguir revelaram Great Dead Singer, que também está neste mesmo disco. Abriram os trabalhos da noite com excelência e fizeram todo o Manifesto Bar cantar junto com músicas próprias.

    Esse 8 de abril de 2017 foi realmente especial, pois, assim como o Viper, foi nessa data que - coincidentemente - o Skyscraper também realizou o seu primeiro show, conforme contou Ivan Martins após a execução de Vulture. Novo na banda, o vocalista brincou ao dizer que em 1990 ele nem era nascido. Após o cover do Helloween com A Little Time foi a vez de outra nova, a contagiante The Truth, que mostrou certa similaridade com o Queensrÿche.

    Ao final dessa Marcos "Naza" pediu a palavra e ressaltou que o Skyscraper estava comemorando vinte e sete anos de sua estreia em um palco. Ele comentou que no primeiro show os irmãos Passarell estavam na plateia - no dia, Pit Passarell subiu para cantar Prelude To Oblivion ( do Viper ) com o Skyscraper. Emocionado, o guitarrista também falou que o Viper sempre ajudou o Skyscraper e que novamente estava dando uma força, abrindo espaço para a sua banda fazer esse primeiro show de sua volta.

    Após agradecer os atuais e os antigos membros do Viper e ouvir o público gritar o nome do Skyscraper, Marcos "Naza" informou que a próxima música do set, a Captain Frog ( do EP Live de 1994 ) foi feita em parceria com Val Santos, que passou diversas vezes pelo Viper, tocando vários instrumentos. Felizes com o retorno, os fãs cantavam cada música, mas, todos vibraram mesmo, quando Ivan Martins revelou que a banda está gravando seu segundo álbum e que a próxima música a ser tocada, a From Above era uma das novas. O que deu para perceber através dessa é que apesar do longo tempo que ficou parado, o Skyscraper não se distanciou de suas raízes sonoras ( o show estava excelente e eu que não conhecia a banda me tornava fã a cada canção ).

    Antes da última, Marcos "Naza" contou que na turnê de Theatre Of Fate ( 1989 ), o Viper estava tocando uma música chamada Crime ( que só foi gravada no EP Vipera Sapiens, de 1993 ) e que era o ponto alto do set. Como ele não podia gravá-la, já que ainda não existiam celulares no Brasil, voltou para casa cantando-a por todo o caminho para decorá-la.

    Assim, plagiando intencionalmente o Viper, Marcos "Naza" compôs sua primeira música, a Hero, que foi gravada na primeira demo do Skyscraper, datada de 1990. E foi com ela que o grupo encerrou sua apresentação no Viper Day, sendo bastante aplaudido, enquanto o tema da saga Star Wars rolava nas caixas de som.

    O Skyscraper foi excelente escolha em função da sua qualidade e forte influência do Viper e com muita energia e disposição a banda deixa o palco e a ansiedade em todos, que aguardavam para ver o Viper em ação, mais uma vez. Você pode conferir um pouco da energia da Skyscraper e da festa neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xaq8Rd9Mgxc.

Set List do Skyscraper

1 - Happier Than I Am
2 - Great Dead Singer
3 - Vulture
4 - A Little Time
5 - The Truth
6 - Capitan Frog
7 - From Above
8 - Hero

Viper

    Dez minutos após o Skyscraper deixar o palco, o telão do Manifesto Bar começou a exibir projeções que a pedido do Viper em sua página oficial do Facebook, fãs, músicos e amigos da banda comentaram a importância de Evolution em suas vidas, o álbum foi gravado na Alemanha e teve lançamento mundial.

    Impulsionado pelos clipes das músicas "Evolution", "Rebel Maniac" e "Dead Light", que na época figuravam na programação da MTV brasileira, por shows de grande porte no Brasil, como o de abertura para o Metallica em 1993 e o da primeira edição do festival Monsters Of Rock em 1994, além de turnês realizadas na Europa e no Japão, Evolution acabou se tornando o álbum mais vendido do Viper até hoje.

    O sucesso foi tanto, que o show realizado em 18 de junho de 1993 no Club Cittá de Kawasaki foi registrado no disco Maniacs In Japan. Com esse material o Viper entrou para a história por ter sido a primeira banda brasileira a gravar um disco ao vivo no Japão.

  Após a exibição de inúmeros depoimentos de fãs e músicos, o radialista Beto Peninha ( o lendário Capitão de Aço, que apresentava o programa Sessão Rocambole na famosa e extinta 97 FM, a primeira emissora de rádio paulista, mas, que se autointitulada como sendo "a primeira Rádio Rock do país" ) entra no palco e comenta que tocou a primeira demo da banda no rádio nos anos 80 e que muitos ouvintes ligaram perguntando se realmente era uma banda brasileira. E a resposta é: 'Sim... Era uma banda brasileira e de meninos de 14 a 18 anos! Mas, o talento já estava lá.'

    A banda entrou tocando Coming From The Inside, justamente a música que abre o Evolution. Da formação que o gravou, apenas Felipe Machado, que trajava uma regata com a imagem de uma das caveiras ciclistas da capa do disco, estava no palco, sendo acompanhado pelos integrantes atuais, Hugo Mariutti ( guitarra ), Guilherme Martin ( bateria ) e também pelo baixista Roberto Gutierrez ( Hollowmind ) - que participou do álbum FM Solo de Felipe Machado.

    Nos vocais estava o tarimbado e talentoso Leandro Caçoilo ( Hardshine, Seventh Seal, ex-Eterna e várias outras ), que substituía Andre Matos ( que infelizmente estava fora do país, não comparecendo ao Viper Day deste ano ).

    O clima era de festa, tanto que Pit Passarell, que assumiu o vocal principal da banda no disco Evolution, não aguentou esperar e antecipou sua entrada no decorrer da música de abertura, agitando e participando dos backing vocals. A partir daí, ele ficou com o microfone em Dance Of Madness e na própria Evolution e o devolveu para Leandro Caçoilo em The Shelter.

    Nós sabemos perfeitamente que Pit Passarell é um dos melhores compositores do Brasil, e que escreveu a maioria das músicas do Viper e hits de várias outras bandas, como por exemplo, do Capital Inicial em músicas como "O Mundo", "Depois da Meia Noite" e várias outras. Pit Passarell é um gênio que sabe como poucos compor canções em vários estilos diferentes! Mas, a dobradinha The Shelter, composta por Felipe Machado e Dead Light, composta por Yves Passarell, hoje no Capital Inicial, lembrou que Pit Passarell não era o único bom compositor da banda.

    Como foi divulgado previamente, diversos músicos participariam do show do Viper. Porém, outro que não pode estar presente foi o ex-guitarrista Yves Passarell, que estava tocando com o Capital Inicial em outra cidade, porém, ele deixou sua mensagem no vídeo mostrado antes do show.

    Dos que compareceram, os primeiros a serem chamados ao palco foram o irmão de Felipe Machado, o baixista Nando Machado ( ToyShop e Exhort ) e o saudado baterista Renato Graccia, que fez sua estreia na banda em estúdio exatamente em Evolution e ambos participaram em Dead Light.

     Ao final dessa Renato Graccia se despediu e passou o posto para Sérgio Facci ( V Project, Volkana, Vulcano e Vodu ), que sentou o braço em To Live Again, do único álbum que gravou com o Viper, o Theatre Of Fate de 1989. To Live Again, que contou com a performance inspirada de Leandro Caiçolo, ele tem uma agressividade natural na voz, que em alguns momentos lembra do Savatage, mas, nessa música ele soou como uma mistura de André Matos com Bruce Dickinson uma interpretação realmente marcante.

    Para cantar a balada The Spreading Soul, Pit Passarell - que não tocou baixo no show - chamou ao palco a esposa de Guilherme Martin, Natacha Cersosimo, a competente vocalista a vocalista do ToyShop e já cantou essa música em outros shows do Viper. A sua voz combina com a música e acaba trazendo um novo clima, afinal, a banda teve vários vocalistas, entretanto, em nenhum dos seus cd's há uma voz feminina e uma fã que gravou depoimento no vídeo.

    Na sequência, o Viper que era o homenageado da noite, resolveu também prestar homenagem a outras duas lendárias bandas nacionais: A Chave do Sol e Centúrias. Para a primeira contou com a presença do guitarrista Rubens Gioia em Luz e Um Minuto Além e para a segunda com o baterista Paulão Thomas ( Kamboja, ex-Centúrias, Baranga, Firebox, Korzus, Proposital Noise, Cheap Tequila, Patrulha do Espaço, Harppia, etc. ) em Portas Negras. O também experiente André Gois do Vodu mandou bem cantando as duas últimas músicas mencionadas.

    Além das histórias que iam sendo contadas pelos músicos, era legal observar no telão imagens de shows, de clipes e das capas dos álbuns do Viper e também das bandas de alguns dos convidados. Uma das músicas mais aguardadas era a Rebel Maniac e foi com esse hit que Pit Passarell, Felipe Machado, Hugo Mariutti, Roberto Gutierrez e Guilherme Martin incendiaram de vez o Manifesto Bar e encerraram a primeira parte do show, que foi dividido em duas partes.

    Assim que todos deixaram o palco, o telão exibiu o vídeo ao vivo de Living For The Night, que foi cantada por Ricardo Bocci ( do Rei Lagarto ), que gravou apenas o último álbum de estúdio do Viper, o All My Life, que em 2017 completa 10 anos de seu lançamento - ele também não esteve presente no evento.

    E se o primeiro ato do show foi dedicado ao Evolution, o segundo foi para os demais álbuns da banda - exceto, o próprio All My Life. Assim sendo, vinte minutos depois o Viper retornou ao palco com Leandro Caçoilo novamente arrebentando, fazendo bonito nos vocais principais e Pit Passarell nos de apoio, e reiniciou o set com a Knights Of Destruction do Soldiers Of Sunrise de 1987. O grupo seguiu tocando diversos hinos de sua carreira e convidando outros músicos como A Cry From The Edge ( do Threatre Of Fate ).

    Para Nightmares ( outra do Soldiers Of Sunrise ), Felipe Machado convocou um amigo de infância da banda, o ex-guitarrista do Chakal, Eduardo "Paulista" Simões. O guitarrista Marcos Klein, virtuose que hoje toca no Ultraje a Rigor, também tocaria nessa música, mas, não pode comparecer por problemas familiares.

    Já em Wings Of The Evil ( outra do primeiro álbum ) foi a vez de Marcus "Naza", entre várias que também foram tocadas estavam Coma Rage e 8 de Abril dos controversos Coma Rage de 1995 e Tem Para Todo Mundo de 1996, respectivamente. Na sequencia tivemos Prelude To Oblivion  do Theatre Of Fate e depois contando com imagens do Queen no telão tocando na primeira edição do Rock In Rio em 1985, o Viper mandou o cover de We Will Rock You, que encerra o álbum Evolution.

    A banda também tocou a minha preferida e imbatível, que foi gravada no Theatre Of Fate, a Living For The Night, que venceu a barreira do tempo, já que mesmo após várias décadas ainda é cantada em uníssono pelo público. Ao final dessa, houve uma tentativa frustrada de tocar as não ensaiadas Black Magic do Slayer, a Wrathchild do Iron Maiden e a Master Of Puppets do Metallica. Porém, os músicos conseguiram levar o hino da donzela de ferro, a The Number Of The Beast - que não estava programado - até o final, depois disso, encerraram a noite com H.R. do disco Soldiers Of Sunrise com Val Santos assumindo a bateria no decorrer da música.

    O Viper Day é uma data que já faz parte do calendário do Rock Brasileiro já aguardo Viper Day de 2018. E assim, a noite foi encerrada em clima de festa satisfação dever cumprido, os músicos atenderam aos fãs após o show dando autógrafos fazendo poses para inúmeras fotos.

    E vem novidade por aí, segundo a gravadora Wikimetal anunciou, ainda para o primeiro semestre de 2017, o lançamento de uma edição remasterizada do álbum, contendo as demos da pré-produção em que as versões de algumas das músicas são diferentes do que conhecemos no disco e para comemorar esse lançamento teremos uma tarde de autógrafos Viper na Woodstock Discos no sábado, dia 20 de maio às 12:00 na rua Doutor Falcão Filho - 155 em São Paulo/SP e eu estarei prestigiando meus amigos dessa tão banda querida.

Texto: Julianna Jordão
Fotos: Artur Diniz
Agradecimentos
Andre Souza do Manifesto Bar pelo credenciamento, carinho e apoio.
Fernando Junior - Rock On Stage pelo espaço em publicar esta resenha
Maio/2017

Set List do Viper

Set List 1:
1-  Coming From The Inside 
2 - Dance Of Madness
3 - Evolution
4 - The Shelter
5 - Dead Light
6 - To Live Again
7 - The Spreading Soul
8 - Luz
9 - Um Minuto Além
10 - Portas Negras
11 - Rebel Maniac

Set List 2:
12 - Knights Of Destruction
13 - A Cry From The Edge
14 - Nightmares
15 - Wings Of The Evil
16 - Coma Rage
17 - 8 de Abril
18 - Prelude To Oblivion
19 - We Will Rock You
20 - Living For The Night
21 - The Number Of The Beast
22 - H.R.

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